ENSINO DE HISTÓRIA E ENSINO DE FILOSOFIA: REFLEXÕES E DESAFIOS À LUZ DE UMA HISTÓRIA DA FILOSOFIA E DE UMA FILOSOFIA DA HISTÓRIA
Na perspectiva de
manifestar a importância do ensino da história das raízes filosóficas e
epistemológicas do pensamento latino-americano e brasileiro, com o presente
texto pretendemos apresentar uma breve caracterização de dois períodos
históricos típicos do desenvolvimento filosófico latino-americano e brasileiro,
problematizando o processo de formação de nossa identidade a partir da
necessidade do resgate de nossa história.
É importante
considerar algumas de suas características e, sobretudo, problematizá-las. Sem
esse exercício fica inviável a elaboração de conceitos, seja com o intuito de
demonstrar a existência de um pensamento filosófico autêntico entre nós, seja
com a intenção de desconstruir tal possibilidade.
Impõe-se a necessidade
de se fazer um resgate do desenvolvimento histórico do pensamento
latino-americano e brasileiro, na perspectiva de possibilitar uma tomada de
consciência do processo de formação de nossa própria identidade em confronto
com as ideias e matrizes filosóficas que se fizeram presentes na história
recente de nossa realidade continental.
Período
Institucional
Para o trabalho e o
exercício filosófico latino-americano durante o chamado Período Institucional,
continuaram fortes os esforços de consolidação da emancipação e de organização
sociocultural pós-emancipação política. Tal trabalho foi bastante presente na
segunda metade do século XIX e nos primórdios do século XX.
Uma vez conquistada a
independência política, como consolidar a independência cultural? É forte a
luta pela “segunda emancipação”, associada a uma crítica à não participação
popular nas revoluções e à insuficiência das bases sociais do intento
revolucionário. Teriam as independências conquistadas provocado transformações
apenas de “roupagens” sociais, mantendo-se intacto o espírito absolutista,
excludente, elitista e epistemicida por aqui?
Acentua-se, assim, o
desejo de busca por identidade, o esforço de recuperação – ou descoberta – dos
valores latino-americanos típicos. Aquilo que constatará, posteriormente, Darcy
Ribeiro [1995, p. 453], de que “somos um povo em ser impedido de sê-lo”, vai
pouco a pouco aparecendo como um verdadeiro processo de autoconsciência que
exige um intenso processo de cuidado de si que se desemboca em um movimento
mesmo de auto-invenção.
O contexto era de
embate físico e ideológico. A luta entre liberais e conservadores era reflexo
de um embate de ideias e valores que até hoje se entrechocam, de um povo que
sente em si a necessidade de coerência e de independência interna. Quando
teremos o direito de ser nós mesmos? E o que é esse “nós mesmos”? Que
referências temos em nossa historicidade?
Principais
correntes
Ecletismo: Uma primeira
corrente muito forte do Período Institucional, que se tornou a matriz
filosófica do Império do Brasil [Abrão, 2004], foi o Ecletismo. Ela opera um
sincretismo de correntes filosóficas diversas, procurando captar o que há de
“melhor” em cada uma, para formar uma base reflexiva só. Foi presente no
período do helenismo [séculos IV a I a.C.] com vistas à promoção da ataraxia
[imperturbabilidade da alma] e, modernamente, pelo francês Victor Cousin
[1792-1867], em um momento de intensos embates revolucionários vividos na
Europa. Marcado por certo espiritualismo e sentimento nacionalista, o ecletismo
foi, em meados do século XX, muito fortemente criticado como um movimento
pacifista em tempos em que precisamos ter coragem de assumir posições mais
combatentes. Ideologicamente, parecia conveniente ao Império, com tantos
conflitos internos para gerir. Roberto Gomes [2008], inclusive, na sua Critica
da Razão Tupiniquim, acena reflexões sobre a presença de ideais ecléticos ainda
hoje no pensamento brasileiro.
Krausismo: Outra
corrente presente no Período Institucional foi o Krausismo. Ele é um pensamento
inspirado no alemão Karl Christian Krause [1781-1832], seguidor de Kant, que
reage ao cientificismo e critica o liberalismo de índole individualista. O
krausismo procurou fortalecer o aspecto social do indivíduo [aspectos familiar
e nacional], especialmente na Filosofia do Direito [os cursos de Bacharelado em
Direito serão, por muito tempo, o centro básico da formação intelectual
brasileira], e certo espiritualismo panenteísta. Junto à crítica a um falso
nacionalismo que vigorava aqui entre nós, crítica essa já bastante presente no
pensamento de Frei Caneca, Krause foi referência na tentativa de elaboração de
um nacionalismo positivo. Destacam-se, além do que foi dito, nessa corrente: a
rejeição do absolutismo de Estado; a noção de que a história é um processo em
direção a Deus [até à humanidade racional]; a ideia de que a família e a nação
são as associações de valor universal, com vistas a atingir o ideal de humanidade
unida e racional.
