JOAQUIM GOMES DE SOUZA E A HISTÓRIA DA MATEMÁTICA NO BRASIL
Este trabalho tem como
sujeito histórico central o matemático Joaquim Gomes de Souza [1829 – 1863]. A
escolha deve-se à relevância de sua dinâmica e breve vida e, destacadamente, de
sua formação e trajetória profissional, vinculações sociais, políticas e
produções científicas. Acresce a esses motivos as poucas abordagens dedicadas a
trajetória desse intelectual, com a amplitude e profundidade merecidas, e a
imperativa necessidade de contemplar produções para além do eixo Rio de Janeiro
– São Paulo, já que durante longos anos o escopo de grande parte dos
historiadores da ciência esteve direcionado para esses dois polos da ciência
nacional, que se revela bem mais amplo e no qual se insere o protagonista desta
abordagem.
Nos anos 20, o
movimento desencadeado pela Escola dos Annales influenciou profundamente a
historiografia, promovendo uma significativa alteração nas formas de se escrever
e analisar a História. Esta passou a ter suas fronteiras estendidas para além
dos domínios da política e da economia. Dos novos objetos, métodos e fontes,
até então negados, emergiam veios das mais variadas temáticas, como a História
das Ciências e nele a história da Matemática. O resgate da história do saber
matemático a partir de aspectos da trajetória acadêmica de Joaquim Gomes de
Souza constitui, a nosso ver, uma sugestiva perspectiva para a leitura da
sociedade brasileira e da ciência como elemento de formação.
Muito provavelmente
balizados pelas palavras escritas por Mendonça Furtado, que tão logo assumiu o
governo, descreveu o Estado como de “extrema miséria” [MEIRELES, 2001, 197]
alguns historiadores afirmam que, até meados do século XVIII, o cenário
maranhense era marcado pela pobreza e marasmo, onde a maioria dos colonos
dedicava-se a uma agricultura rudimentar, com predomínio do cultivo da
mandioca, do algodão e do tabaco, apenas capaz de suprir as demandas básicas da
alimentação e vestuário “em uma capitania onde tudo era carência” [ALMEIDA,
2006, 69].
Segundo os estudiosos,
a precariedade das atividades econômicas naquele espaço territorial e temporal
podia ser observada também pela ausência de moedas para intermediar as
transações comerciais. As trocas foram durante muito tempo estabelecidas por
varas de pano, novelos de fio de algodão ou outros produtos da terra
circulantes.
Esse estado de
letargia viria a modificar-se com paulatinas e decisivas alterações na política
mercantil durante o Governo de D. José I, onde sob a atuação de Sebastião José
Carvalho de Melo, Marques de Pombal uma série de expedientes foram postos em
prática no sentido de superar a crise econômica. Se, até aquele momento, os
olhos da metrópole portuguesa reluziam pelas pepitas de ouro e pedras preciosas
extraídas dos solos das “Geraes” e o açúcar continuava a adoçar os paladares e
lucros europeus, a partir de 1755, outros produtos entrariam na pauta das
exportações coloniais estimulados pela criação da Companhia de Comércio do
Grão-Pará e Maranhão, dentre os quais: o algodão, o arroz e o gado.
Criada e materializada
sob a égide do “absolutismo da razão”, a Companhia fora anunciada como um dos
caminhos para solucionar o abandono, atraso e dificuldades econômicas daquela
região [FALCON, 1982, 470], que, desde o século anterior, assim figurava nas
palavras do Padre Antônio Vieira quando se referia aos protestos vindos do
Senado da Câmara de São Luís, bem como aos argumentos do motim dos irmãos
Beckman [ALMEIDA, 2006, 76].
A Companhia operou
regularmente por dois decênios, até ser extinta em 25 de fevereiro de 1778. Sob
sua ação, estado e grandes comerciantes aliaram-se para desenvolver uma
agricultura voltada aos interesses do mercado externo, e os resultados dessa
política apareceram rapidamente com o crescimento das exportações de algodão e
de arroz.
