O USO DA PALAVRA BULLYING E SUAS CONSEQUÊNCIAS
O
contexto histórico do conceito bullying
O vocábulo bullying
provém da palavra em inglês bully, que pode ser traduzida como
valentão/valentona. Dessa forma, devido à terminação ing, a qual marca o
realizar de uma ação na língua inglesa, bullying pode ser traduzido como a
prática de ser valentão/valentona, ou seja, quando um indivíduo realiza atos
violentos contra outro. Segundo o dicionário Cambridge [2011], bullying é um
substantivo, o qual sinaliza o comportamento de amedrontar alguém menor ou mais
fraco que você.
No Brasil, podemos
observar na Lei n. 13.185/2015 - que instituiu o Programa de Combate à
Intimidação Sistemática [bullying] - a definição de bullying para a legislação
brasileira. O conceito apresentado de maneira ampla pode ser observado no Art.
1º:
“[...] considera-se
intimidação sistemática [bullying] todo ato de violência física ou psicológica,
intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente, praticado por
indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la
ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio
de poder entre as partes envolvidas” [BRASIL, 2015].
De acordo com
Alexandre Vinícius Malmann Medeiros [2012], o termo passou a ser amplamente
estudado e discutido a partir de meados de 1980. Uma das maiores referências
acerca do assunto trata-se do psicólogo sueco-norueguês Dan Olweus, que começou
seus trabalhos a respeito do tema no início dos anos 1970. Os trabalhos deste
pesquisador, considerado pioneiro da área, permitiram a elaboração de programas
de intervenção nas escolas norueguesas, os quais, posteriormente, foram
aplicados em outros países.
Dan Olweus [1993]
definiu bullying, de maneira geral, como sendo quando um estudante é exposto
durante um período de tempo à comportamentos agressivos realizados por um ou
mais estudantes, sendo que estas ações podem ser verbais ou físicas. A
aplicação do termo, segundo o pesquisador, deve ocorrer apenas em situações em
que há desequilíbrio de força [psicologicamente e/ou fisicamente] entre o
agressor e a vítima. Além disso, também há uma diferenciação entre os modos da
prática, podendo ela ser direta ou indireta [isolamento ou exclusão de alguém
realizado intencionalmente].
Além de Dan Olweus,
nos deparamos com trabalhos escritos por diversos autores, os quais corroboram
com as pesquisas do autor norueguês e determinam o bullying enquanto sendo uma
agressão praticada no ambiente escolar. Contudo, também podemos observar
autores como Lélio Braga Calhau [2009] e Jane Middelton-Moz & Mary Zawadski
[2007], que ampliaram o conceito bullying e a aplicação deste termo para
diferentes contextos, como em ambientes domésticos e/ou de trabalho.
Dessa forma, ao nos
debruçarmos na busca por estudos que abarquem o conceito bullying, fomos
capazes de observar diversas definições e momentos em que o termo é utilizado.
As diferenças nas utilizações do termo podem ser decorrentes da dificuldade na
tradução do vocábulo para outras línguas, o que acaba prejudicando a
concordância da definição utilizada em diferentes estudos. Sendo assim, neste
artigo adotamos o termo bullying enquanto a realização dessas agressões no
contexto escolar.
Benefícios
e problemas da utilização do termo
Tendo em vista a
existência de diversos tipos de violência, caracterizados e diferenciados
principalmente pelo ambiente em que ocorrem, como a violência urbana e a
violência doméstica, fazia-se necessário um estudo sobre as situações violentas
ocorridas nas escolas.
Sendo bullying um
termo atribuído especificamente às situações de violência ocorridas em
ambientes escolares, o benefício de utilizar este vocábulo é a possibilidade de
definir as complexidades desses abusos ocorridos entre os estudantes e, com
isso, elaborar medidas para que não aconteçam.
Contudo, as definições
atribuídas ao termo bullying são bastante limitadas para um fenômeno tão
complexo. As limitações, juntamente com sua banalização ocorrida nos últimos
tempos por parte dos pesquisadores e também por parte das pessoas que utilizam
essa palavra para caracterizar situações que não se enquadram nas definições
básicas, são os principais problemas da utilização do termo.