Positivismo: O
Positivismo foi a filosofia da escola do francês Auguste Comte [1798-1857], de
cunho cientificista e mecanicista [leis naturais físicas]. Essa corrente
movimenta-se em busca do desenvolvimento racionalizado e controlável da
realidade, com forte crítica ao domínio da mentalidade religiosa e do
monarquismo; desejo de espírito crítico e de submissão naturalista da
consciência e liberdade. No Brasil, o Positivismo foi a filosofia oficial da
República [Abrão, 2004]. Pensa-se, enfim, com o Positivismo, que as leis
sociais devem seguir o mesmo esquema das leis naturais, mas na perspectiva de
uma física social, na dinâmica do controle da realidade por meio das ciências
naturais.
Escola do Recife: Foi
uma escola que se desenvolveu na Faculdade de Direito de Recife, com forte
crítica ao determinismo físico e natural do Positivismo, afirmando o aspecto
cultural/antropológico da existência e da sociedade. Segundo a compreensão
filosófica da Escola do Recife [Cerqueira, 2011], as leis das ciências dos
homens se encontram no próprio homem, em seu arcabouço cognitivo.
Pretender absoluta
neutralidade científica ao conhecimento é uma proposta que beira à tirania,
abrindo portas ao epistemicídio. Afinal, quais são os grupos que, hegemonicamente,
definem os critérios do conceito de “neutralidade”? A propósito, aqueles que
não têm acesso à ciência são ouvidos? E, se o são, como são ouvidos? Não
poderia o cientificismo ser convertido em absolutismo também? São questões que
abrem as portas para um novo período reflexivo.
Período
Contemporâneo
A luta pela
independência cultural e intelectual continua... A luta é constante, sobretudo,
por conta da tentativa de estabelecimento de filosofias “oficiais” em nossa
história recente. Nesse período destacam-se ao menos cinco movimentações
epistemológicas importantes.
Crítica
às matrizes filosóficas consideradas “fora de lugar”
Em primeiro lugar,
destaca-se a crítica às matrizes filosóficas vistas como marcadamente “fora de
lugar”. Considerando o problema dos referenciais estrangeiros em nossa
formação, a situação é agravante na medida em que há uma sistemática importação
de matrizes filosóficas que foram, na verdade, as bases de nossa colonização. A
movimentação filosófica contemporânea, assim, é marcada por um intenso
exercício de fuga de filosofias “oficiais”.
Ora, as filosofias
“oficiais” possuíam aqui um caráter muito mais prático e político do que
propriamente filosófico. Filósofos e historiadores são cada vez mais
interpelados a pensar a validade de um “pensamento oficial”, pois já tivemos um
longo período de história tutelados, submetidos a certas “autoridades”
culturais e intelectuais exteriores/estrangeiras: não dá para, uma vez
conquistada a independência política, continuar ainda submetidos a um certo
tipo de pensamento oficial. Até quando nos manteremos tutelados para poder
pensar? É preciso considerar que esses referenciais marcadamente “fora de
lugar” foram copiados aqui sem as bases econômicas, sociais e políticas que os
produziram no espaço de suas origens.
Destaca-se, por
exemplo, o trabalho reflexivo da Filosofia da Libertação, cujo ponto de partida
é a realidade regional da pobreza crescente da maioria da população
latino-americana; a perspectiva é a das vítimas da história, da dor de sua
corporalidade [Dussel, 2005]. Essa corrente filosófica se insere no que hoje
chamamos de estudos decoloniais, com forte espírito de rompimento com o
“discurso eurocêntrico” e ao chamado “imperialismo estadunidense” que se impõem
ao colonizado como modelo; importa tornar visível o colonizado invisibilizado,
enfrentando “uma filosofia europeia que confunda e até mesmo identifica sua
característica europeia concreta com o seu ignorado caráter funcional de
‘filosofia central’ durante cinco séculos” [Dussel, 2005, p. 96].
Abertura
à pesquisa livre
Em segundo lugar, a
partir desse movimento forte de não aceitação do estabelecimento de filosofias
oficiais, difunde-se a abertura à pesquisa livre. Ou seja, promove-se a
primazia do pensamento e do rigor interpretativo. Quando se defende a
necessidade de se estabelecer uma filosofia oficial, ela é tomada,
inevitavelmente, como parâmetro, sendo necessário, primeiro, assumir os seus
pressupostos epistemológicos, para, posteriormente, ter alguma autoridade para interpretar
a realidade, o seu objeto de análise etc. Mas, a movimentação reflexiva agora
caminha ao encontro da defesa da abertura à pesquisa e ao debate, com primazia
ao rigor interpretativo, ao invés da necessidade de adesão a determinadas
correntes clássicas para embasamento e sustentação de uma dada reflexão.
