Marcos Leite Júnior


1984: UM PESADELO COMO ALERTA OU COMO PREVISÃO DOS FATOS?



O presente artigo objetiva apresentar uma discussão do clássico 1984, escrito por George Orwell, no qual será abordado temas como a sociedade totalitária e seus impactos na humanidade, traçando um diálogo entre o ensino de História e literatura.  Também discutiremos sobre as reais pretensões do livro, já que como previsão dos fatos, grande parte de seus leitores afirmam categoricamente seus inúmeros erros. Enquanto que outros leitores e críticos enxergam em 1984, seu estado de alerta, ao invés de um desejo para o mundo. Utilizaremos para análise a edição comemorativa lançada em 2019 pela editora Companhia das Letras, que além do romance integral, também apresenta uma grande fortuna crítica de debatedores da obra.

O universo de Orwell em 1984, faz menção de um mundo autoritário, onde a liberdade, a humanidade e sua respectiva dignidade já não existe mais. O mundo agora é dividido em três potências, conhecidas como superestados: Oceania, Eurásia e Lestásia. É uma sociedade extremamente vigiada que controla cada ação dos indivíduos, através das teletelas, patrulhamentos, instrumentos e uma série de treinamentos para crianças e jovens. Há passagens do livro que citam casos de filhos que denunciam seus pais, por traição ao líder máximo desse mundo imaginário, o Grande Irmão. Todo amor deveria ser dirigido a essa figura, cuja sua imagem estava estampada por toda Oceania, para ser adorada e jamais esquecida.

Os ministérios eram os encarregados pela administração da Oceania. O Ministério da Verdade responsável pelas notícias e entretenimento; o Ministério da Paz, responsável pelas guerras; o Ministério do Amor, destinado a manter a lei e a ordem e por fim, o Ministério da Pujança, que deveria cuidar das questões econômicas [ORWELL, 2019, p. 46]. O duplipensamento, estava tão penetrado na sociedade oceânica, que para Thomas Pynchon, há sua presença até mesmo nos nomes e nas atividades dos ministérios:

“O duplipensamento também está por trás dos nomes dos superministérios que regem as coisas na Oceânia – o Ministério da Paz promove a guerra, o Ministério da Verdade conta mentiras, o Ministério do Amor tortura e chega a matar aqueles que considera ameaça.” [PYNCHON, 2019, p. 442].

Esse contraste entre nomes e ações, não é de caráter exclusivo de 1984, “[...] lembre-se dos Estados Unidos dos dias de hoje poucos veem problemas num aparato de guerra chamado ‘Departamento de Defesa’ [...]” [PYNCHON, 2019, p. 442].

Winston Smith, personagem principal e herói da trama, trabalha no Ministério da Verdade, e é o encarregado de reescrever notícias de acordo com os interesses do Partido. Caso o conflito mude, e a Oceania ganhe um novo aliado, é necessário alterar e apagar toda a memória ali existente e construir uma nova, reescrevendo livros e notícias. Pynchon também explica que esse método existe fora de 1984:

“Todos os dias a opinião pública é alvo da história reescrita, da amnésia oficial e da mentira deslavada, chamadas benevolente de ‘spin’, como se isso não fosse algo mais perigoso que uma volta no carrossel. Sabemos mais do que nos dizem, mas torcemos para estarmos enganados. Acreditamos e duvidamos ao mesmo tempo; parece ser uma condição do pensamento político no superestado moderno que se tenha duas opiniões sobre muitas questões” [PYNCHON, 2019, p. 442-443].

Ensino
A discussão pode ser trabalhada dentro da sala de aula. Como será citado posteriormente, 1984 não tem o propósito de explorar todos os aspectos de uma sociedade autoritária. Porém, é possível conciliar a literatura de Orwell com o ensino de História, para o debate de regimes como o Nazismo, o Stalinismo, e qualquer outra tentativa política de Estado que propagam discursos autoritários, contra a liberdade e valores humanos, uma vez que 1984, expressa o clima de vivenciar o autoritarismo.

Fazer um paralelo entre 1984 e a atualidade, é uma abordagem interessante para o ensino também. Problematizar ao lado dos alunos, quem são os proletas, e se realmente Orwell estava certo em seu posicionamento, de que a mudança só partiria por meio dos proletas, é uma grande reflexão no ensino. A manipulação da mídia, também se faz presente, e enfatizar a História, como uma ciência que produz um conhecimento científico, que constantemente é perseguida por tipos de governos com tendências autoritárias, é uma medida urgente. Assim, influenciando na defesa da ciência, das artes e da liberdade humana.

