A IMPORTÂNCIA DO PIBID E DA RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE HISTÓRIA
A universidade
pública, maior ofertante dos cursos de licenciatura no Brasil é estruturada em
três pilares: Ensino, pesquisa e extensão. Nesse sentido, o estudo pretende
compreender a importância de programas institucionais, particularmente o
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência [Pibid] e Residência
Pedagógica [RP] da área de História, para a formação docente comprometida com a
complexidade do aprender-aprender baseada no tripé acadêmico como indicadores
de qualificação e valorização do magistério na dimensão da Educação Superior e
Educação Básica.
A proposta, ao abordar
a qualificação de futuros professores-historiadores a partir da implementação
de programas institucionais federais, atendendo os aspectos dos pilares
acadêmicos supracitados, é tornar à formação docente em História e suas
experiências ao longo da graduação um objeto do conhecimento que permita
compreender as múltiplas experiências vivenciadas nas unidades de ensino, tanto
no âmbito da academia quanto nas escolas, como precursoras de licenciandos
comprometidos com o ensino-pesquisa.
Portanto, as
aprendizagens com foco em práxis pedagógicas proporcionadas no Pibid e no
Programa Residência Pedagógica, apontam para garantir uma educação pública de
qualidade partindo de uma perspectiva do ensino-pesquisa aplicada à metodologia
ativa, visando um ensino interdisciplinar, dialético, transdisciplinar e
multicultural, centrado no processo de aprendizagens significativas e
socialmente comprometida com o saber pedagógico ético, técnico e político.
Pibid
e RP: políticas públicas na Formação Docente
É possível entrever os
programas como parte da Política Nacional de Formação de Professores. Indicando
o caráter embrionário da aprendizagem docente na formação de educadores e
visando estabelecer ações equitativas aos cursos de licenciaturas com os
estágios supervisionados, o Ministério da Educação [MEC] lançou em 2017 o
Programa de Residência Pedagógica. Este tinha como viés de implantação o
encerramento do Pibid, todavia esta demanda foi infelicitada através da
luta/resistência de mobilização nacional pró-Pibid: “#FicaPibid”, ocasionando
sua permanência.
Isso implica pensar
uma análise de conjuntura Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior [Capes], uma vez que, após uma década de criação e desenvolvimento do
Pibid [2007/2017] como componente integrante da/na Formação Docente das
universidades federais, dez anos depois – em 2017, o referido programa se constituiu
uma base de estudos, demonstrando sua ênfase para o processo de formação e
capacitação continuada que permitiu visualizar a proposta do Programa de
Residência Pedagógica para equacionar o distanciamento entre a fase “inicial” e
final da formação docente promovida pelos cursos de licenciatura. Contudo, a
criação de um não sobrepôs ao outro e, ambos complementaram-se para formação
docente de qualidade.
Paniago et al [2018]
explicitou que apesar de o Pibid ter sido criado em 2007, seu enfoque inicial foi
apenas para as disciplinas das ciências exatas, entretanto a partir de 2009 foi
estendido à educação básica em suas diversas áreas contemplando todas as
ciências. [PANIAGO et al, 2018, p. 02].
Ambos os programas
dispostos sob responsabilidade da Capes, tiveram investidos recursos da União
na formação docente para garantia de aprimoramento e capacitação no ensino
brasileiro. Portanto, graduandos das licenciaturas nas instituições
contempladas pelo Pibid e pelo Residência Pedagógica e professores da rede de
ensino da Educação Básica e Infantil têm então, a possibilidade de serem
bolsistas atuando em um destes projetos voltado para as graduações em
licenciaturas após atenderem as prerrogativas de seleções internas e externas.
[FUNDAÇÃO CAPES, 2008; 2018].
Nesse sentido, levando
em consideração a importância destes programas para a universidade pública,
Severino [2009] afirma:
“Para dar conta desse
compromisso a universidade desenvolve atividades específicas, quais sejam, o
ensino, a pesquisa e a extensão. Atividades estas que devem ser efetivamente
articuladas entre si [...] é assim que a própria extensão universitária deve
ser entendida como processo que articula o ensino e a pesquisa, enquanto
interagem conjuntamente, criando um vínculo fecundante entre a universidade e a
sociedade, no sentido de levar a esta a contribuição do conhecimento para sua
transformação”. [SEVERINO, 2009, p. 23-24].