Dessa forma, uma das
grandes problemáticas do termo bullying é atribuí-lo a violências que já
possuem sua nomenclatura adequada ou possuem suas próprias leis de punição para
quem as comete. Como por exemplo, o racismo, a LGBTQfobia e o feminicídio.
Chamar de bullying estas violências que já possuem nome prejudica a
conscientização e a punição desses crimes. Além disso, dificulta a compreensão
do próprio bullying.
Tanto no senso comum
quanto nas obras de diversos autores, ao se referir ao bullying, há uma
onipresença do fenômeno, uma tendência a considerá-lo como agressões que
ocorreram fora do ambiente escolar. Este costume faz parte do processo de
banalização da palavra.
Para evitar a
trivialização do termo deve-se direcionar a palavra somente à conflitos que
acontecem entre alunos e no ambiente escolar, desde que, assim como definiu Dan
Olweus [1993], um estudante esteja sendo exposto repetidamente à comportamentos
agressivos realizados por um ou mais estudantes. Delimitando assim o termo, se
torna mais fácil reconhecer o fenômeno e sua estrutura. Facilitando também
aplicar as políticas de combate aos envolvidos.
Preconceitos velados
A escola é palco de
crenças enraizadas pelo poder simbólico. A forma simbólica utilizada pelos
professores para fazer valer seus valores e normas nas relações pode-se mostrar
como uma forma de violência. Os alunos, para perpetuar estilos e modo de agir,
se utilizam da violência simbólica, empregando seu poderio físico e seu
repertório de agressões verbais para ferirem as vítimas em seus pontos mais
fracos. No entanto, nem todo ato de violência cometido na escola pode ser
chamado de bullying [MEDEIROS, 2012, p. 24].
Além disso, também é
possível observar que os alunos reproduzem os discursos estruturais dos seus
cotidianos dentro das instituições de ensino. A partir desta afirmação, podemos
perceber dentro das escolas diversas práticas discriminatórias, tanto
machistas, quanto racistas, LGBTQfóbicas e até mesmo xenofóbicas. Sendo assim,
outros tipos de violência permeiam o contexto escolar, em conjunto com o
bullying. Neste trabalho nos propomos a realizar apontamentos acerca das
relações entre o bullying e a LGBTQfobia e ao racismo.
A respeito das
problemáticas envolvendo as confusões entre bullying e racismo, é preciso
primeiramente destacar que as relações raciais no Brasil são caracterizadas
tanto por um racismo quanto por um anti-racismo universalistas. Universalistas
porque, diante de teses que falam sobre raças serem consideradas mais ou menos
evoluídas em termos de humanidade e civilização, esses racismos e anti-racismos
mantêm um racismo velado anti-negro e anti-indígena. Além das representações de
que a miscigenação e a suposta integração racial são demonstrações da
inexistência do racismo.
Diante disso, faz-se
necessário desconstruir essas ideias e demonstrar que a dita integração é
apenas uma das formas de etnocídio da raça negra e indígena. Até porque o
modelo constitucional da sociedade brasileira, mesmo tendo sido elaborado
dentro de uma perspectiva republicana e universalista, se dedica apenas à
preservação de identidades culturais particulares. Mesmo que a Constituição de
1988 considere o pluralismo cultural como fonte de diversidade e de
enriquecimento para a sociedade civil.
Já que, segundo Olweus
[1993], as vítimas classificadas como passivas são o maior número de vítimas e
geralmente apresentam pouca socialização por serem tímidas, reservadas e não
conseguirem reagir às agressões que sofrem, uma das medidas de prevenção ao
bullying com viés racista seria então destacar a importância do elo entre
reconhecimento e identidade. Pois, a criança que tem referências de sua
identidade e se reconhece nelas passa a se sentir mais confiante e fica mais
distante dos danos causados pela falta de representatividade que constituem uma
forma de opressão. A afirmação de um sentimento étnico ou cultural diferenciado
pode instaurar, no devir, um multiculturalismo livre dos efeitos perversos
exercidos pela cultura dominante.
Acerca dos problemas
que permeiam o bullying e a LGBTQfobia, podemos apontar, conforme supracitado,
que o ambiente escolar reproduz diversas práticas enraizadas na sociedade.