Temas como os já propostos, se faz necessário, para o desenvolvimento de uma consciência histórica por parte dos alunos. A interdisciplinaridade é uma alternativa de novas abordagens e maior compreensão de fatos históricos. A literatura também retrata como homens e mulheres enxergavam e se posicionavam diante problemas sociais e políticos de sua época. Isso também é História, e vai além do livro didático, o que comprova que o ensino de História, não pode estar voltado apenas ao estudo de personagens históricas. A História foi observada por novos sujeitos através de suas narrativas literárias, por exemplo. E hoje pode ser contada por novos sujeitos, antes silenciados. Logo, abordaremos de modo mais profundo as temáticas de 1984 para o ensino de História.

Sociedade Oceânica
Vejamos como o herói é apresentado ao leitor. Winston Smith é um dos moradores das Mansões Victory, localizada na antiga Londres e agrupada pela Oceania. Esse local é inteiramente vigiado por teletelas, uma espécie de televisão que além de cumprir sua função usual, é capaz de capturar sons e imagens ao redor de si, estes em constante vigilância por membros do núcleo do Partido:

“A divisão do mundo em três grandes superestados foi um evento que já podia ser previsto – e o que foi de fato – antes de meados do século XX. Com a absorção da Europa pela Rússia e do Império Britânico pelos Estados Unidos, formaram-se duas das três potências hoje existentes: a Eurásia e a Oceânia. A terceira delas, a Lestásia, só emergiu como unidade distinta depois de mais uma década de conflitos armados.” [ORWELL, 2019, p. 236-237].

As três potências estão em guerra contínua pela obtenção de terras que embora habitadas, sofrem da ausência de um patrulhamento militar. Nenhuma das potências desejavam o fim da guerra [MANN, 2019, p. 388]. Isso porque faz com que a população se lembre que está em guerra, e projete uma sensação constante de medo. Não apenas o medo, como também de ódio “existe até a suspeita de o governo da Oceânia às vezes lança alguns foguetes sobre Londres, para lembrar a população de que há guerra e mantê-la no medo e no ódio" [MANN, 2019, p. 388]. A guerra tornou-se naturalizada como um dos grandes lemas do Partido, “Guerra é paz", por grande parte da população, não sendo muito diferente de atualmente, como bem enfatizou Raymond Williams:

“Como crítica a um estado perpétuo e normalizado de guerra, seus detalhes podem ser equivocados, mas o sentimento é correto. ‘Somos o movimento da paz’, disse um ministro do governo britânico pouco tempo atrás, apoiando a próxima fase de rearmamento.” [WILLIAMS, 2019, p. 426].

Os Proletas
Outro ponto cabíveis para o ensino, são os proletas, nome dado para os operários, uma das classes sociais da Oceania, apresentavam vantagens em relação aos membros do partido externo: a liberdade concedida era maior, não recebiam visitas rotineiras da polícia, e a teletela não vigiava seus passos ou  ditava comandos intermináveis. Mas para a crítica, Orwell errou ao descrever os proletas, pois:

“É de se presumir que Orwell justificaria esse tratamento dizendo que o Estado não precisa mais temer os operários, uma vez que se tornaram tão desmoralizados como indivíduos e tão impotentes como classe. Seria arriscado negar que essa situação possa surgir no futuro, e de todo modo, Orwell força deliberadamente as coisas a extremos dramáticos; mas caberia também notar que ainda não aconteceu nada semelhante a isso, e nem os nazistas nem os stalinistas jamais afrouxaram em qualquer grau significativo o controle ou a vigilância sobre os trabalhadores ” [HOWE, 2019, p. 407].

Irving Howe, ainda menciona que Orwell rompeu com a realidade existente e o mundo projetado pela sua imaginação. Vale ressaltar que em um estado totalitário, não se pode ter regalias, permissões especiais, tão pouco conceder maior liberdade e menor vigilância para uma das classes. Chega a ser contraditório conceder maior liberdade justamente para a classe que poderia mudar a situação, e desintegrar o estado autoritário [HOWE, 2019, p. 408].

Raymond Williams afirma que George Orwell errou grandemente tanto na  previsão da morte do capitalismo como na realidade dos proletas. O capitalismo, simplesmente porque não estaria condenado, Instituições financeiras, impulsionou a economia na época, ajudando em sua recuperação. Já com os proletas:

“Orwell errou muito em sua previsão, [...] Pois a característica central da nova oligarquia capitalista é que ela não deixou ‘oitenta e cinco por cento da população’ entregue a si mesma. Pelo contrário, tem sido sucesso em organizá-los como mercado, chamando-os não mais de ‘proletas’ e sim de ‘consumidores’ [os dois temas são degradantes].” [WILLIAMS, 2019, p. 431-432].

Raymond Williams [2019, p. 432] ainda complementa ao categorizar que aquilo que caberia ao Partido da Oceania, como a produção de pornografia, livros feitos por máquinas, no capitalismo tal papel seria assumido pelas mídias, como o jornal. Mas o modo de controle das massas mudou. Estabelece então, uma relação entre assalariados e financiamento de crédito, e mesmo durante a depressão “seu controle social e político, como a própria essência de qualquer ordem social, não sofreu qualquer abalo de início.” [WILLIAMS, 2019, p. 432].