A partir do que
escreveu Severino [2009] pode-se compreender a universidade como ferramenta de
articulação para promoção da ciência produzida por ela e para um retorno à
sociedade que nela investe. Porquanto, vale aqui expor como os referidos
pilares dialogam entre si, uma vez que, o ensino é recebido na graduação
através de mestres e doutores especialistas, e a pesquisa é difundida nesses
espaços de ensino superior; a extensão é justamente a condução e direcionamento
dos conhecimentos para além das salas das instituições.
Partindo desse
pressuposto, no que concerne o desenvolvimento e manutenção destes programas, a
transformação da sociedade a partir da universidade é um resultado com garantia
efetiva. Estes influem e contribuem amplamente para a formação inicial e
continuada de professores.
Através dos cursos de
licenciatura, em especial o de História, alunos-bolsistas são dispostos em
escolas públicas de distintos contextos, diferentes clientelas e gestores. A
promoção desta interação resulta no rompimento de paradigmas estigmatizados ao
longo dos anos — efetivados no imaginário concebido de uma longitude exacerbada
entre o ensino básico e o superior. Isto não deveria ocorrer, pois a
universidade, forma futuros docentes para a educação básica.
Além do mais, essa
relação entre ensino básico e superior deve ser mútua e nutrida amplamente,
através do conjunto de trocas de sabências disponibilizada por uma rede de
interação disposta entre alunos, técnicos, professores e demais colaboradores
do universo público do ensino superior. A universidade pública não é um sistema
aristocrático, mas deve estar distante de uma significação de redoma
superiorizada e elitizada como detentora de saberes, pois há uma simbiose, onde
os então alunos, futuros professores, vão do ensino básico para formação no
ensino superior e, quando licenciados retornam para exercício da docência, ou
seja, as relações de dependência são equivalentes.
Ademais, além de os
programas como o Pibid e a Residência Pedagógica serem necessários para o
fortalecimento e alargamento dessas pontes entre essas instituições de ensino,
muitas vezes estreitadas, são também coniventes de experiências intensificadas
à prática docente. Convém destacar: as disciplinas pedagógicas e as de estágio
ocupam uma carga horária considerável durante a licenciatura, entretanto,
apesar de suma importância, encontram-se aquém da realidade a qual o professor
irá enfrentar em sala de aula. Há um lócus equivalente à distância entre teoria
e prática, todavia essa relação se fortalece a partir do Pibid e da Residência
Pedagógica, que remuneradores, são propiciadores de experiências, análises e estudos
através da prática e não mais apenas das teorias. Estes, por sua vez, são muito
mais precisos do que apenas ter participação em disciplinas com créditos
práticos, se comparados, são bem menores às horas experienciadas em tais
projetos.
Estes projetos são
amplos fomentadores das áreas de conhecimento desde às ciências exatas às
humanas. A disciplina de História pode ser levada aos espaços receptores dos
bolsistas atuantes sob eixos temáticos, dando-se ênfase a temas pouco
trabalhados [É plausível observar que no ensino brasileiro, houve tentativas,
não muito recentes, de inserir temas para além dos conteúdos efetivamente
escolares, a exemplo das determinações nos Planos Curriculares Nacionais
[PCN’s], estipulados desde os anos de 1997 e 1998].
Apesar da
regulamentação destes Planos, os temas transversais foram apenas determinados,
todavia, com o crescimento social e econômico, a demanda de discussões foram
ampliadas, sendo necessária a inserção de outros conteúdos e até mesmo a
obrigação por via legal dessas discussões relegadas — a exemplo das Leis
10.639/2003 que garante o ensino da história e cultura africana e
afro-brasileira e a 11.645/2008
garantindora do ensino da história e cultura indígena.
Nesse viés, com a
normatização e aprovação da BNCC em 2017, os temas foram ampliados no
currículo. E assim atuam os bolsistas, a partir das propostas transversais e
integradoras, interagindo com as novas demandas e novos debates, observando nas
escolas assuntos pouco enfatizados e, consequentemente ampliando-os nas
instituições onde passam a atuar. [BRASIL, 2017].