Possibilita-se, assim,
uma maior autonomia de pensamento e, por consequência, um maior espaço para o
aparecimento de pensamentos mais autônomos e autóctones. Abre-se o espaço para
a pesquisa e o debate entre nós, do ponto de vista de uma intensa dialética
produtiva, com uma postura fortemente contra hegemônica, anti-oficial, que
assume um lado na luta.
Inspiração
epistemológica sob a influência dos movimentos anti-imperialistas
Em terceiro lugar,
desenvolve-se uma inspiração epistemológica sob a influência dos movimentos
anti-imperialistas. Ou seja, o solo cultural é fortemente reconhecido como
fonte emanadora de reflexão filosófica e de dados históricos. Este
posicionamento é bastante influenciado pelos movimentos anti-imperialistas que
marcaram a América Latina. Diversas reflexões entre nós vão se caracterizar
como anti-imperialistas, como decoloniais, compreendendo que a luta filosófica
está relacionada às lutas políticas, econômicas e culturais que são travadas em
nosso cenário concreto [e vice-versa]. É uma luta contra o epistemicídio, luta
marcadamente vital; a filosofia assume cada vez mais a característica de uma
postura de vida, com referenciais próprios.
Reflexão
filosófica como resgate da história e da identidade cultural
No século XX se
fortalece muito a produção de obras filosóficas latino-americanas e brasileiras
na linha da História da Filosofia [história das ideias políticas, culturais e
filosóficas etc.], como instrumento indispensável para descobrir e construir
nossa identidade. Intensifica-se a percepção histórica da presença, entre nós,
de um imperialismo econômico, do totalitarismo, da opressão que impede a
autonomia, a livre condução de sua própria história, de um tutelismo
intelectual... Quão frequentemente na história do nosso pensamento o exercício
do pensar esteve, de fato, em primeiro plano? O que está em jogo aqui não é uma
autoafirmação vitimista, mas uma consciência libertadora: assim como para cá
vieram vários “conquistadores”, impõe-se a urgência da autoconquista, da
conquista de nossa própria consciência e da consciência cada vez mais clara de
nossa própria história.
Reconstrução da
própria identidade e resgate crítico da própria história se encontram.
Denuncia-se, portanto, uma história do pensamento em que o próprio pensar
esteve em segundo plano, instrumentalizado, sendo quase nunca vivenciado na sua
dimensão emancipadora, ou seja, de pensamento que humaniza o homem no exercício
do pensar, que realiza ontologicamente o ser humano enquanto ser racionalmente
pensante... Se a palavra “filosofia” pode ser definida como “amor pela
sabedoria”, denunciam-se todas as vezes em que ela foi posta a serviço de um
outro “amor”, tais como o amor ao lucro, à materialidade que nosso solo
cultural poderia disponibilizar aos donos das matrizes reflexivas que para cá
foram trazidas e instrumentalizadas. A própria dignidade do ser humano quase
sempre esteve em segundo plano por aqui.
Crítica
ao materialismo e ao cientificismo
Em quinto lugar, por
fim, aparece também uma importante crítica ao materialismo [desenvolvida pelo
espiritualismo] e ao cientificismo [desenvolvida pelo culturalismo]. A
identificação de um autor qualquer a uma corrente é ato segundo; primeiro
surgem as ideias, o pensar, a estruturação e esquematização de uma reflexão por
parte de um autor e outro e, depois, a partir da identificação de linhas
semelhantes, há o batismo nomenclatural de uma determinada corrente. Em
síntese, não se trata aqui da instauração de filosofias “oficiais”.
Destacam-se, neste ponto, então, duas vertentes reflexivas:
Espiritualismo: A
vertente do espiritualismo é marcada por uma forte valorização do aspecto
psíquico do ser humano, além do aspecto laboral, científico, mecânico, exato do
ser humano [o Positivismo, por exemplo, tinha uma visão consideravelmente
mecanicista da sociedade e do homem]. O ser humano, em perspectiva
espiritualista, não é uma mera máquina, pois além de ser fortemente “bio” e
“física”, ele é, sobretudo, “psiqué”, subjetividade, pensamento, espírito,
consciência. Neste sentido, os fenômenos subjetivos da consciência são dignos
de estudo e reflexão.
Assim, o resgate da
natureza espiritual do homem – que não significa um mero retorno ao platonismo,
ao dualismo, ao tomismo ou ao “saber de salvação” [Margutti Pinto, 2013] –
pressupõe o resgate e o exercício da transcendência, superando o vitimismo
histórico justamente como condição de possibilidade de transformação e
superação da história de subjugamento.
Culturalismo: Segundo
a vertente culturalista, ainda que haja características naturais das coisas [e
realmente há], é preciso tomar cuidado com a essência tirânica do discurso
naturalista.
Tudo que o homem toca
é marcadamente cultural [tal como expresso no mito grego do “Toque de Midas”,
do rei que transformava em ouro tudo que tocava], o que significa que, em se
tratando do ser humano, não há nada puramente natural, pois ele é marcadamente
transformador da natureza, produtor de cultura, de esquemas hermenêuticos, de
atribuição de sentido.
