1984: UM PESADELO COMO ALERTA OU COMO PREVISÃO DOS FATOS?
O presente artigo
objetiva apresentar uma discussão do clássico 1984, escrito por George Orwell,
no qual será abordado temas como a sociedade totalitária e seus impactos na
humanidade, traçando um diálogo entre o ensino de História e literatura. Também discutiremos sobre as reais pretensões
do livro, já que como previsão dos fatos, grande parte de seus leitores afirmam
categoricamente seus inúmeros erros. Enquanto que outros leitores e críticos
enxergam em 1984, seu estado de alerta, ao invés de um desejo para o mundo.
Utilizaremos para análise a edição comemorativa lançada em 2019 pela editora
Companhia das Letras, que além do romance integral, também apresenta uma grande
fortuna crítica de debatedores da obra.
O universo de Orwell
em 1984, faz menção de um mundo autoritário, onde a liberdade, a humanidade e
sua respectiva dignidade já não existe mais. O mundo agora é dividido em três
potências, conhecidas como superestados: Oceania, Eurásia e Lestásia. É uma
sociedade extremamente vigiada que controla cada ação dos indivíduos, através
das teletelas, patrulhamentos, instrumentos e uma série de treinamentos para
crianças e jovens. Há passagens do livro que citam casos de filhos que
denunciam seus pais, por traição ao líder máximo desse mundo imaginário, o
Grande Irmão. Todo amor deveria ser dirigido a essa figura, cuja sua imagem
estava estampada por toda Oceania, para ser adorada e jamais esquecida.
Os ministérios eram os
encarregados pela administração da Oceania. O Ministério da Verdade responsável
pelas notícias e entretenimento; o Ministério da Paz, responsável pelas
guerras; o Ministério do Amor, destinado a manter a lei e a ordem e por fim, o
Ministério da Pujança, que deveria cuidar das questões econômicas [ORWELL,
2019, p. 46]. O duplipensamento, estava tão penetrado na sociedade oceânica,
que para Thomas Pynchon, há sua presença até mesmo nos nomes e nas atividades
dos ministérios:
“O duplipensamento
também está por trás dos nomes dos superministérios que regem as coisas na
Oceânia – o Ministério da Paz promove a guerra, o Ministério da Verdade conta
mentiras, o Ministério do Amor tortura e chega a matar aqueles que considera
ameaça.” [PYNCHON, 2019, p. 442].
Esse contraste entre
nomes e ações, não é de caráter exclusivo de 1984, “[...] lembre-se dos Estados
Unidos dos dias de hoje poucos veem problemas num aparato de guerra chamado
‘Departamento de Defesa’ [...]” [PYNCHON, 2019, p. 442].
Winston Smith, personagem
principal e herói da trama, trabalha no Ministério da Verdade, e é o
encarregado de reescrever notícias de acordo com os interesses do Partido. Caso
o conflito mude, e a Oceania ganhe um novo aliado, é necessário alterar e
apagar toda a memória ali existente e construir uma nova, reescrevendo livros e
notícias. Pynchon também explica que esse método existe fora de 1984:
“Todos os dias a
opinião pública é alvo da história reescrita, da amnésia oficial e da mentira
deslavada, chamadas benevolente de ‘spin’, como se isso não fosse algo mais
perigoso que uma volta no carrossel. Sabemos mais do que nos dizem, mas
torcemos para estarmos enganados. Acreditamos e duvidamos ao mesmo tempo;
parece ser uma condição do pensamento político no superestado moderno que se
tenha duas opiniões sobre muitas questões” [PYNCHON, 2019, p. 442-443].
Ensino
A discussão pode ser
trabalhada dentro da sala de aula. Como será citado posteriormente, 1984 não
tem o propósito de explorar todos os aspectos de uma sociedade autoritária.
Porém, é possível conciliar a literatura de Orwell com o ensino de História,
para o debate de regimes como o Nazismo, o Stalinismo, e qualquer outra
tentativa política de Estado que propagam discursos autoritários, contra a
liberdade e valores humanos, uma vez que 1984, expressa o clima de vivenciar o
autoritarismo.
Fazer um paralelo
entre 1984 e a atualidade, é uma abordagem interessante para o ensino também.
Problematizar ao lado dos alunos, quem são os proletas, e se realmente Orwell
estava certo em seu posicionamento, de que a mudança só partiria por meio dos
proletas, é uma grande reflexão no ensino. A manipulação da mídia, também se
faz presente, e enfatizar a História, como uma ciência que produz um
conhecimento científico, que constantemente é perseguida por tipos de governos
com tendências autoritárias, é uma medida urgente. Assim, influenciando na
defesa da ciência, das artes e da liberdade humana.
