O ENSINO DE ENSINO RELIGIOSO PELO PROFESSOR DE HISTÓRIA
Para iniciar este
texto trazemos a contribuição de Ronai Rocha, que em seu livro intitulado
“Escola Partida: ética e política em sala de aula”, traz para debate um fato
ocorrido na Alemanha, onde uma professora de escola pública teria perguntado
qual era a religião de seus alunos. Um aluno se declarou judeu e teria passado
a sofrer diversas formas de preconceito por parte dos colegas muçulmanos. Este
caso teria ganhado notoriedade com o contato que os pais do aluno judeu fizeram
com os jornais alemães. O autor analisa a questão sobre o seguinte viés:
Parece-me evidente que
temos o direito de perguntar sobre o uso didático que a professora queria fazer
com a informação solicitada aos alunos, “onde cada um de vocês reza?”. Que tipo
de uso didático ela ia dar para a resposta? Ao fazer a pergunta, diante de uma
turma onde havia a diversidade típica de uma escola pública, não deveria ela
prever até mesmo que um estudante dissesse que não rezava, que seus pais eram
ateus e que não incentivavam nel uma crença religiosa? Que houvesse um budista,
um taoista, um judeu? Como ela irira lidar com essa diversidade? E sim, qual
era a finalidade didática da pergunta? Do ponto de vista de um ensino público,
não parece razoável extrair do aluno, em classe, esse tipo de confissão, pois
isso diz respeito à vida privada dele. A informação sobre onde cada estudante
reza, se reza, qual é a confissão religiosa de cada estudante, se a tem, se for
extraída da criança na sala de aula, em uma atividade didática, pode ser um bom
exemplo de que um professor não pode fazer o que bem entende na sala de aula,
porque isso pode vir a ser um mal. (ROCHA, 2020, p. 36-37).
Esta citação serve
muito bem para o debate apresentado neste trabalho, pois tendo em vista a
importância da religião nas sociedade seria de extrema irresponsabilidae
pedagógica o professor de História ministrar Ensino Religioso sem as devidas reflexões
teórico-metodológicas. Apresentamos assim, um caminho possível para se tentar
ministrar Ensino Religioso pela ótica do combate à intolerância religiosa.
Entretanto, como
qualquer atividade pedagógicoa, as abordagens envolvem riscos, que devem ser
levados em conta pelo educador. Por exemplo, gerar constrangimentos entre adeptos
das práticas religiosas ou reforçar preconceitos do senso comum. Por isso o
educador deve atuar no sentido de construir metodologias que desconstruam
preconceitos enraizados. Citando uma possibilidade concreta, um professor de
História que atue no Ensino Religioso pode se utilizar do conhecimento
histórico para trabalhar com as religiões afro-brasileiras, demonstrando que
estas faziam e fazem parte de um
conjunto de resistências ao sistema escravocrata no Brasil. Sendo assim, pode
desmontar os preconceitos mais comuns com este tipo de religiosidade inerente à
própria formação da nação brasileira.
Apenas conceitos e
conhecimentos históricos não darão conta de questões caras ao Ensino Religioso,
como o aspecto da transcendentalidade. Considerando esta caracterização,
podemos sugerir alguns caminhos para o professor de História que atue na
disciplina de Ensino Religioso. Trazemos como exemplo a questão da
transcendentalidade, escolhida por nós para exemplificar uma possível atuação
do professor em questão. Por isso:
‘O discurso religioso
trata-se daquele que tem o tema ou o conteúdo relacionado à ideia de
transcendentalidade, à remissão no mundo metafísico ou sobrenatural. Tem como
uma das suas intenções modelar e estabelecer padrões morais, éticos e estéticos
de comportamento público. Além de buscar explicações e sentidos para o que é
considerado inexplicável ou misterioso. O discurso religioso é costurado não só
pela compreensão da vida e de uma maneira para se orientar dentro dela, como
também pela ideia de um ser superior, que é a aceitação prévia de uma
autoridade que transforma a vida cotidiana e a consideração da importância de
se crer nesta autoridade. Tal conteúdo se materializa e se organiza através do
estilo de cada gênero em um determinado contexto enunciativo. Bem como, para
atingir os interlocutores, apresenta-se em uma determinada forma (estrutura
composicional e estilo) e inter-relacionando-se e entrelaçando-se a esta. O
discurso religioso possui formas típicas, como por exemplo: versículos,
ladainhas, orações, provérbios, pregação, sermão, parábola, mantra, mito,
dentre outros. Os gêneros organizadores do discurso religioso possuem como
principal característica as entonações em tons apreciativos que intentam
adesão, persuasão, obediência, convencimento, ordem, ameaça, entre outros’.