Portanto, estes
programas, como parte operacional das políticas públicas para educação,
viabilizam análise de conjuntura do sistema de educação brasileiro com
abordagem significativa aos processos de formação, mas, principalmente as
implicações da aprendizagem no campo do Ensino Escolar, a exemplo do Estado do
Acre, eixos temáticos são levados às instituições a partir do Currículo Único,
atendendo às diretrizes impostas pela Base Nacional Comum Curricular de 2017
[BNCC].
Modelo
organizacional dos programas
A distribuição das
bolsas no Pibid é constituída da seguinte forma: bolsista de iniciação à
docência: discente atuante nas escolas; professor supervisor: da rede pública
da educação básica que realiza o acompanhamento dos Iniciantes à Docência
[ID’s]; coordenador de área: dos núcleos onde está sendo desenvolvido o
subprojeto; e coordenador institucional: realiza a coordenação de todo o
projeto na Instituição Federal de Ensino Superior [Ifes]. [FUNDAÇÃO CAPES,
2008]
É importante destacar
que na Residência Pedagógica embora a distribuição organizacional seja a mesma
— são distintas as nomenclaturas, pois os bolsistas passam a ser denominados
residentes pedagógicos — o professor supervisor passa a ser o preceptor e, o
coordenador de área é o docente orientador, permanecendo apenas sem alteração
nominal o coordenador institucional. [FUNDAÇÃO CAPES, 2008; 2018].
Este modelo
organizacional propicia as condições necessárias para os graduandos estarem
preparados para atuarem nas escolas. A dinâmica nos subprojetos desenvolvidos
pela universidade, antes da distribuição dos bolsistas, é constituída de
formações teóricas dispostas entre aulas laboratoriais e oficinas, no sentido
de fortalecer as atividades nos locais onde atuarão.
Estes são passos
iniciais para o cumprimento dos objetivos dos programas, dentre os quais:
incentivar a formação docente no ensino superior; contribuir para a valorização
do magistério; elevar a qualidade da formação inicial de professores; inserir
os licenciandos no cotidiano das escolas; incentivar as escolas para serem
protagonistas na formação docente; contribuir para articulação entre teoria e
prática buscando promover adequação dos currículos à BNCC e inserção dos
acadêmicos na cultura escolar do magistério. [UFAC, 2020; 2020a].
Ademais, estes
objetivos posteriormente serão conduções para as ações nas unidades escolares,
interagindo para fugir assim do ensino tradicional, sobretudo, no Ensino de
História. Sobre o método tradicional a autora Circe Bittencourt [2011] aborda a
concepção deste ensino como sendo o repasse de informações por meio de práticas
mecanicistas, no qual há uma hierarquia de poderes/saberes, onde o aluno torna-se
agente passivo por técnicas como a oralidade, a memorização de datas, fatos e
personagens, e um ensino pautado apenas no uso da lousa e da escrita no
caderno. Todavia, mediante à concepção de um tradicional ensino, a sua validade
não deve ser em sua totalidade descartada, isto influi por intermédio de que
muito dos conteúdos e métodos são importantes e já foram testados, portanto não
se pode descartar e tampouco abolir experiências em nome do “novo”.
[BITTENCOURT, 2011, p. 226-230].
Nessa perspectiva,
vale ressaltar que estes programas, além de possibilitar tais desenvolvimentos
dinâmicos, auxiliam alunos tanto economicamente como através das próprias
experiências teóricas e práticas. As reuniões, leituras, conversações e trocas
de experiências são ferramentas utilizadas para o aumento dos aprendizados.
Ademais, coordenadores, supervisores e preceptores podem experienciar novas
vivências através dos novos contatos promovidos.
Assim, buscando
estabelecer ensino-aprendizagem qualitativo, os projetos são desenvoltos no
viés de um currículo multicultural, no qual devem estabelecer-se. Prado [2017]
escreveu acerca das teorias pós-críticas, as quais têm o intuito de fomentar um
multiculturalismo no currículo“...responsável pela formação do aluno em sua plenitude,
enfatiza a necessidade da tolerância e do respeito para que haja maior harmonia
entre as culturas que dividem o mesmo ambiente”. [PRADO et al, p. 17.502].
