NATUREZA DO ESTADO CAPITALISTA E A HISTORIOGRAFIA DA SAÚDE PÚBLICA BRASILEIRA: APONTAMENTOS INICIAIS
Segundo Breilh [2016],
o movimento latino americano de Medicina Social, também conhecido como Saúde
Coletiva, teve como finalidade romper o modelo hegemônico biomédico de se
pensar saúde e formular uma epidemiologia crítica que mostrava o vínculo
determinante do processo saúde-doença com as condições sócio-históricas.
Desse modo, o objeto
da história da saúde, como seu modelo interpretativo histórico e
correspondentes formas de atuação, modifica. Torna-se um desafio, nesse
sentido, avançar numa história crítica da saúde que acompanhe e contribua para
nutrir uma consciência sanitária e emancipadora.
Frente a este desafio
é preciso pensar nessa lógica que confere a saúde como uma mercadoria [Marx,
2017]. O trabalho em saúde [Mendes-Gonçalves, 1992] também não escapa a essa
lógica e deve servir de parâmetro para se pensar criticamente o que pode se
aprender a rever a história nesta perspectiva em todos elementos que se
relacionam a saúde pública/coletiva consumidor [Silva; Freitas; Sousa, 2014] e
suas devidas extrapolações do setor.
Tomando-se que, ao
pensar o Sistema Único de Saúde (SUS) e a configuração deste sistema como fruto
da conquista/concessão histórica da luta entre o movimento sanitário e o Estado
brasileiro, é que este ensaio visa elaborar alguns apontamentos sobre a relação
entre a natureza do Estado capitalista brasileiro e uma historiografia crítica
da saúde pública.
Breves
notas sobre a natureza capitalista do Estado
O capital é um
processo de acumulação de dinheiro pela extração da mais valia, de forma que o
Estado assume uma postura estratégica na reprodução dessa lógica capitalista. O
Estado vem construindo sua própria forma de transformação das relações de
produção e de concretizar o modo de produção capitalista. Sua atuação se mostra
essencial quando produz e promove a circulação de mercadorias e garante os
processos diários de troca a partir do dinheiro. Sem seu papel como agente
garantidor de tal produção e circulação de mercadorias não haveria capitalismo.
[Correia, 2015].
Nesta relação entre o
detentor dos meios de produção e de quem vende sua força de trabalho há a
necessidade de um ente “neutro” que se expresse nessa relação que as pessoas
são livres e iguais, que processe os interesses como utilidade de um bem
público, com vantagens mútuas. Nos casos em que forem descumpridos os preceitos
de liberdade e de igualdade, os instrumentos jurídicos podem ser acionados para
haver o restabelecimento. Entretanto, esse Estado se revela como aparência,
pois na essência age em conformidade com os interesses da classe dominante. É
inexorável sua ligação com o capital, logo não há como suas ações serem
desinteressadas, sendo um agente neutro nesta relação social. Sob esse prisma,
há de se compreender que as políticas provenientes dessa aposta Estatal serão
limitadas, por sua posição específica perante o capital [Correia, 2015].
Vale ressaltar que a
natureza capitalista do Estado se dá de maneiras distintas a depender da
economia mundial constituída, que influencia diretamente no desenvolvimento da
formação social. A compreensão dessa análise permite avaliar os regimes
políticos, assim como captar as razões de uma intervenção pública que se mostre
desmesurada. Nessa configuração, Estados subdesenvolvidos, também chamados de
Periféricos, constituem a periferia da parte dominada do conjunto que é a
economia mundial. Portanto, é o lugar aonde vai se cristalizar a necessidade de
reproduzir o capital em escala internacional. Logo, também será por onde
transitará a violência necessária a que ela se realize, já que é o elemento e o
meio que tornam possível tal política [Mathias; Salama, 1983].
