EM BUSCA DA HISTÓRIA DE “VILA BELA DA IMPERATRIZ”, UMA CIDADE AMAZÔNICA (SÉCULO XIX): MINÚCIA PARA SE PENSAR, FAZER E ENSINAR A HISTÓRIA LOCAL
Para o que pretendemos
argumentar nesse artigo, precisamos, de início, apresentar duas evidências.
Primeiro: um apontamento, necessário, para se compreender os antecedentes
históricos da cidade de Parintins. Trata-se de anotação, isto é, na
“Introdução” à obra de Paul Marcoy, Viagem pelo Rio Amazonas (2001), o
etnohistoriador Antônio Porro elaborou uma nota para esclarecer que “Vila Nova
da Rainha, depois Vila Bela, depois Tupinambarana e finalmente Parintins, foi
‘fundada em 1796 por José Pedro Cordovil com indígenas Sapopés e Maués, a que
se adicionarão em 1798 Paraviánas e Uapixánas e, em 1803, Mundurucús (Amazonas
1984, p. 198)’”. A referida nota consta na página 231 do livro de Paul Marcoy.
Nesse sentido, Parintins, obviamente, nasce no bojo do avanço territorial à
Amazônia, instituído pelo processo de coloização Coroa Portuguesa.
O segundo registro é
visual; abaixo reproduzimos:
Imagem 1: Detalhe da
orla de “Vila de Parintins”
Fonte: NERY, Le Baron de Santa-Anna. Le Pays des Amazones: L’El – Dorado Les Terres a
Caoutchouc. Paris – Libraire Guillaumin et c. 14, Rue Richelieu, 14, 1899, p.
29.
A referida fotografia
nos fez lembrar das reflexões do filósofo e historiador da Arte, Georges
Didi-Huberman (2017), visto que considerando a perspectiva, o ponto de fuga,
essa foto, de certa forma, inserta uma “tomada de posição”. Dito corretamente,
a imagem parece clamar por um “espectador emancipado” (RANCIÈRE, 2012) que
pergunta: quantas cidades podem residir nessa cidade? Problemática que norteia,
em princípio, a construção de “Vila Nova” como nosso objeto de interesse.
Neste artigo faremos
uma narrativa sobre parte da história de uma cidade amazônica. Conjecturamos
que nosso estudo, de alguma maneira, pode ser utilizado em sala de aulas como
sugestão para se debater sobre o fazer-se da história e historiografia das
cidades, assim como acerca do ensino de história local, a partir da observação
de como constituímos o nosso objeto de interesse e, por extensão, como
desenvolvemos, metodologicamente nossa pesquisa.
Ora, as narrativas
históricas sobre a cidade que aqui propomos estudar estão subsumidas; pouco
aparecem na História da Amazônia, apesar de representadas nos relatos de
viajantes, nos imaginários de literatos, desenhistas, pintores etc. Urge
trazer, desta forma, uma minúcia que seja, elucidando a trajetória histórica da
referida cidade. “Vila Nova da Rainha” é uma das denominações atribuídas,
historicamente, à atual cidade de Parintins, localizada no baixo rio Amazonas,
a qual, atualmente, ficou conhecida mundialmente devido ao seu Festival
Folclórico. Porém, essa peculiaridade não será abordada aqui, deixemos para
outra oportunidade. O recorte temporal abarca, portanto, o século XIX,
demandados que fomos pela visão dos naturalistas, fonte essencial para nossa
pesquisa.
Sob a influência do
método indiciário apresentamos algumas conjecturas às peculiaridade
socioeconômicas e culturais da referida cidade. Partimos do princípio de que “a
cidade é representação, [...], assim como gera representações de si mesma”
(D’ASSUNÇÃO, 2007, p. 93), pois por meio da observação do plano urbano, da
toponímia, das relações socioeconômicas, políticas e culturais; do imaginário
que a urbe suscita nos registros deixados no tempo, indícios de sua
peculiaridade, é possível reunir um material plausível para elaborar uma
determinada narrativa sobre as cidades.
Colocados os
esclarecimentos e problematizações iniciais, é o momento de iniciarmos nosso
percurso.
Robert Avé-Lallemant
deixou registros sobre Vila Bela da Imperatriz, antes chamada Vila Nova da
Rainha: “Prosseguimos pela margem esquerda, até defronte da cidade.
Atravessamos então, a corrente extraordinariamente impetuosa, e logo ancoramos
junto à praia da pequena cidade, para tomarmos lenha”(AVÉ-LALLEMANT, 1980, p. 89).
