Jessica Kaline Vieira Santos


NEW AGE POPULAR: A FÉ CONTEMPORÂNEA BRASILEIRA NAS AULAS DE HISTÓRIA




A proposição desse trabalho tem como principal objetivo descrever de forma breve as atividades realizadas durante o período 2019.2 na disciplina de férias Seminário de Brasil III, ministrada na Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN no Centro de Ensino Superior do Seridó – CERES, Campus Caicó, para alunos de diversos cursos do ensino superior da instituição interessados na temática proposta: Aspectos da Religiosidade Brasileira na contemporaneidade.

A disciplina teve como eixo central de discussão aspectos da fé e das práticas religiosas ou não do Movimento New Age Popular, ou Movimentos da Nova Era. Os Movimentos New Age Popular tem o seu surgimento nas primeiras décadas do século XX e a sua difusão e crescimento no Brasil a partir da década de 1970 e 1980, e se caracterizam por serem movimentos filosóficos ou religiosos híbridos, que integram traços de diversas religiões, doutrinas e dogmas. Nesse caso, as expressões mágico-religiosas utilizadas para a discussão se situaram no que se refere à algumas práticas efetuadas na América Latina. Essas expressões religiosas além de serem consideradas hibridas são marcadas pela busca da conexão com o campo espiritual, com a natureza, com a ciência, o cosmos e com o “eu interior”. Sobre as Religiões New Age, Oliveira afirma:

“De fato, a NA no Brasil, adquire uma face própria que culmina com o que chamaremos de New Age Popular – NAP –, presente em movimentos como o Vale do Amanhecer, as religiões ayahuasqueiras de modo geral, a Umbanda Mística, a Legião da Boa Vontade entre outros – emergindo de forma plural e eminentemente sincrética, em constante diálogo com as religiões já estabilizadas no campo religioso. (OLIVEIRA, p.15, 2008)”

Nelas o desenvolvimento das práticas são individuais e cada indivíduo é responsável pela sua evolução enquanto ser humano, buscando assim viver em harmonia com os demais seres humanos e com a natureza. Muitas difundem ideias de amor incondicional, tolerância, caridade e cura. Bem como de união e respeito com os seres humanos e com a natureza. Conforme observado nos estudos da disciplina, esses movimentos filosóficos e religiosos ganham cada dia mais novos adeptos e integrantes ao longo do tempo e se espalham cada vez para mais países e comunidades.

Outro aspecto relevante no que diz respeito as práticas New Age Popular é a possibilidade de transito religioso entre os integrantes, que podem habitar diversos espações de fé e culto, sem que necessariamente estejam presos a apenas um deles. Nesse sentido, os integrantes podem frequentar religiões mais tradicionais como o Catolicismo ou Protestantismo e “complementar” as suas práticas em outros grupos.

As New Age’s Populares também são marcadas por suas conexões com as sociedades pósmodernas e contemporâneas, que possibilitaram em grande medida a partir da globalização, da internet, da velocidade de informações, as trocas necessárias entre as sociedades e as religiões, formando novas concepções de mundo adaptadas e ressignificadas, para uma parcela de população que a partir do mesmo processo também passa a admitir novas formas de crer e vivenciar as suas experiências. Sobre a mistura de traços presente nas Religiões da Nova Era Guerriero afirma:

“A Nova Era resgata tradições, passadas e atuais. Com as passadas empreende um processo de recriação. Com as presentes, resignifica-as. Porém, nesse processo não há como não alterar as religiões atuais, pois muitos praticantes dessas acabam entrando em contato com o jeito nova era de lidar com o sagrado. Nesse trânsito e migração acabam retornando à sua religião de origem com novas idéias e concepções na bagagem.”(GUERRIERO,2009  P.37)

No que se refere ao Campo da História, as tendências historiográficas assumidas a partir das décadas de 1970 e 1980 com a admissão de novos objetos de pesquisa e métodos de elaboração das discussões bem como a utilização das novas fontes propiciados pela Nova História Cultural foram fundamentais para a ampliação e a escrita desses novos objetos. Além do mais, a utilização da interdisciplinaridade também foi e é de fundamental importância para o estudo desses movimentos, pois a partir de outros campos do saber como a antropologia e a sociologia podemos estabelecer conexões entre os estudos estabelecidos entre elas e a História.