A estrutura epistemológica
e hermenêutica do culturalismo promove uma reflexão de cunho fortemente
antropológico/social, indo muito além do nível biologicista que caracterizou
nosso marco filosófico ao longo do século XIX e a primeira metade do século XX.
“Embora se possa entender
que é natural ser cultural, no sentido de que nossa natureza humana nos
predispõe a produzir cultura [coisa que, ao que parece, é característica
privilegiada do ser humano], não soa aceitável dizer que nossas produções
culturais sejam naturalizáveis, no sentido de se perpetuarem. O que o homem
produz, sob a perspectiva argumentativa aqui proposta, parece ser sempre algo
regido por uma lei cultural – não por lei natural – e, como tal, passível de
transformação, superação, revisão e negação. Se fosse natural, seria um dado
imutável ou, no mínimo, com uma fixidez mais rígida” [Messias, 2017, p. 53].
Assim, a vida social
[que é a vida do homem] marca-se pelo desejo de superação consciente e
contextualizada das irregularidades da vida, o que pressupõe abertura às
diferenças reflexivas, à diversidade de referenciais, desde que não se
caracterizem pelo epistemicídio: o pensamento humano comporta uma pluralidade
de centros e perspectivas.
Considerações
finais
Pelo que se refletiu
até aqui, o pensamento histórico-filosófico latino-americano e brasileiro, tal
como tem se desenvolvido nos últimos 150 anos aproximadamente, é marcado por um
intenso embate reflexivo, com uma multiplicidade de vertentes que, ainda que
tome de empréstimo algumas categorias conceituais de vertentes estrangeiras,
não tem produzido uma mera repetição acrítica delas. Ao contrário, o que entra
cada vez mais em jogo é a necessidade de se pensar com seriedade e autonomia
nosso próprio solo cultural a partir dele mesmo.
“O encontro, pois, com
a própria cultura se converte em algo essencial e decisivo. E, ao mesmo tempo,
supõe o desmascaramento do eurocentrismo na filosofia [e na história] e a
desconstrução da filosofia [e da história] a partir desta perspectiva. [...] Se
trata de aceitar a existência de uma pluralidade de centros” [Beorlegui, 2010,
p. 40].
As reflexões mais
recentes trabalham dedicadamente para constituírem uma ontologia ligada à
experiência humana, com as nuances típicas da latinidade americana. Ora, o ser
do homem é vir-a-ser, e não é um encerramento metafísico, pois a pessoa humana
é projetada no tempo e, enquanto tal, elabora-se a si mesma na temporalidade
histórica. Assim, a Filosofia e a História, reconhecidas como serviço singular
à promoção da dignidade humana e à construção consciente e autônoma de sua
identidade, não se fazem à parte da vida e da historicidade dos homens,
transformando nossa concretude em problema a ser pensado e tais
problematizações em caminhos indispensáveis para a elaboração de conceitos.
Entram especialmente
em jogo, então, para o exercício do ensino de história e o ensino de filosofia
entre nós, um trabalho necessitado de uma boa História da Filosofia e também de
uma sólida Filosofia da História.
Se o conhecimento,
enfim, é uma produção cultural historicamente contextualizada, é possível até
mesmo pensar no fato de que, provavelmente, não houve, desde as origens, uma
mera imposição e/ou imitação dos referenciais europeus entre nós, pois, ao
tocar nossa realidade concreta e o nosso solo cultural, também o pensamento do
colonizador se deparou com uma realidade plástica, mutável e surpreendentemente
questionadora que, a seu modo e conforme as ferramentas epistemológicas de que
dispunha em cada período histórico, interferiu inevitavelmente no referencial
padrão também da Europa [Cruz Costa, 1967, p. 16]. Os embates e desafios que já
vimos demonstram isso e, com toda força, ainda seguem diante de nós. Muitos já
os pensaram. E nós, o que temos a dizer sobre eles? Que percepção temos deles?
O que temos ensinado sobre eles? Sempre é tempo de tomar consciência. A
filosofia e a história são a redenção da consciência. Filosofar e historicizar
é salvar-se. O ensino dessas disciplinas, e das Humanidades em geral, é sempre
urgente.
Referências
Elvis R. Messias tem
mestrado em Educação e atualmente desenvolve pesquisas de doutoramento em
Ciências da Religião. É professor de Fundamentos Filosóficos, Sociológicos e
Antropológicos da Educação na UEMG-Campanha e de História da Filosofia da
América-Latina e do Brasil no Instituto Filosófico São José, Diocese da
Campanha.
[elvismessias.prof@gmail.com]
ABRÃO, Bernadette
Siqueira. História da filosofia. São Paulo: Nova Cultural, 2004.
BEORLEGUI, C. História del Pensamiento Filosófico Latinoamericano: una
búsqueda incesante de la identidad. 3.
ed. Bilbao: Universidad de Deusto, 2010.