Apesar de breve a descrição do referido naturalista sobre a cidade de Vila Bela
da Imperatriz, é densa e plena de indícios. Por isso, crível para se extrair
algumas distinções da referida cidade.
Avistada do rio
Amazonas, o primeiro aspecto que é anotado pelo naturalista é a altura da
cidade se considerado o nível do referido rio, isto é, 20 pés acima. O campo
verde, onde aparece uma fileira de casas simples, constitui a frente da urbe e,
ao fundo, por trás, a floresta. Destaca-se o quartel: casa pequena com duas
aberturas na fortificação para o disparo de armas, caso necessário. “A igreja é
difícil de encontrar a princípio, uma casa de barro, coberta de folhas de
palmeira, enfeitada em cima com uma cruz e acima desta um falcão, símbolo do
rio” (AVÉ-LALLEMANT, 1980, p. 89).
O naturalista verifica
a comum feição tapuia e a estável paz do lugar, semelhante às outras cidades
por onde passara. O que lhe causa estranhamento, todavia certa empatia, é a
indolência autorizada aos moradores, pois quando ocorre festa religiosa, “no
dia de S. João, porém, lhes é oferecida. E por isso essa preguiça oferecida à
gente de Vila Bela era então especialmente bela e genuinamente patriarcal. Não
vi um só índio ocupado com qualquer trabalho” (AVÉ-LALLEMANT, 1980, p. 89).
Outro aspecto, no
mínimo curioso ao olhar do naturalista, é o fato de tudo estar aberto. Dito
corretamente, os habitantes do lugar, por certo, não possuíam a noção de vida
privada que o europeu, espantado, reclamava: “Podia-se ver, até ao mais
profundo recanto das casas, todos os seus habitantes. Não possuem nada, que
queiram esconder, como também, nenhum caso doméstico, que procurem ocultar”
(AVÉ-LALLEMANT, 1980, p. 89.).
As casas com suas
portas e janelas sempre ligadas para quem quisesse olhar ou adentrar revelavam,
segundo o naturalista, “ a mesma ingenuidade com que as crianças andavam nuas
até muito crescidas, com que as raparigas se banham na praia, [...]”
(AVÉ-LALLEMANT, 1980, p. 89). Apesar de atento aos aspectos botânicos: às
convolvuláceas, acantáceas, astrocárias, magnólias, lorantáceas, Avé-Lallemant,
como se percebe, não deixou de anotar as peculiaridades do modo de viver dos
habitantes de Vila Bela da Imperatriz.
A cultura doméstica no
interior das moradias foi o que mais lhe chamou a atenção: “Algumas palmeiras
tucumã perto de casa, algumas galinhas e porcos e grandes postas de pirarucu
secando ao sol, além das crianças nuas, são atributos duma casa tapuia em Vila
Bela”. (AVÉ-LALLEMANT, 1989, p. 89-90.). Destaca-se aí o olhar espantado à nudez
das crianças, mas também dos adultos, principalmente, das mulheres. O que vaza
a reinvindicação de um certo pudor, inerente à moral que baliza a cosmovisão do
naturalista.
Em 1854/5, por duas
vezes o naturalista inglês Henry Walter Bates também visitou a cidade que,
naquela conjuntura, chamou de Vila Nova. Na segunda vez, inclusive, passou oito
meses. Como os outros naturalistas, apesar do interesse em colecionar os
produtos naturais do lugar, Bates fez anotações fecundas sobre as populações
nativas da referida cidade. Evidencia peculiaridades das etnias indígenas: a
metade da população que habitava a cidade, no momento da observação do
naturalista; suas condições sociais, econômicas e culturais.
Por sinal, na ótica do
viajante, as populações indígenas já demonstram determinadas experiências,
decerto, antes alheias às suas vivências nas suas ambiências culturais de
origem, por exemplo, o exagerado consumo de cachaça. Ora, é sabido que, apesar
de determinadas beberagens terem sido utilizadas milenarmente pelas etnias
indígenas, principalmente durante seus rituais religiosos, o consumo de
aguardente, mesmo proibido em alguns períodos, foi induzido como recurso de
persuasão dos indígenas desde os processos de ocupação e colonização da
Amazônia, iniciada no século XVII, pois no século XVIII, através da Carta Régia
de 1798, a referida bebida alcóolica “passa a ser usada como arma dos
colonizadores para destribalizar os índios”(FREIRE, 1994, p. 60).
Outro aspecto anotado
e que chama a atenção é relativo às questões econômicas: Vila Nova direciona
quase toda sua produção ao Pará. Paralelo a isso, apesar da precária indústria
extrativista e pesqueira, e, por extensão, a peculiar organização social do
trabalho - agricultura a cargo das mulheres, pesca a cargo dos homens - o
referido naturalista destaca as condições miseráveis das populações indígenas
de Vila Nova, quando comparadas, por exemplo, às de Cametá, cidade paraense.
