Giovana dos Passos Colling e Sandra M. C. dos Passos Colling


DOCUMENTÁRIO “INTERVENÇÃO NA CIDADE, MILITARIZAÇÃO DO MEDO” E A POSSIBILIDADE DE OUTRAS NARRATIVAS




Este texto tem por objetivo tratar da importância do documentário “Intervenção na cidade, militarização do medo” no ensino de História e demais disciplinas, de forma transversal e interdisciplinar, para discutir assuntos como cultura, política, história, sociedade, representações, imaginário e memória. Assim, aborda o modo como alguns destes conceitos são apresentados nesta película, de forma a refletir sobre as inúmeras possiblidades de estudar fatos e temáticas a partir da arte.

Documentário, história e possibilidades
O documentário realizado pelo Conselho Federal de Psicologia é fruto de uma reunião, no dia 7 de março de 2018, no Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, de doze profissionais da área para abordar a relação da intervenção da cidade com a militarização do medo. Ele apresenta, por meio de imagens, sons, narrativas e reflexões a história e a memória da intervenção militar no Rio de Janeiro, abarcando a ditadura militar vivida no Brasil de 1964 até 1985 e a intervenção no Complexo da Maré em 2014. Através deste documentário é possível perceber que “[...] a ‘cultura política’ é um conceito que permite estabelecer uma ponte entre os sistemas políticos propriamente ditos e os aspectos culturais e imaginários de uma sociedade, seus rituais, práticas, discursos e representações políticas” [BARROS, 2011, p. 45, grifo do autor].

O documentário, como nos apresenta o roteirista Giba Brasil [apud GERBASE, 2012, p. 183], “[...] faz a pergunta que ainda não foi feita [...]” e não traz sua resposta. A ele cabe levantar questionamentos acerca do mundo e da realidade apresentada, a partir de um ponto de vista particular, e propor que o espectador busque trabalhar suas próprias convicções para desenvolver um posicionamento.

Neste documentário, as imagens que são apresentadas, ora da ditadura, ora das intervenções no Rio de Janeiro, trazem elementos que se cruzam por estarem dialogando sob os mesmos aspectos: o medo, a opressão, o outro, a periferia, ainda que recursos técnicos diversos tenham sido empregados, como as imagens em preto e branco. Por conseguinte, nos vemos diante das mesmas práticas. As representações inserem-se “em um campo de concorrências e de competições cujos desafios se enunciam em termos de poder e de dominação” – em outras palavras, são produzidas aqui verdadeiras “lutas de representações” [CHARTIER, 1990, p.17 apud BARROS, 2011, p. 55].

O uso da trilha sonora faz com que possamos ficar ainda mais focados no conjunto de imagens que o vídeo transmite, pois, as músicas apenas instrumentais provocam grande tensão e aquelas que possuem letra, trazem questionamentos, perturbações, desacomodam. A música “Romaria” [TEIXEIRA, 1978] expressa uma prece pedindo proteção das pessoas que estão à margem, na periferia, bem como de todo resto que acredita estar afastado deste contexto.

Embora não faça tanto tempo que a ditadura militar tenha ocorrido no Brasil, existe um certo distanciamento que permite a reflexão sobre o ocorrido, contudo, esse tema se reaviva diante desta intervenção militar no Rio de Janeiro em 2014. Segundo a narrativa de Pedro Paulo Bicalho em “Intervenção na cidade, militarização do medo” [2018], podemos compreender que algumas investigações realizadas no Complexo da Maré em 2014 demonstraram uma forte relação com o passado da ditadura no Brasil. Por isso, o uso das imagens de tempos e locais diversos dialoga tão bem no documentário.

Juntamente com o uso das imagens, é possível notar que as narrativas dos psicólogos abordam a questão do imaginário constituído entorno, do medo que está manifesto em nosso cotidiano e é alterado e deslocado por nós. Ele está presente em nosso dia a dia através de uma avalanche de imagens, não só pela televisão, mas também pelas redes sociais, que exibem cenas de violência constantemente. Cenas essas que fazem com que se tenha cada vez mais medo e se comece a viver em função dele. A produção do medo é intensa em nossos dias. Temos, assim, um exemplo da relação entre as representações e nossas práticas: uma retroalimentando a outra. “O imaginário faz parte de um campo de representação e, como expressão do pensamento, se manifesta por imagens e discursos que pretendem dar uma definição da realidade” [PESAVENTO, 1995, p. 15].