(CASTELO BRANCO, 2012, p.41).
Um bom caminho é a
construção de metodologias que visem a problematização do significado e do
conceito de transcendental. Pode- se partir da significação de
transcendentalidade para as diferentes culturas e como as práticas religiosas
tratam a questão. Talvez esse tipo de debate demandaria tempo, de maneira a ocupar a quase totalidade do tempo escolar da
área do conhecimento em questão.
O professor de
História que atue com Ensino Religioso deve se constituir como um estudioso
tanto da questão da legislação educacional bem com também do papel social das
religiosidades ao longo dos tempos. Já a
questão da aplicabilidade do conhecimento histórico deve ser pensada não para
se substituir uma verdade absoluta por outra, e sim no sentido de se combater a
intolerância religiosa gerada pela unilateralidade do pensamento humano.
A partir desse ponto é
possível se avançar mais na questão de debates e conceitos que podem encaminhar
a nossa discussão sobre as possibilidades de atuação do professor de História
que ministre Ensino Religioso.
Por sua vez,
desconsiderar a disputa que ocorre entre versões religiosas dogmáticas, que
buscam maior influência no sistema educacional brasileiro, e o campo científico
é desconsiderar, talvez, o debate mais latente não só no que diz respeito ao
Ensino Religioso, abrangendo a educação brasileira como um todo.
No momento em que o
professor coloque esse debate em pauta diária afirmará aos seus alunos que não
existe uma resposta simples e acabada para os dilemas da sociedade.
Explicitando sobre o ensino de história das religiões se faz necessária a
seguinte ponderação:
O ensino de história
das religiões e religiosidades é frequentemente confundido com o Ensino
Religioso, abordado através de dogmatismos de crenças, funcionando como um
reforço de fé, uma catequese ou instrução confirmatória. Independentemente do
caráter confessional ou não da instituição, a educação básica recebe as
informações religiosas com o objetivo de confirmar as crenças de uma
determinada vertente. Além disso, a existência de uma disciplina específica de
“Religião”, que poderia ser muito proveitosa se ampliasse o diálogo entre as
diferentes percepções religiosas e a sociedade, mas que funciona como a
legitimação de uma determinada corrente, afasta ainda mais a inserção das novas
pesquisas e abordagens sobre o tema. (LIA, 2012, p. 551).
Aqui abordamos um ponto
crucial para o nosso trabalho, por mais que o professor de História se dedique
ao fato de ministrar Ensino Religioso, ele não é um profissional titulado para
ministrar Ensino Religioso. Todavia, acreditamos que o professor em questão
tende a se utilizar de aspectos relativos à sua formação acadêmica para tentar
desempenhar essa tarefa de maneira mais satisfatória possível. De acordo com a
citação anterior podemos compreender que a alternativa pedagógica de tentar
construir espaços diálogo sobre as diferentes percepções religiosas e sua
importância social seria algo ao alcance do professor de História.