Dentre esta reprodução encontra-se o machismo estrutural, o qual, entre suas
ações, realiza inúmeras ações homofóbicas e transfóbicas.
Segundo o Relatório
realizado pela Secretaria de Educação da Associação Brasileirade Lésbicas,
Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – [ABGLT] que entrevistou
adolescentes e jovens LGBTs, foi constatado que 68% destes indivíduos já foram
agredidos verbalmente e 25% já haviam sido agredidos fisicamente por conta de
sua identidade/expressão de gênero.
Dessa forma, podemos
constatar que a reprodução das práticas dos cotidianos dos alunos, em conjunto
à falta de políticas públicas voltadas ao enfrentamento da LGBTQfobia, formam
um ambiente propenso à prática do bullying com viés LGBTQfóbico.
Estes preconceitos,
quando exercidos de aluno e/ou grupo de alunos contra outro aluno, muitas vezes
recebe a denominação bullying. Ao enquadrarmos estas diferentes violências, que
possuem leis específicas a seu respeito, enquanto bullying, fazemos com que as
medidas corretas não possam ser tomadas e velamos os preconceitos estruturais
de nossa sociedade. Uma vez que, quando não denominamos corretamente as
práticas discriminatórias, as medidas de conscientização direcionada aos
estudantes não abordam os temas.
Racist
Bullying
Em países
estrangeiros, principalmente nos EUA, é comum o uso do termo Racist Bullying
para definir a área em que bullying e racismo se encontram.
De acordo com Luiz
Augusto Campos [2017], o racismo possui três dimensões de definição. A
primeira: como uma doutrina, ideologia ou conjunto de ideias. A segunda: como
um conjunto de atitudes, práticas e comportamentos irrefletidos e a terceira:
como uma propriedade de estruturas sociais, sistemas ou instituições.
Sendo assim, o racismo
possui uma dimensão ideológica, prática e estrutural. Ele é definido por essas
três dimensões integralmente e simultaneamente. Uma não é precedente em relação
a outra. O racismo é um fenômeno tridimensional.
Luiz Augusto Campos
[2017] também fala sobre como, apesar do racismo ser um dos principais males da
sociedade, o estudo sobre suas causas, dinâmicas e consequências é prejudicado
pelos obstáculos metodológicos e teóricos. Obstáculos esses que são tanto a
dificuldade de falar desse fenômeno publicamente já que é um assunto que
costuma ser interditado, quanto a pluralidade de definições analíticas do
termo.
Na prática, quando
atitudes violentas são combinadas com a discriminação de um grupo étnico, é
racismo. O racismo pode ser manifestado individualmente, praticado por um
indivíduo contra outro ou outros; coletivamente quando é praticado por um grupo
de pessoas contra uma pessoa ou outro grupo; ou institucional, quando é causado
pelas estruturas e instituições da sociedade.
O “Racist Bullying”
seria então o abuso de poder que envolve bullying físico, psicológico ou ambos.
Incluindo ofensas verbais e exclusão, para humilhar ou prejudicar uma pessoa de
outro grupo étnico. Dentro de um ambiente escolar.
Fazer os recortes
corretos sobre o que é racismo e o que é bullying e adotar o termo “bullying
racista” no Brasil é uma boa alternativa que evitaria a banalização e a
dificuldade de compreensão de ambos os fenômenos. Além de possibilitar que seja
aplicado as devidas medidas para evitar e solucionar os casos de bullyings
racistas.
A Constituição de 1988
estabelece que a prática de racismo constitui crime inafiançável e
imprescritível, sujeito a pena de reclusão, nos termos da lei. Sendo assim, é
extremamente prejudicial tratar as acusações de racismo como apenas bullying.
Já que ambos os fenômenos possuem motivações completamente diferentes e também
possuem diferenças na maneira com que se lida com os infratores que cometem o
bullying ou o racismo.
Considerações: quais
atitudes podem ser realizadas?
Partindo do
pressuposto de que o que mais prejudica a tomada de providências é a
banalização dos termos, concluímos então que as providências devem ser tomadas
a partir da seguinte questão: Como tratar o bullying e as demais violências de
maneira que não se banalize os termos nem se confunda violências fora do
ambiente escolar com o bullying?