A saber, as discussões efetuadas na disciplina durante o período em que a mesma foi ministrada, iniciaram-se por concepções teóricas acerca da História Cultural, do conceito de cultura e do conceito de religião, a partir dessa discussão inicial que delimitou o nosso campo de atuação e pesquisa. Após a discussão e abordagem dos aspectos teóricos relativos ao campo historiográfico, passamos para discussões sobre o tema proposto, delineando o conceito de New Age, e as suas concepções a partir de outras ciências, bem como da história além de discussões sobre aspectos da religiosidade popular e da hibridização dos movimentos que nos propomos a estudar.

O nosso objetivo a partir de então esforçou-se por problematizar e analisar o processo de construção da religiosidade desses movimentos primeiramente a partir de aspectos ressignificados das religiões tradicionais, levando em consideração os mais diversos aspectos que se referem a constituição da fé.

Dentre os movimentos que foram sugeridos para discussão na disciplina estiveram presentes as Religiões ayahuasqueiras brasileiras como o Santo Daime e a União do Vegetal –UDV, que fazem a utilização da beberagem de plantas como a Chá Hoasca (também conhecido como ayahuasca). A bebida utilizada para a pratica do transe nos dois movimentos é extraída e preparada a partir de duas plantas amazônicas, o cipó Mariri (Banisteriopsis caapi), e as folhas da árvore Chacrona (Psicotria viridis).

No caso do Centro Espirita Beneficente União do Vegetal – UDV, se caracteriza por ser uma religião fundamentalmente cristã, fundada ainda na década de 1960 pelo Mestre Gabriel, como é conhecido pelos adeptos, José Gabriel da Costa. A primeira comunidade fundada no meio da Floresta Amazônica, muda-se no ano de 1965 para Porto Velho (RO) de onde a religião cresce a ganha mais adeptos que dão continuidade e fazem a expansão do movimento para outras partes do país, A UDV, tem como princípios fundamentais segundo seus integrantes o desenvolvimento espiritual de seus adeptos sem fazer distinção de raça, cor, sexo, condição social o nacionalidade. Nos dias atuais a União do Vegetal conta com 216 núcleos espalhados pelos 26 estados brasileiros e mais dez países, como Estados Unidos, Canadá, Peru e Austrália.

O Santo Daime por sua vez, apesar de ter se iniciado também no interior da Floresta Amazônica nas primeiras décadas do século XX, tem a sua fundação efetuada pelo neto de escravos Raimundo Irineu Serra, Mestre Irineu. O Daime também é um movimento cristão e hibrido, reunindo traços das tradições espíritas, católicas, caboclas e indígenas. Seus adeptos acreditam que o Mestre Irineu tenha recebido diretamente de Nossa Senhora da Conceição. Fundamentalmente a utilização da bebida tem como principal objetivo a busca do “EU interior” de quem faz a sua ingestão. Busca repudiar qualquer forma de sectarismo e preconceito, fanatismo e intolerância religiosa.

Seguindo a nossa discussão durante a exposição da disciplina abordamos o Movimento Doutrinário e Religioso Cristão Vale do Amanhecer, que tem a sua instituição e oficialização no ano de 1969. Diferentemente dos demais movimentos New Age Popular mais conhecidos, o Vale tem a sua instituição por meio de uma mulher, chamada Neiva Chaves Zelaya, ou Tia Neiva como é conhecida pelos seus adeptos, o vale do Amanhecer tem a sua sede em na cidade de Planaltina-DF, e conta com aproximadamente 800 mil adeptos e supera a marca de 650 templos espalhados no em todo o Brasil, bem como em diversos países como Portugal e Inglaterra, Canadá e Argentina. O VDA, se caracteriza por ser uma doutrina Cristã Hibrida, com traços de diversas religiões como o Catolicismo, o Espiritismo, e religiões de Matriz Africana. E apesar dos rituais terem como característica a incorporação não existe a indução do transe por meio de nenhuma bebida. No Vale do Amanhecer, os preceitos fundamentais estão na pratica da caridade, na tolerância e no Amor Incondicional.

Outro movimento discutido e analisado nas aulas da disciplina foi o Movimento criado pelo Médium Brasileiro João Teixeira de Faria, mais conhecido como João de Deus. A comunidade sede do médium João de Deus está situada na cidade de Abadiânia(GO) fundada inicialmente em Cachoeira do Goiás em 1942 transferida para Abadiânia em 1976 com a fundação da Casa Dom Inácio de Loyola. Segundo os adeptos e frequentadores, a doutrina instituída pelo médium João de Deus tem a sua instituição a partir dos preceitos de Chico Xavier, médium brasileiro conhecido mundialmente pela pratica da caridade e psicografia de textos por espíritos, e do suposto espirito Bezerra de Menezes. João de Deus ficou conhecido mundialmente principalmente após ser convidado pela apresentadora de TV Estadunidense, Oprah Winfrey para participar de alguns de seus programas.