E para complementar a
formação docente, os programas do governo federal aparecem para fomentar e
acrescentar experiências para além da estrutura acadêmica reduzida em suas
salas de aula. Suas importâncias a nível educacional se equivalem à necessidade
de qualificação da mão de obra docente para alunos que almejam um bom currículo
e experiências somativas da prática pedagógica.
Nesse sentido, a
divisão de subgrupos para ida e atuação nas escolas propicia ainda a discussão
de assuntos poucos explorados. Os temas transversais são levados em proposta
juntamente com o professor supervisor/preceptor para serem desenvolvidos entre
bolsistas dos programas e alunos da escola. Essa transversalidade implica no
processo de inserção da interdisciplinaridade e da transdisciplinaridade no
ensino de história, buscando romper os ensinos estigmatizados em didáticas ultrapassadas
e mecanicistas do currículo prescrito, que de acordo com Sacristán [2000] é um
controle pedagógico promovedor de aspectos negativos, dentre eles: a falta de
entendimento das especificidades, a perda de autonomia docente, ilusão de uma
educação progressista rápida e barata, desvalorização do professorado e do
local de trabalho e o controle da qualidade do processo de ensino por meio de
inspeções educativas. [SACRISTÁN, 2000, p. 116-117].
A
transdisciplinaridade, por sua vez, possibilita a sistematização de saberes
não-fragmentados, podendo-se refletir consoante ao que escreveu o sociólogo
Edgar Morin [2011], advertindo sobre isso em sua obra “Os sete saberes
necessários à educação do futuro”, ao destacar as hiperespecializações
disciplinares como empecilho às compreensões do contexto, do global e do
complexo. Estas fragmentações são agentes influenciáveis propiciadoras de
separações, fatores preponderantes na divisão e subdivisão das áreas de
conhecimento, e que por sua vez não respeitam o multdimensional constituído nas
dimensões histórica, econômica, sociológica, religiosa e demais. [MORIN, 2011,
p. 35-37].
Estes programas não
estão longes do ensino transdisciplinar e interdisciplinar. O Pibid e o
Residência Pedagógica corroboram para experiências práticas e teóricas visando
o multidimensional em suas abordagens teórico-metodológicas. E mesmo o ensino
interdisciplinar sendo importante, caberá também aos bolsistas [futuros
docentes] validarem sua postura, analisando sua prática e quais aspectos reflete:
tradicionais ou orgânicos. Nesse viés, o incentivo no programa para produção de
aulas inovadoras propiciam a formação de docentes historiadores não muito
distantes do ensino tradicional, mas sim mais próximos de serem intelectuais
orgânicos. Quanto a isso, Silma Nunes [1996] assinalou:
“Os intelectuais
orgânicos fazem com que um grupo nasça, politicamente. Nesse caso, os
professores de História, assim como os demais professores, podem tornar-se
intelectuais orgânicos. Isto se tornará possível se eles, ao lidarem com os
conteúdos, com a escola, com a relação professor-aluno, trabalharem numa
perspectiva dialética. Nesta perspectiva, as contradições sociais e culturais
serão evidenciadas e não camufladas como na escola de tendência liberal
burguesa”. [NUNES, 1996, p. 34].
Quanto a perspectiva
dialética Circe Bittencourt [2011] abordou sobre esse método em situação
pedagógica em sua obra “Ensino de História: Fundamentos e Métodos”:
“O método dialético
corresponde a um esforço para o progresso do conhecimento que surge no
confronto de teses opostas: o pró e o contra, o sim e o não e a afirmação e a
negação. O confronto das teses opostas possibilita a elaboração da crítica.
Esse método pretende chegar ao conhecimento de determinado objeto ou fenômeno
defrontando teses contrárias divergentes. Tais teses, no entanto, não são
apenas divergentes; são opostas e por vezes contraditórias, e é nessa qualidade
que se confrontam, ou seja, pelas contradições”. [BITTENCOURT, 2011, p. 231,].