Tendo em vista toda a
problemática, é importante fazer referência ao trabalho de Eliane Moura da
Silva, que articula o ensino de História das Religiões com a questão da
educação para a cidadania:
‘Tolerância religiosa
não significa indiferença. A tolerância envolve ação e participação. Em
primeiro lugar, aceitar que os seguidores de diferentes religiões consideram
suas crenças como verdadeiras e, talvez, a única verdade que admitem. Em
segundo lugar, permitindo que os outros tenham crenças diferentes e que,
livremente, sem coerção de qualquer espécie (familiar, social, educacional,
etc.) possam mudar de religião, denominação ou crença. Em terceiro, trabalhar
em prol da garantia de livre prática religiosa, dentro dos limites da razão,
cultura e sociedade. Um outro conjunto de ações afirmativas significa
recusar-se a discriminar emprego, alojamento, função social, procurando
respeitar e acomodar as necessidades religiosas que envolvam dias festivos, datas
sagradas, rituais significativos. A tolerância religiosa é parte essencial da
política de direitos humanos, da cidadania e ética democrática. Contudo,
devemos agir de forma enérgica e crítica quando líderes ou seguidores de
religiões promovem o ódio e a discriminação, restringindo direitos humanos
fundamentais e atacando seguidores de outras religiões, minorias sexuais ou
étnicas, mulheres, crianças, deficientes. Da mesma forma, devemos ser críticos
e ativos contra crenças que promovem formas variadas de abusos físicos,
psicológicos ou materiais sobre seus seguidores como prova de fé’. (SILVA,
2004, p. 10).
Neste sentido, é
imprescindível que a questão da tolerância religiosa seja considerada como um
eixo fundamental. Quando se opta por se construir um produto que auxilie o
professor de História na empreitada, se está tratando de combater a
intolerância religiosa com a construção de práticas pedagógicas que fortaleçam
a tolerância religiosa.
Sobre a questão do
combate à intolerância religiosa, duas Dissertações de Mestrado merecem
destaque. A primeira destas de Évely Adriana de Lima Lopes intitulada:
“História das Religiões, uma alternativa curricular para o Ensino Religioso em
Goiás” (2015). Por sua vez, tem-se também a Dissertação intitulada: “Ensino de
História das Religiões: cristianismo, islã e judaísmo nas histórias em
quadrinhos”, de Daniel Clós Cesar (2015).
Apesar de suas
especificidades, os dois trabalhos compreenderem a importância de se combater a
intolerância religiosa. Seja abordando a questão das religiões
afro-brasileiras, como fez Cesar (2015), problematizando as disputas jurídicas
em relação ao candomblé e a umbanda no Rio de Janeiro, seja no caso de Lopes
(2015), que faz a seguinte reflexão:
Percebemos em campo
que o estranhamento dos alunos e professores da rede pública estadual em Goiás
diante das manifestações religiosas diferentes daquelas que professam e até com
relação àqueles que se declaram sem religião, agnósticos e ateus é um
impedimento importante para o reconhecimento do direito à liberdade individual
e à diversidade. A falta de conhecimento favorece a intolerância religiosa.
Espera-se que a História das Religiões possa minimizar essa situação sem
qualquer comprometimento com as crenças individuais dos alunos ou dos professores.
(LOPES, 2015, p. 106).
Ou seja, tanto os dois
trabalhos, quando a proposta que produzimos tem por objetivo combater o
discurso de ódio, no caso específico do religioso, como uma das atribuições do
conhecimento histórico.
Outro ponto que
acreditamos ser útil para o professor de História que ministre Ensino Religioso
é a questão das profundas modificações sociais ocasionadas com os choques
culturais entre romanos e bárbaros no processo de desagregação do Império
Romano. Evidentemente que este tema se trata de algo inerente ao próprio
conhecimento histórico, séries de acontecimentos que tendem a ser comuns ao seu
próprio fazer docente do professor de História.
Não cabe ao professor
de Ensino Religioso julgar ou mesmo tentar desconstruir as crenças dos alunos,
por isso o uso das narrativas deve ser pensado no sentido de enriquecer os
debates sobre a questão da diversidade religiosa em nossa sociedade. Ao se
trabalhar com as narrativas religiosas é importante que o professor construa um
espaço de amplo diálogo, onde os alunos possam expor as suas ideias e vivências
sem medo de sofrerem qualquer forma de intolerância religiosa, tais como
críticas negativas ou mesmo, ridicularização. Todavia caso aconteça algo do
gênero, o professor deve se utilizar desse choque cultural para fortalecer a
noção de respeito e tolerância as diferentes formas de religiosidade.