Na sociedade da Oceania não deveria existir classes. Mas a estrutura de classe continua ali presente entre: Núcleo do Partido, Partido externo e os já mencionados proletas. Vale lembrar que o personagem principal é um membro do Partido Externo, a perspectiva dos proletas é ignorada, assim como são deixados de lado pelo regime. [PYNCHON, 2019, p. 447].

Desejo Sexual
Embora, essa questão não seja sempre cabível no ensino, é muito debatida por críticos e não menos importante. Na sociedade de Winston Smith, ainda existia o desejo sexual, embora não como nos é apresentado, ou seja, sua maioria foi relativamente reprimida. O ato sexual era exclusivamente ligado a procriação, e não ao prazer. Para Irving Howe [2019, p. 405-406] o pensamento de Orwell é concordante a tendência da vida moderna que “O Estado totalitário é intrinsecamente inimigo da liberdade erótica”. Howe ainda questiona se seria possível excluir momentaneamente o prazer sexual “De minha parte, eu pensaria que, numa sociedade tão permeada de tédio e monotonia como é a Oceania, haveria um desejo premente por aventuras eróticas, sem falar de experiências de perversão.” [HOWE, 2019, p. 406].

Embora Home sabe que a sociedade usa mecanismos para diminuir os prazeres sexuais, o crítico não acredita na possibilidade de romper com o prazer sexual, não totalmente, assim, enxerga em Winston e Júlia a prova de tal reflexão:

“Qual é a fonte da rebelião dos dois, senão a resistência ‘inata’ do corpo e da mente de ambos às pressões destrutivas da Oceânia? Está claro que não mais inteligentes nem mais sensíveis – e certamente não mais heroicos – do que inúmeros membros do Partido Externo. E se suas necessidades, como seres humanos, levam essas duas pessoas tão comuns à rebelião, não poderá acontecer o mesmo com as outras”. [HOWE, 2019, p. 407].

A história da personagem Júlia, demonstra o fracasso de opressão do prazer sexual. Júlia era uma jovem exemplar para o Partido, não apenas cumprindo com as normas estabelecidas pelo Grande Irmão, como contribuindo com inúmeras atividades, o maior exemplo é sua participação na liga juvenil antissexo. O disfarce comportamental de Júlia, só exemplifica os meios pelo qual encontrou para não excluir seus desejos. Júlia, não tem a função de marcar um novo marco dentro do livro, como a descoberta do prazer, apenas de demostrar como seria inválida a tentativa de excluir o prazer:

“O fato de que o desejo sexual, tomado em seus próprios termos, é intrinsecamente subversivo é perseguido no romance por meio de Júlia, com sua abordagem alegremente lasciva da vida. Se 1984 fosse realmente apenas um ensaio político disfarçado de romance, muito provavelmente Júlia seria obrigada a simbolizar algo – o princípio do prazer, o senso comum de classe média, ou coisa assim. Mas como este é antes de tudo um romance, sua personagem não está necessariamente sob o controle de Orwell”. [PYNCHON, 2019, p. 450-451].

Previsão X Alerta
1984, ganha grande repercussão e comparações, não muito diferente de outra obra clássica de Orwell, a fábula “Revolução dos bichos”. Segundo Thomas Pynchon:

“[...] esse romance foi vítima do sucesso de A revolução dos bichos, lido por muitas pessoas como uma franca alegoria do destino melancólico da Revolução Russa. Desde o minuto em que o bigode do Grande Irmão surge no segundo parágrafo de 1984, muitos leitores, lembrando imediatamente de Stálin, mantiveram o hábito de tecer analogias ponto a ponto, como haviam feito na obra anterior.” [PYNCHON, 2019, p. 438].

Na concepção de Pynchon, a figura do Grande irmão e de Emmanuel Goldstein, que muito provavelmente representavam Stálin e Trótski, não imprimiu “de maneira tão elegante” personagens como os porcos Napoleão e Bola de Neve, mas isso não impediu a venda e utilização do livro como propaganda anticomunista. Já que “o romance foi publicado no auge da era McCarthy, quando o ‘comunismo’ era oficialmente condenado como uma ameaça mundial, monolítica, e não havia motivo até mesmo para distinguir Stálin de Trótski" [PYNCHON, 2019, p. 438].

Orwell, não enxergava seu romance como uma propaganda anticomunista, e não estava entre seus objetivos que assim fosse:

“Orwell, que definhava rapidamente, interveio com uma declaração explicando que o romance não era um ataque a qualquer governo em particular, mas uma sátira das tendências totalitárias na sociedade ocidental e dos intelectuais: ‘A moral a se extrair desse pesadelo perigoso é simples: Não deixe que aconteça. Depende de você’. Mas toda obra de arte escapa ao controle do artista – quanto mais conhecida e complexa, maiores os mal-entendimentos.” [PACKER, 2019, p. 527].