Temas como os já
propostos, se faz necessário, para o desenvolvimento de uma consciência histórica
por parte dos alunos. A interdisciplinaridade é uma alternativa de novas
abordagens e maior compreensão de fatos históricos. A literatura também retrata
como homens e mulheres enxergavam e se posicionavam diante problemas sociais e
políticos de sua época. Isso também é História, e vai além do livro didático, o
que comprova que o ensino de História, não pode estar voltado apenas ao estudo
de personagens históricas. A História foi observada por novos sujeitos através
de suas narrativas literárias, por exemplo. E hoje pode ser contada por novos
sujeitos, antes silenciados. Logo, abordaremos de modo mais profundo as
temáticas de 1984 para o ensino de História.
Sociedade
Oceânica
Vejamos como o herói é
apresentado ao leitor. Winston Smith é um dos moradores das Mansões Victory,
localizada na antiga Londres e agrupada pela Oceania. Esse local é inteiramente
vigiado por teletelas, uma espécie de televisão que além de cumprir sua função
usual, é capaz de capturar sons e imagens ao redor de si, estes em constante
vigilância por membros do núcleo do Partido:
“A divisão do mundo em
três grandes superestados foi um evento que já podia ser previsto – e o que foi
de fato – antes de meados do século XX. Com a absorção da Europa pela Rússia e
do Império Britânico pelos Estados Unidos, formaram-se duas das três potências
hoje existentes: a Eurásia e a Oceânia. A terceira delas, a Lestásia, só
emergiu como unidade distinta depois de mais uma década de conflitos armados.”
[ORWELL, 2019, p. 236-237].
As três potências
estão em guerra contínua pela obtenção de terras que embora habitadas, sofrem
da ausência de um patrulhamento militar. Nenhuma das potências desejavam o fim
da guerra [MANN, 2019, p. 388]. Isso porque faz com que a população se lembre
que está em guerra, e projete uma sensação constante de medo. Não apenas o
medo, como também de ódio “existe até a suspeita de o governo da Oceânia às
vezes lança alguns foguetes sobre Londres, para lembrar a população de que há
guerra e mantê-la no medo e no ódio" [MANN, 2019, p. 388]. A guerra
tornou-se naturalizada como um dos grandes lemas do Partido, “Guerra é
paz", por grande parte da população, não sendo muito diferente de
atualmente, como bem enfatizou Raymond Williams:
“Como crítica a um
estado perpétuo e normalizado de guerra, seus detalhes podem ser equivocados,
mas o sentimento é correto. ‘Somos o movimento da paz’, disse um ministro do
governo britânico pouco tempo atrás, apoiando a próxima fase de rearmamento.”
[WILLIAMS, 2019, p. 426].
Os
Proletas
Outro ponto cabíveis
para o ensino, são os proletas, nome dado para os operários, uma das classes
sociais da Oceania, apresentavam vantagens em relação aos membros do partido
externo: a liberdade concedida era maior, não recebiam visitas rotineiras da
polícia, e a teletela não vigiava seus passos ou ditava comandos intermináveis. Mas para a
crítica, Orwell errou ao descrever os proletas, pois:
“É de se presumir que
Orwell justificaria esse tratamento dizendo que o Estado não precisa mais temer
os operários, uma vez que se tornaram tão desmoralizados como indivíduos e tão
impotentes como classe. Seria arriscado negar que essa situação possa surgir no
futuro, e de todo modo, Orwell força deliberadamente as coisas a extremos
dramáticos; mas caberia também notar que ainda não aconteceu nada semelhante a
isso, e nem os nazistas nem os stalinistas jamais afrouxaram em qualquer grau
significativo o controle ou a vigilância sobre os trabalhadores ” [HOWE, 2019,
p. 407].
Irving Howe, ainda
menciona que Orwell rompeu com a realidade existente e o mundo projetado pela
sua imaginação. Vale ressaltar que em um estado totalitário, não se pode ter
regalias, permissões especiais, tão pouco conceder maior liberdade e menor
vigilância para uma das classes. Chega a ser contraditório conceder maior
liberdade justamente para a classe que poderia mudar a situação, e desintegrar
o estado autoritário [HOWE, 2019, p. 408].
Raymond Williams
afirma que George Orwell errou grandemente tanto na previsão da morte do capitalismo como na
realidade dos proletas. O capitalismo, simplesmente porque não estaria
condenado, Instituições financeiras, impulsionou a economia na época, ajudando
em sua recuperação. Já com os proletas:
“Orwell errou muito em
sua previsão, [...] Pois a característica central da nova oligarquia
capitalista é que ela não deixou ‘oitenta e cinco por cento da população’
entregue a si mesma. Pelo contrário, tem sido sucesso em organizá-los como
mercado, chamando-os não mais de ‘proletas’ e sim de ‘consumidores’ [os dois
temas são degradantes].” [WILLIAMS, 2019, p. 431-432].