Conforme supracitado,
muitos autores brasileiros tratam o bullying como se ele estivesse em todo
lugar, fazendo com que a população em geral acredite que qualquer tipo de
violência, tratamento ofensivo ou invasivo, possam ser considerados bullying.
Abordar o fenômeno de
maneira generalizada não apresenta benefícios em relação a conceitos e termos
que já estão em uso. Além disso, utilizar o termo bullying para designar ações
comuns nas relações pessoais e de conflitos presentes em outros campos das
relações humanas, além de provocar diversos problemas na identificação do
bullying no Brasil, possibilita uma assimilação onipresente do fenômeno.
Tratar o bullying
dentro de um espectro de banalização e descaso, sem especificar o uso do seu
termo e limitá-lo ao ambiente escolar, pode ser a causa mortis de todos os
esforços desprendidos para evitar as ocorrências do fenômeno e de minimizar
suas consequências.
Sendo assim, é preciso
deixar claro para os alunos, professores, diretores escolares e pais de alunos
que apesar de ser um fenômeno complexo, o bullying possui características
próprias que o diferencia de outros atos violentos. Um direcionamento do termo
bullying apenas para conflitos ocorridos entre alunos num ambiente escolar,
ajudaria no seu entendimento. Além de especificar que para ocorrer seu
diagnóstico é necessário apresentar as seguintes características, definidas por
Alexandre Vinícius Malmann Medeiros [2012]:
“[...] o conjunto de
atitudes hostis e agressivas, que ocorrem de maneira direta ou indireta,
intencionais e repetitivas e sem motivação evidente, adotado por um ou mais
alunos contra outro[s] no ambiente escolar, sem distinção de gênero ou de
idade, que apresenta a diferença de poder entre os envolvidos, causando dor,
angústia e sofrimento para a vítima e o sentimento de satisfação para o
agressor”. [MEDEIROS, 2012, p. 101]
Além disso, podemos
afirmar que há diversos atores envolvidos nesse fenômeno. Dentre eles estão os
agressores, as vítimas, as testemunhas. Dependendo das perspectivas e do papel
que desempenham, os alunos podem transitar entre cada um dos papéis.
Acerca das medidas a
serem tomadas, os programas antibullying devem ser implementados de acordo com
o ambiente escolar no qual o bullying está ocorrendo. Já que o bullying se
apresenta de diferentes maneiras em cada escola, a depender do caráter da
escola [pública ou particular], em quais condições a escola se encontra, quais
as condições dos alunos que a frequentam e etc. Sendo que esses programas
antibullying devem ser mantidos por um longo período e com a participação de
toda a comunidade escolar.
Por fim, acreditamos
que a adoção do vocábulo bullying deve ser realizada principalmente enquanto um
“termo guarda-chuva". Sendo assim, conforme feito em países de língua
inglesa, o uso da palavra deve ser sucedido da motivação desta agressão, ou
seja, bullying racista, bullying xenofóbico, bullying LGBTQfóbico. Isto porque
ao especificarmos o tipo de agressão, é possível obtermos maiores dados sobre
os problemas estruturais de nossa sociedade.
Além disso, também
conseguimos aplicar os programas antibullying de maneira eficiente, já que, por
exemplo, se uma escola apresenta mais casos de bullying racista, os programas
podem abordar o racismo de maneira mais enfática.
O
papel do ensino de história
Os elementos
discutidos acima devem ser encarados a partir de uma abordagem que se inicia
nas escolas e colégios, tanto públicas quanto particulares. Isto deve ocorrer,
pois, o bullying ocorre no ambiente escolar.
Dessa forma, o papel
do ensino de história no combate ao bullying pode ser iniciado a partir de
discussões elaboradas nos diferentes temas a serem tratados pelo professor de
história, uma vez que, a abordagem ao conceito bullying deve ser precedido do
porquê esta prática ocorre.