Packer, realmente soube enfatizar muito bem, quando disse que o artista perde o controle de sua obra de arte, com a escrita não é diferente, depois da publicação da obra, o autor não tem mais controle de sua dimensão, e está sujeito a receber interpretações diferentes daquelas originalmente propostas pelo autor. 1984, sofreu claramente com isso, e certamente o que mais incomodou Orwell, foi a rejeição da obra como uma tentativa de expor uma sociedade autoritária, da qual não desejava para o futuro.

Além disso, a visão do livro como previsão ganhou grande parte da preocupação das pessoas. Contar erros e acertos de 1984, e condená-lo ao fracasso, ao perceber que o ano do título não foi aquilo que Orwell propôs, não é o que interessa na literatura em questão. Cabe destacar, que o título da obra, 1984, é uma analogia ao ano em que ela escrita, 1948. O exercício de enxergar o seu estado de alerta para a sociedade contribuirá em maior reflexão sobre a obra:

“Orwell está alertando contra um sistema totalitário moderno, desenvolvido mesmo além de Stálin ou Hitler. Mas há uma maneira totalitária de alertar contra o totalitarismo, excluindo precisamente aquelas análises históricas diferenciadoras, aquelas distinções políticas verídicas, aquelas crenças e aspirações autênticas e não meramente presumidas, que constituem uma proteção muito melhor contra ele do que a projeção irracional inspirando terror e ódio” [WILLIAMS, 2019, p. 434].

1984 enquanto romance, não conseguiria explorar todas as vertentes de uma sociedade autoritária, mas transmite a mesma sensação de viver em uma, e essa sensação acompanhará o leitor desde as primeiras páginas de vigilância e falta de liberdade, até atingir o ápice na etapa sombria e de terror do livro. Para Irving Howe:

“Nenhum outro livro conseguiu expor de maneira tão completa a característica essencial do totalitarismo. O escopo de 1984 é ilimitado: não pretende investigar a gênese do Estado totalitário, nem suas leis econômicas, nem suas perspectivas de sobrevivência; ele simplesmente evoca o ‘tom’ da vida numa sociedade totalitária. E, como não se trata de um romance realista, pode tratar a Oceania com um exemplo extremo, que talvez nunca venha a existir, mas que ilumina a natureza de sociedades que existem” [HOWE, 2019, p. 399-400].

Considerações Finais
1984 sobreviveu em diversas gerações, ao analisar o estado de alerta que Orwell nos proporciona. O totalitarismo presente no romance é diferente dos desastres já vividos, é uma experiência de “totalitarismo após seu trunfo final. A sociedade da Oceânia poderia, a rigor, ser chamada de pós-totalitária" [HOWE, 2019, p. 411].  É contra esse possível “pós totalitarismo”, ou “triunfo final do totalitarismo”, que Orwell nos alerta.

Nenhuma forma de totalitarismo deve ser aceita ou vista como tolerável, Orwell deixa explícito o desastroso caminho da sociedade da Oceânia. Isso não o transforma em uma figura anticomunista, nem seu romance deveria receber essa atribuição:

“O alerta de que o mundo poderia tomar aquele rumo se tornou, no próprio caráter absoluto da ficção, uma submissão imaginativa à sua inevitabilidade. E, portanto, insistir nessa questão é mostrar pouco respeito por aqueles inúmeros homens e mulheres, inclusive o próprio Orwell, que lutaram e lutam contra as tendências destrutivas e ignorantes que ainda são tão poderosas, e que mantiveram forças para imaginar e trabalhar pela paz, pela liberdade e pela dignidade humana" [WILLIAMS, 2019, p. 434-435].

Neste mesmo sentido, torna-se evidente que nem o início, tampouco o triunfo final de uma sociedade totalitária, é de alguma forma benéfica para a sociedade, sendo a leitura do livro um ponto de reflexão para possíveis admiradores do tipo de regime. Compreender a leitura como uma alerta para todos, e ser levada para o ensino de História, pode até mesmo ser uma forma de agradecimento por realmente até então, não ter cumprido o papel de previsão. Enquanto material de ensino de História, 1984 pode ser abordado em disciplinas que trabalham com o Contemporâneo didático, mais especificamente ao período da Guerra Fria, como também com disciplinas interdisciplinares, no qual o campo da História dialoga, como mídias, literaturas, entre outros. Sem deixar de lado, que enquanto literatura, 1984 apresenta-se para o leitor como um conteúdo denso e ao mesmo tempo e atrativo de ser desvendado.

Referências
Marcos Leite Junior, acadêmico de graduação da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul [UFMS] campus de Nova Andradina. É integrante do projeto de pesquisa “Teorias da História no século XX: os historiadores e os desafios da escrita da história”, sob a orientação do Prof. Fábio da Silva Sousa [UFMS/CPNA].