Também, obviamente,
usando como parâmetro o modo de viver europeu, Bates registra o fato de as
populações indígenas viverem em moradias precárias e distante dos costumes
civilizados. Em suma, na ótica de Henry Bates, Vila Nova é uma cidade muito
inferior a algumas outras as quais ele já havia conhecido na sua viagem pelo
rio Amazonas. Testemunho disso, como
mencionado supra, é a riqueza de seu registro etno-histórico acerca da referida
vila (BATES, 1979, p. 116-117).
Vila Nova também foi
anotada por Alfred Russel Wallace, no percurso da viagem que fez do Pará até o
Amazonas e vice-versa. Ambas em 1848. Na primeira passagem mostra a satisfação
de encontrar um lugar para descansar após extenso período navegando no rio
Amazonas: “[...] chegamos a Vila Nova sãos e salvos. Era um longo caminho o que
já havíamos percorrido, e isso deixou-me deveras satisfeito” (WALLACE, 1979, p.
105.).
Destacamos das
impressões do naturalista com a cidade, primeiro, o fato de ter sido bem
recebido por um religioso, conhecido dos ingleses, pois o referido sujeito foi
mencionado em outra literatura de viagem [cabe uma nota. No livro Brasil:
Amazonas-Xingu, o príncipe Adalberto da Prússia, ao contar sobre sua viagem
pelo Brasil, relata que conheceu o português, o qual, no relato de Alfred
Russel Wallace, é elogiado por sua hospitalidade. Segundo nota do tradutor,
Eugênio Amado, o livro do referido príncipe “constitui o volume nº 34 da
Coleção Reconquista do Brasil” (WALLACE, 1979, p.107)]: “Na praia, fomos
cordialmente recebidos pelo vigário local, o Padre Torquato. Que por assim
dizer intimou-nos a ficar em casa durante o tempo em que ali tivéssemos de
permanecer. Não houve como recusar o hospitaleiro oferecimento”. (WALLACE,
1979, p. 105.). Contudo, uma anotação feita pelo viajante inglês, por certo,
revela peculiaridades acerca do tratamento de um comerciante de Vila Bela
direcionado a um indígena:
“Passou-se uma semana,
e nada de virem os homens. Vendo minha ansiedade, o Padre conversou com um
comerciante local conseguindo que ele me cedesse três homens em troca dos que
provavelmente me seriam mandados pelo Comandante. Um dos três, porém, não
queria vir, e seu patrão mandou que trouxessem para a canoa debaixo de açoites
e à ponta de baioneta. O índio estava uma fera quando chegou a bordo, bradando
que não queria vir comigo amargamente, dizendo que eles estavam tratando como
se ele fosse escravo, coisa que eu não pude absolutamente contradizer. Fiz o
que pude para acalmá-lo: ofereci-lhe uma boa paga, comida e bebida à vontade,
mas nada consegui. Ele teimava em dizer que desceria na primeira parada e
voltaria para matar o homem que havia batido. No que me dizia respeito,
entretanto, ele não tinha queixas a fazer. Foi até muito educado comigo,
assegurando-me que não guardava rancor de minha pessoa, pois eu nada havia
feito contra ele.
Já era de tarde quando
partimos. Na hora do pôr do sol paramos para jantar. Foi quando bastou para que
o indignado moço pegasse sua trouxa, nos desse um polido adeus e se embrenhasse
pela mata de volta à vila. Com dois tripulantes, apenas, não julguei seguro
prosseguir; por isso, mandei que um deles regressasse à vila pela manhã, a fim
de conseguir um substituto para o desertor. Ele assim o fez, voltando às dez
horas com novo tripulante. Pouco depois, retornamos a viagem”. (WALLACE, 1979,
p. 105-106).
Esse relato é profuso:
suscita conjecturar sobre as possíveis formas de luta das etnias indígenas no
contexto das relações de poder, nas quais estavam estruturadas as camadas
sociais em Vila Nova. Apesar de, talvez, esse tipo de acontecimento ter sido
corriqueiro na Amazônia do século XIX, a atitude do “moço desertor” representa
um testemunho histórico, oportunamente anotado pelo viajante (quiçá por ter lhe
causado um certo estranhamento).
O registro de uma ação
isolada, porém, cabível a uma possível postura coletiva relacionada às injustiças
sociais que colonos (leigos/religiosos) cometeram às etnias indígenas. Ora, os
grifos inscritos por nós na citação ajudam a contextualizar historicamente
acerca das políticas indígena e indigenista na Amazônia. Desta forma, vale
lembrar que desde o Diretória dos Índios, seguido da Carta Regia de 1798, os
indígenas, por lei não eram mais considerados escravos.