Raymond Williams
[2019, p. 432] ainda complementa ao categorizar que aquilo que caberia ao
Partido da Oceania, como a produção de pornografia, livros feitos por máquinas,
no capitalismo tal papel seria assumido pelas mídias, como o jornal. Mas o modo
de controle das massas mudou. Estabelece então, uma relação entre assalariados
e financiamento de crédito, e mesmo durante a depressão “seu controle social e
político, como a própria essência de qualquer ordem social, não sofreu qualquer
abalo de início.” [WILLIAMS, 2019, p. 432].
Na sociedade da
Oceania não deveria existir classes. Mas a estrutura de classe continua ali
presente entre: Núcleo do Partido, Partido externo e os já mencionados
proletas. Vale lembrar que o personagem principal é um membro do Partido
Externo, a perspectiva dos proletas é ignorada, assim como são deixados de lado
pelo regime. [PYNCHON, 2019, p. 447].
Desejo
Sexual
Embora, essa questão
não seja sempre cabível no ensino, é muito debatida por críticos e não menos
importante. Na sociedade de Winston Smith, ainda existia o desejo sexual,
embora não como nos é apresentado, ou seja, sua maioria foi relativamente
reprimida. O ato sexual era exclusivamente ligado a procriação, e não ao
prazer. Para Irving Howe [2019, p. 405-406] o pensamento de Orwell é
concordante a tendência da vida moderna que “O Estado totalitário é
intrinsecamente inimigo da liberdade erótica”. Howe ainda questiona se seria
possível excluir momentaneamente o prazer sexual “De minha parte, eu pensaria
que, numa sociedade tão permeada de tédio e monotonia como é a Oceania, haveria
um desejo premente por aventuras eróticas, sem falar de experiências de
perversão.” [HOWE, 2019, p. 406].
Embora Home sabe que a
sociedade usa mecanismos para diminuir os prazeres sexuais, o crítico não
acredita na possibilidade de romper com o prazer sexual, não totalmente, assim,
enxerga em Winston e Júlia a prova de tal reflexão:
“Qual é a fonte da
rebelião dos dois, senão a resistência ‘inata’ do corpo e da mente de ambos às
pressões destrutivas da Oceânia? Está claro que não mais inteligentes nem mais
sensíveis – e certamente não mais heroicos – do que inúmeros membros do Partido
Externo. E se suas necessidades, como seres humanos, levam essas duas pessoas
tão comuns à rebelião, não poderá acontecer o mesmo com as outras”. [HOWE,
2019, p. 407].
A história da
personagem Júlia, demonstra o fracasso de opressão do prazer sexual. Júlia era
uma jovem exemplar para o Partido, não apenas cumprindo com as normas
estabelecidas pelo Grande Irmão, como contribuindo com inúmeras atividades, o
maior exemplo é sua participação na liga juvenil antissexo. O disfarce
comportamental de Júlia, só exemplifica os meios pelo qual encontrou para não
excluir seus desejos. Júlia, não tem a função de marcar um novo marco dentro do
livro, como a descoberta do prazer, apenas de demostrar como seria inválida a
tentativa de excluir o prazer:
“O fato de que o
desejo sexual, tomado em seus próprios termos, é intrinsecamente subversivo é
perseguido no romance por meio de Júlia, com sua abordagem alegremente lasciva
da vida. Se 1984 fosse realmente apenas um ensaio político disfarçado de
romance, muito provavelmente Júlia seria obrigada a simbolizar algo – o
princípio do prazer, o senso comum de classe média, ou coisa assim. Mas como
este é antes de tudo um romance, sua personagem não está necessariamente sob o
controle de Orwell”. [PYNCHON, 2019, p. 450-451].
Previsão
X Alerta
1984, ganha grande
repercussão e comparações, não muito diferente de outra obra clássica de
Orwell, a fábula “Revolução dos bichos”. Segundo Thomas Pynchon:
“[...] esse romance
foi vítima do sucesso de A revolução dos bichos, lido por muitas pessoas como
uma franca alegoria do destino melancólico da Revolução Russa. Desde o minuto
em que o bigode do Grande Irmão surge no segundo parágrafo de 1984, muitos
leitores, lembrando imediatamente de Stálin, mantiveram o hábito de tecer
analogias ponto a ponto, como haviam feito na obra anterior.” [PYNCHON, 2019, p.
438].
Na concepção de
Pynchon, a figura do Grande irmão e de Emmanuel Goldstein, que muito
provavelmente representavam Stálin e Trótski, não imprimiu “de maneira tão
elegante” personagens como os porcos Napoleão e Bola de Neve, mas isso não
impediu a venda e utilização do livro como propaganda anticomunista. Já que “o
romance foi publicado no auge da era McCarthy, quando o ‘comunismo’ era
oficialmente condenado como uma ameaça mundial, monolítica, e não havia motivo
até mesmo para distinguir Stálin de Trótski" [PYNCHON, 2019, p. 438].
Orwell, não enxergava
seu romance como uma propaganda anticomunista, e não estava entre seus
objetivos que assim fosse:
“Orwell, que definhava
rapidamente, interveio com uma declaração explicando que o romance não era um
ataque a qualquer governo em particular, mas uma sátira das tendências
totalitárias na sociedade ocidental e dos intelectuais: ‘A moral a se extrair
desse pesadelo perigoso é simples: Não deixe que aconteça. Depende de você’.