HOWE, Irving. 1984: A História como pesadelo. In.: ORWELL, George. 1984. 1ª ed. São Paulo: Companhia das letras, 2019, p. 394-412.
MANN, Golo. 1984. In.: ORWELL, George. 1984. 1ª ed. São Paulo: Companhia das letras, 2019, p. 386-392.
ORWELL, George. 1984. 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
PACKER, George. O duplipensamento é mais forte do que Orwell imaginava: o que 1984 significa atualmente. In.: ORWELL, George. 1984. 1ª ed. São Paulo: Companhia das letras, 2019, p. 524-532.
PYNCHON, Thomas. Rumo a 1984. In.: ORWELL, George. 1984. 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2019, p. 436-454.
WILLIAMS, Raymond. Mil novecentos e oitenta e quatro em 1984: como o romance nos ajuda a entender o ano?. In.: ORWELL, George. 1984. 1ª ed. São Paulo: Companhia das letras, 2019, p. 414-435.


20 comentários:

  1. Relacionando a memória e a experiência brasileira com a ditadura com o ministério da verdade, pode se considerar o estudo e a memória como imprescindíveis para esse alerta?
    Mathilda Souza Martins.

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    1. Marcos Leite Junior19 de maio de 2020 às 12:34

      Olá, Mathilda.
      Sim, o estudo de uma fonte tão sensível como foi a ditadura, estabelece exatamente essa relação de conscientização, de alerta,e de compromisso com a verdade, sendo a educação e a memória uma ferramenta essencial para que isso seja efetivado. Hoje, na atual conjuntura política, o discurso desenvolvido em relação a ditadura é banalizado e desconsiderado. Pensando nisso, vê-se que parte dos veículos de informação e produção do conhecimento está sobre o controle de quem detém o poder, sendo constantemente manipulado de acordo com os interesses de um grupo, por exemplo os livros didáticos. A memória além de ser esquecida pode ser alterada por nossas emoções. Em 1984, ao destruir notícias, livros e fotos, estava também condenando a memória de um povo que passaria então a ser outra, de acordo com os interesses do estado, logo a nova memória seria também a nova verdade. No mesmo sentido, a memória também pode ser manipulada por um grupo que tem interesses determinados (uma distorção dos fatos), e assim cria-se uma nova verdade sobre a ditadura. Portanto, o modo que o país lida com experiências ditatoriais vai sim corresponder no coletivo. A educação e a memória são imprescindíveis para a alerta, mas penso que não de um modo romantizado, visto que ambas podem ser manipuladas.

      Marcos Leite Junior.

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  2. Ao pensar em sociedade autoritária, logo vem a mente uma sociedade vigilante ou a ideia de panóptico amplamente utilizada por Foucault. O papel da obra não era de previsão do futuro, como você disse, mas qual relação seria possível fazer entre "1984" com o atual momento, relacionando, por exemplo, ao amplo acesso dos governos aos dados pessoais da população?

    Emili Sabrina Ribeiro Silva

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    1. Marcos Leite Junior19 de maio de 2020 às 14:10

      Olá Emili.
      Sim, é um caso onde a arte que parecia tão distante ou irreal, aproxima-se e encosta no nosso presente. Assim como "Ensaio sobre a cegueira" de José Saramago ganha um novo significado e se aproxima do presente por conta da pandemia, 1984 aproxima-se da atual conjuntura, quando por exemplo em um discurso procura-se criar uma nova verdade, e banalizar experiências terríveis como a ditatura. Além disso, 1984 aproxima-se de 2020, e na verdade anos anteriores, na eleição presidencial dos Estados Unidos no ano de 2016 entre Donald Trump e Hillary Clinton. Foi possível enxergar um grande numero de fake News circulando no país. No Brasil, não foi, e não é diferente, um grande número de notícias falsas, atinge um enorme público. Além disso, quando renegamos a ditadura, e renegamos pequenos ou grande sinais, ações ou discursos fascistas por parte do atual governo, estamos nos esquecendo, e destruindo a memória de pessoas que foram mortas em um regime opressor ou e que lutaram e lutam pela liberdade e dignidade humana, coloco neste ultimo Orwell como integrante. Os indivíduos da sociedade de Orwell após serem presos por algum crime (segundo o núcleo do partido), e submetidos a uma série de castigos, desapareciam, e nunca mais eram citados, sendo esquecidos. Isso causa espanto ao leitor, mas será que estamos fazendo diferente?
      Apagamos constantemente o nome dessas pessoas da nossa memória, toda vez que não se pensa em nossa conjuntura de um modo crítico o suficiente para não aceitar qualquer tipo de repressão o menor que seja.
      1984, deve ser visto no presente como uma alerta, e mesmo que não se pense em Orwell como um previsor, até mesmo porque não era esse seu papel, ver na história do presente uma possível sociedade vulnerável para a inserção de diversos pontos retratados no livro, considerando alguns já citados, e o citado por ti, como efetivados hoje, principalmente quando se analisa a sociedade brasileira, se percebe como 1984 continua sendo atual. Isso porque, se é uma alerta, então pode acontecer, e enxergar a literatura de 1984 como possível, atual, e de um forte caráter de alerta, é melhor do que incluir o livro no final da estante, depois de ter sido lido uma única vez, o considerando de um terror extremo, impossível de acontecer.
      Em síntese, quando se procura privar o indivíduo de sua liberdade, a manipulação das mídias, fake News, o discurso de ódio (no livro, dois minutos de ódio), a concentração do poder nas mãos de um pequeno grupo (no livro, o núcleo do partido), a tentativa de retirar ideias políticas, artísticas e culturais do povo, e a perseguição de livros e autores, cito aqui Paulo Freire, são alguns dos exemplo de 1984 com o Brasil atual.