Sampaio Jr [1999]
nomeará esse capitalismo de países periféricos de dependente, sendo ele fruto
de um produto de uma situação histórica em que a sociedade fica submetida aos
desígnios dos interesses de burguesias que são incapazes de conciliar
desenvolvimento econômico, soberania nacional e democracia. As assimetrias
sociais e o controle da representação política conferem aos atores sociais uma
visão comprometida com o status quo, em que a racionalidade capitalista se
ancora com o intento da ordem, da propriedade individual, a iniciativa privada,
a livre empresa e a associação dependente. São instrumentos para perpetuar o
privilégio econômico, sociocultural e político. Qualquer ameaça à estabilidade
da ordem é reprimida, provocando estados de extrema rigidez estrutural.
De Lacerda et al
[2006] abordam em seu texto sobre as vias de constituição do capitalismo: a
clássica, a prussiana e a colonial. Os países líderes do capitalismo constroem
seu desenvolvimento pela via clássica, beneficia-se dos ganhos da Era Colonial.
Os países de industrialização retardatária se consolidaram pela via prussiana,
foram países que substituíram o modo de produção feudal para o capitalismo. Os
países colonizados constituíram seu capitalismo pela via colonial. Não
apresentaram revoluções democrático-burguesas, criando uma burguesia sem
autonomia política e subordinada aos países de economias centrais. O Brasil se
situa nesta última via – a colonial, e, atualmente, constitui um Estado que
apresenta uma intensa disputa de interesses, com uma manifestação de luta
social e de luta de classes [Fontes, 2018].
Saúde
Pública Brasileira a luz de sua formação historiográfica
O Brasil possui dados
econômicos que poderiam criar a ilusão de que caminharia para um Estado de
primeiro mundo [de capitalismo central], mas a realidade social nos reafirma
nossa posição de país de terceiro mundo [de capitalismo periférico], com
heranças profundas de desigualdade social, econômicas, políticas e culturais
[Ianni, 2004].
Segundo Braga e Paula
[1981], a preocupação com a saúde ocorreu de forma distinta para países de
capitalismo central e países de capitalismo periférico. Enquanto para os
Estados desenvolvidos a saúde se referia a uma situação dada, que não se
pretendia alterar; os estados como o Brasil, à atenção a saúde era apresentada
com elemento transformador, capaz de resgatar essas nações da pobreza.
A primeira vez em que
a proposta da Medicina Social se coloca é durante a Revolução Francesa, neste
momento a assistência social e a médica são colocadas como questão de direito
dos cidadãos, não mais como uma caridade dos mais ricos. Surge uma consciência
coletiva de precariedade das condições de vida das massas populares e dos seus
meios de assistência a elas. Na Inglaterra, por sua vez, houve a ideia de
transformar a medicina social numa prática de Estado, a assistência seria
controlada, uma intervenção para que os mais pobres satisfizessem suas
necessidades de saúde, a partir de um controle realizado pelas classes dominantes
e de seus representantes do governo. Constrói-se um cordão sanitário
autoritário entre ricos e pobres, em que os ricos “garantiam” não serem vítimas
de epidemias disseminadas pelos mais pobres, mediante a gratuidade ou pouca
despesa de tratamentos de saúde. Inicia-se, a partir do século XIX, uma
medicina baseada essencialmente no controle da saúde e do corpo dos pobres para
torná-los aptos ao trabalho e menos perigosos aos ricos [Braga; Paula, 1981].
A formação da
sociedade brasileira, nesse período, atende a interesses de mercados externos.
Por essa razão, a economia se configura como primária exportadora, com uma
industrialização substitutiva de importações, associada a capitais estrangeiros
e nacionais e com um crescente monopólio do aparelho estatal pelo capital
financeiro. Em escala cada vez mais ampla, a circulação do capital passa a
predominar sobre a mercantil, alterando as condições de acumulação capitalista
no âmbito do sistema mundial e no país colonizado. A escravatura adentra ao
século XIX no Brasil e passa a determinar a organização do trabalho e vida, da
economia, da política e da cultura. O peso do escravismo divide a sociedade em
duas partes, que se complementam e se antagonizam. Marcou profundamente as
relações e as estruturas sociais pelas linhas de casta. Segundo o autor, essas
marcas dialogam com a formação social contemporânea do país. Em que o
desenvolvimento do Estado ocorreu de modo desigual e combinado, como resultado
de uma sucessão e combinação de formas diversas e contraditórias de organização
de vida e trabalho [Ianni, 2004].