Mas toda obra de arte escapa ao controle do artista – quanto mais conhecida e
complexa, maiores os mal-entendimentos.” [PACKER, 2019, p. 527].
Packer, realmente
soube enfatizar muito bem, quando disse que o artista perde o controle de sua
obra de arte, com a escrita não é diferente, depois da publicação da obra, o
autor não tem mais controle de sua dimensão, e está sujeito a receber
interpretações diferentes daquelas originalmente propostas pelo autor. 1984,
sofreu claramente com isso, e certamente o que mais incomodou Orwell, foi a
rejeição da obra como uma tentativa de expor uma sociedade autoritária, da qual
não desejava para o futuro.
Além disso, a visão do
livro como previsão ganhou grande parte da preocupação das pessoas. Contar
erros e acertos de 1984, e condená-lo ao fracasso, ao perceber que o ano do
título não foi aquilo que Orwell propôs, não é o que interessa na literatura em
questão. Cabe destacar, que o título da obra, 1984, é uma analogia ao ano em
que ela escrita, 1948. O exercício de enxergar o seu estado de alerta para a
sociedade contribuirá em maior reflexão sobre a obra:
“Orwell está alertando
contra um sistema totalitário moderno, desenvolvido mesmo além de Stálin ou
Hitler. Mas há uma maneira totalitária de alertar contra o totalitarismo,
excluindo precisamente aquelas análises históricas diferenciadoras, aquelas
distinções políticas verídicas, aquelas crenças e aspirações autênticas e não
meramente presumidas, que constituem uma proteção muito melhor contra ele do
que a projeção irracional inspirando terror e ódio” [WILLIAMS, 2019, p. 434].
1984 enquanto romance,
não conseguiria explorar todas as vertentes de uma sociedade autoritária, mas
transmite a mesma sensação de viver em uma, e essa sensação acompanhará o
leitor desde as primeiras páginas de vigilância e falta de liberdade, até
atingir o ápice na etapa sombria e de terror do livro. Para Irving Howe:
“Nenhum outro livro
conseguiu expor de maneira tão completa a característica essencial do
totalitarismo. O escopo de 1984 é ilimitado: não pretende investigar a gênese
do Estado totalitário, nem suas leis econômicas, nem suas perspectivas de
sobrevivência; ele simplesmente evoca o ‘tom’ da vida numa sociedade totalitária.
E, como não se trata de um romance realista, pode tratar a Oceania com um
exemplo extremo, que talvez nunca venha a existir, mas que ilumina a natureza
de sociedades que existem” [HOWE, 2019, p. 399-400].
Considerações
Finais
1984 sobreviveu em
diversas gerações, ao analisar o estado de alerta que Orwell nos proporciona. O
totalitarismo presente no romance é diferente dos desastres já vividos, é uma
experiência de “totalitarismo após seu trunfo final. A sociedade da Oceânia
poderia, a rigor, ser chamada de pós-totalitária" [HOWE, 2019, p.
411]. É contra esse possível “pós
totalitarismo”, ou “triunfo final do totalitarismo”, que Orwell nos alerta.
Nenhuma forma de
totalitarismo deve ser aceita ou vista como tolerável, Orwell deixa explícito o
desastroso caminho da sociedade da Oceânia. Isso não o transforma em uma figura
anticomunista, nem seu romance deveria receber essa atribuição:
“O alerta de que o
mundo poderia tomar aquele rumo se tornou, no próprio caráter absoluto da
ficção, uma submissão imaginativa à sua inevitabilidade. E, portanto, insistir
nessa questão é mostrar pouco respeito por aqueles inúmeros homens e mulheres,
inclusive o próprio Orwell, que lutaram e lutam contra as tendências
destrutivas e ignorantes que ainda são tão poderosas, e que mantiveram forças
para imaginar e trabalhar pela paz, pela liberdade e pela dignidade
humana" [WILLIAMS, 2019, p. 434-435].
Neste mesmo sentido,
torna-se evidente que nem o início, tampouco o triunfo final de uma sociedade
totalitária, é de alguma forma benéfica para a sociedade, sendo a leitura do
livro um ponto de reflexão para possíveis admiradores do tipo de regime.
Compreender a leitura como uma alerta para todos, e ser levada para o ensino de
História, pode até mesmo ser uma forma de agradecimento por realmente até
então, não ter cumprido o papel de previsão. Enquanto material de ensino de
História, 1984 pode ser abordado em disciplinas que trabalham com o
Contemporâneo didático, mais especificamente ao período da Guerra Fria, como também
com disciplinas interdisciplinares, no qual o campo da História dialoga, como
mídias, literaturas, entre outros. Sem deixar de lado, que enquanto literatura,
1984 apresenta-se para o leitor como um conteúdo denso e ao mesmo tempo e
atrativo de ser desvendado.