Produto abundante na Ilha Grande [São Luís]
[ABBEVILLE, 1975, 162], o algodão teve sua cultura estimulada pela crescente
demanda provocada pelos avanços técnicos da indústria têxtil que absorvia cada
vez mais matéria prima. Por outro lado, a Guerra de Independência das colônias
inglesas da América do Norte, ao impedir o abastecimento regular de algodão
norte americano ao mercado inglês, em muito contribuiu para a colocação do
algodão maranhense no mercado internacional.
Assim, influenciada
por uma demanda externa em franca expansão, aquela economia cresceu consideravelmente
ao longo dos últimos decênios do século XVIII e dois primeiros do século
seguinte, atingindo a chamada idade de ouro da lavoura maranhense [VIVEIROS,
1992, 128].
Em 1760, os primeiros
sintomas decorrentes da instalação da Companhia já se faziam sentir. Naquele
ano registrou-se a exportação de 130 sacas de algodão, num total de 651 arrobas
[PRADO Jr., 1987, 82], e em 1767 das primeiras 225 arrobas de arroz. Apesar das
oscilações, o algodão, seguiu durante toda a primeira metade do século XIX como
o eixo da economia maranhense. Assim, a economia exportadora maranhense, regida
por uma demanda externa em franca expansão, cresceu consideravelmente ao longo
dos últimos decênios do século XVIII e dos dois primeiros do século seguinte.
Foi a idade de ouro da lavoura maranhense [VIVEIROS, 1992, 128].
De 1815 a 1819 o
algodão garantiu o valor de dez mil réis a arroba, propiciando lucros ao
comércio e a lavoura, tanto que em viagem pelo rio Itapecuru, Spix &
Martius [SPIX & MARTIUS, 1938, 466], constataram a fertilidade da região.
Mesmo sendo em junho, tempo de colheita, ficaram convencidos disso ao
encontrarem algumas plantações de algodão esvoaçando de branco. Daí terem
argumentado que uma plantação, abrangendo sem interrupção as margens do dito
rio, poderia fornecer algodão para o consumo de toda a Europa.
O fim da chamada
Segunda Guerra de Independência dos Estados Unidos [1812-1815] possibilitou a
retomada da produção deste país, que em poucos anos voltou a ser um dos grandes
produtores mundiais de algodão e arroz [EISENBERG, 1977, 32]. A decorrência
disso deu-se em 1819, quando o preço da arroba do algodão maranhense baixou
para quatro mil réis levando fazendeiros e comerciantes a amargarem enormes
perdas [VIVEIROS, 1992, 139].
A “terra semimorta”
[DIAS, 1970, 55] mudava em roupagem e fisionomia. Para o historiador, a
atividade mercantil, decorrente das ações da Companhia, humanizava a paisagem,
tornando vigorosa a ocupação humana naquelas terras e rompendo o círculo
vicioso da estagnação econômica.
Filho de Antônia de
Brito Gomes de Souza e Inácio José de Souza, “Souzinha” nasceu em 15 de
fevereiro de 1829 na Fazenda Conceição, localizada às margens do rio Itapecuru
[MA], local de habitação da família e onde desenvolvia-se uma grande plantação
de algodão. Convém assinalar que, como apresentado acima, à época, a província
do Maranhão passava por período de significativa prosperidade econômica,
derivada fundamentalmente da economia agroexportadora de algodão, arroz e
cana-de-açúcar, o que permitia a muitos senhores mandarem seus filhos à Europa,
a Pernambuco ou ao Rio de Janeiro, afim de estudarem e de onde voltavam
“doutores” e bacharéis nas leis, filosofia, medicina e matemática.
Além da Fazenda
Conceição, os Gomes de Souza eram proprietários de um grande casarão localizado
na, ainda hoje denominada, Rua do Sol, e que atualmente abriga o museu
histórico e artístico do Maranhão. No alto de sua fachada ainda permanece a
inscrição das iniciais de Inácio José Gomes de Souza, pai de Joaquim Gomes de Souza.
“Souzinha” realizou
seus primeiros estudos na cidade de São Luís do Maranhão, de onde em 1841
partiu para Olinda, juntamente com o irmão José Gomes de Souza estudante de
Direito, a fim de seguir o caminho acadêmico.