      Marcos Leite Junior

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  3. Bom dia, Marcos. Muito bom o seu texto, me fez lembrar que já tinha lido essa obra obra a um tempo atrás.
    Enfim, sabemos que a literatura promove uma narrativa ficcional que podemos atrelar a sociedade ficcional(a realidade) e assim, pensarmos esta fonte como ferramenta para a sala de aula. Pensando nisso, alguma sugestão de metodologia para trabalhar com 1984 na sala de aula, considerando temáticas historiográficas, ou temáticas atuais?)

    Jacqueline Ferreira Dias

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    1. Marcos Leite Junior19 de maio de 2020 às 20:03

      Olá Jacqueline. Muito obrigado.
      Se a turma é mais agitada, ou mais interativa, talvez fosse interessante a confecção de jornais ou notícias soltas com temas recentes, entre as notícias deve conter informações fake. A sala pode ser dividida entre grupos, e assim fica atribuído a função de descobrir em fontes seguras a veracidade das notícias. Por conta do tempo, a confecção é opcional, pode ficar por responsabilidade do professor. A ideia da atividade é exatamente reforçar a importância de verificar as fontes, visando o número de fake News diariamente encontradas, e como isso afeta a vida das pessoas, além de estar diretamente ligada a atualidade, é um tema de discussão na história. atividades manuais podem ser interessantes, bem como artística, muitas escolas realizam peças de teatro, e fica a sugestão.
      Alguns temas do livro chamam mais a atenção do publico no geral, e é rapidamente ligado a ditadura, as fake News como já mencionado, e qualquer outro tema que está em "alta" no momento e isso pode ser usado por ti na hora da atividade. Por exemplo, regimes totalitários, pode ficar a indicação da leitura. Se é do interesse realizar indagações que serão recentes daqui a pouco, como a banalização da ditadura, o livro é muito bem recomendado.
      Para trabalhar a ideia de esquecimento, memória, manipulação das informações e como isso vai alterar a história e a memória do povo, 1984 pode ajudar. Isso também ocorre atualmente, a historiografia é alterada, e isso é ótimo, porém a história, a arte pode ser usada para o "mal", já que ela pode ser controlada por quem detém o poder. A relação com os livros em 1984, e a sua constante alteração é um outro ótimo exemplo, e se pode comparar com os livros didáticos, e deixar evidente aos alunos a quantidade de páginas para um momento da história, e a ausência de certos conteúdos. Diálogos com filmes e documentários são possíveis. E procurar características de 1984 com o programa de televisão Big Brother (grande irmão) pode aguçar a curiosidade dos alunos.
      Fica em aberto para novas sugestões, que serão bem acolhidas.

      Marcos leite Junior

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  4. Considerando que a obra 1984 de George Orwell é um romance ficcional distópico, podemos afirmar que o autor "prevê" muitas coisas no ocidente e no oriente (China especificamente) décadas depois do lançamento do livro em 1949. Além do paralelo com a Guerra Fria, seria possível fazer analogias com eventos globais recentes ou grandes acontecimentos midiáticos como a campanha de Donald Trump de 2016 que usou dados de 50 milhões de usuários do Facebook e na China de 2020 que existem 200 milhões de câmeras de vigilância, muitas delas com uma técnica muito eficiente de reconhecimento facial, captam até mesmo as pintas no rosto, respectivamente?