Referências
Marcos Leite Junior,
acadêmico de graduação da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul [UFMS]
campus de Nova Andradina. É integrante do projeto de pesquisa “Teorias da
História no século XX: os historiadores e os desafios da escrita da história”,
sob a orientação do Prof. Fábio da Silva Sousa [UFMS/CPNA].
HOWE, Irving. 1984: A
História como pesadelo. In.: ORWELL, George. 1984. 1ª ed. São Paulo: Companhia das letras,
2019, p. 394-412.
MANN, Golo. 1984. In.:
ORWELL, George. 1984. 1ª ed. São Paulo: Companhia das letras, 2019, p. 386-392.
ORWELL, George. 1984.
1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
PACKER, George. O
duplipensamento é mais forte do que Orwell imaginava: o que 1984 significa
atualmente. In.: ORWELL, George. 1984. 1ª ed. São Paulo: Companhia das letras,
2019, p. 524-532.
PYNCHON, Thomas. Rumo a 1984. In.: ORWELL, George. 1984. 1ª ed. São Paulo: Companhia
das Letras, 2019, p. 436-454.
WILLIAMS, Raymond. Mil
novecentos e oitenta e quatro em 1984: como o romance nos ajuda a entender o
ano?. In.: ORWELL, George. 1984. 1ª ed. São Paulo: Companhia das letras, 2019,
p. 414-435.
Relacionando a memória e a experiência brasileira com a ditadura com o ministério da verdade, pode se considerar o estudo e a memória como imprescindíveis para esse alerta?
ResponderExcluirMathilda Souza Martins.
Olá, Mathilda.
ExcluirSim, o estudo de uma fonte tão sensível como foi a ditadura, estabelece exatamente essa relação de conscientização, de alerta,e de compromisso com a verdade, sendo a educação e a memória uma ferramenta essencial para que isso seja efetivado. Hoje, na atual conjuntura política, o discurso desenvolvido em relação a ditadura é banalizado e desconsiderado. Pensando nisso, vê-se que parte dos veículos de informação e produção do conhecimento está sobre o controle de quem detém o poder, sendo constantemente manipulado de acordo com os interesses de um grupo, por exemplo os livros didáticos. A memória além de ser esquecida pode ser alterada por nossas emoções. Em 1984, ao destruir notícias, livros e fotos, estava também condenando a memória de um povo que passaria então a ser outra, de acordo com os interesses do estado, logo a nova memória seria também a nova verdade. No mesmo sentido, a memória também pode ser manipulada por um grupo que tem interesses determinados (uma distorção dos fatos), e assim cria-se uma nova verdade sobre a ditadura. Portanto, o modo que o país lida com experiências ditatoriais vai sim corresponder no coletivo. A educação e a memória são imprescindíveis para a alerta, mas penso que não de um modo romantizado, visto que ambas podem ser manipuladas.
Marcos Leite Junior.
Ao pensar em sociedade autoritária, logo vem a mente uma sociedade vigilante ou a ideia de panóptico amplamente utilizada por Foucault. O papel da obra não era de previsão do futuro, como você disse, mas qual relação seria possível fazer entre "1984" com o atual momento, relacionando, por exemplo, ao amplo acesso dos governos aos dados pessoais da população?
ResponderExcluirEmili Sabrina Ribeiro Silva
Olá Emili.
ExcluirSim, é um caso onde a arte que parecia tão distante ou irreal, aproxima-se e encosta no nosso presente. Assim como "Ensaio sobre a cegueira" de José Saramago ganha um novo significado e se aproxima do presente por conta da pandemia, 1984 aproxima-se da atual conjuntura, quando por exemplo em um discurso procura-se criar uma nova verdade, e banalizar experiências terríveis como a ditatura. Além disso, 1984 aproxima-se de 2020, e na verdade anos anteriores, na eleição presidencial dos Estados Unidos no ano de 2016 entre Donald Trump e Hillary Clinton. Foi possível enxergar um grande numero de fake News circulando no país. No Brasil, não foi, e não é diferente, um grande número de notícias falsas, atinge um enorme público. Além disso, quando renegamos a ditadura, e renegamos pequenos ou grande sinais, ações ou discursos fascistas por parte do atual governo, estamos nos esquecendo, e destruindo a memória de pessoas que foram mortas em um regime opressor ou e que lutaram e lutam pela liberdade e dignidade humana, coloco neste ultimo Orwell como integrante. Os indivíduos da sociedade de Orwell após serem presos por algum crime (segundo o núcleo do partido), e submetidos a uma série de castigos, desapareciam, e nunca mais eram citados, sendo esquecidos. Isso causa espanto ao leitor, mas será que estamos fazendo diferente?
Apagamos constantemente o nome dessas pessoas da nossa memória, toda vez que não se pensa em nossa conjuntura de um modo crítico o suficiente para não aceitar qualquer tipo de repressão o menor que seja.
