Joabe da Silva Martins e Márcia Marlene Stentzler


AS ESCOLAS RURAIS MULTISSERIADAS DO MUNICÍPIO DE PARANAVAÍ E A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO [1955-1970]




Este trabalho objetiva apresentar aspectos da história educacional do município de Paranavaí localizado no noroeste do estado do Paraná. O estudo está delimitado entre as décadas de 1950 e 1970. Nesse período a educação era majoritariamente rural e foram criadas mais de 60 escolas rurais multisseriadas em fazendas, sítios, pequenos vilarejos e nos arredores de onde é a sede do município de Paranavaí hoje. A pesquisa faz parte do projeto de Iniciação Científica aprovado pela Unespar [2019-2020], mas que já estava em desenvolvimento também com bolsa de iniciação cientifica no período de 2018-2019. Está vinculado ao Centro de História e Memória oral [aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Unespar] e ao Núcleo de Catalogação de Pesquisas em História da Educação [Nucathe].

Realizamos pesquisa de campo junto a arquivos locais. Foram feitas pesquisas em documentos da década de 1970 disponibilizados pela Secretaria Municipal de Educação de Paranavaí. Neste local encontramos o Relatório das Escolas Rurais multisseriadas, cujos registros permitiram compreender a organização da educação rural e condições das escolas rurais, do ano de 1976, relatório esse feito a pedido da prefeitura municipal de Paranavaí e publicado em forma de inventário, que nos possibilitou ter uma ampla ideia, da realidade dessas escolas. [DIAS e VIZALLI, 1976, s.p.]. Outro local de pesquisa foi a Câmara Municipal de Paranavaí. Foi disponibilizado um arquivo digital com os decretos de criação de todas as escolas criadas entre 1953 e 1970. Neste mesmo local há um acervo preservado de exemplares do principal periódico da região: O Diário do Noroeste. Esses são a partir de 1971 e iniciamos o levantamento de notícias lá publicadas sobre essas escolas e a educação de Paranavaí. Soma-se ao levantamento de fontes primárias, o estudo de teóricos e pesquisas documentais e de memória, como afirma Le Gof [1990, p.50] “a memória não é a história, mas um dos seus objetos e simultaneamente um nível elementar de elaboração histórica.” 

Os documentos localizados foram fotografados e catalogados e organizados no google drive, para futuras pesquisas. Soma-se a essas atividades as duas entrevistas realizadas com pessoas que atuaram na educação rural no período que estamos investigando nessa pesquisa: um professor [ainda atuante] e uma professora aposentada, com mais de 80 anos. Ambas as entrevistas foram gravadas e estão arquivadas. Neste trabalho vamos apresentar resultados dessa investigação, entretecidos a legislação da educação básica no período, Lei de Diretrizes e Bases no.  4.024/61 e Lei de Diretrizes e Bases no. 5692/71. [BRASIL, 1961; 1971].

As fontes da pesquisa de campo
A iniciação científica oportunizou vivencias que não seriam possíveis somente no ambiente da sala de aula. Após a provação do projeto e sob o acompanhamento da orientadora, iniciamos a pesquisa buscando documentos relacionados a educação municipal, datados entre as décadas de 1950 a 1970.  Concordamos com Marc Bloch [1976, p.43] quando afirma que “[...] conscientemente ou não, é sempre as nossas experiências cotidianas que, em última análise, vamos buscar, dando-lhes, onde for necessário, os matizes de novas tintas, os elementos que nos servem para a reconstituição do passado”. As experiências e estudos no curso de pedagogia, área de história da educação provocaram olhar mais detalhadamente para o passado. Mas, não imaginava encontrar tanta riqueza e detalhes sobre a história da educação local por meio das pesquisas. A busca por fontes históricas é desafiadora.

Enfrentamos algumas dificuldades para localizar as fontes de pesquisa. Em um primeiro contato na prefeitura municipal, nos informaram não conter mais nenhum documento referente a essa época devido a um incêndio que teria ocorrido na antiga prefeitura. Contudo, não encontramos registro sobre esse incêndio. Mas, na Secretaria Municipal de Educação foram localizados alguns documentos que contribuíram significativamente para a pesquisa. Contudo, a pesquisa [fotografias] precisou ser feita no local, pois não era possível a liberação dos arquivos para a pesquisa. Entre os documentos havia alguns que não poderiam ser liberados para a pesquisa, pois continham dados particulares de estudantes. Contudo, o Relatório das Escolas Municipais de Paranavaí [DIAS e VIZALLI, 1976, s.p.].