Preparava-se para o
exame de humanidades quando faleceu o irmão. Novos rumos se apresentavam a
Joaquim Gomes de Souza que, por determinação de seus pais, ingressou, aos 14
anos, como cadete no Primeiro Batalhão de Artilharia na Academia Real Militar
do Rio de Janeiro. Porém, a falta de vocação para a carreira das armas o levou,
em 1845, a trancar sua matrícula.
Não fosse a
interferência de Tiago José Salgado, parente da família, para mantê-lo no Rio
de Janeiro, Joaquim teria retornado ao Maranhão, muito provavelmente para
auxiliar o pai nas tarefas da fazenda.
A busca incessante de
conhecimentos o levou a frequentar a Faculdade de Medicina, onde o desejo de se
aprofundar nos estudos das Ciências Físico-Químicas e Naturais o impelira a
estudar as Matemáticas com afinco e dedicação.
No ano de 1846 voltara
a se matricular na Escola Militar, na qual solicitou autorização à direção para
realizar os exames de todas as cadeiras que faltavam e assim poder concluir seu
curso.
Alguns professores e
colegas não acreditavam em sua aprovação. Alheio àquelas opiniões, Gomes de
Souza debruçou-se sobre a elaboração de sua tese, “Dissertação sobre o Modo de
Indagar novos Astros sem Auxílio das Observações Diretas”. Nela, se propôs
indagar a possibilidade de existência de algum astro a partir, unicamente, da
perturbação por ele causada no comportamento de outro astro já conhecido,
método que dispensava o auxílio de aparelhos óticos e que, ainda hoje, continua
a ser bastante utilizado pela Astronomia.
Assim, aos dezenove
anos de idade, já se mostrando íntimo de equações trigonométricas, séries,
derivadas e integrais, o jovem Joaquim Gomes de Souza defendeu sua tese a 14 de
outubro de 1848 e alcançava o almejado grau de Doutor em Ciências Matemáticas,
sendo o primeiro aluno da Escola Militar a obtê-lo.
Após a conclusão e
defesa de sua tese e com o objetivo de recuperar sua debilitada saúde, decidiu
retornar para a fazenda onde tinha nascido. Ali, ao contrário de afundar-se,
abatido, na cama, dedicou-se ao estudo dos idiomas alemão e italiano, lendo filósofos
alemães e obras literárias em italiano.
Passaram-se seis meses
até que retornasse ao Rio de Janeiro e reassumisse, em julho de 1849, suas
funções de professor na Escola Militar.
O ano de 1850 foi
marcado pela publicação de dois trabalhos seus na então renomada Revista
Guanabara, “Resolução das Equações Numéricas e Exposição Sucinta de um Método
de Integrar Equações Diferenciais Parciais por Integrais Definidas”.
A busca em aprofundar
seus conhecimentos nas Ciências Matemáticas motivou Gomes de Souza a viajar em
1854 do Rio de Janeiro para a Europa, onde teve a oportunidade de visitar os
principais centros de pesquisa da França, Alemanha e Inglaterra.
“A primeira notícia
que se tem de intercâmbio franco-brasileiro em Matemática data de 1854 com a
ida de Joaquim Gomes de Souza, conhecido como Souzinha, A Paris. Em 1854,
Souzinha, então com 25 anos, visitou Paris onde ouviu palestras proferidas pelo
grande matemático Augustin – Louis Cauchy. Conta a lenda que fez intervenções
consideradas valiosas pelo sofisticado cientista francês e, a partir daí,
tornaram-se amigos” [Garnica, 2012, 285].
Na Alemanha encontrou
Antônio Gonçalves Dias [1823-1864], poeta maranhense da escola literária
romântica, com quem trocou ideias sobre a antologia poética que estava
organizando e que seria publicada anos mais tarde.