1984, deve ser visto no presente como uma alerta, e mesmo que não se pense em Orwell como um previsor, até mesmo porque não era esse seu papel, ver na história do presente uma possível sociedade vulnerável para a inserção de diversos pontos retratados no livro, considerando alguns já citados, e o citado por ti, como efetivados hoje, principalmente quando se analisa a sociedade brasileira, se percebe como 1984 continua sendo atual. Isso porque, se é uma alerta, então pode acontecer, e enxergar a literatura de 1984 como possível, atual, e de um forte caráter de alerta, é melhor do que incluir o livro no final da estante, depois de ter sido lido uma única vez, o considerando de um terror extremo, impossível de acontecer.
Em síntese, quando se procura privar o indivíduo de sua liberdade, a manipulação das mídias, fake News, o discurso de ódio (no livro, dois minutos de ódio), a concentração do poder nas mãos de um pequeno grupo (no livro, o núcleo do partido), a tentativa de retirar ideias políticas, artísticas e culturais do povo, e a perseguição de livros e autores, cito aqui Paulo Freire, são alguns dos exemplo de 1984 com o Brasil atual.
Marcos Leite Junior
Bom dia, Marcos. Muito bom o seu texto, me fez lembrar que já tinha lido essa obra obra a um tempo atrás.
ResponderExcluirEnfim, sabemos que a literatura promove uma narrativa ficcional que podemos atrelar a sociedade ficcional(a realidade) e assim, pensarmos esta fonte como ferramenta para a sala de aula. Pensando nisso, alguma sugestão de metodologia para trabalhar com 1984 na sala de aula, considerando temáticas historiográficas, ou temáticas atuais?)
Jacqueline Ferreira Dias
Olá Jacqueline. Muito obrigado.
ExcluirSe a turma é mais agitada, ou mais interativa, talvez fosse interessante a confecção de jornais ou notícias soltas com temas recentes, entre as notícias deve conter informações fake. A sala pode ser dividida entre grupos, e assim fica atribuído a função de descobrir em fontes seguras a veracidade das notícias. Por conta do tempo, a confecção é opcional, pode ficar por responsabilidade do professor. A ideia da atividade é exatamente reforçar a importância de verificar as fontes, visando o número de fake News diariamente encontradas, e como isso afeta a vida das pessoas, além de estar diretamente ligada a atualidade, é um tema de discussão na história. atividades manuais podem ser interessantes, bem como artística, muitas escolas realizam peças de teatro, e fica a sugestão.
Alguns temas do livro chamam mais a atenção do publico no geral, e é rapidamente ligado a ditadura, as fake News como já mencionado, e qualquer outro tema que está em "alta" no momento e isso pode ser usado por ti na hora da atividade. Por exemplo, regimes totalitários, pode ficar a indicação da leitura. Se é do interesse realizar indagações que serão recentes daqui a pouco, como a banalização da ditadura, o livro é muito bem recomendado.
Para trabalhar a ideia de esquecimento, memória, manipulação das informações e como isso vai alterar a história e a memória do povo, 1984 pode ajudar. Isso também ocorre atualmente, a historiografia é alterada, e isso é ótimo, porém a história, a arte pode ser usada para o "mal", já que ela pode ser controlada por quem detém o poder. A relação com os livros em 1984, e a sua constante alteração é um outro ótimo exemplo, e se pode comparar com os livros didáticos, e deixar evidente aos alunos a quantidade de páginas para um momento da história, e a ausência de certos conteúdos. Diálogos com filmes e documentários são possíveis. E procurar características de 1984 com o programa de televisão Big Brother (grande irmão) pode aguçar a curiosidade dos alunos.
Fica em aberto para novas sugestões, que serão bem acolhidas.
Marcos leite Junior
Considerando que a obra 1984 de George Orwell é um romance ficcional distópico, podemos afirmar que o autor "prevê" muitas coisas no ocidente e no oriente (China especificamente) décadas depois do lançamento do livro em 1949. Além do paralelo com a Guerra Fria, seria possível fazer analogias com eventos globais recentes ou grandes acontecimentos midiáticos como a campanha de Donald Trump de 2016 que usou dados de 50 milhões de usuários do Facebook e na China de 2020 que existem 200 milhões de câmeras de vigilância, muitas delas com uma técnica muito eficiente de reconhecimento facial, captam até mesmo as pintas no rosto, respectivamente?
ResponderExcluirFlavio de Souza
Olá Flavio.