Este, contém levantamento de todas as escolas do município de Paranavaí, apresentando aspectos das escolas, como a infraestrutura, quantidade de professores, a formação dos professores, quantidade de alunos matriculados separados por meninas e meninos, quantidade de alunos aprovados separados por meninas e meninos, e em alguns casos algumas notas de roda pé onde continha algumas informações relevantes a aquela determinada escola como por exemplo: a intervenção da comunidade para ajudar a escola, fazendo limpezas, construindo poços, ou alguma reforma efetuada por parte do governo. [DIAS e VIZALLI, 1976, s.p.].

As imagens que serão apresentadas abaixo, foram retiradas do relatório encontrado na secretaria municipal de educação de Paranavaí, nos mostrando vários aspectos sobre as escolas rurais e até um contraste entre as escolas rurais e as escolas urbanas. A escola da imagem 1 é uma escola rural que foi criada em 15/03/1953, situada na Fazenda Cristo Rei, distante 20 km do município de Paranavaí, distrito Cristo Rei. Era ofertado o ensino Primário Antigo. A escola tinha 2 salas de aula, funcionava em prédio cedido. As paredes com tábuas, cobertura de telhas de barro, piso de assoalho e sem forro. Assim como era comum em outras escolas dessa natureza, não possuía abastecimento de água, nem eletricidade. Tinha um mictório simples. Não possuía residência para o professor. Contudo, tinha um pátio para recreação. Não possuía zelador ou secretaria. Lá lecionava 1 professor com a formação indefinida [outros cursos]. Havia 37 alunos matriculados, sendo 14 meninas e 23 meninos. Na sala de aula havia 3 quadros de giz. Uma observação a lápis no relatório, indica que seriam construídas 2 salas de alvenaria, porém sem data prevista para esse fim. [DIAS e VIZALLI, 1976, s.p.].


Imagem 1: Escola Cristo Rei.
Fonte: Dias e Vizalli [1976, s.p.]


Imagem 2: Casa Escolar Antônia Rodrigues de Oliveira.
Fonte: Dias e Vizalli [1976, s.p.]

A imagem 2 é de uma escola urbana, situada no Jardim Morumbi, no Km 3, do município de Paranavaí. Foi inaugurada em 20/04/1958 e ofertava o ensino Primário antigo. O prédio era próprio, com 4 salas de aula, paredes de alvenaria, cobertura de Eternit, piso das salas de aula com tacos e corredores. Havia uma cantina com piso de cerâmica e forro de pinho. Possuía um poço para o abastecimento de água, mictório simples, possuía pátio de recreação e secretaria. Não possuía zelador, eletricidade, nem residência para professores.  Havia 4 professores com ensino superior, sendo 1 completo e 3 incompletos. Lecionavam também 3 normalistas com curso completo e 1 professor com curso indefinido, incompleto. Lá estudavam 193 alunos, sendo 99 meninas e 94 meninos. Em 1974 foram construída mais 2 salas de alvenaria, cantina, diretoria e horta. [DIAS e VIZALLI, 1976, s.p.].

A biblioteca da Câmara Municipal de Paranavaí foi outro lugar onde buscamos informações sobre as escolas. Nela há exemplares do Periódico O Diário do Noroeste, a partir de 1971 até os dias de hoje. Localizamos muitas informações sobre as escolas, como por exemplo: eventos que ocorreram em prol de arrecadação de fundos para uma escola ser reformada; eventos em que alunos fizeram algum tipo de apresentação; eventos esportivos, entre várias outras. Essas atividades, são de extrema relevância social, pois mostram a interação dessas escolas com a sociedade, pois “toda ação humana é condicionada pela estrutura social onde ocorre [...] as pessoas são produzidas e reconhecidas como sujeitos na e da cultura”. [BERTUCCI, FARIA FILHO e OLIVEIRA, 2010, p.46]. A estrutura social estabelece condições, impõem limites para a ação e dá condições para os homens experienciarem. Essas escolas desempenhavam um significativo papel no meio social.

As entrevistas realizadas com dois professores aposentados foram fundamentais para conhecer melhor a realidade dessas escolas rurais multisseraidas. Segundo Portelli [2001, p.12] a entrevista “permite ao pesquisador realçar a autoridade e a autoconsciência do narrador”. Pode levantar questões sobre aspectos da experiência do entrevistado, a respeito dos quais ele nunca falou. Também permite contar histórias e experiências de vida. É uma oportunidade de rememorar o passado, seja relacionado ao trabalho ou algum fato que marcou a vida dessas pessoas. Em nosso caso as experiências marcantes envolveram famílias, alunos, comunidades ou dificuldades enfrentadas para trabalhar, entre várias outras lembranças que são únicas e só poderão se tornar conhecidas através dos relatos das memórias de quem viveu aquele momento.