Encontrava-se naquele
país ao receber o comunicado de ter sido eleito como deputado representante do
Maranhão no Rio de Janeiro. Antes, porém de seu retorno ao Brasil para ocupar a
cadeira na Câmara, resolveu viajar para Londres com o objetivo de realizar seu
casamento com Miss Rosa Edith, filha do pastor anglicano Reverendo Humber.
Não obteve sucesso no
novo ofício e a profunda decepção vivenciada na política possivelmente tenha
contribuído para o comprometimento de sua saúde.
Em 1858, voltando à
Europa para concluir trabalho de que fora incumbido como membro do legislativo,
aproveitou sua estada em Paris para submeter-se a exames na Faculdade de
Medicina, onde defendeu tese e graduou-se doutor.
Assistiria, no ano
seguinte, à publicação, em Leipzig, Alemanha, de sua “Anthologie Universelle,
Choix des Meilleurs Poesies Liriques de Diverses Nations dans les Langues
Originales”, F.A. Brockhaus, Leipzig. Esta, refletindo o espírito ansioso de
Gomes de Souza pela cultura ampla, continha 944 páginas e apresentava uma
aprimorada seleção dos mais celebrados trechos das poesias líricas e pequenos
fragmentos de poemas épicos de vários povos, nas suas próprias línguas.
A vida aproximava-se
do fim. Em 1860, no Maranhão falecera sua esposa e dois anos depois também
perdera seu filho. Em fevereiro de 1864, muito doente, Joaquim Gomes de Souza
casou-se novamente. Em março daquele mesmo ano, a fim de se submeter a um
tratamento de saúde, Joaquim Gomes de Souza viajou para a Inglaterra onde, após
o insucesso dos procedimentos médicos, veio a falecer a 1º. de junho do mesmo
ano.
Pode-se afirmar, sem
riscos, que a obra de Gomes de Souza, além do seu valor intrínseco, tem ainda
uma significação toda especial, pois representa o início da pesquisa matemática
no país.
Em Joaquim Gomes de
Souza, teve também o Brasil o seu primeiro matemático, na verdadeira acepção de
quem é capaz de formular novos problemas e indicar o meio de resolvê-los.
Extraordinário esforço
de autodidatismo, produzido nas circunstâncias mais adversas, a sua vida
lega-nos, por isso mesmo, um duplo interesse: não somente Souzinha foi o
primeiro nome de vulto da matemática no Brasil, e até hoje uma referência para
a ciência nacional. Sua história, marcada pela busca constante do conhecimento,
é uma fonte de inspiração para os mais diversos ramos da ciência.
Referências
Dra. Marize Helena de
Campos é Professora Associada do Departamento de História da Universidade
Federal do Maranhão - UFMA e do Programa de Mestrado Profissional em Ensino de
História [ProfHistória UFMA]. É Investigadora Colaboradora do Centro de Humanidades
- CHAM [Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa
e Universidade dos Açores]
ABBEVILLE, Claude d’.
História da missão dos padres capuchinhos na Ilha do Maranhão e terras
circunvizinhas. Belo Horizonte. Ed. Itatiaia; São Paulo: EDUSP, 1975.
ALMEIDA, Patrícia
Alexandra Ramalho de. A administração portuguesa no Brasil Colonial: o
contributo de Manuel António Leitão Bandeira para o estudo da História das
Instituições na Capitania do Maranhão. Universidade de Lisboa, Faculdade de
Letras, Departamento de História, Mestrado em História Moderna, 2006.
ARAÚJO, Irene Coelho
de. JOAQUIM GOMES DE SOUZA [1829-1864]: a construção de uma imagem de Souzinha.
Doutorado em Educação Matemática. Orientação, Profa. Dra. Sonia Barbosa Camargo
Igliori. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. PUC/SP. São Paulo,
2012.
EISENBERG, Peter L.
Modernização sem mudança: a indústria açucareira em Pernambuco, 1840 -1910. Rio
de Janeiro: Paz e Terra; Campinas: UNICAMP, 1977.
FALCON, Francisco J.
C. A Época Pombalina. São Paulo, Ática, 1982.
GARNICA, Antônio
Vicente Marafioti & SOUZA, Luzia Aparecida de. Elementos de História da
Educação Matemática. SP: Cultura Acadêmica, 2012.