A busca pela evidência
das contradições é fundamental para um trabalho plural, no sentido de despertar
o senso crítico no meio social buscando compreender as multiplicidades. É
necessário a desvirtuação de um ensino tradicionalista, tanto em nível didático
quanto metodológico. A ideia de conhecimento acabado deve ser confrontada pelas
interfaces do questionamento, do confronto de ideias – pelo próprio diálogo no
que permeia a relação professor-aluno.
Apontamentos
reflexivos
As explicitações ao
longo desse texto remetem à reflexão sobre a importância de tais projetos. É
perceptível a necessidade de promover o crescimento destes, pois seus alcances
não perpassam apenas números, no tocante à quantificação de bolsistas,
professores, escolas envolvidas, etc.; antes, abrangem uma análise referente à
qualidade, que não é de díficil percepção mediante à proporção do envovimento
profissional e sentimental dos atuantes — tanto do Pibid quanto do Residência
Pedagógica. Estes envolvimentos são os primeiros na carreira profissional dos docentes
em formação: a escola é o cenário onde ocorrem experiências que não sairão das
memórias dos bolsistas, os primeiros contatos com alunos, professores e demais
colaboradores. Sendo assim, há uma formação de interação para além de uma
relação técnica e profissional, esta se torna humana, permeada de afetos
decorrentes dos aprendizados oportunizados.
Nesse trajeto de
inclusão à experiência da prática docente, há uma junção de forças e uma
resultante, quanto ao retorno recíproco e benéfico para os atores envolvidos
neste processo. As escolas agregam conhecimento acerca das vivências com a
recepção de professores que, em sua formação inicial, levam conhecimentos,
muitas vezes ainda não acessados pelos professores das instituições, distantes
da realidade de um ensino inovador e desconhecedores dos primórdios de uma
educação dialética, alusiva da tese, antítese e síntese, na qual há troca de
ideias e diálogos, onde o professor passa a ser protagonista junto com o aluno.
Com a visão ampliada
destes projetos, não se relega, tais necessitam de um olhar cauteloso por parte
dos gestores da Capes, a qual está sobre responsabilidade mais direta na
concessão de bolsas. Ademais a educação do futuro, não será alcançada por meio
do descaso, reflexo de despreparo de gestores federais descomprometidos com o
ensino de qualidade.
Nessa perspectiva, de
tornar visível a humanização e possibilitar o reconhecimento da diversidade
cultural, uma contraposição é a formação de indíviduos para atender as demandas
liberais, esta por sua vez é equivocada. A educação, sobretudo, a formação dos
professores de história, não deve estar pautada apenas na condução de
conhecimentos técnicos, mas sim críticos, fortalecedores da opinião, das ideias
e das observações apoiada nos métodos, nas hipóteses, nas teorias, nas provas e
contraprovas.
A educação responsável
e compromissada por/com seus agentes, nunca será gasto e sim investimento
quando se é feita dela prioridade. Os investimentos precisam ser ampliados e
não reduzidos, afinal, o mundo capitalista exige recurso, e somente com este é
possível investir e aprimorar tais projetos. Sem recurso bolsas não são
creditadas; a profissão docente além de dedicação é trabalho, preparo e
compromisso.
O fomento ao Pibid e
ao Residência Pedagógica é um dos caminhos para uma educação de qualidade,
profissionalizada por intermédio de experiências. Face ao que foi exposto ao
longo deste trabalho, faz-se dois questionamentos: afinal, quem perde com o
fomento destes programas? Não há perdedores, quando levado em consideração que
a troca de experiências/vivências entre a academia e a escola refletirá na
construção de uma sociedade conhecedora e respeitadora de seus mestres de
ensino. Quem é beneficiado? A população. Esta investe, esta quem recebe para
seus filhos e, nessa inclusão os bolsistas também, pois adquirem amplos
aprendizados que serão retorno para seu meio.
Referências
Andrisson Ferreira da
Silva é acadêmico do curso de Licenciatura em História pela Universidade
Federal do Acre [Ufac], bolsista pesquisador do laboratório Observatório de
Discriminação Racial [ODR/AC], egresso do Programa Institucional de Bolsas de
Iniciação à Docência [Pibid] e da Residência Pedagógica em História, integrante
do Grupo de Pesquisa "O processo de construção do docente em história” e
participante do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas [Neabi/Ufac].