Os dois entrevistados relataram sobre sua vida de professor. Contaram uma história que para mundo é desconhecida, ou seja, a grande maioria dos jovens desconhece a origem da educação do próprio lugar onde mora. Para os entrevistados foi possível rememorar, dar vida e ter o reconhecimento de sua dedicação ao magistério para dar um futuro às crianças da época. Em muitos casos esses professores eram escolhidos entre os moradores do lugar, pelo simples fato de possuir um pouco mais de formação, que era o primário completo. A dedicação e crença no poder transformador da educação fez a diferença em suas vidas e nas daqueles com que atuavam.

Com a dificuldade de professores formados lecionar em escolas do interior,  moças eram convidadas para ser professoras pelo fato de ter um bom padrão moral na localidade e ter se destacado como alunas na escola primária:

“A visão que se tinha da mulher nesta época era a da boa moça, que cumpria o modelo social da esposa e mãe, garantindo, assim, o bem-estar da família e a boa educação dos filhos. Desse modo, o comportamento das professoras, em sua grande parte, era condizente com os papéis familiares. As características familiares vão, dessa maneira, dando traços de personalidade feminina nas estruturas, no funcionamento e exercício profissional do magistério.” [SILVA; PINAZZA, 2012, p.30].

Outros fatores que poderiam influenciar na escolha de mulheres para atuar como professoras era o desejo das mulheres em ingressar no mercado de trabalho. Para não afetar os padrões sociais da época, elas exerciam profissões que tinham relação com a vida doméstica e familiar:

“As mulheres recrutadas para a função do magistério eram oriundas das camadas socioeconômicas médias, o que lhes permitia, como professoras, exercer papéis de esposa e mãe na família. Tanto a instrução/formação das mulheres quanto o desejo de ingresso no mercado de trabalho eram cerceados dentro dos padrões da época, para que não ameaçassem os lares, a família e o homem.” [SILVA; PINAZZA, 2012, P.29].

Essas professoras e professores desempenharam um trabalho excepcional, mesmo sendo leigos, com pouca formação, condições materiais precárias, recursos didáticos escassos e baixos salários. Se dividiam entre afazeres do lar e da escola, que em geral era multiseriada. Faziam tudo ao seu alcance para dar a melhor formação possível aos alunos. O resgate de aspectos dessa história foi possível por meio da entrevista realizada com a professora aposentada, Sra. Claudete. Relatou que permanecia após o expediente auxiliando crianças com dificuldade, apenas por amor e acreditar que a educação edifica a pessoa.

Considerações finais
A história da educação é um rico campo de pesquisas. As escolas rurais deixaram marcas profundas na população que chegou para desbravar as terras virgens do noroeste do Paraná e plantar cafezais. A vida das crianças, entre lavouras, colheitas do café e as escolas tinha um tempo diferente. As aprendizagens eram outras. Contudo, o sentido da escola para a formação das crianças vislumbrando um futuro melhor estava presente. As escolas representam a materialidade da educação nesse espaço que se organizava. Aos poucos, foram desaparecendo, as populações deixando de residir nas áreas rurais e buscando as cidades. Isso faz parte das políticas econômicas e de desenvolvimento do país. Olhar para o passado e recompor esse passado é uma obrigação e compromisso de quem estuda a educação, para compreendê-la no contexto atual.

Concordamos com Arlete Farge [2009, p.11] quando nos apresenta o trabalho do pesquisador em arquivos como uma tarefa prazerosa e repleta de descobertas sobre o passado “uma viagem em termos de mergulho, de imersão”. Os arquivos reunem as informações do passado. Revela angústias, alegrias, desafios, incertezas que pessoas viveram em um tempo histórico.  Essa pesquisa, na medida em que oportunizava ao pesquisador novas descobertas via documentos, notícias ou entrevistas nos apresentou a oportunidade de conhecer outras realidades, sonhos e oportunidades decorrentes do processo de educação.