O traço mais interessante no que se refere ao movimento promovido pelo médium Joao de Deus é que no ano de 2018, o médium foi denunciado e indiciado por abuso sexual. Milhares de mulheres entraram gradativamente com ações contra o mesmo, pelo crime de abuso sexual. Ele também foi indiciado por falsidade ideológica e posse ilegal de armas, dentre outros crimes. Em 15 de dezembro de 2018, João de Deus se entregou à polícia e até o presente momento (no ano de 2020) continua preso em regime de prisão domiciliar. Entretanto, apesar do funcionamento da Casa Inácio de Loyola estar prejudicado em virtude da prisão do Médium, as orações acontecem simultaneamente nas residências dos seus adeptos no Brasil e fora dele. Excetuando a parte judicial que a doutrina passa com a prisão do médium, observamos que existem muitos relatos de cura espiritual exercida a partir dos rituais empreendidos na Casa Dom Inácio de Loyola. Muitos dos frequentadores relatam a sua cura e o bem-estar ao frequentar o lugar, fato inclusive que torna o lugar muito conhecido mundo à fora.

Caso curioso que ao nosso entender também integra as práticas New Age Popular é a Igreja Maradoniana, com sede na Argentina. A igreja instituída para celebrar o jogador argentino Diego Maradona, conta adeptos espalhados pelo mundo principalmente argentinos. A Igreja foi fundada no ano de 1998 na Cidade do Rosário. Para os adeptos, a data do nascimento do Diego Maradona é considerado o Natal e conta com uma espécie de 10 mandamentos que devem ser cumpridos pelos seus fiéis, dentre eles estão “amar o futebol sobre todas as coisas” e “declarar amor incondicional ao Diego e ao futebol”. Conta com rituais de batismo e casamento.

Por último, tratamos também das influências que a cultura japonesa e chinesa exercem na religiosidade popular brasileira, e como esses elementos foram recepcionados e difundidos no Brasil, principalmente a partir da década de 1980 com a grande difusão a partir do Cinema, com o Filme Karatê Kid (1984) que trouxe para o Brasil aspectos filosóficos e dogmáticos.

Além desses temas em especifico, as discussões por diversos aspectos sociais e econômicos que complementam o cenário a qual esses movimentos ganharam espaço e acabaram se difundindo, bem como discutimos as trocas entre eles e outras religiões consideradas tradicionais, e práticas mais subjetivas das formas de crer.

Complementando o assunto, para aa discussão assim como temas diversos, foram utilizadas metodologias diversas para a abordagem do assunto, os debates como eixo norteador das discussões, bibliografias sobre os movimentos, vídeos e imagens compuseram a forma como a disciplina se delineou. Não menos importante, os alunos trouxeram as suas contribuições pessoais e exemplos empíricos da vivência das formas de crer na contemporaneidade.

Enfim, todas as Religiões New Age aqui mencionadas e muitas outras, estampam a pluralidade das formas de crer da pós-modernidade, a hibridização, as adaptações, os novos significados para símbolos usados anteriormente ou contemporaneamente em diversos espaços. No caso brasileiro apesar do número de adeptos e visitantes muitas delas figuram em cenários secundários e estereotipados, sendo alvo comum do preconceito e da intolerância religiosa. A proposição desse artigo, bem como das discussões efetuadas tem também como um dos objetivos ampliar o leque de informações para que cada vez mais pessoas tenham acesso a informação e possam desmistificar o preconceito sobre determinadas disseminações religiosas. Nesse sentido, sobre a relação dessas novas práticas na sociedade, Guerriero afirma:

“O que garante a presença das novas práticas é o sistema de crenças compartilhado por seus agentes. Esse sistema guarda estreitas relações com o conjunto de valores existentes na cultura. Da mesma forma que se alimenta desta última acaba contribuindo com sua parcela, pequena que seja, na composição de novas visões no âmbito mais amplo da sociedade.”(GUERRIERO 2009 P.50)

Consideramos de fundamental importância que o debate sobre a diversidade religiosa e das formas de crer. Entende-se que esse debate ultrapasse as salas de aula dos cursos de Ciências Humanas e chegue a outras áreas do saber, bem como nas escolas de Ensino Básico e por conseguinte também chegue à sociedade e ao público em geral.  Pois apenas com uma sociedade bem informada e conhecedora das diferenças podemos eliminar o preconceito e a intolerância religiosa. Essa também é a percepção assumida na nossa análise desses movimentos: parece-nos que muitos deles tentam estabelecer um caráter ecumênico e harmônico com as mais variadas formas de crer e se comportar diante do sagrado.