No último quartel do
século XIX e nas três primeiras décadas do século XX existia uma ausência do
poder público nas áreas de educação e saúde. O movimento pela reforma da saúde
pública e pelo saneamento rural adquire entre 1910 e 1930 novos contornos, com
intensos debates sobre os dilemas e rumos da sociedade brasileira. Esse
movimento pelo saneamento teve um papel importante e prolongado na reconstrução
da identidade nacional, a partir da identificação da doença como elemento
distintivo da condição do ser brasileiro. Adotou-se uma postura
médico-higienista pelos diferentes grupos sociais, sendo compartilhada pelos
intelectuais, o que resultou na criação de um grande número de postos de
profilaxia rural. A ciência buscava identificar os sintomas da cultura do país,
tornando-se um instrumento da agenda do projeto modernizador. Assim, o homem
brasileiro descrito como atrasado, indolente, doente e resistente aos projetos
de mudança poderia caminhar em direção ao progresso [Castro Santos, 2004;
Fonseca, 2007].
No século XIX, não
houve no Brasil escravista uma radicalização das lutas operárias, com partidos
e organizações fortes. As primeiras manifestações da tomada de consciência e da
ação política operária datam no início do século XX. Resultaram dessas lutas,
as primeiras iniciativas de legislação voltadas ao mundo do trabalho, com a
criação dos direitos sociais no país da Era Vargas, nos anos 1930. Contudo, é
preciso ressaltar que há uma distância real entre a definição dos direitos em
lei e a sua implementação real, o que evidencia a fragilidade das instituições
e políticas brasileiras [Behring; Boschetti, 2011].
É importante destacar
que as relações de produção e de trabalho afetam a saúde dos trabalhadores
diretamente, pois os submetem a pressões por extensas jornadas de trabalho [na
busca pela mais valia absoluta], no uso de maquinários e equipamentos que
acarretam em doenças e por elevar a produtividade [na busca pela mais valia
relativa]. Tais aspectos, portanto, devem ser incorporados nos discursos dos
trabalhadores para incorporar o cuidado à saúde como direito social [Braga;
Paula, 1981].
Até os anos 1930 não
havia nenhuma política nacional de saúde, inicia-se a partir desse momento a
saúde pública e a medicina previdenciária [Behring; Boschetti, 2011]. Dos
quais, os serviços de saúde se estabeleciam de duas maneiras: os serviços de
saúde destinados ao Ministério da Educação e Saúde Pública [MESP] e àqueles
destinados ao Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio [MTIC]. Esta
separação propiciou a construção de dois formatos institucionais de inclusão
social, acompanhadas de concepções diversas sobre direito à saúde. A política
de saúde pública implementada pelo MESP se mostrou coerente com as ações
governamentais, tanto na área econômica, quanto na jurídica e acompanhou os
processos de burocratização do Estado. Até os anos 1950, essa política de
manteve representada por um conjunto de programas nacionais pouco articulados
entre si. Constituirá público alvo desta política de saúde pública pelo MESP a
vasta população urbana e rural que se encontrava à margem do mundo do trabalho
formal, ou seja, à margem da cidadania regulada. Por outro lado, consolidou-se
a assistência médica individual previdenciária implementada pelo MTIC, que com
o passar do tempo se tornou referência para a prestação de serviços públicos
voltados para os indivíduos reconhecidos como cidadãos – população inserida no
mercado de trabalho e amparada por princípios corporativos [Fonseca, 2007].