Excluir1984 acabou realmente por "prever" muitas situações como bem destacou. E isso é possível porque quando a literatura de Orwell recebe esse papel de alerta por parte dos pesquisadores, estamos cientes que tais pontos da obra de Orwell são sim possíveis, e alguns já sendo concretizados, mas não em sua totalidade, por isso prefiro a ideia de alerta (que pode ou não acontecer). Até mesmo porque Orwell cita pontos facilmente encontrados em diversas sociedades. Especificamente na China não conheço o caso, mas na campanha presidencial de Donald Trump é um excelente exemplo de como a informação é usada para manipulação e se tornando uma verdade. A ideia de um presidente que deseja que a policia trabalhe para ele, ou que deseja ser aclamado pelo povo, sendo a figura central dos acontecimentos, e nomeado como um mito, bem como a banalização da experiência traumática que foi a ditadura, são outros bons exemplos. Se o acontecimento possui características que vão contra a liberdade e dignidade humana, manipulação de noticias e memórias (como a ditadura), controle das vida do grupo que ali vive, pode sim ser comparado, embora em alguns casos com certa cautela, ao livro 1984. Por exemplo, não se iguala com o caso da China citado por ti, mas estamos cercados de câmeras, não só isso, estamos cercados de câmeras, policiais armados, seguranças, e monitoramento de dados da internet, até que ponto isso é segurança e proteção? segurança para quem? quem são os protegidos da nossa sociedade? e onde inicia uma sociedade vigilante? que tem acesso aos nossos dados da internet, e a nossa imagem. Além da reflexão, deixo aqui o exemplo proprosto pela Emili em uma de suas perguntas, onde ela menciona o amplo acesso do governo aos dados pessoais da população, é recente e uma reflexão a todxs.
Marcos Leite Junior
Boa noite Marcos, parabéns pelo texto coeso e bem fundamentado.
ResponderExcluirMinha questão está relacionada ao anticomunismo, como você bem menciona Orwell declara não ter escrito 1984 com esse propósito apesar dos usos da obra nesse sentido principalmente pelo Macartismo na América, contudo existem relatos que o mesmo tenha delatado 38 intelectuais comunistas em 1949, época de intensas disputas no então recente pós guerra, e início da guerra Frias, já no fim da vida do autor e um ano após lançar 1984. https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2606200313.htm Gostaria de saber até que ponto tal informação tem fundamento de acordo com suas pesquisas.
Alaéverton Maicon de Andrade
Olá Alaéverton. Muito obrigado, e obrigado também por suas indagações.
ExcluirO que ocorreu foi uma interpretação errônea. George Orwell fez uma lista com o nome de pessoas que ele considerava comunista para que não fossem convidadas pelo governo britânico para realizar propaganda antissoviética, após isso passou para uma amiga. Orwell não delatou, pois não foi realizada com o intuito de prejudicar tais intelectuais. A lista serviu com um propósito simples: se deseja convidar alguém para falar contra o comunismo, não convide um comunista. No contexto da época a existência da lista era muito explicável, visto que o mundo era dividido entre dois poderes, do qual era necessário escolher um lado.
Para saber mais:
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2806200323.htm?fbclid=IwAR3Z0jIT0-DNrPi7_BQ_E4Q6tQmGfyns28FH7g4dLs5xWpSsTHaFI7pUbzk
Marcos Leite Junior
Boa noite, Marcos.
ResponderExcluirParabéns pelo texto. Percebemos que são diversos os temas trabalhados em 1984 e que ressoam na vida social contemporânea.
A respeito da mídia, a obra demonstra a possibilidade de manipulação e a vigilância extrema do indivíduo. Como ao trabalhar com 1984 podemos abordar os limites entre o controle da veracidade e a vigilância?
Giovana dos Passos Colling
Olá Giovana, muito obrigado!
ExcluirEu penso que um dos maiores ensinamentos que o livro aborda é uma sociedade que não pensa mais na veracidade. O que é a verdade e a memória? no livro ambas são manipuladas e construídas de acordo com os interesses do partido, isso nos faz pensar que ao tratar dessa temática, podemos comparar com o controle das mídias, da educação, de como a informação chegará até nós de um modo distorcido. Isso porque em muitos casos a produção do conhecimento, os veículos midiáticos, estão nas mãos de quem detém certo poder politico e econômico. Somos manipulados, e controlados o tempo inteiro, por todos os lados, e muitos autores como Orwell nos demonstra isso, muitíssimo bem. No cotidiano combatemos isso defendendo a universidade publica e a pesquisa, ou ainda incentivando nossos alunos ( para quem é professor/a) o uso de fontes seguras. O ensino, e a conscientização tem um forte papel de atuação em casos como este, não solucionando totalmente, mas contribuindo para uma nova formação. O limite da veracidade acaba quando se usa como justificativa a proteção de indivíduos, para a manipulação dessas massas.
Em relação a vigilância, não estamos tão distantes da sociedade de Orwell, pois estamos cercados de câmeras, policiais armados, seguranças, controle de dados... e o primeiro passo é pensar que estamos em uma sociedade vigiada, e até que ponto estamos protegidos? visto que em muitos casos, dados pessoais são vazados na internet com certa facilidade. Somos alvos de bala perdida, ou melhor quem em nossa sociedade é alvo de bala perdida?