É preciso esvaziarmos de nós mesmos para tentar entender um pouco do outro, é preciso que tenhamos abertura de entender que a prática ritualística de alguém não está nem certa e nem errada, e esse não é o nosso objetivo enquanto pesquisa. Não existe uma versão verdadeira dos fatos para os historiadores contemporâneos, são várias versões de um mesmo fato, e no caso desse artigo não é diferente, a intenção é que tenhamos uma visão amplas das formas de crer, entendendo a diversidade e a pluralidade existente tanto no Brasil, como na América Latina e no mundo a partir da discussão aqui empreendida. Enfim, tratamos nesse breve artigo das experiências em sala de aula sobre a religiosidade contemporânea, esse artigo pretende também divulgar os resultados das discussões em sala de aula, bem como iniciar as discussões para um aprofundamento de questões relativas a diversidade religiosas empreendida com o decorrer da continuidade do desenvolvimento desse objeto.

Referências
Jessica Kaline Vieira Santos atualmente é Aluna de Doutorado no Programa de Pós-Graduação em História pela Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE(2020). Professora do Departamento de História da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, no Centro de Ensino Superior do Seridó – CERES, Campus Caicó-RN(2020). Possui Mestrado em História pelo Programa de pós-graduação em História da Universidade Federal de Campina Grande – UFCG(2019). E Graduação em História pela Universidade Estadual da Paraíba-UEPB(2017). É membro ativo do grupo de pesquisa Religião, Ruralidades e Movimentos Sociais vinculado ao Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Suas pesquisas se referem a movimentos doutrinários e religiosos contemporâneos no Brasil e sua atuação profissional se desenvolveu nas áreas de História do Brasil, Estagio Supervisionado e Ensino de História.

AGUIAR, José Otavio. Do karatê ao kung fu: cinema, religião, elementos marciais e religiosos japoneses e chineses e sua recepção no Brasil(1984-2010) UFPB, 2015.
ASSIS, Glauber Loures; LABATE, Beatriz Caiuby. Um panorama da literatura sobre a internacionalização das religiões ayahuasqueiras brasileiras. Ciências Sociais Unisinos, v. 53, n. 2, p. 242-252, 2017.
DE BARROS LARAIA, Roque. Cultura: um conceito antropológico. Zahar, 1999. P.80 à 86.
GUERRIERO, Silas. Novas configurações das religiões tradicionais: re-significação e influência do universo nova era. Revista TOMO, n. 14, p. 35-53, 2009.
OLIVEIRA, Amurabi Pereira de. Nova Era à brasileira: a new age popular do Vale do Amanhecer. Interações-Cultura e Comunidade, v. 4, n. 5, p. 31-48, 2009.
PESAVENTO, Sandra Jatahy. História & história cultural. Autêntica, 2013. P.32 à p.46
RIAL, Carmen. In:__VASQUÉZ, Manuel a; ROCHA, Cristina. In:_ A diáspora das religiões brasileiras. Editora Ideias e Letras. São Paulo, 2016. P.07à 38.
RICCIARDI, Gabriela Santos. O uso da ayahuasca e a experiência de transformação, alívio e cura, na União do Vegetal (UDV). 2008.
ROCHA, CRISTINA. O movimento religioso João de Deus. In:__VASQUÉZ, Manuel a; ROCHA, Cristina. In:_ A diáspora das religiões brasileiras. Editora Ideias e Letras. São Paulo, 2016. P.07à 38.
SANTOS, Jessica Kaline Vieira. Simbologias, Rituais e Representações: Expressões do Movimento Doutrinário e Religioso Vale do Amanhecer na Paraíba - 1980 a 2015". Dissertação, Universidade Federal de Campina Grande, 2019. P.21 à 53.
SEIFERT, Paulo Augusto; STEFFEN, Ronaldo. Cultura Religiosa, Obra Coletiva da Universidade Luterana do Brasil, 2006-2016. P. 15 à p.27.
SILVA, Kalina Vanderlei. Dicionário dos conceitos históricos. 3º ed. 5º Reimpressão – São Paulo : Ed. Contexto, 2015.P.85 à p.88
SILVA, Kalina Vanderlei. Dicionário dos conceitos históricos. 3º ed. 5º Reimpressão – São Paulo: Ed. Contexto, 2015.P.354 à p.358
VASQUÉZ, Manuel a; ROCHA, Cristina. O BRASIL NA NOVA CARTOGRAFIA GLOBAL DAS RELIGIÕES: VASQUÉZ, Manuel a; ROCHA, Cristina. In:_ A diáspora das religiões brasileiras. Editora Ideias e Letras. São Paulo, 2016. P.07à 38.