Como falado no documentário, é essa sensação de medo que faz com que se tenha a necessidade de se sentir protegido. Assim, cobra-se proteção do Estado que surge totalmente descolado da realidade da população, utilizando-se da força, do poder das armas e da opressão. A população que não vive na periferia não tem consciência de que sua necessidade de proteção gera a intervenção, num deslocamento do medo de um espaço para outro. Não percebe a concretude dos efeitos deste movimento. A intervenção se legitima a partir de uma justificativa de que a população vive num estado de medo e isso fundamenta a busca de um inimigo a ser combatido pelo próprio Estado. Esta afirmação foi trazida em vários momentos no documentário e está fortemente apresentada no uso das imagens. Pode-se pensar aqui nas:

“[...] práticas culturais e [...] nos modos como, em uma dada sociedade, os homens falam e se calam, comem, bebem, sentam-se e andam, conversam ou discutem, solidarizam-se ou hostilizam-se, morrem ou adoecem, tratam seus loucos ou recebem os estrangeiros” [BARROS, 2011, p. 46-47].

Os danos que ocorrem, devidamente mostrados através das imagens e das narrativas desse documentário, pela ausência de debate, levam à confusão. Em determinado momento do vídeo é o que precisamente se percebe por meio da câmera: as imagens ficam perdidas, confusas, como se quem está com a câmera na mão estivesse fugindo, ou escondendo a câmera, confuso e, nitidamente, com medo. É o teatro do controle como nos diz Barros [2011] sobre a questão das cerimônias de execução, assim como Foucault [1977] aborda em “Vigiar e Punir”, com o ‘olhar panóptico’ e os mecanismos de punição.

Ao que parece, houve por parte do Estado uma alteração da representação do inimigo, que passou a ser o sujeito que faz parte da minoria, sendo alguns destes realmente caçados e culpabilizados diante da etiqueta do inimigo. É o que se percebe nas imagens pelo olhar dominador dos soldados que observam o movimento na favela. Em determinado momento do vídeo, a imagem passa a ser fragmentada, com muitos recortes transparentes e sobrepostos, mostrando pessoas enfileiradas com as mãos pra cima, em preto e branco, ao som de muitos tiros e gritos que parecem de ordem, e que produzem medo e tensão.

Noutro momento, o documentário mostra um grupo de jovens negros cantando a música “Eu só quero é ser feliz” [CIDINHO; DOCA, 1995] e, logo em seguida, gritam repetidas vezes: “polícia assassina”, no que parece ser uma manifestação diante da perda de um inocente. Fica evidente o desejo de felicidade e de espaço para a voz das minorias. Estes procuram se manter fortes, mas o imaginário do medo está presente o tempo todo: no andar rápido dos transeuntes, na velocidade em que o caroneiro da moto tira o capacete e mostra seus documentos ao soldado, no olhar do próprio soldado do exército que cobre seu rosto para não ser identificado, na expressão facial de quem narra os horrores vividos na época da ditadura. O imaginário do medo é alimentado por notícias, por narrativas reais ou ficcionais, por objetos que fazem esta relação através da memória.

É notório, pelas imagens, que o estado busca enfrentar o problema da violência agindo seletivamente, através da força e do poder, em espaços e contextos com critérios relacionados à construção da pobreza. Denota, assim, que a pobreza representa a violência, a marginalização, a drogadição. O documentário apresenta que o Brasil identificou o seu ‘problema’ no negro, no pobre e no favelado. É um paradoxo. Ora, o problema é o povo? Essa frase está sendo usada atualmente de modo afirmativo nas redes sociais. E não seria isso que quem governa o estado quer? A ideia de que o povo é o problema? As práticas então se rearranjam conforme esta representação. Se o problema é o povo, então que se vire – no sentido pejorativo - , sem saúde, sem educação, sem o básico. Isso aumenta ainda mais o abismo entre as classes sociais, bem como, aumenta o medo. No documentário Naiff [2018] aponta que:

“O que gera esse pensamento de intervenção militar, de se construir mais presídios, de se colocar mais policiamento nas ruas, é o medo. E o medo é um grande inimigo porque ele tira a capacidade das pessoas de pensar, de refletir de uma forma conveniente - a população por ter esse medo que não sabe onde está, está fortalecendo esse tipo de iniciativa que é um grande perigo num país com uma democracia ainda jovem” [14’17” Intervenção na cidade, militarização do medo, 2018].

Causa impacto assistir a narrativa de Cristina Rauter [10’02” Intervenção na cidade, militarização do medo, 2018], pois apresenta uma triste constatação: “pra quem vive isso diretamente, você imagina, você viver naquela comunidade, ser uma criança que assiste televisão e vê que o seu lugar é perigosíssimo, vê o seu espaço ser tido pelo outro de uma maneira tão negativa [...] é uma falácia isso”. Depois disso, a imagem mostrada é a de uma rua onde o exército está se organizando ao fundo, ocupando o espaço, e em primeiro plano um menino sorridente abana para a câmera. Embora ele esteja à frente, sua imagem é desfocada, com a intenção primeira de proteger a criança, mas, também, a de evidenciar a invisibilidade da criança frente ao exército e seu descolamento da imagem total por sua figura inocente e ingênua, talvez destituída de entendimento do que acontece e, por consequência disto, apartada do medo. Choca. Este jogo de cena mostra algo que não estamos enxergando. “As imagens, como traduções figurativas do real, podem se apresentar sob um suporte físico diverso, mas são, sempre, ação humana dotada de intencionalidade [...]” [PESAVENTO, 2008, p. 188].


Figura 1 - O menino sem medo, será?
Fonte: 10’30” Intervenção na cidade, militarização do medo [2018]
https://youtu.be/BeaRTMRWjPE

Durante algumas narrativas, vemos imagens do Rio de Janeiro, de cima, em preto e branco, colorido, de perto, com suas diferenças, com toda diversidade, mas, infelizmente, este também é o retrato das desigualdades de nosso país, de espaços onde o imaginário do medo está minuciosamente inserido. Ao ouvirmos a música “Cálice” [BUARQUE; GIL, 1978] a letra nos traz o que as imagens e as narrativas nos fazem perceber: “[...] tanta mentira, tanta força bruta [...] como é difícil acordar calado”. O momento atual do país, como um todo, é de descrença.

Ao se aproximar do final, a ideia que o documentário transmite é de que ninguém sabe o que será amanhã. E o samba “O amanhã” [SÉRGIO, 1978] toca e traz um pouco de alento juntamente com uma frase editada sob a imagem de um veículo do exército. A palavra resistência se associa à dureza do material deste veículo que resiste a qualquer tentativa de violência e de mau tempo. As imagens apresentadas são carregadas de representações, da sociedade, do indivíduo, do Estado.

Considerações finais
Ao analisarmos o documentário “Intervenção na cidade, militarização do medo” podemos notar a necessidade da sociedade de criar modos de resistência, invenções criativas, de que nos fala Certeau [1994], que funcionam enquanto táticas por parte das pessoas comuns diante dos sistemas de manipulação e dominação do Estado, do mercado, enfim, das maiorias. Essa atuação faz das práticas cotidianas politizadas e possibilita escapar dos sistemas hierarquizantes. Monteiro [2018] afirma que “Um dos exercícios que eu acredito é potência, potencializa as pessoas”. E complementa ao trazer sua narrativa no documentário “[...] têm movimentos que fazem isso, que são fundamentais, o movimento das mulheres, o  movimento negro, [...] vamos mudar a maneira de viver a nossa vida porque senão a gente vai sucumbir ao medo” [28’17” Intervenção na cidade, militarização do medo, 2018]

Enquanto não nos colocarmos no lugar do outro e, principalmente, abrirmos espaço para o outro, continuaremos tendo representações errôneas a respeito desse outro. Desse modo, seremos eternos reféns do medo: de olhar, de pensar, de falar, de sair, de amar, de viver. Afinal, o medo pode estar em qualquer lugar. É preciso pensar que, por outro lado, o imaginário do medo nos traz a possibilidade de reinvenção e resistência.