CERQUEIRA, Luiz
Alberto. A ideia de filosofia no Brasil: Escola do Recife. In: Revista
Filosófica de Coimbra, n. 39, p. 163-192, 2011.
CRUZ COSTA, João.
Contribuição à história das ideias no Brasil. 2. Ed. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 1967.
DUSSEL, Enrique.
Filosofia da libertação: crítica à ideologia da exclusão. 3. ed. São Paulo:
Paulus, 2005.
GOMES, Roberto.
Crítica da razão tupiniquim. 14. ed. Curitiba: Criar Edições, 2008.
HOLANDA, Sérgio
Buarque de, Raízes do Brasil. 26.ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
MARGUTTI PINTO, Paulo
Roberto. História da Filosofia do Brasil [1500-hoje]: período colonial. São
Paulo: Loyola, 2013.
MESSIAS, Elvis
Rezende. Educação e Ceticismo na filosofia de Montaigne. Curitiba: CRV, 2017.
RIBEIRO, Darcy. O povo
brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras,
1995.
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ResponderExcluirBom dia!
ResponderExcluirRefletindo um pouco sobre sua colocação acerca das correntes "oficiais", se impõe em nosso cotidiano, de fato, resquícios de tais correntes. E resquícios marcadamente enraizados.
Partindo desse ponto de vista, quando você fala sobre da reflexão filosófica como resgate da história e identidade cultural, partindo de uma reflexão libertadora, pergunto: será que essa reflexão libertadora, mesmo sem a intenção, não nos mostra que mesmo querendo partir do outro ponto de vista não estaremos construindo outro modelo "oficial"?
Agora não mais das elites, mas um modelo "oficial" de reflexão do oprimido; um modelo que provoca o "establishment" das óticas do oprimido.
Abração Elvis!
Att,
Luan Marinho Silva
Olá, Luan!
ResponderExcluirObrigado pela partilha da reflexão, meu amigo.
A construção de modelos e paradigmas interpretativos da realidade é fenômeno humano, fazemos isso cotidianamente. Isso não é problema. O problema maior está no transformar de um modelo em uma única ótica. Sua própria pergunta auxilia na resposta a ela, pois, ao final, você fala de "óticas do oprimido", no plural. E está aí o cerne. Uma das grandes críticas que se faz à história das ideias aqui, entre nós, é ao fato do estabelecimento de uma história das ideias hegemônicas ocidentais, em perspectiva pseudohegeliana, por vezes, e em perspectiva ontológico-antropológica haiddeggeriana, por outras.
Nosso cenário é marcado, justamente, por muitas óticas, e o paradigma que se impõe de reconhecer o "outro" como "outro", em respeito à sua alteridade, é um paradigma que tem como encaminhamento a lógica da abertura e da possibilidade de muitos outros paradigmas hermenêuticos. O outro tem uma percepção de mundo diferente da minha, mas posso ouvir sua palavra, posso ver o seu rosto, posso ser interpelado pelo seu grito existencial e transcender minha própria percepção; e isso auxilia no desmonte do "oficialismo" interpretativo, na quebra do "discurso hegemônico" (que é silenciador). Como ensina Lévinas, passamos da "totalidade" ao "infinito": à infinidade rica de óticas, de múltiplos lugares de fala, de variados modelos interpretativos que, em convergência, se encontra no respeito ao outro de se autoconduzir e no construir identitário das múltiplas comunidades. O esforço intelectual que se impõe é, primordialmente, o do ato de escutar a voz do outro, de ouvir sua palavra, de ver o seu rosto, do "arriscar-se" à novidade perene do seu devir existencial... O espaço do ensino de história e do ensino de filosofia sempre atento ao espaço da filosofia da história e da história da filosofia, que faz do professor/pensador/pesquisador, acima de tudo, um "ouvinte-responsável", vivendo, também ele, a possibilidade de libertação, de emancipação constante, de perene conquista e (re)invenção de sua própria identidade, de perene (re)descoberta de sua historicidade, tomando os conteúdos curriculares sob hermenêuticas distintas, com outros matizes, que questionam aqueles tons oficiais que possam já ter adquirido.
Obrigado pela questão, meu amigo.
Abração.
Elvis Rezende Messias.
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ResponderExcluirOlá, Elvis. Uma das coisas que achei interessante em seu texto é que ele se abre a possibilidade de pensar com sem submeter a. Ao final, sua reflexão projeta um vir-a-ser, ligado à historicidade humana. Gostaria de saber se você pensa esse vir-a-ser como sendo baseado no nosso lugar comum ou como sendo baseado no nosso não-lugar?
ResponderExcluirLeandro Mendanha e Silva
Obrigado pela presença, prof. Leandro.