Endereços eletrônicos consultados:
Igreja Maradoniana:
https://trespontos.blog.br/2016/11/02/igreja_maradoniana/
Santo Daime: https://www.santodaime.org/site/institucional/
União do Vegetal: https://udv.org.br/a-uniao-do-vegetal/

5 comentários:

  1. CARA JESSICA
    Parabenizo por seu texto a brilhante temática sobre NEW AGE POPULAR, e que nos traz um reflexão sobre as diversidades culturais e religiosidades em que o texto aborda a ideia da nova historia cultural que faz parte de um modelo historiográfico para ser discutido. Diante desse contexto também abordei com um texto nesse evento sobre as religiosidades e as diversidades em que se apresentam e também sobre o preconceito contra essas religiões não cristãs. Eu vejo que nos últimos anos com um advento de um discurso mais preconceituoso as religiões não cristãs vem sendo atacas por uma ideia fundamentalista.Neste contexto qual será a principal defesa das religiões NEW AGE POPULAR e como nos Historiadores poderemos contribuir para o preconceito e os ataques desse discurso fundamentalista contra as liberdades religiosas e das minorias?
    ELOIS ALEXANDRE DE PAULA

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Este comentário foi removido pelo autor.

      Excluir
    2. Olá,
      Primeiramente agradeço por ter lido e gostado do texto.
      Quanto a sua pergunta, é bastante pertinente que nós enquanto historiadores pensemos nesses temas e qual a forma de abordagem que devemos adotar na conduta da nossa profissão. Acredito que as Religiões consideradas da Nova Era assim como as próprias religiões tradicionais vem sofrendo com uma onda de preconceito extremamente forte e difícil de ser combatido nos dias atuais, contanto, talvez por não terem um caráter proselitista, as New Age possam aprender a conduzir a própria conduta contra o preconceito, entretanto observamos justamente nesse sentido que as mesmas tendem a ser menos divulgadas e conhecidas, dessas muitas vezes tratadas como "seitas" ou "sociedades secretas" justamente por tentarem se proteger dessa onda de preconceito, uma das alternativas pra isso é justamente se manterem afastadas dos grandes centros com as devidas exceções, logicamente. Quanto a nós Historiadores, acredito eu que devemos nos debruçar a pesquisar e a falar sobre essas religiões, para os nossos alunos e para a comunidade em Geral. Precisamos alcançar cada vez mais a sociedade letrada ou não. O nosso discurso acadêmico precisa ultrapassar os muros de nossas escolas e universidades e atingir com uma linguagem acessível aqueles que precisam de conhecimento, pois só com ele mudaremos esse panorama preconceituoso. Exemplos práticos são as rodas de conversa promovidos nas comunidades, a interação com nossos alunos e pais de alunos mesmo que a principio haja certa resistência, aproximando o nosso discurso é que vamos estar mais próximos da sociedade.
      Grande Abraço e espero ter contribuído!

      Att. Jessica Santos

      Excluir
  2. Olá Jessica, achei seu texto muito interessante, é a primeira vez que leio sobre New Age Popular e gostaria de entender melhor sobre o assunto. Até que ponto o movimento New Age Popular é uma novidade do século XX ou apenas uma evolução do sincretismo religioso presente no Brasil há tempos, porém em novas vertentes religiosas?

    Augusto Agostini Tonelli

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Augusto, entendemos as New Age's Populares como resultado do processo de Hibridização que as religiões experimentam no Brasil há bastante tempo. O que diferencia por vez as New Age's Populares das religiões tradicionais é o fato de que na sua essência elas na maior parte das vezes não se auto-identificam como religiões e sim como movimentos doutrinários e filosóficos, outro fator determinante para que se tronem "novidade no seculo XX" está na possibilidade de transito religioso, podendo um integrante em alguns casos fazer parte dos movimentos New Age e integrar também espaços das religiões tradicionais.
      Nas New Age's o indivíduo é o responsável pela sua evolução, e nesse sentido tem uma maior liberdade de escolha com relação as suas praticas.

      Espero ter contribuido!
      Grande Abraço.
      Jessica Santos.

      Excluir

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.