A priori o governo de
Vargas soube combinar a regulamentação do trabalho e o enfrentamento da questão
social, buscando transformar a luta de classes em colaboração de classes, aliou
interesses do Estado social com os processos internacionais, com mediações
peculiares a realidade brasileira. Entretanto, esse regime se desgastou e
culminou em sua decadência. Tanto por sua incapacidade de coordenar os
interesses das frações burguesas após o processo de modernização conservadora,
como também por novas situações dos trabalhadores do campo e da cidade e suas
lutas. O período de 1946 a 1964, apenas ratificou essa disputa de projetos e
intensificação de luta de classes. A burguesia, nesse momento, encontrava-se
fragmentada, com expressões em diversos partidos políticos. Uma das principais
expressões dessa época foi o Plano de Metas de Jucelino Kubitschek, com a
proposta de crescer 50 anos em 5. Nesse cenário, a disputa de projetos teve
como efeito uma expansão de direitos lenta e seletiva, sendo um desafio
consensos em torno de um projeto nacional. Logo, esse período ficou marcado
pela manutenção de um formato corporativista e dividido da era Vargas, até que
em 1964 aconteceu a intervenção militar que durou 20 anos [Behring; Boschetti,
2011].
A ditadura significou
para a sociedade brasileira a tendência de um projeto de desenvolvimento
econômico-social e político, que tinha como característica no setor da saúde um
modelo assistencial com incorporações de tecnologias advindas do exterior, um
crescimento da medicina previdenciária e um declínio da saúde pública
propriamente dita. O privilegio ao setor produtivo reverberou em uma extensão
da cobertura previdenciária para população; uma ênfase na prática médica
curativa, individual, assistencialista e especializada aliada aos interesses do
capital internacional e das indústrias farmacêuticas; criação do complexo
médico-industrial, interferência estatal na previdência, favorecendo uma
prática voltada para o lucro do setor privado e, por fim, uma reorganização da
pratica médica em moldes compatíveis com a expansão do capitalismo do Brasil
[Teixeira Fleury, 1989; Bravo, 2006].
Em 1974, começou a
aparecer os primeiros sinais de esgotamento desse projeto tecnocrático e
modernizador-conservador. De forma que nos próximos anos, o regime passará a se
abrir em um processo de transição para a democracia, o que virá a ocorrer, mas
condicionada com as orientações conservadoras neoliberais já em curso no âmbito
mundial. Os anos 80 ficaram conhecidos como década perdida, do ponto de vista
econômico, porém houve conquistas e concessões democráticas em função das lutas
sociais e da Constituição de 1988 [Behring; Boschetti, 2011].
O movimento da Reforma
Sanitária Brasileira [RSB] foi desencadeado pela 8ª Conferencia Nacional de
Saúde, que promulgou a Constituição de 1988, que instituiu o Sistema Único de
Saúde [SUS]. Após a constituinte foi possível identificar anos de instabilidade
[1989-1994], assim como a reforma do setor saúde nos governos da “social
democracia conservadora” [1995 a 2002] e a as ambigüidades dos governos Lula.
Embora a RSB proporcionasse avanços no que tange os direitos sociais e à saúde,
ela consistiu em uma reforma parcial de natureza setorial e institucional
expressa pelos anos de implementação do SUS [Paim, 2008].
É sabido, contudo, que
as condições políticas e econômicas de 1990 em diante dificultaram a
implementação real dos princípios orientadores democráticos e dos direitos a
eles correspondentes. Com o desmonte e a destruição da reforma estatal para a
adaptação passiva a lógica do capital, a natureza pragmática, imediatista,
submissa e antipopular das classes dominantes brasileiras são reveladas. Isso
porque houve a entrega de parte significante do patrimônio público ao capital
estrangeiro, não os obrigando a comprarem insumos do Brasil. Tal ação levou ao
desmonte de uma parcela do parque industrial nacional, uma remessa de dinheiro
ao exterior, desemprego e ao desequilíbrio da balança comercial. Outro aspecto
relevante nessa reforma estatal foi o Programa de Publicização, que criaram as
agências executivas e das organizações sociais [Behring; Boschetti, 2011] as
quais terão um impacto essencial na administração dos serviços públicos de
saúde, principalmente no município de São Paulo-SP.
Castro et al [2019],
ao analisarem o SUS nos seus 30 anos de existência, compreenderam que embora
seja uma política de sucesso, há a necessidade de lidar com as persistentes
desigualdades geográficas, financiamento insuficiente e com a colaboração
setorial das instâncias privadas. Segundo os autores, as políticas fiscais
implementadas em 2016 deram início a medidas de austeridade que poderiam
reverter às conquistas até o momento.