As possibilidades para
o professor de História que atue com Ensino Religioso são extremamente ricas,
tanto quanto é o desafio profissional. Contudo se abster do debate, ou mesmo
assumir esta área do conhecimento apenas por necessidade profissional, sem o
devido comprometimento com tarefa tão importante só contribuirá ainda mais para
o crescimento da intolerância.
Entretanto, não se
pode cair no equívoco de superestimar as possibilidades do professor de
História, por mais que temas como disputas entre diferentes narrativas
geralmente estejam presentes nos percursos formativos dos cursos de
Licenciatura e Bacharelado em História, vivemos um tempo de questionamento do
próprio fazer docente. Como já ressaltado algumas vezes, este trabalho tem como
sua maior pretensão auxiliar os professores de História que ainda ousam lutar
contra toda e qualquer forma de imposição no processo de construção da
cidadania.
Por isso a importância
de se pensar no diálogo como prática pedagógica, pois somente através deste
caminho é que teremos possibilidades concretas de se construir as
possibilidades de construção pedagógica rapidamente propostas e que serão mais
bem delineadas no capítulo relativo ao Produto Pedagógico.
Na questão do diálogo,
Paulo Freire nos é extremamente útil. Como sua proposta pedagógica foi pesada e
estruturada diretamente pela problemática da questão da educação dialógica e do
diálogo. Por isso, tem-se a seguinte reflexão:
Ao fundar-se no amor,
na humildade, na fé nos homens o diálogo se faz numa relação horizontal, em que
a confiança de um polo no outro e consequência óbvia. Seria uma contradição se,
amoroso, humilde e cheio de fé, o diálogo não provocasse este clima de
confiança entre seus sujeitos. Por isto inexiste esta confiança na
antidialogicidade da concepção “bancária” da educação.
Se a fé nos homens é
um dado a priori do diálogo, a confiança se instaura com ele. A confiança vai
fazendo os sujeitos dialógicos cada vez mais companheiros na pronúncia do
mundo. Se falha esta confiança, é que falharam as condições discutidas
anteriormente. Um falso amor, uma falsa humildade, uma debilitada fé nos homens
não podem gerar confiança. A confiança implica o testemunho que um sujeito dá
aos outros de suas reais e concretas intenções. Não pode existir, se a palavra,
descaracterizada, não coincide com os atos. Dizer uma coisa e fazer outra, não
levando a palavra a sério, não pode ser estímulo à confiança. (FREIRE, 2019, p.
113).
Paulo Freire nos
apresenta um caminho extremamente importante para o professor de História que
ministre Ensino Religioso, o caminho do diálogo, o caminho de quem tem fé na
humanidade e, consequentemente na construção de práticas pedagógicas vinculadas
com o processo de emancipação do ser humano. Processo este que se torna
incompleto se não analisarmos a importância social da religiosidade, onde o professor
deve assumir o papel de educador contribuindo para o combate à intolerância
religiosa.
Urge que façamos uma
afirmação bem contundente sobre o uso de Paulo Freire como um dos principais
referenciais deste trabalho. Reafirmamos que sua utilização não se restringe ao
seu uso político, mesmo que acreditemos que quando educação e política são
pensadas de maneira separada está se contribuindo para a manutenção de uma
sociedade excludente. Paulo Freire nos fornece um debate extremante rico na já
citada questão da dialogicidade da educação. Sobre a importância deste debate
temos a seguinte reflexão:
‘Muitos deterministas
consideram antiquadas algumas palavras da Pedagogia do Oprimido: libertação,
compromisso, diálogo. Desconhecedores da dinâmica da sociedade da informação e
da atual literatura das ciências sociais, acreditam que superaram o Freire dos
anos 1960. Entretanto, não é que o tenham superado; é que, na realidade, ainda
não chegaram a ele, já que um número crescente de movimentos sociais e intelectuais
está entrando no novo milênio com um reelaborado compromisso na luta pela
igualdade e pela democracia, que muitos encontram representado na obra e na
vida de Paulo Freire’. (FLECHA, 2017, p. 243).