ExcluirA vida é dialética, né?! As surpresas dos encontros nos permeiam. Importa tomarmos consciência desse processo, a fim de que tais encontros não sejam epistemicidas, que não nos roubem a capacidade da fazer as ressignificações necessárias de nosso devir existencial. Neste sentido, esse nosso vir-a-ser pressupõe o que já conseguimos "ser" no "sendo" da nossa historicidade, mas também pressupõe o "outro" que nos interpela do "lugar" de seu próprio vir-a-ser existencial. Assim, "lugar comum" e o nosso "não-lugar" são as vias do encontro que nos encaminham para o "caminho", esse o lugar do homem, ser em constante processo de vir a ser. A experiência do ensino de história e do ensino de filosofia nos ajudam a compreender algumas "chegadas" da viagem humana, problematizando sobretudo quando são apresentadas para nós como "pontos finais" do percurso, encerrando hermenêuticas, dogmatizando interpretações. A Filosofia e a História ajudam-nos a nos comprometer muito mais com a vitalidade dos "caminhos" e das "perguntas" do que propriamente com as pretensas seguranças das "chegadas" e das "respostas". Em síntese, entre o (ou depois do) nosso "lugar comum" e o nosso "não-lugar" (que, portanto, nem é "nosso"), há aquilo que alguns poetas chamaram de "terceira margem do rio". Vamos a ela! Só se é, sendo.
Grande abraço, meu irmão.
Elvis Rezende Messias.
Adoro essa imagem criada pelo Guimarães Rosa e apropriada pelo Durval Muniz. Mesmo porque pensar com Foucault, Deleuze etc. é pensar no entre. Vejo que você pensa muito com Levinas, que não é um pensador com que tenho muita familiaridade e que conheço mais por via da Judith Butler. De qualquer forma, acho que tanto o texto dela quanto o seu me atiçam a conhecê-lo melhor. Obrigado.
ExcluirMontaigne, Lévinas, Enrique Dussel, Paulo Freire, Jacques Maritain, Foucault e Christoph Türcke marcam consideravelmente meus estudos e minha pessoa. rs
ExcluirGratidão, prof. Leandro. Mantenhamos contato.
Abraço.
Olá, Elvis. Gostaria de saber se você observa o ensino da filosofia como uma ferramente importantíssima para combatermos a intolerância religiosa (muitas vezes embasadas em interpretações - "filosóficas" - manipuladas?
ResponderExcluirOlá, Ygor. Obrigado pela partilha da questão.
ExcluirComo já refletiu Voltaire, a tolerância é uma “sabedoria sutil”, que nos faz enxergar os próprios limites, sempre idênticos aos limites do outro, pois todos estamos prenhes de erros e bobagens. Há um fundamento cético-empirista nessa compreensão que muito me apetece e nos ajuda a compreender um pouco sobre a questão da intolerância religiosa, bem sobre como a filosofia e a história são fundamentais para combatê-la. Em última instância, não há quem possa perscrutar "os segredos do Sagrado", o que nos leva a entender que há um grande paradoxo no intolerante religioso, pois ele, partindo do princípio de que o ser humano é "muito pequeno" para compreender os mistérios da vida, termina por apresentar a si mesmo como uma exceção "milagrosa" a essa regra, arrogando exclusivamente a si o "direito divino da onisciência".
Não temos como não perceber como a intolerância sempre estará entrelaçada à tirania, pois só enxerga as próprias leis e ousa a fazer da sua empiria a única empiria válida para tudo. Assim sendo, não só a filosofia, mas as Ciências Humanas num todo, são grandes ferramentas para combater a intolerância e a tirania, pois elas têm a força, como já alertou Bourdieu, de "desnaturalizar", "desfatalizar", "historicizar" e "problematizar" pretensas verdades, levando-nos, primeiramente, ao conhecimento de nossa própria ignorância. Penso um pouco assim sobre sua questão... O que acha?
Deixo duas citações mais, sobre a sua questão, com afirmativas interessantes de dois documentos da Igreja católica sobre a formação filosófica de seus membros:
- “Sem uma adequada formação filosófica, o estudante de teologia ficaria privado de compreender os próprios fundamentos filosóficos e epistemológicos daquela sacra disciplina, correndo o risco de realizar de forma acrítica seus estudos” (CNBB, sub. dout. 08, p. 23-24).
- “Através [do percurso filosófico] de estudos, será possível estimular nos seminaristas ‘o amor à investigação rigorosa da verdade, observação e demonstração, reconhecendo ao mesmo tempo honestamente os limites do conhecimento humano’, também na ótica pastoral, destacando ‘com cuidado à relação entre a filosofia e os verdadeiros problemas e questões da vida” (Vaticano. Congregação para o clero. "Nova Ratio Fundamentalis dos estudos sacerdotais", n. 164).
Grande abraço.
Elvis Rezende Messias.
Bom dia Elvis.
ResponderExcluirTodas as reflexões em seu texto são de grande importância e, mais que isso, necessárias. Mostrar os caminhos do pensamento latino-americano, as correntes de pensamento que foram surgindo e a influência de cada uma delas foi o que mais me interessou na sua escrita, pois tudo foi colocado e explicado parte á parte de forma organizada.