Penso que somos mais monitorados do que protegidos. Como assim o celular pode ativar a câmera ou o microfone sozinho? muitos modelos não são modelos de segurança, e sim de monitoramento.
Marcos Leite Junior
Ou ainda, modelos que são usados para o entretenimento como o celular, que deveria ser protegido, ultrapassa os limites de segurança e proteção para a vigilância e manipulação. Um exemplo é quando alguém tem expostos dados pessoais ou ainda quando um governo tem acesso aos dados pessoais de grande parcela da população, sem apresentar a menor justificativa cabível.
ExcluirMarcos leite Junior
Bom dia Marcos. George Orwell, ao abordar o tema sobre sociedade totalitária e seus impactos na humanidade em 1984, não conseguiu explorar todas as vertentes de uma sociedade autoritária, mas transmitiu a mesma sensação de viver em uma, como citado acima. Do seu ponto de vista, como as pessoas enxergam 1984 no contexto hoje e a banalização da ditadura?
ResponderExcluirMaria Eduarda Miranda Barbosa
Boa tarde Maria.
ExcluirPenso que 1984 é um livro muito lido, e na realidade diante de um grande acontecimento ele retorna fervorosamente a ser lido pela população, sem dúvidas diante da atual conjuntura, conquistará novos leitores e novas comparações com a atualidade. Aqui no ocidente o livro foi usado como uma propaganda anticomunista. Hoje, o livro por um lado é considerado de terror ao extremo para acontecer, e por outro lado se brinca de comparar o que Orwell teria acertado como "previsão dos fatos". Como prefiro a ideia de alerta dos fatos, há também aqueles que enxergam na literatura de Orwell pontos que já aconteceram ou possíveis de acontecer, saindo assim da ficção. Exemplos: a manipulação dos veículos midiáticos, produção de fake News, vigilância, entre outros.
A banalização da ditadura, é o reflexo de um governo com no mínimo tendências fascistas (se é possível ainda chamar de apenas tendências). Se muda o discurso, a fala, cria-se uma nova memória, logo uma nova verdade, ou seja, a partir do momento que cria-se um discurso sobre a ditadura como algo "de pouco caso", a memória e a verdade daquele coletivo é alterada.
Marcos Leite Junior
A obra de Orwell continua por ser extremamente atual no que diz respeito aos rumos que nossa sociedade contemporânea segue, expondo como bem trabalhado no texto acima o cotidiano dos sujeitos inseridos em uma realidade totalitária onde o Estado está sempre monitorando e reescrevendo a história, se utilizando do duplipensamento como instrumento de controle e produtor de sentidos. Assim, levando em consideração a distopia de Orwell e todos os instrumentos manejados pelo Estado na manutenção do poder, como podemos proceder vinculando os fenômenos ocorridos na obra à crescente onda revisionista e muitas vezes negacionista dos processos históricos que visa deslegitimar o conhecimento consolidado em detrimento de desinformações e senso comum?
ResponderExcluirAnderson de Paula Ribeiro Castro
Olá, Anderson. Obrigado.
ExcluirPenso que de modo geral devemos continuar produzindo conhecimento científico, e levar as nossas produções científicas para além das portas da universidade. Porque essas informações sem fundo científico chegam até o público em maior quantidade do que nossas produções, que as vezes é discutida apenas entre nós mesmos. Esse simpósio é um exemplo, por ser online atinge um público bem maior, mas é evidente, há outros meios possíveis. Neste mesmo sentido, nas aulas de história (não se limita a história), ensinamos nossos alunos a conferir a fonte de pesquisa, isso cria uma consciência de que nem todas as fontes são confiáveis, e nem toda história ali encontrada cumpre as competências necessárias de uma produção acadêmica.
Tais versões que visa deslegitimar o conhecimento, como bem destacou vão continuar a existir, nosso papel quanto pesquisadores é produzir um conhecimento científico e também refutar fortemente ideias como as já mencionadas, em parceria com outras áreas do conhecimento que cumprem igualmente esse papel da veracidade e produção científica. Fica em aberto para novas sugestões.
Marcos Leite Junior
PARABÉNS ESTÁ INCRÍVEL, gostaria de saber o pq vc escolheu esse tema para divulgar.
ResponderExcluirOlá Luciara. Muito obrigado.
ExcluirPrimeiramente gosto muito da literatura de Orwell, e é do meu interesse realizar pesquisas na área de literatura e história, já que acho muito interessante, e uma abordagem da qual vem as minhas inquietações na história.
Diante da atual conjuntura, e da aproximação que o livro tem com presente, o coloco como uma leitura necessária e urgente. Mas também sou integrante do projeto de pesquisa "teorias da história no século XX: os historiadores e os desafios da escrita da História", e neste projeto trabalho com este autor e com seu livro, 1984. Para finalizar, sob orientação do professor Dr. Fábio da Silva Sousa (UFMS/CPNA), do qual deixo meus agradecimentos.
Esqueci de assinar . Luciara vitória ramos da Silva
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