Para exemplificarmos,
podemos apontar uma aula acerca do processo de escravização dos negros ou uma
aula que trate das lutas feministas e da liberdade da mulher. Nestas aulas, por
exemplo, podem ser apresentadas as questões acerca racismo e do machismo. Ao
entrar em contato com estas informações, o aluno é capaz de conectar as
informações do seu dia-a-dia com temáticas históricas. Com isso, pode ser
possível que o discente, com auxílio do professor, conecte a prática do
bullying com o racismo estrutural, com a LQBTQfobia, com o machismo.
A partir de Nélio
Borges Peres [2012], que apresenta as ideias de Jörn Rüsen e da didática de
ensino que permeia os estudos deste pesquisador, podemos salientar que um dos
papéis do ensino de história é conscientizar os alunos a partir de uma
amostragem humanista do mundo, na qual o estudante passa a ser tratado como
indivíduo com uma história própria e não visto apenas como mais um integrante
de uma cultura em geral.
Ao adotarmos esta
prática os alunos tornam-se agentes da realidade em que vivemos e receptores da
realidade passada. Ou seja, os alunos passam a serem vistos enquanto produtos
do contexto em que eles estão inseridos, contudo, podem também realizar ações
neste contexto, sendo assim, são aptos para agirem e transformarem a realidade.
O uso do humanismo
pautado em Jörn Rüsen [2015] mostra-se necessário, pois é com esta abordagem
que os alunos compreendem que todos são humanos. Uma vez que, a concepção do
que é ser humano não é unanime e imutável, fato que pode ser observado na
escravização dos negros, que era defendida a partir do ideal de que eles eram
uma raça inferior, sendo assim, não eram tão humanos quanto seus
escravizadores, logo, poderiam ser explorados.
Com a apresentação desta
concepção, os estudantes passam a encarar o outro como igual e, com isso,
compreendem que o outro merece ser trato de modo igual ao que ele é. A
desumanização das pessoas permite a prática de preconceitos, uma vez que, o que
não é humano é inferior. A prática do
bullying, por estar associada à preconceitos, pode ser enquadrada na
manifestação dessa desumanização.
Conforme supracitado,
cabe ao professor de história inserir no ensino do conteúdo discussões a
respeito dos preconceitos existentes na sociedade e, com isso, demonstrar ao
aluno que o bullying está conectado com diversas problemáticas [racismo,
gordofobia, LGBTQfobia, machismo, xenofobia, dentre outras discriminações].
Referências
Eloara dos Santos
Cotrim é graduanda do quarto ano de História na Universidade Estadual de
Maringá [UEM].
Sofia Alves Cândido da
Silva é graduanda do quarto ano de História na Universidade Estadual de Maringá
[UEM] e membro do Laboratório de Estudos Medievais [LEM].
BRASIL. Lei nº 13.185,
de 6 de novembro de 2015. Institui o Programa de Combate à Intimidação
Sistemática [Bullying]. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, ano
194, p. 1-2, 09 nov. 2015.
CALHAU, Lélio Braga.
Bullying: o que você precisa saber. Rio de Janeiro: Impetus, 2009.
CAMPOS, Luiz Augusto.
Racismo em três dimensões: Uma abordagem realista-crítica. Revista Brasileira
de Ciências Sociais. São Paulo, vol. 32, n. 95, 2017, p. 1-19.
MCINTOSH, Colin. Cambridge English Mini Dictionary. 2. ed. Nova Deli: Rekha Printers,
2011.
MEDEIROS, Alexandre Vinícius
Malmann. O fenômeno bullying: [in]definições do termo e suas possibilidades.
Dissertação [Dissertação em Sociologia] – UFG. Goiânia, 2012.
MIDDELTON-MOZ, Jane;
ZAWADSKI, Mary Lee. Bullying: estratégias de sobrevivência para crianças e
adultos. Tradução de Roberto Cataldo Costa. Porto Alegre: Artmed, 2007.
OLWEUS, Dan. Bullying
At School: What we know and what we can do. Oxford: Blackwell Publishing Ltd, 1993.
PERES, Nélio Borges.
Humanismo e pensamento histórico em Jörn Rüsen: notas e reflexões para estudo
em Teoria e Metodologia da História. Rev. Hist. UEG - Goiânia,
vol.1, n.1, jan./jun. 2012, p. 205-212.