Considerando que o esforço decolonial continua em seu objetivo de uma consciência libertadora, e de certa forma uma independência cultural(ainda que muito difícil, pois há muita coisa enraizada em nosso comportamento, formas de pensar, etc), a História e a Filosofia assumem a linha de frente neste esforço.
Considero que o esforço decolonial deve ser inserido de alguma forma no ensino de História e Filosofia. No ensino superior, enquanto aluno do curso de História, me deparo com textos e muitas discussões que ajudam a pensar decolonialmente, ou pelo menos perceber como a dominação europeia se impôs em quase tudo e todas as consequências geradas.
Mas pergunto á você sobre o ensino básico. Muitos livros didáticos já trazem mais páginas de discussões sobre assuntos importantes como a dizimação dos indígenas quando da chegada dos europeus, a forma como fomos explorados, o contato nada pacífico entre portugueses e nativos.
Considero importante que desde o início da fase escolar as crianças já comecem á pensar assim, mas os professores esbarram em muitas dificuldades que vão desde a dificuldade em conseguir escolher um bom livro didático até mesmo sua formação que não contemplou disciplinas como História dos Povos Indígenas e História dos Povos Africanos, no caso do curso de História.
Pergunto como os professores podem contribuir no esforço do pensamento decolonial dentro do ensino básico nas disciplinas de História e Filosofia, considerando as dificuldades aqui citadas e todas as outras existentes nas escolas públicas?
Qual possibilidade você apontaria para que este esforço não fique apenas nas ditas "datas comemorativas"?
Parabéns pelo texto. Discusão válida, necessária e de qualidade.
FRANCISCO LUCAS GONÇALVES DOS REIS.
Olá, Francisco Lucas. Muito obrigado pela sua reflexão e pelas questões que colocou.
ResponderExcluirComeço problematizando uma situação, que a formação de professores. Precisamos, com urgência, de promover a valorização do estudo dos chamados "Fundamentos da Educação" em nossas licenciaturas. É impressionante ver disciplinas como "Filosofia da Educação", "História da Educação", "Sociologia da Educação" e "Antropologia da Educação" são ainda muito desvalorizadas por muitos estudantes, que acham que essas tais "disciplinas pedagógicas" não tem nada a ver com o núcleo mesmo dos seus cursos. Ora, são essas disciplinas que, de antemão, possuem a responsabilidade da chamada de atenção acerca de nossos "lugares de fala", dos projetos outros que estão por detrás dos projetos educacionais oficiais, problematizando os elementos que sustentam muitas das afirmações educacionais que, ao contrário do que se pensa, um estudante de graduação, um professor e um pesquisador não são chamados a simplesmente reproduzir depois em suas salas de aulas aos seus próprios alunos.
Deste modo, sim, a abordagem e o pensamento decolonial são imprescindíveis em nossas práticas dentro do ensino (básico ou superior), mas também em nossas práticas de pesquisa e de extensão. Como? Apresento cinco pequenas sugestões, com referências para leitura, que englobam as suas duas perguntas:
1) tomar conteúdos curriculares diversos sob a perspectiva da alteridade e da multiplicidade de abordagens, confrontando abordagens tradicionais com abordagens mais recentes (cf. DUSSEL, Enrique. "Ética da libertação: na idade da globalização e da exclusão"; FREIRE, Paulo. "Pedagogia do oprimido");
2) a importância do uso da linguagem interseccional como ferramenta teórica e metodológica (cf. AKOTIRENE, Karla. "O que é interseccionalidade");
3) o estabelecimento do trato teórico-prático da sala de aula sob uma dinâmica que trabalhe "a dúvida como recurso pedagógico" (cf. MONTAIGNE, Michel de. "Do pedantismo" e "Da educação das crianças"; MESSIAS, Elvis Rezende. "Educação e Ceticismo na filosofia de Montaigne");
4) resgate do estudo histórico e filosófico (indispensavelmente complementares) do Período Colonial Brasileiro (cf. MARGUTI PINTO, Paulo. "História da Filosofia do Brasil (1500 hoje): período colonial");
5) atentar-se às microrrelações de poder que há na sociedade como um todo, compreendendo e ajudando os estudantes pouco a pouco a compreenderem também as variações das estruturações e construções de regimes de verdade acerca da realidade e as elaborações de resistência que fazemos; neste sentido, não há prática educacional que possua um valor intrínseco, sendo significada dada no contexto em que se desenrola (dominação e/ou resistência). Nesse sentido, sugere-se desconfiança e a compreensão da ambiguidade das ações, mesmo que forjadas intencionalmente, na medida em que cada prática só pode ser compreendida na sua particularidade, numa relação de alteridade: "Não existem práticas pedagógicas inerentemente libertadoras ou repressivas, nem efeitos garantidos" (cf. GORE, Jennifer M. "Foucault e educação: fascinantes desafios". In: SILVA, Tomaz Tadeu. "O sujeito da educação").