Referências
Joabe da Silva Martins é acadêmico do 4º ano do curso de Pedagogia, da Unespar, campus de Paranavaí. É bolsista do PIBIC da Unespar [2018-2020]. Participa do Grupo de Estudos vinculado ao Centro de História e Memória Oral. E-mail: joabemartins1@gmail.com  
Márcia Marlene Stentzler é doutora em Educação. Docente no curso de Pedagogia da Unespar, campus Paranavaí. Docente no Programa de Pós-Graduação PPIFOR, Unespar. Líder do NUCATHE. Coordenadora do Centro de História e Memória oral. E-mail: mmstentzler@gmail.com

BERTUCCI, L. M.; FARIA FILHO, L. M. de; OLIVEIRA, M.A.T.de. Edward P. Thompson, história e formação. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2010.
BLOCH, Marc. Apologia da História ou o ofício do historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2001.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases no. 4024 de 1961. Disponível em <https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1960-1969/lei-4024-20-dezembro-1961-353722-publicacaooriginal-1-pl.html> > Acesso em 03 jun. 2019.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases no. 5692 de 1971. Disponível em <https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1970-1979/lei-5692-11-agosto-1971-357752-publicacaooriginal-1-pl.html> > Acesso em 03 jun. 2019.
DIAS, P. Benedito; VIZALLI, A. José. Secretaria de Educação e Cultura. Histórico das Escolas Municipais. Paranavaí, PR, 1976. [Documento datilografado].
FARGE, Arlete. O sabor do arquivo. Tradução Fátima Murad. São Paulo: Edusp, 2009.
LE GOFF, Jacques. História e Memória. Tradução de Bernardo Leitão.  Campinas, SP: Editora Unicamp, 1990.
PACHECO, Luci Mary Duso; STRECK, Danilo Romeu. A educação rural na legislação educacional brasileira: Uma história de conflito e contradições. [c] Rev. Ciênc. Hum. Educ., Frederico Westphalen. v. 9, n. 12 [2008]. Disponível em:
<http://revistas.fw.uri.br/index.php/revistadech/article/view/375/682>. Acesso em 03 jun. 2019.
PORTELLI, Alessandro; JANINE RIBEIRO, Tradução: Maria Therezinha; RIBEIRO FENELON, Revisão Técnica: Dea. HISTÓRIA ORAL COMO GÊNERO. Projeto História: Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados de História, [S.l.], v. 22, ago. 2012. ISSN 2176-2767. Disponível em: <http://ken.pucsp.br/revph/article/view/10728>. Acesso em: 17 abr. 2020.
SILVA, Talita Dias Miranda e. Trajetórias de formação de professoras de educação infantil: história oral de vida. 2012. Dissertação [Mestrado em Educação] – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012. Doi: 10.11606/D.48.2012.tde-28092012-15146. Acesso em: 18 mar. 2020.

7 comentários:

  1. MANOEL ADIR KISCHENER

    Olá Professores! Olá a todos!
    Felicito-os pela escrita nesta temática, de certa forma, marginal na academia. De sua parte final, destaco um trecho: “As escolas rurais deixaram marcas profundas na população que chegou para desbravar as terras virgens do noroeste do Paraná e plantar cafezais. A vida das crianças, entre lavouras, colheitas do café e as escolas tinha um tempo diferente. As aprendizagens eram outras”, é importante ponderar que estas não eram terras virgens, como se alega, e os povos originários? Não havia indígenas por ali? Ou se certificar de alguma referência.
    Ainda em relação a este trecho, uma parte importante, ao destacarem o “tempo diferente” da escola rural, e me parece que prevalece, ainda hoje, mesmo em muitas escolas ditas urbanas, diferentes temporalidades, fruto mesmo da própria mobilidade que ainda ocorre, o professor pode ser de uma região, parte dos alunos de outra (por exemplo, até de uma região rural) e, outra nativa daquele bairro que a escola está instalada; então, coabitam temporalidades diversas, o que sugere que o professor se ressocialize a cada turma que adentrar. Um desafio.
    Agradecido!
    Abraços!

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    1. Joabe da Silva Martins21 de maio de 2020 às 14:21

      Olá Manoel, obrigado por ler e se interessar pelo artigo.

      Bom, gostei muito da sua pergunta, pois me fez pensar em uma nova linha de pesquisa, que é sobre a população indígena que residia nessa região, embora eu não tenha visto nenhuma informação sobre isso, muito obrigado.