Daí a revoltada
consideração do “indignado moço” inscrito na narrativa de Wallace. Para o
indígena, a partir da ótica do naturalista, foi inaceitável a postura do
comerciante, pois o nativo carregava uma vivência a qual lhe faziam verificar
que aquelas práticas violentas não cabiam mais no chão histórico em que o
indígena estava pisando, visto que não poderia ser tratado como um escravo (as leis
o amparavam, era um homem livre). Em suma, através desse episódio, narrado pelo
viajante, pode-se conjecturar que Vila Nova era um arco crescente de tensões.
No centro estava a disputa pelo controle da força de trabalho indígena.
Na segunda passagem de
Alfred Russel Wallace por Vila Nova, 13 de junho de 1848, ele reclama da rígida
fiscalização: “Por ser esta a última cidade da nova província, tivemos que
desembarcar as bagagens e exibir nossos passaportes, como do mesmo modo que
faríamos se estivéssemos entrando num país estrangeiro” (WALLACE, 1979, p.
236.). Depois assevera: “Parece que o objetivo do Governo era o de tomar seus
regulamentos o mais expensivos e aborrecidos possíveis” (WALLACE, 1979, p.
236.). Apesar desses acontecimentos, Wallace sente-se satisfeito nesse retorno
à Vila Bela porque conseguiu “comprar manteiga e biscoito, verdadeiros regalos
para mim, depois da escassez de alimentos que enfrentara em Barra [Manaus]”.
(WALLACE, 1979, p. 236.)
O viajante naturalista
inglês, novamente, se reporta ao Padre Torquato: “Ele recebeu-me com a cortesia
de sempre, lamentando que eu não pudesse ficar mais tempo com ele” (WALLACE,
1979, p. 236.). Até presenteou Wallace com um cachorro-do-mato. Esse último relato
deixado por Wallace, quando, pela segunda vez, aportou em Vila Bela, deixou
evidências significativas. Mensuram a perspectiva do olhar do naturalista sobre
a Amazônia e, obviamente, suas vilas e lugares, habitantes, fauna flora: tudo
parece exótico, qual o “curioso animal do qual eu muito ouvira falar, mas que
ainda não tivera a oportunidade de ver” (WALLACE, 1979, p. 236.).
Usamos evidências
historiográficas e históricas nesse artigo na busca da história de “Vila Nova
da Rainha”. Outrossim, na perspectiva de propor uma contribuição para se
pensar, fazer e ensinar sobre a história local na Amazônia. Percebemos que no
contexto do século XIX, quando da passagem dos naturalistas, a referida cidade
era estratégica; funcionava como uma espécie de entreposto comercial,
facilitando, assim, o escoamento da produção agrícola, por exemplo, para a
Capitania de São José do Rio Negro (atual Manaus) e para Belém do Pará. No que
tange as relações socioeconômicas, apreendemos, nas curvas dos textos deixados
pelos naturalistas, determinados choques, não somente pautados por questões
culturais, mas também motivados pelas relações de poder, visto que as etnias
indígenas, no século XIX, ainda sofriam da exploração econômica e, por
extensão, do abuso do trabalho. Assim, nesse breve percurso, foi possível
suscitar parte da história de “Vila Nova da Rainha”, como dissemos,
problematizando evidências para uma possível história local a partir,
essencialmente, dos registros históricos deixados pelos viajantes naturalistas
do século XIX.
Referências
Arcângelo da Silva
Ferreira é docente na Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Graduado em
História pela UFAM. Mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia pela UFAM.
Doutorando em História pela UFPA.
e-mail:
asf1969@outlook.com
Heraldo Márcio Galvão
Júnior é docente na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa).
Graduado em História pela Unesp. Mestre em História pela Unesp. Doutor em
História pela UFPA. Bolsista Prodoutoral CAPES. Bolsista do Programa de Doutorado
Sanduíche CAPES - École des hautes études en sciences sociales/Paris.
e-mail:
heraldogalvaojr@gmail.com
BARROS, José
D’Assunção Barros. Cidade e história. – Petrópolis, RJ : Vozes, 2007.
DIDI-HUBERMAN,
Georges. Quando as imagens tomam posição I; tradução Cleonice Paes Barreto
Mourão. – Belo Horizonte : Editora UFMG, 2017.
PORRO, Antônio.