A educação tem um papel fundamental na abertura de possibilidades de pensar a sociedade, de refletir sobre o que está posto, para além do que podemos ver, especialmente no ensino de História e nas oportunidades que a transversalidade oferece. A utilização de documentários é uma ferramenta valiosa para os estudos transversais, proporcionando relações entre conceitos, disciplinas e, principalmente, se aproximando do cotidiano dos alunos.

Ofertar documentários como este e, a partir disso, possibilitar que os alunos narrem suas histórias, vivências e memórias, reforçando a importância destas narrativas é uma forma de criar significação, mudança de posicionamento e valorização da cultura local. É de suma importância gerar diálogos entre outros campos do saber sendo que, a “[...] abordagem do fato histórico enquanto produto de um processo de significação é fundamental para a definição e a delimitação das relações entre história e literatura” [GOBBI, 2004, p. 56], além de outras disciplinas, na construção de uma narrativa onde os alunos se percebam como parte da história em nossa sociedade complexa.

Este documentário, e tantos outros, têm o poder de apresentar algo antes não percebido, de trazer novas perguntas e gerar pensamento crítico por parte do espectador. Espectador este que se percebe enquanto sujeito que interpreta e lida com a cultura de uma forma singular. Este sujeito que também, como nos sugere Certeau [1994], tem o poder de produzir algo novo, realizar sua própria bricolagem, ser insubmisso nas práticas diárias e criar também produtos comunicacionais. As práticas culturais autônomas têm espaço, e geram ‘pequenos golpes’ nesse espaço totalitário da cultura e da sociedade, produzindo seu próprio campo de conhecimento e memória. A imagem final do documentário [30’05’’, 2018] demonstra essa potência: uma pichação que afirma “Memoria guerreira não se apaga”. Potência esta que pode se expandir ainda mais no ensino de História, na transversalidade e em sua possibilidade de construir e reconstruir o saber-fazer cotidiano.

Referências
Giovana dos Passos Colling - Mestranda em Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul [UFRGS]. Bolsista CAPES. E-mail: [giovanacolling@gmail.com]
Sandra Maria Costa dos Passos Colling - Doutoranda e Mestra em Processos e Manifestações Culturais, Especialista em Educação Contemporânea e em Arteterapia, Graduada em Artes Visuais [Universidade Feevale]. Bolsista CAPES. E-mail: [sandracolling@gmail.com]

BARROS, José D’ Assunção. A Nova História Cultural – considerações sobre seu universo conceitual e seus diálogos com outros campos históricos. Cadernos de História, Belo Horizonte, v,12, n.16, 01 semestre, 2011.
BUARQUE, Chico; GIL, Gilberto. Cálice. São Paulo: PolyGram, 1978.
CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: 1. Artes de fazer. Petrópolis: Vozes, 1994.
CIDINHO; DOCA. Eu só quero é ser feliz. Rio de Janeiro: Spotlight Records, 1995.
GERBASE, Carlos. Cinema - primeiro filme: descobrindo, fazendo, pensando. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 2012.
GOBBI, Márcia Valéria. Relações entre Ficção e história: uma breve revisão teórica. Itinerários, Araraquara, n.22, 2004, p.37-57.
INTERVENÇÃO NA CIDADE, MILITARIZAÇÃO DO MEDO. Conselho Federal de Psicologia. Documentário [31′06′′]. [participação de psicólogos, entre eles os citados Monteiro, Bicalho, Naiff e Rauter], 2018. Disponível em
<https://www.youtube.com/watch?v=BeaRTMRWjPE>.
Acesso em: 30/05/2018.
PESAVENTO, Sandra. “Fronteiras da História: uma leitura sensível do tempo” In: Fronteiras do pensamento. Retratos de um mundo complexo. São Leopoldo: Unisinos, 2008, p.179-190.
PESAVENTO, Sandra J. “Em busca de outra história: Imaginando o imaginário” Revista Brasileira de História, v.15, n.29, 1995, p.9-27.
SÉRGIO, João. O amanhã. Rio de Janeiro: G.R.E.S. União da Ilha do Governador, 1978.
TEIXEIRA, RENATO. Romaria. São Paulo: RCA, 1978.