Caminho aberto, meu amigo. Grande abraço. Sucesso na caminhada!
Elvis Rezende Messias.
Olá Elvis. Adorei o seu texto, parabéns pela discussão e obrigada. Creio que repensar a latinidade e nos colocarmos como latinos é importante. Fico feliz com esses diálogos, são pontes entre as áreas para pensar nosso trabalho como docentes e o nosso agir político.
ResponderExcluirAtualmente estou estudando Freire, especificamente Pedagogia do Oprimido. Gostaria de saber se você tem essa leitura, se a vê como um pensamento decolonial e se a partir desta se pode afirmar como uma contribuição ao pensamento histórico-filosófico latino americano?
Obrigada.
Paola Rezende Schettert
Prezada Paola, obrigado pela presença e pela partilha de sua questão.
ResponderExcluirPrimeiramente, Paulo Freire é formidável! Um autor que precisa ainda muito ser redescoberto e, infelizmente, revalorizado. É completamente insano os ataques que estão sendo feitos a ele pelo reacionarismo contemporâneo brasileiro.
A Pedagogia o Oprimido é um marco epistemológico. E, ainda que não se possa dizer, por questões de anacronismo, que ela seja nominalmente chamada de "pensamento decolonial", ela, sob a minha ótica, entra destacadamente nas obras que possibilitaram a decolonialidade. Isso se dá, justamente, em decorrência da sua tônica epistemológica. Ela influenciou uma forte virada hermenêutica e antropológica na filosofia, na pedagogia, na sociologia e na teologia latino-americanas. É um marco no que, depois, ganhou destaque naquilo que Boaventura Sousa Santos tem chamado de "epistemologias do sul", que quer resgatar experiências que são silenciadas e invisibilizadas, que se atenta ao colonialismo multifacetado que ainda se faz presente em nosso meio, que questiona sentidos epistemológicos que ainda insistem em se fazer dominantes etc.
Denúncia da mentalidade colonialista, trabalho pela desconstrução da hospedagem que fazemos do opressor em nós, promoção da compreensão de mundo a partir da interioridade latino-americana, superação do eurocentrismo, desconfiança de metodologias epistemicidas, que são posicionamentos caros ao pensamento decolonial, já estão fortemente presentes (e, quiçá-, já bem desenvolvidos) na obra freireana em sua crítica à colonialidade herdada pela educação brasileira de seus dominantes/colonizadores. Paulo Freire nos ajuda muito a pensar a realidade histórico-filosófica latino americana, chamando-nos à conscientização como caminho para não mais hospedarmos a visão de mundo e de homem do opressor dentro de nós... Por isso, promove uma pedagogia emancipatória e entende que ela é absolutamente necessária para que não sonhemos viver como o opressor vive, para não tê-lo como projeto de vida. Nesse sentido, um dos fundamentos epistemológicos do pensamento de Paulo Freire é a pluriculturalidade que, por sua vez, é uma premissa importante da crítica que o pensamento decolonial opera na superação da epistemologia monocultural eurocêntrica. Procedimentos de inferiorização, subalternidade, desigualdade, reprodutibilidade opressora e exclusão são profundamente criticados por ambos, Freire e pensadores decoloniais. Paulo Freire é referência para aqueles que são referências no pensamento decolonial. O próprio Enrique Dussel o afirma:
"Freire desenvolve um discurso próprio a partir da realidade das vítimas do nordeste brasileiro e da América Latina, para generalizar sua teoria e prática pedagógica, na África primeiro e, posteriormente, em outros países periféricos, e também centrais. É uma pedagogia planetária que se propõe o surgimento de uma consciência ético crítica. Sua ação educadora tende, então, não só a uma melhoria cognitiva, até das vítimas sociais, ou afetivo-pulsional, mas à produção de uma consciência ético-crítica que se origina nas próprias vítimas, por serem os sujeitos históricos privilegiados de sua própria libertação. O ato pedagógico crítico se exerce no próprio sujeito e na sua práxis de transformação: a libertação assim é o “lugar ” e o “propósito” desta pedagogia." (DUSSEL, Enrique. "Ética da libertação na idade da globalização e da exclusão". Petrópolis: Vozes, 2000, p. 443).
Grande abraço.
Elvis Rezende Messias.
Amigos, agradeço imensamente pelas contribuições de vocês aqui em meu texto. Enriquecemo-nos muito mais quando nos enriquecemos juntos! Gratidão imensa. Sigamos juntos na luta em defesa da educação, da democracia e da dignidade integral da pessoa humana. O neofascismo não vencerá!!!
ResponderExcluirMantenhamos contato: elvismessias.prof@gmail.com
https://www.youtube.com/watch?v=aefgYMNXC0I&feature=youtu.be
Grande abraço.
Elvis Rezende Messias.