“Introdução”. In.: MARCOY, Paul. Viagem pelo Rio Amazonas. Tradução Antônio
Porro. 1. Ed. em português. Manaus: Edições Governo do Estado do Amazonas,
Secretaria de Estado da Cultura, Turismo e Desporto e Editora da Universidade
do Amazonas, 2001.
RACIÈRE, Jacques. O
espectador emancipado; tradução Ivone C Benedetti. – São Paulo : Editora WMF
Martins Fontes, 2012.
Fontes:
AVÉ-LALLEMANT, Robert.
No rio Amazonas (1859); tradução Eduardo de Lima Castro. Belo Horizonte: Ed.
Itatiaia; São Paulo: Ed. da Universidade de São Paulo, 1980.
BATES, Henry Walter.
Um naturalista no rio Amazonas; tradução Regina Régis Junqueira; apresentação
Mário Guimarães Ferri. Belo Horizonte: Ed. Itatiaia; São Paulo: Ed. da
Universidade de São Paulo, 1979.
NERY, Le Baron de Santa-Anna. Le Pays des Amazones: L’El – Dorado Les
Terres a Caoutchouc. Paris – Libraire Guillaumin et c. 14, Rue Richelieu, 14,
1899.
WALLACE, Alfred Russel. Viagens
pelos rios Amazonas e Negro; tradução Eugênio Amado; apresentação Mário
Guimarães Ferri. – Belo Horizonte: Ed. Itatiaia; São Paulo: Ed. da Universidade
de São Paulo, 1979.
Arcângelo e Heraldo, parabéns pelo texto. A proposição do Ensino de História Regional a partir de evidências historiográficas e históricas é muito interessante. Mas, e no caso de locais que não contam com produções historiográficas em nenhum aspecto? Em qual perspectiva poderíamos trabalhar o ensino de história local? Há alguma sugestão?
ResponderExcluirDanielle Luzia Ramos de Moraes Navarro
Danielle, agrademos pela vossa leitura e questão formulada. Tentaremos articular uma resposta,portanto.
ResponderExcluirTalvez uma alternativa seja, na medida do possível, das condições objetivas das instituições de ensino onde se inscrevem os locais que você menciona, criar um projeto de pesquisa para envolver os estudantes para que, sob à minuciosa orientação de professores, possam reunir vestígios para a elaboração de conhecimentos sobre as história local. Recortes (temporal e espacial) e temas bem delimitados. Outra alternativa é, levar fontes ou constituir tais fontes através de registros audiovisuais a partir da coleta, organização e sistematização desse material. Nesse sentido, aplicando oficinas para que os estudantes, inclusive, já começassem a compreender com se faz a história local. São alternativas. Esperamos ter contemplado a vossa pergunta.
Forte abraço
Arcângelo da Silva Ferreira e
Heraldo Marcio Galvão Júnior.
Muito obrigada.
ExcluirBom dia.
ResponderExcluirParabéns pela tessitura do artigo, de fácil leitura e escrita elegante.
Quais os maiores desafios do trabalho metodólogico com as imagens na pesquisa histórica e como vocês analisam a situação dos arquivos em que estão localizados tais documentos?
Daniel Rodrigues de Lima
Daniel, obrigado pela leitura e perguntas.
ResponderExcluir1. Para a nossa pesquisa sobre a antiga cidade de Parintins, buscar imagens foi bem trabalhoso. Porém, procuramos verificar duas possibilidades: a) a exemplo da imagem que o artigo apresenta no inicio, dialogamos com pesquisadores envolvidos com essa preocupação, isto é, organizar arquivos de fontes imagéticas e conseguimos algumas "raridades"; b) fizemos um levantamento de fotografias com habitantes mais antigos e profissionais que trabalham/trabalharam com fotografia na cidade de Parintins, por extensão, desenvolvemos, pesquisas de iniciação científica direcionadas à coleta de fontes escritas e iconográficas sobre a antiga cidade de Parintins. Não as usamos nesse artigo, pois o espaço é bem delimitado. Após a reunião das fontes foi feita a problematização das imagens à luz das reflexões dos estudos, essencialmente, de Didi-Huberman e Jacques Rancière. Sobre aa cidade de Parintins, principalmente, os documentos imagéticos ainda precisam de uma boa organização e a construção de um laboratório para tanto. Há, nesse sentido, o envolvimento dos professores pesquisadores da Universidade do Estado do Amazonas - campos Parintins, que, através de seus projetos de pesquisa e extensão estão há quase uma década relacionados com tais pesquisas.
Forte abraço.
Daniel,
ExcluirEsperamos ter respondido os teus questionamentos
Cordialmente,
Arcângelo da Silva Ferreira e Heraldo Márcio Galvão Júnior.