    Flavio de Souza

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    1. Olá Flavio.
      1984 acabou realmente por "prever" muitas situações como bem destacou. E isso é possível porque quando a literatura de Orwell recebe esse papel de alerta por parte dos pesquisadores, estamos cientes que tais pontos da obra de Orwell são sim possíveis, e alguns já sendo concretizados, mas não em sua totalidade, por isso prefiro a ideia de alerta (que pode ou não acontecer). Até mesmo porque Orwell cita pontos facilmente encontrados em diversas sociedades. Especificamente na China não conheço o caso, mas na campanha presidencial de Donald Trump é um excelente exemplo de como a informação é usada para manipulação e se tornando uma verdade. A ideia de um presidente que deseja que a policia trabalhe para ele, ou que deseja ser aclamado pelo povo, sendo a figura central dos acontecimentos, e nomeado como um mito, bem como a banalização da experiência traumática que foi a ditadura, são outros bons exemplos. Se o acontecimento possui características que vão contra a liberdade e dignidade humana, manipulação de noticias e memórias (como a ditadura), controle das vida do grupo que ali vive, pode sim ser comparado, embora em alguns casos com certa cautela, ao livro 1984. Por exemplo, não se iguala com o caso da China citado por ti, mas estamos cercados de câmeras, não só isso, estamos cercados de câmeras, policiais armados, seguranças, e monitoramento de dados da internet, até que ponto isso é segurança e proteção? segurança para quem? quem são os protegidos da nossa sociedade? e onde inicia uma sociedade vigilante? que tem acesso aos nossos dados da internet, e a nossa imagem. Além da reflexão, deixo aqui o exemplo proprosto pela Emili em uma de suas perguntas, onde ela menciona o amplo acesso do governo aos dados pessoais da população, é recente e uma reflexão a todxs.

      Marcos Leite Junior

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  5. Boa noite Marcos, parabéns pelo texto coeso e bem fundamentado.
    Minha questão está relacionada ao anticomunismo, como você bem menciona Orwell declara não ter escrito 1984 com esse propósito apesar dos usos da obra nesse sentido principalmente pelo Macartismo na América, contudo existem relatos que o mesmo tenha delatado 38 intelectuais comunistas em 1949, época de intensas disputas no então recente pós guerra, e início da guerra Frias, já no fim da vida do autor e um ano após lançar 1984. https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2606200313.htm Gostaria de saber até que ponto tal informação tem fundamento de acordo com suas pesquisas.
    Alaéverton Maicon de Andrade

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    1. Olá Alaéverton. Muito obrigado, e obrigado também por suas indagações.
      O que ocorreu foi uma interpretação errônea. George Orwell fez uma lista com o nome de pessoas que ele considerava comunista para que não fossem convidadas pelo governo britânico para realizar propaganda antissoviética, após isso passou para uma amiga. Orwell não delatou, pois não foi realizada com o intuito de prejudicar tais intelectuais. A lista serviu com um propósito simples: se deseja convidar alguém para falar contra o comunismo, não convide um comunista. No contexto da época a existência da lista era muito explicável, visto que o mundo era dividido entre dois poderes, do qual era necessário escolher um lado.
      Para saber mais:
      https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2806200323.htm?fbclid=IwAR3Z0jIT0-DNrPi7_BQ_E4Q6tQmGfyns28FH7g4dLs5xWpSsTHaFI7pUbzk

      Marcos Leite Junior

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  6. Boa noite, Marcos.
    Parabéns pelo texto. Percebemos que são diversos os temas trabalhados em 1984 e que ressoam na vida social contemporânea.
    A respeito da mídia, a obra demonstra a possibilidade de manipulação e a vigilância extrema do indivíduo. Como ao trabalhar com 1984 podemos abordar os limites entre o controle da veracidade e a vigilância?
    Giovana dos Passos Colling

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    1. Olá Giovana, muito obrigado!
      Eu penso que um dos maiores ensinamentos que o livro aborda é uma sociedade que não pensa mais na veracidade. O que é a verdade e a memória? no livro ambas são manipuladas e construídas de acordo com os interesses do partido, isso nos faz pensar que ao tratar dessa temática, podemos comparar com o controle das mídias, da educação, de como a informação chegará até nós de um modo distorcido. Isso porque em muitos casos a produção do conhecimento, os veículos midiáticos, estão nas mãos de quem detém certo poder politico e econômico. Somos manipulados, e controlados o tempo inteiro, por todos os lados, e muitos autores como Orwell nos demonstra isso, muitíssimo bem. No cotidiano combatemos isso defendendo a universidade publica e a pesquisa, ou ainda incentivando nossos alunos ( para quem é professor/a) o uso de fontes seguras. O ensino, e a conscientização tem um forte papel de atuação em casos como este, não solucionando totalmente, mas contribuindo para uma nova formação. O limite da veracidade acaba quando se usa como justificativa a proteção de indivíduos, para a manipulação dessas massas.
      Em relação a vigilância, não estamos tão distantes da sociedade de Orwell, pois estamos cercados de câmeras, policiais armados, seguranças, controle de dados... e o primeiro passo é pensar que estamos em uma sociedade vigiada, e até que ponto estamos protegidos? visto que em muitos casos, dados pessoais são vazados na internet com certa facilidade. Somos alvos de bala perdida, ou melhor quem em nossa sociedade é alvo de bala perdida?
      Penso que somos mais monitorados do que protegidos. Como assim o celular pode ativar a câmera ou o microfone sozinho? muitos modelos não são modelos de segurança, e sim de monitoramento.