MEIRELES, Mário
Martins. História do Maranhão. 3 ª edição. SP: Siciliano. 2001.
NASCIMENTO, Carlos
Ociran Silva. Alguns aspectos da obra matemática de Joaquim Gomes de Souza.
2008. Dissertação [mestrado profissional]. Universidade Estadual de Campinas,
Instituto de Matemática, Estatística e Computação Cientifica, Campinas, SP.
PRADO Jr., Caio.
Formação do Brasil Contemporâneo. SP: Brasiliense, 20ª edição, 1987.
SILVA, Clóvis Pereira
da. A Matemática no Brasil: uma história do seu desenvolvimento. Ed. Edgard
Blucher, 2003.
SPIX e MARTIUS. Viagem
pelo Brasil. vol. I, Trad. Lúcia F. Lahmeyer, Rio de Janeiro: Imprensa
Nacional, 1938.
VALENTE, W. R.
“História da Educação Matemática: interrogações metodológicas”. REVEMAT, v.2.2,
p. 28-49, UFSC, 2007.
VIVEIROS, Jerônimo de.
História do Comércio do Maranhão. São Luís: Associação Comercial do Maranhão,
1992, v.1.
Olá professora! Gostei muito do texto! Uma questão a respeito da memória de Joaquim Gomes de Souza: em suas pesquisas, como percebeu a presença dele nas publicações de História da Matemática mais atuais?
ResponderExcluirImagino que Joaquim Gomes de Souza (e tantos outros cientistas brasileiros) não seja muito conhecido dos matemáticos em geral, mas ao menos nos manuais e pesquisas voltadas à História da Ciência no Brasil? Foi fácil encontrar informações sobre ele ou apenas, ou principalmente, em “fontes primárias”?
Fabrício Pinto Monteiro
ExcluirOlá Fabrício Pinto Monteiro! Muito obrigada pelo seu comentário.
Quanto a sua questão a respeito da memória de Joaquim Gomes de Souza e a presença dele nas publicações de História da Matemática mais atuais, o que pude perceber é que a história deste grande matemático brasileiro praticamente está circunscrita em trabalhos acadêmicos, dissertações e teses em larga medida da área da Matemática, sendo desconhecido pela maioria dos jovens e de outras áreas do conhecimento científico. Sobre o encontro das informações a respeito da vida de “Souzinha”, estas estão muito fragmentadas e fundamentalmente reunidas em trabalhos bibliográficos e sobre seus estudos. Meu interesse agora é rastrear sua vida em registros depositados no Arquivo Público do Estado do Maranhão, como a certidão de nascimento e batismo. Sugiro que você faça um levantamento dos trabalhos que foram defendidos em várias Universidades do país para conhecer mais deste grande nome da nossa Ciência. Um grande abraço e mais uma vez, obrigada pelo seu interesse.
Olá Professora Dra. Marize, parabéns pelo texto e principalmente pela temática. Minha primeira graduação é em Matemática e ainda que tenha sido apresentado a diversos expoentes dessa ciência, desconhecia a trajetória de Souzinha. É inegável sua importância e contribuição perante o estudo da Matemática brasileira, seja se debruçando nesse estudo ou representando o país no estrangeiro; a Senhora poderia indicar mais nomes de estudiosos nacionais nesse segmento que apesar de importantes, geralmente não são lembrados?
ResponderExcluirObrigado, Junior Pleis.
Olá Júnior! Muito obrigada pelo seu comentário.