Paulo Aves de Azevedo
é graduado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Acre [Ufac], é
graduando do Curso de Licenciatura em História pela Ufac, egresso do Programa
Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência [Pibid] e servidor público da
Fundação de Tecnologia do Estado do Acre [Funtac].
BITTENCOURT, Circe
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para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da
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dezembro de 1996, modificada pela Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que
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Acesso em: 18 mar. 2020.
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Acesso em: 18 mar. 2020.
Primeiramente faço elogios aos autores por se comprometeram com um tema tão caro ao trabalho de um professor, quais sejam: a sua formação e aos processos formativos. Pela minha leitura fica a alegria.
ResponderExcluirMas gostaria de assinalar que é justamente um tema espinhoso, que divide opiniões e concepções sobre que profissional se quer nas salas de aulas da educação básica.
A partir das argumentações tecidas ao longo dos tópicos algumas questões foram instigantes. Lanço elas para vocês da seguinte forma: o PIBID e o RP, por si só (como política), são suficientes para falamos em inovação, ou as práticas desenvolvidas no interior de tais políticas é que podem ser inovadoras?! Os programas de formação inicial são os instrumentos que irão resolver os problemas da histórica "fraca" formação nas licenciaturas, ou pode transferir a responsabilidade dos cursos de formação para o PIBID e o RP (desobrigando ainda mais os formadores)? PIBID e RP não poderiam ser tomados enquanto programas transitórios na medida em que servem para melhorar os cursos de formação docente e, atingindo esse intento serem de fato descontinuados, ou nos acostumaremos a tecer elogios e justificar a necessidade do PIBID e RP e, por outro lado, constatar que os currículos e as práticas de formação do tronco básico dos cursos estão empobrecendo?
Por: Manoel Caetano do Nascimento Júnior
Caro Carlos, ficamos felizes com suas congratulações e indagações perante leitura desta produção. Pois bem, seguindo a responder-lhe o buscarei de forma suscinta.
ExcluirSobre tua primeira pergunta: “o PIBID e o RP, por si só (como política), são suficientes para falamos em inovação, ou as práticas desenvolvidas no interior de tais políticas é que podem ser inovadoras?!”
De certo, em algum momento estes programas foram sim uma inovação na campo educacional, apesar de terem sido inpirados em outros modelos, a exemplo do Pibic, que serviu para inspiração. As questões elencadas no texto são para influenciar o fortalecimento dos programas, contudo não devemos esquecer que tais não são modelos salvadores das nuances no sistema de ensino. Seguramente não são o suficiente, e sim as suas práticas também não o são. São pesquisa as quais demandam debates e estudos de uma parcela considerável de educadores. Mas, meu caro, não podemos descartar a inúmera influência destes e, consequentemente sabemos que, apesar de práticas engessadas e da massiva luta contra os currículos prescritos, o alunado do ensino superior tem levado ao ensino básico inovações, as vezes timidamente, mas tem levado.
Sobre:”Os programas de formação inicial são os instrumentos que irão resolver os problemas da histórica "fraca" formação nas licenciaturas, ou pode transferir a responsabilidade dos cursos de formação para o PIBID e o RP (desobrigando ainda mais os formadores)?”
Uma coisa não anula a outra. O que deve acontecer é estarem percorrendo este trajeto em harmonia. Seguramente não podemos responsabilizar estes programas, até porque são complementos e não o todo.
Sobre: “PIBID e RP não poderiam ser tomados enquanto programas transitórios na medida em que servem para melhorar os cursos de formação docente e, atingindo esse intento serem de fato descontinuados, ou nos acostumaremos a tecer elogios e justificar a necessidade do PIBID e RP e, por outro lado, constatar que os currículos e as práticas de formação do tronco básico dos cursos estão empobrecendo?”
Meu caro, quanto a isso digo-te que a descontinuidade desses programas agora que não devem ser pensadas mesmo, principalmente mediante aos desmontes nas áreas de esnsino no qual estamos vivenciando. E se estão funcionando é importante tecer elogios, enfatizar, mostrar os resultados, com isto ganhamos forças para o combate árduo aos desmontes.