      A elaboração desse trabalho, foi feita através de pesquisas em fontes históricas e com delimitação de data, ou seja, fontes históricas datadas entre 1950-1970, mas para compreender esse período se faz necessário conhecer como era antes, então foi feito leituras, pesquisas de documentos datados antes desse período, pesquisas sobre a historia do município, entretanto não encontrei nada se referindo aos povos indígenas na região onde Paranavaí se encontra, encontrei coisas falando sobre uma disputa de território entre portugueses e espanhóis datada de 1622, mas nada sobre indígenas.
      A educação rural ela sempre foi diferente da educação urbana, onde muitos professores saem da área urbana e vão até as escolas rurais ou os alunos saem de suas casas e se deslocam até as escolas em áreas urbanas, essa mobilidade já mostra de certa forma uma mistura de culturas, e eu como acadêmico de Pedagogia, vejo nessa mistura uma grande oportunidade, onde o professor precisa se preparar muito mais e se adequar a dois tipos de cultura, a urbana e a rural, muitas das vezes dentro de uma mesma sala de aula, e é justamente essa mistura que torna tudo interessante, onde nos professores, podemos utilizar a troca cultural, quebrando um pouco essa linha invisível que existe entre o urbano e o rural, como eu costumo dizer, tudo oque conhecemos surgiu do rural, o brasil foi construído e é até hoje um dos maiores polos rurais do mundo, ou seja, é importante para os professores conhecerem as duas partes e suas realidades e aplica-las dentro de sala de aula.

      Joabe da Silva Martins e Marcia Marlene Stentzler.

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    2. MANOEL ADIR KISCHENER

      Agradecido, Joabe da Silva Martins! penso que pode ser uma oportunidade de fazer mais um belo trabalho, na temática indígena. A respeito desta, há uma produção de silenciamento, diria, em massa a respeito de sua história. Se formos considerar o que sugerem muitos estudos e, mesmo relato de cronistas de épocas passadas não se sustenta a ideia de vazio demográfico quando da chegada do europeu ao território brasileiro, até porque muitos povos originários tinham (e tem, mas hoje estão cercados e aldeados) como estratégia de reprodução de seu meio de vida a extrema mobilidade, o deslocamento constante de um território a outro; quando afirma que, em “[...] pesquisas sobre a historia do município, entretanto não encontrei nada se referindo aos povos indígenas na região onde Paranavaí se encontra, encontrei coisas falando sobre uma disputa de território entre portugueses e espanhóis datada de 1622, mas nada sobre indígenas”, se ficar apenas em documentos oficias, dos de prefeituras, dificilmente encontrará algo significativo, por exemplo, no site dos municípios, reitero, há um silenciamento que, se justifica por interesses econômicos atuais e que não enxergam no meio de vida indígena a forma de progresso (noção que não explica a história destes povos), mas se verificar no Google Acadêmico perceberá que há material, possibilidades: https://scholar.google.com.br/scholar?hl=pt-BR&as_sdt=0%2C5&q=indígenas+em+paranavaí&btnG=
      Abraços!

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    3. Joabe da Silva Martins21 de maio de 2020 às 22:22

      Realmente faz sentido, irei dar uma pesquisada sobre o assunto, obrigado pelo auxilio.

      Joabe da Silva Martins e Marcia Marlene Stentzler.

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    4. MANOEL ADIR KISCHENER

      À disposição.
      Abraços!

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  2. Parabéns pela pesquisa, excelente temática. Quantas histórias guardadas nesses arquivos!! Belíssimas fotografias!!! Gostaria de saber se pelo estudo de vocês já realizados, vocês encontraram (ou fizeram) algum levantamento de outras escolas rurais multisseriadas no Paraná? Saberia informar em qual região do Paraná foram maioria??

    Mariani Bandeira Cruz Oliveira

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    1. Joabe da Silva Martins21 de maio de 2020 às 14:22

      Olá, muito obrigado.
      No momento a pesquisa foi direcionada ao município de Paranavaí, e durante as pesquisas foram encontradas escolas que atualmente fazem parte de outros municípios, mas que na época faziam parte da região onde se encontra Paranavaí, que posteriormente foram se dividindo em outros municípios menores, mas foram isso não temos nenhum levantamento sobre outras escolas rurais multisseriadas no Paraná, ou da região que tiveram mais escolas, oque eu pude perceber durante as pesquisas, é que o município de Paranavaí foi um grande polo de plantação de café, que acabou trazendo bastante pessoas para a região, se fazendo necessário bastantes escolas para atender a todos, então acredito que cidades que tiveram esse mesmo fluxo, tiveram bastantes escolas, mas não conseguiria dizer qual foi a região que tiveram mais escolas rurais multisseriadas.

      Joabe da Silva Martins e Marcia Marlene Stentzler.

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