ExcluirFico feliz que tenha gostado do texto e da temática. Você está certo, infelizmente muitas pessoas desconhecem a trajetória e a história de Joaquim Gomes de Souza. De fato, um grande matemático que pouco é lembrado fora de nichos muito específicos, apesar da imensa contribuição que deu à Ciência mundial. Júnior, há sim muitos outros estudiosos nacionais, de segmentos variados que são pouco lembrados. Para citar alguns, trago os nomes de Anísio Teixeira, importantíssimo educador brasileiro; Manuel Bomfim, médico e grande intelectual brasileiro, que tanto refletiu sobre as mazelas do nosso país e da América Latina; Nise da Silveira importante médica psiquiatra brasileira do início do século XX e que, embora reconhecida mundialmente por sua contribuição à psiquiatria ainda é pouco conhecida nas esferas mais amplas da nossa sociedade. Esses são apenas três que trago nesse momento, mas deixo a sugestão para que visite o Centro de Memória do CNPq, onde poderá conhecer um elenco imenso de importantes cientistas, pouco conhecidos, do nosso país. O Brasil precisa valorizar mais aqueles que tanto fizeram e fazem pela Ciência. Um grande abraço, Profa. Marize Campos.
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ResponderExcluirBoa noite!
ResponderExcluirOlá professora Marize, excelente trabalho! Um rol de conhecimentos de grande relevância.
Com base neste conhecimento, trazendo como fundamentação este grande autor, na história da Matemática, o professor de História poderia trabalhar de forma interdisciplinar temas envolvendo a Matemática, fazendo abordagens com os saberes junto à História na sala de aula, englobando o cotidiano dos educandos?
Rosângela Diniz Rabelo
Olá querida Rosângela! Que bom que você gostou do trabalho. É um estudo paralelo que faço, pois não há como não ficarmos com um grande incômodo em saber que temos tão grandes nomes na História da Ciência no Brasil, mas que ainda permanecem pouco conhecidos. Eu não tenho dúvidas que um rico trabalho interdisciplinar pode ser desenvolvido entre História e Matemática a partir, por exemplo, da trajetória e estudos de Joaquim Gomes de Souza. Imagine que incrível um projeto que ao longo do ano letivo envolvesse os alunos de determinado ano a “descobrirem” a história, as vivências e os estudos de um jovem maranhense. Inclusive com visitas ao Museu Histórico e Artístico do Maranhão, localizado na Rua do Sol em São Luís, e onde viveu por longos anos a família de Joaquim Gomes de Souza. Penso até mesmo em uma produção em HQ ou um livro voltado para crianças sobre esse importante cientista brasileiro.
ExcluirObrigada professora. Parabéns pelo trabalho!
ExcluirOlá professora Dr.ª Marize! Primeiramente quero parabeniza-lá pelo belo trabalho e por nos proporcionar a experiência da interdisciplinaridade com uma disciplina que dificilmente eu pensaria em trabalhar. Ademais, o seu trabalho me deu inspiração para pensar no futuro um trabalho para além das áreas das ciências sociais e humanas.
ResponderExcluirCom base no seu trabalho posso afirmar que é inegável o trabalho e o legado de Joaquim Gomes de Souza para a Matemática brasileira e, infelizmente reconhecer o quão alheio estamos a existência de certas figuras importantes do nosso Estado.
Ao longo do seu período de pesquisa quais foram as maiores dificuldades? Como foi para senhora chegar a Joaquim Gomes de Souza e o por que de uma figura com grande relevância para a ciência ser tão pouco conhecida?
Matheus Silva Pinheiro
Olá, querido Matheus. Obrigada pelo seu comentário. É isso mesmo, a interdisciplinaridade é um universo amplo de possiblidades! A história e o legado de Joaquim Gomes de Souza nos aponta o quanto desconhecemos a grandeza de muitos dos nossos cientistas e especificamente dentro da história do Maranhão, certamente merecia mais destaque. O trabalho que apresentei neste Simpósio deriva das leituras que venho fazendo já há alguns anos sobre a vida e estudos de Joaquim Gomes de Souza e a "curiosidade" em saber sobre este grande matemático brasileiro nasceu durante uma visita no Museu Histórico e Artístico do Maranhão, cuja sede é exatamente nao casarão que pertenceu a família de Gomes de Souza, tendo em seu frontal, inclusive as iniciais de seu pai, como eu digo no texto, um grande senhor do algodão do XIX. Penso que seu desconhecimento deve-se ao fato de no Brasil ainda darmos pouca atenção a Ciência e seu desenvolvimento assim como àqueles que por ela fizeram. Um grande abraço, Profa. Marize Campos.
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