Diante do atual
contexto da saúde pública na turbulência do capitalismo contemporâneo, Mendes e
Carnut [2018] nos provocam algumas reflexões. Primeiramente, quanto ao papel do
Estado, como forma política do capital, na medida em que utiliza sua
institucionalidade, via políticas públicas [de saúde, em particular] para
reprodução de sua valorização. Segundo, relacionado à compreensão de que as
propostas “reformistas” são coniventes com a história contemporânea pela forma
que se concretiza o direito à saúde, pela ausência ou pouco enfrentamento ao
desmonte, desfinanciamento e desresponsabilização. Acreditar que o SUS vai
melhorar, diante de todas as problemáticas que se depara, é uma mera ilusão,
que habita a interpretação do concreto no âmbito do setor saúde. A aposta, para
ameaçar tais interesses, continua a ser a luta de classes [Dantas, 2017].
Considerações
finais
O Estado Brasileiro se
configurou em um país capitalista dependente, cuja via originária deste
capitalismo foi a colonial. Por ter essa característica, sua economia fica
submetida aos países de economia centrais. Em detrimento disso, sua formação
social herda aspectos peculiares que refletem na saúde pública. Algumas dessas
heranças mais marcantes são: o peso do período escravocrata na sociedade, a
cisão entre grupos sociais [população urbana-rural, litoral-sertão, classe dominante
- classe trabalhadora] e um desenvolvimento desigual e combinado.
Reconhecer alguns
aspectos da historiografia brasileira permite identificar as nuanças que estão
impregnadas nos espaços de saúde, nos agentes da relação entre profissionais e
sujeitos e nos modelos assistenciais. Cada período socio-histórico abarcou
reflexões sobre o entendimento do ideário sanitário, com implicações nos
comportamentos, nas práticas assistenciais, na aquisição de tecnologias e na
relação social intrínseca a lógica do capital. A história denuncia os
interesses da luta de classes, assim como nos evidencia os avanços, como no
caso da Reforma Sanitária, mas também não nos deixa perder de vista que os
propósitos eram ainda maiores. Convida a refletir sobre os rumos da saúde pública
dos próximos anos, sem ter a ilusão dos interesses estatais e do capital.
O resgate da saúde
pública por alguns marcadores temporais revela a aposta do Estado nesse campo.
Embora haja a interpretação que o mesmo seja neutro, os acontecimentos nos mostram
sua verdadeira essência. Nessa perspectiva, há de se considerar a relação
orgânica entre Estado-Capital. Portanto, o Estado é determinado pelo modo de
produção e pelas relações sociais inerentes a classe dominante brasileira, que
apresenta uma natureza subordinada aos interesses dos países de capitalismo
central e antipopular. A partir dessa concepção, o direito a saúde tal como
está consolidado pela Constituição de 1988 não está sólido, como pode parecer.
Sendo importante a luta por essas conquistas e foco para o real intento, que é
uma saúde pública, universal e de qualidade, ancorada em um projeto
civilizatório pautado na emancipação humana.
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olá,
ResponderExcluirParabéns pelo texto!
O desmonte do SUS e a saúde tratada como mercadoria me parece algo evidente nos últimos anos. E agora estamos em um Estado de Emergência mundial, por causa da Pandemia do novo coronavírus, provavelmente este será um capítulo importante na história da saúde mundial. Esta situação peculiar que estamos vivendo acentuou mais ainda as diferenças entre ricos e pobres em vários países, principalmente em países do sul. É possível dizer que futuramente possa ter mais investimento na saúde pública do Brasil, tendo em vista que neste momento nos mostramos mais dependentes do que nunca do SUS? Será que mesmo diante da inegável necessidade da Saúde Pública, mesmo assim teremos cortes de investimentos na Saúde Pública para caminharmos para um sistema de saúde particular como nos EUA?
At.te
Debora Cirqueira Ferreira