Aqui o respondemos de forma suscinta, mas estamos abertos a trocas de e-mail’s para diálogos e aprendizados.
Caro Manoel***
ExcluirAndrisson Ferreira e Paulo Alves
Primeiramente reitero a minha alegria ao ler o texto de vocês e ainda mais as explicações dadas às perguntas lançadas. Concordo com vocês e ainda digo mais: quem sabe se estes programas não possam inspirar propostas autônomas de cada IES para a iniciação à docência? Quem sabe possam servir em alguns de seus aspectos para desengessar o currículo e as práticas formativas? São caminhos a serem trilhados.
ExcluirUm abraço.
Prezado Andrisson e Paulo,
ResponderExcluirParabéns pelo texto. Gostaria de saber como a UFAC, tem aproveitado ou não, o PIBID e a Residência Pedagógica na diminuição da carga horária do Estágio Supervisionado.
Prezada Carla, a carga horária continua sendo extensa,3 estágios de 90h.Contudo, os alunos que fazem RP podem em alguns casos aproveitar créditos de horas do programa para estarem isentos da disciplina de estágio supervisionado.
ExcluirAtt,
ExcluirAndrisson Ferreira e Paulo Alves.
Carlos, gostaria de parabenizar por sua exposição e fico contente por alguém compartilhar as mesmas perspectivas que eu. Fiz Parte do PIBID-UFRRJ História Seropédica (sendo o maior grupo do BR) desde 2016-2017, saindo apenas com a quebra para a introdução da Resistência Pedagógica. Devo dizer que como participante do primeiro modelo e as modificações para a Resistência pedagógica não acho práticas e para o grupo que era PIBID, apesar de fazer um percurso teórico maior, ainda ficava longe das verdadeiras aplicabilidades do PIBID.
ResponderExcluirA ideia de que o PIBID era o verdadeiro estágio por ser remunerado, a participação e a aplicabilidade nas salas de aulas era mais fácil. Surgia o problema que por temáticas ser interdisciplinares ou transversais, era vista para o docente da turma como um atraso diante do conteúdo ou um desmotivação, pois a participação da turma nas atividades era maior, assim como, dependendo do ano de formação do docente, determinadas temáticas ficavam distantes por falta de formação. Surgia os problemas: O PIBID deveria não apenas formar os futuros discentes de História, mas reforma os docentes que lecionavam para o ensino que ficavam presentes, assim como, fazer a formação mais lúdica da história mesclando-se com a cidadania e deveres sociais. Percebia essa interação com o corpo docente?Assim como, uma certa resistência com o corpo docente dependendo da localidade ou da quantidade de recursos que uma escola disponibilizava para a verdadeira aplicação do PIBID? Com a conjuntura atual do país, acredita que o PIBID e a Resistência Pedagógica possa vir novamente? Ou talvez com a pandemia vamos ver um percurso no qual esses modelos se transformem em suplementos para o período que os alunos ficaram em casa?
Débora de Queiroz Moreira
Prezada Débora, ficamos felizes por suas colocações, e, seguramente, as interações com o corpo docente nas escolas foram muito positivas. Ademais, te digo, o tempo é de luta, os editais de submissão dos projetos foram abertos, mas se hesitarmos podemos ser prejudicados por escalonamentos de desmontes. Quanto à questão de os programas tornarem-se possíveis suplementos, isso é não é descartado, pois uma consequência desse período de pandemia será um grand déficit na carga horária das escolas. Mas seguramente depende muito do diálogo entre o Ministério da Educação, as Universidades Federais e a Educação Básica.
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Andrisson Ferreira e Paulo Alves
Parabéns pela ousadia e clareza em abordar a temática haja visto propiciar debates necessários as nossas praticas docentes.O referido programa abordado é essencial á formação inicial e continuada dos docentes. Corroborando com vocês cito Freire que assevera quem um bom programa de educadores é condição para o processo de reorientação curricular, destarte o educador como sujeito de sua prática , o que lhe compete criá-la e recriá-la. Satisfação enorme em ler sobre a pesquisa de vocês.
ResponderExcluirComo nos deixa felizes, agradecemos imensamente seus elogios!
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Andrisson Ferreira e Paulo Alves