Por isso, reafirmamos
a necessidade de construção de práticas pedagógicas críticas, libertadoras e
dialógicas em Ensino Religioso principalmente quando ministrado pelo Professor
de História.
Referências
Prof. Me. Marcelo
Noriega Pires. Mestre em Ensino de História pela Universidade Federal de Santa
Maria – UFSM. Professor da Rede Estadual do Rio Grande do Sul.
CASTELO BRANCO,
Jordanna. A presença do discurso religioso em uma escola de educação infantil
da rede pública de ensino do Município de Duque de Caxias. 2012. 130f.
Dissertação (Mestrado em Educação) Programa de Pós-Graduação em Educação. Rio
de Janeiro.
CESAR, Daniel Clós.
Ensino de História das religiões: cristianismo, islã e judaísmo nas histórias
em quadrinhos. 2015. 58 f. Dissertação (Programa de Mestrado em História).
Universidade de Caxias do Sul. Caxias do Sul, RS, 2015.
FLECHA, Ramón. Por quê
Paulo é o principal pedagogo na atual sociedade da informação. FREIRE, Ana
Maria de Araújo (org.). Pedagogia da Libertação em Paulo Freire. Rio de
Janeiro/São Paulo; Paz e Terra, 2017.
FREIRE, Paulo. Pedagogia
do oprimido. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra, 2019.
LIA, Cristine Fortes.
História da religião e religiosidades. Revista Aedos Porto Alegre, v. 4, n. 11,
p. 549-563, set. de 2012.
LOPES, Évely Adriana
de Lima. História das religiões: uma alternativa curricular para o ensino
religioso em Goiás. 2015. 137 p. Dissertação de Mestrado (Programa de
Pós-graduação: ensino na educação básica) - Universidade Federal de Goiás,
Goiânia, GO, 2015.
ROCHA, Ronai. Escola
partida: ética e política na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2020.
SILVA, Eliane Moura
da. Religião, diversidade e valores culturais: conceitos teóricos e a educação
para a cidadania. Revista Estudos da Religião, São Paulo, n. 2, 2004, p. 1-14.
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ResponderExcluirVivemos em um país cuja principal característica é a Diversidade. Com a Religião não é diferente, temos diversos tipos de crença em nosso país e elas refletem sua diversidade nas salas de aula.
ResponderExcluirDeste modo quais práticas pedagógicas o professor de História pode/deve usar para trabalhar a Intolerância Religiosa com os alunos do 6° ano?
Hannah Karoline Amoedo Moutinho
Na minha Dissertação apresento, entre outras, uma reflexão sobre o ensino de Ensino Religioso para o sexto ano voltado principalmente para se construir práticas pedagógicas que visem uma demonstração principalmente sobre o que é Ensino Religioso. Desta forma, pautando que não se trata de ensino das religiões e sim de construção de práticas de combate à intolerância religiosa e de fortalecimento do estado laico.
ExcluirO presente texto tem uma otina reflexão sobre o papel do professor de história em abordar temas das religiosidades em sala de aula. O professor de história apesar de não ministrar aulas de ensino religioso ele pode sim contribuir para que os alunos tenham uma visão histórica das religiosidades e consiga transformar a consciência histórica dos alunos com relação ao respeito as diversas religiosidades. No atual contexto de mudanças que querem implantar no ensino de história e na ideia de um estado fundamentalista que querem implantar fica a duvida aqui para debatermos. Qual será o papel de nos professores e historiadores para ensinar história e o contexto religioso no atual momento que vivemos de mordaça dos professores e a ideia de um estado fundamentalista que querem impor nas escolas?
ResponderExcluirELOIS ALEXANDRE DE PAULA
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ExcluirExcelente pergunta. Realmente vivemos uma etapa onde a burguesia decidiu claramente não aceitar qualquer tipo de pacto social. Por isso, autores como Paulo Freire incomodam tanto, por isso estes devem ser destruídos e desconsiderados. Acredito que a única possibilidade que nos resta é lutar, essa luta desigual. Não podemos nunca perder o encantamento, por mais que isso seja difícil.