      Marcos Leite Junior

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    2. Ou ainda, modelos que são usados para o entretenimento como o celular, que deveria ser protegido, ultrapassa os limites de segurança e proteção para a vigilância e manipulação. Um exemplo é quando alguém tem expostos dados pessoais ou ainda quando um governo tem acesso aos dados pessoais de grande parcela da população, sem apresentar a menor justificativa cabível.

      Marcos leite Junior

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  7. Bom dia Marcos. George Orwell, ao abordar o tema sobre sociedade totalitária e seus impactos na humanidade em 1984, não conseguiu explorar todas as vertentes de uma sociedade autoritária, mas transmitiu a mesma sensação de viver em uma, como citado acima. Do seu ponto de vista, como as pessoas enxergam 1984 no contexto hoje e a banalização da ditadura?
    Maria Eduarda Miranda Barbosa

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    1. Boa tarde Maria.
      Penso que 1984 é um livro muito lido, e na realidade diante de um grande acontecimento ele retorna fervorosamente a ser lido pela população, sem dúvidas diante da atual conjuntura, conquistará novos leitores e novas comparações com a atualidade. Aqui no ocidente o livro foi usado como uma propaganda anticomunista. Hoje, o livro por um lado é considerado de terror ao extremo para acontecer, e por outro lado se brinca de comparar o que Orwell teria acertado como "previsão dos fatos". Como prefiro a ideia de alerta dos fatos, há também aqueles que enxergam na literatura de Orwell pontos que já aconteceram ou possíveis de acontecer, saindo assim da ficção. Exemplos: a manipulação dos veículos midiáticos, produção de fake News, vigilância, entre outros.
      A banalização da ditadura, é o reflexo de um governo com no mínimo tendências fascistas (se é possível ainda chamar de apenas tendências). Se muda o discurso, a fala, cria-se uma nova memória, logo uma nova verdade, ou seja, a partir do momento que cria-se um discurso sobre a ditadura como algo "de pouco caso", a memória e a verdade daquele coletivo é alterada.

      Marcos Leite Junior

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  8. A obra de Orwell continua por ser extremamente atual no que diz respeito aos rumos que nossa sociedade contemporânea segue, expondo como bem trabalhado no texto acima o cotidiano dos sujeitos inseridos em uma realidade totalitária onde o Estado está sempre monitorando e reescrevendo a história, se utilizando do duplipensamento como instrumento de controle e produtor de sentidos. Assim, levando em consideração a distopia de Orwell e todos os instrumentos manejados pelo Estado na manutenção do poder, como podemos proceder vinculando os fenômenos ocorridos na obra à crescente onda revisionista e muitas vezes negacionista dos processos históricos que visa deslegitimar o conhecimento consolidado em detrimento de desinformações e senso comum?
    Anderson de Paula Ribeiro Castro

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    1. Olá, Anderson. Obrigado.
      Penso que de modo geral devemos continuar produzindo conhecimento científico, e levar as nossas produções científicas para além das portas da universidade. Porque essas informações sem fundo científico chegam até o público em maior quantidade do que nossas produções, que as vezes é discutida apenas entre nós mesmos. Esse simpósio é um exemplo, por ser online atinge um público bem maior, mas é evidente, há outros meios possíveis. Neste mesmo sentido, nas aulas de história (não se limita a história), ensinamos nossos alunos a conferir a fonte de pesquisa, isso cria uma consciência de que nem todas as fontes são confiáveis, e nem toda história ali encontrada cumpre as competências necessárias de uma produção acadêmica.
      Tais versões que visa deslegitimar o conhecimento, como bem destacou vão continuar a existir, nosso papel quanto pesquisadores é produzir um conhecimento científico e também refutar fortemente ideias como as já mencionadas, em parceria com outras áreas do conhecimento que cumprem igualmente esse papel da veracidade e produção científica. Fica em aberto para novas sugestões.

      Marcos Leite Junior

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  9. PARABÉNS ESTÁ INCRÍVEL, gostaria de saber o pq vc escolheu esse tema para divulgar.

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    1. Olá Luciara. Muito obrigado.
      Primeiramente gosto muito da literatura de Orwell, e é do meu interesse realizar pesquisas na área de literatura e história, já que acho muito interessante, e uma abordagem da qual vem as minhas inquietações na história.
      Diante da atual conjuntura, e da aproximação que o livro tem com presente, o coloco como uma leitura necessária e urgente. Mas também sou integrante do projeto de pesquisa "teorias da história no século XX: os historiadores e os desafios da escrita da História", e neste projeto trabalho com este autor e com seu livro, 1984. Para finalizar, sob orientação do professor Dr. Fábio da Silva Sousa (UFMS/CPNA), do qual deixo meus agradecimentos.

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    2. Esqueci de assinar . Luciara vitória ramos da Silva

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