5 comentários:

  1. Boa tarde. Considerando a possibilidade de abordar diversas temáticas em sala de aula a partir do documentário, pergunto às autoras se é possível indicar alguma experiência onde o documentário em foco foi utilizado com alunos? Natanael de Jesus Santos

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  2. Boa tarde, agradecemos pelo interesse e leitura de nosso texto. Embora neste texto não tivéssemos interesse em apresentar um estudo de caso, podemos comentar sobre algumas atividades que foram realizadas com alunos dos anos finais do ensino fundamental em escola pública na região do Vale do Sinos/RS. Entre elas, pesquisas em redes sociais e em jornais da região e grande Porto Alegre que traziam noticiários sobre o uso da força policial em comunidades de periferia. Após os levantamentos, os alunos apresentaram suas hipóteses e até relatos de moradores de algumas comunidades sobre as causas e consequências destas interferências e/ou intervenções nestes espaços da cidade, de forma a pensar em estratégias que possibilitassem a organização das comunidades para o enfrentamento dos chamados ‘riscos’ potenciais. Evidentemente, guardando as proporções do ocorrido no Rio de Janeiro e apresentado no documentário, pode-se refletir sobre as reais necessidades da população e o modo como a própria comunidade pode se organizar e fortalecer diante de uma força que promova o medo num espaço já fragilizado. Surgiram ideias diferentes para cada espaço, diante de cada necessidade. A questão do medo também foi trabalhada com leituras, enquetes e palestra com psicóloga, além de organização de grupo de estudos sobre o assunto.

    Giovana dos Passos Colling
    Sandra Maria Costa dos Passos Colling

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  3. Achei a apresentação e uso do material incrível e enriquecedor na discussão sobre a visão que a sociedade criou e estimula da favela e de seus habitantes, durante a leitura me veio um certo paralelo a mente que eu acredito que seria interessante usar como atividade de reflexão com estudantes, queria saber o que vocês acham de uma atividade usando o documentário citado como contraponto a imagem que foi criada no famoso Tropa de Elite? Acredito que o filme não teve a intenção de enaltecer a violência policial e o aumento da marginalização quando foi feito, mas infelizmente é a mensagem mais comum tirada dele.
    Gianny Alves dos Santos

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  4. Boa noite. Primeiramente, agradecemos pelo interesse e leitura de nosso texto. Realmente, ao olharmos o documentário, as imagens dos locais e das ações nos levam a pensar sobre o filme Tropa de Elite. Inclusive, conversando com os adolescentes eles trazem alguns pontos sobre esta conexão. Uma das reflexões que abordamos com os estudantes sobre a relação entre estas películas foi sobre a questão do medo. O medo que aflige tanto o morador da comunidade como os integrantes da força armada militar. Então, as discussões são estendidas para as questões psicológicas e sociais onde, tanto na ficção quanto na realidade, se apresentam de modo a trazer elementos para se pensar nas possibilidades de fortalecimento comunitário, engajamento social e as formas de organização que proporcionem o diálogo entre o estado e a população. Abrir estes espaços de discussão em sala de aula contribuem para que os alunos possam refletir a partir do que assistem na televisão, no cinema, na internet, nos jornais. Estes materiais são ricos e nós, enquanto professores, precisamos utilizá-los como forma de aproximação com o cotidiano dos alunos, entendendo e valorizando a capacidade deles na elaboração de ações para a melhoria da convivência nos espaços da cidade, na efetivação da cidadania e na construção do conhecimento.

    Giovana dos Passos Colling
    Sandra Maria Costa dos Passos Colling

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    1. Obrigada pela resposta, com certeza tentarei levar pra sala de aula essa discussão, me parece um bom lugar para começar a construir esse diálogo já que dali sairão os futuros profissionais que podem contribuir para uma relação diferente.

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