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ResponderExcluirO professor de História trata deste tema, Religião, em algumas séries do Ensino Fundamental II, tais como: Sexto ano, Sétimo ano... De que forma deve ser abordada esta temática na sala de aula, em que não venha ferir a religião de nenhum discente, já que o ambiente da sala de aula, é composto por alunos de diversas religiões?
ResponderExcluirRosângela Diniz Rabelo
Essa preocupação deve estar presente na elaboração e na execução das práticas pedagógicas de Ensino Religioso. Acredito que um caminho importante seja o de se utilizar dos debates do multiculturalismo, principalmente das contribuições de Vera Candau e Peter McLaren. Para que desta forma seja possível construir práticas pedagógicas de combate à intolerância religiosa.
ExcluirObrigada!
ExcluirParabéns pelo trabalho!
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ResponderExcluirWander Mendes19 de maio de 2020 10:29
ResponderExcluirParabéns pelo excelente texto e por compartilhar desta bibliografia.
As aulas de Ensino Religioso, apresenta para o professor de História, que buscar se aprofundar no estudo da História das religiões e práticas religiosas um rico campo de atuação, desde que este educador priorize o respeito a diversidade religiosa e não utilize este momento para fazer proselitismo religioso.
Este é um momento em que devemos através do conhecimento histórico, incutir nos alunos não só o respeito a diversidade religiosa, mas também o respeito a diversidade humana.
Lembrando que conseguimos verdadeiramente respeitar aquilo que realmente conhecemos.
Na base do Ensino religioso encontramos as práticas pedagógicas críticas, libertadoras e dialógicas,conforme foi bem frisado pelo senhor.
Pergunto ao professor: Qual seria a postura nossa como professores de História,também atuantes no Ensino Religioso, frente as contradições politicas e sociais da atualidade, sobretudo no Brasil, onde vemos o avançar o desrespeito e a intolerância não só a diversidade religiosa, mas também a humanidade. Abraços
Wander da Silva Mendes
Posso dizer que este é o grande desafio, o colega compreendeu muito bem a questão. Gosto de fazer a comparação com as guerrilhas que foram de certa forma comuns no século XX na América Latina: um pequeno grupo lutando contra um grande sistema. De certa forma, a luta contra as opressões na educação se encontram em situações parecidas. O caminho é não se desanimar e sempre lutar por democracia e estado laico.
ExcluirÉ notório a persistencia da intolerância religiosa no mundo, principalmente no Brasil com as religiões de matriz africana. Concordo com o que você disse no seu texto que o ensino de hitória tem uma forte relação com a religião, mas como nós futuros professores de história podemos abordar os diversos temas religiosos de uma forma dinamica sem deixar contragidos aqueles alunos que são ateus? na sua opinião o que você acha daqueles prefessores defendem os ideias republicanos da escola laica?
ResponderExcluirNADIENE ALVES FERREIRA
Na minha Dissertação, apresento uma proposta de prática pedagógica voltada para a desconstrução de preconceitos não só com o ateísmo, bem como também com o agnosticismo. Acredito que defender o direito de pessoas acreditarem em divindades está no mesmo patamar de defender o direito a não crença. Gosto muito dos ideias republicanos, principalmente da questão do estado laico em contraposição ao estado confessional.
ResponderExcluirOlá parabens pelo texto, muito esclarecedor e importante para os tempos atuais. Gostaria de saber na sua opiniao, se a diversidade religiosa dos estudantes dentro do ambito escolar pode ser benefica para a introduçao da religiao e como se aproveitar dessa diversidade para a inclusao do tema. Desde ja grata!!!
ResponderExcluirKassia de Luna
Acredito que o primeiro passo seja o de o próprio professor desconstruir em si mesmo a visão etnocêntrica inerente a todos nós. A diversidade é algo extremamente benéfica e o professor deve construir práticas pedagógicas que visem este debate, nunca negando a sua existência e sim debatendo com os alunos a necessidade de se superar a intolerância religiosa através do uso das contribuições do multiculturalismo.
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