RÜSEN, Jörn. Formando
a consciência histórica - para uma didática humanista da história. In: SCHMIDT,
Maria Auxiliadora; BARCA, Isabel; FRONZA, Marcelo; Humanismo na Didática da
História. Curitiba: W&A, 2015.
Prezadas senhoritas, Eloara e Sofia! Cumprimento-as parabenizando pelo texto!
ResponderExcluirO assunto sobre o bullying está bem argumentado. Sendo assim, considerando que o espaço escolar é o epicentro dos acontecimentos e principalmente o da Educação Básica. Nesse sentido, estamos falando de cidadãos em formação. Gostaria que comentassem se há e quais são os efeitos negativos que o bullying pode acarretar para a vida adulta e se existe estudos que comprovam ou dados estatísticos que mapeiam essa questão?
Wagner Pereira de Souza
Olá, Wagner!
ExcluirObrigada pelas observações e por sua pergunta. Sendo o bullying um fenômeno constituído por agressores, vítimas e testemunhas, existem consequências para todos que participam dele. Fox (2000) demonstrou que quase 60% dos meninos classificados como agressores entre o 6ª e 9ª anos possuem grandes chances de serem condenados por pelo menos um crime até os 24 anos de idade e que 40% deles terão três ou mais condenações até essa idade. A ansiedade, intolerância, agressividade constante, evasão e o baixo rendimento escolar são outros tipos de consequências que atingem os envolvidos no bullying. Fante (2008) complementa dizendo que o autor de bullying possui tendências de adotar comportamentos antissociais ou delinquentes, caso haja falta de limites ou de modelos educativos que direcionem seu comportamento durante seu período de educação escolar. Sendo assim, crianças e adolescentes que sofrem e/ou praticam bullying podem vir a necessitar de múltiplos serviços, como os relacionados a saúde mental, justiça da infância e adolescência, educação especial e programas sociais. É importante destacar que as crianças e os adolescentes não são acometidos de maneira uniforme, mas existe uma relação direta entre a frequência, duração e severidade dos atos de bullying e as consequências futuras que podem acometer esses indivíduos. Para conteúdos que comprovam e dados estatísticos você pode acessar os artigos dos autores: J.A Fox e C. Fante.
Atenciosamente,
Eloara dos Santos Cotrim; Sofia Alves Cândido da Silva.
Olá, muito obrigado pela devolutiva. Sua retórica é realmente baseada em argumentos sólidos isso constitui um cenário de grande relevância para os estudos dessa vertente!
ExcluirWagner Pereira de Souza
Cordial saludo,
ResponderExcluirFelicidades la discusión acerca del bullying está muy clara, la verdad no pensé que esta definición fuera más centrada en los acosos escolares que viven algunos jóvenes. Yo tenía la idea errónea que este término se podía utilizar en cualquier situación de maltrato.
Mi pregunta es:¿hay documentación que hable del por qué algunos estudiantes sienten la necesidad en generarle este tipo de agresiones a sus otros compañeros?
Gracias.
Deicy Katherine Giraldo Salazar
Olá, Deicy!
ExcluirA área de aplicação do termo "bullying" é realmente grande. Há várias interpretações para o seu uso.
Especificamente sobre sua pergunta, há alguns estudos, artigos e documentos que dizem respeito das motivações (o porquê) da prática do bullying. Comumente, tais estudos são abordados pela psicologia.
A partir destes estudos, podemos observar que grande parte dos agressores "copiam" as agressões que observam em casa. Com isso, as motivações são ocasionadas pelo contexto de vida dos estudantes.
Para mais informações a respeito, sugerimos a leitura do artigo: "Bullying na adolescência: causas e comportamentos de alunos portugueses e brasileiros" (2019).
¡Gracias!
Eloara dos Santos Cotrim; Sofia Alves Cândido da Silva.
Olá, Deicy!
ResponderExcluirA área de aplicação do termo "bullying" é realmente grande. Há várias interpretações para o seu uso.
Especificamente sobre sua pergunta, há alguns estudos, artigos e documentos que dizem respeito das motivações (o porquê) da prática do bullying. Comumente, tais estudos são abordados pela psicologia.
A partir destes estudos, podemos observar que grande parte dos agressores "copiam" as agressões que observam em casa. Com isso, as motivações são ocasionadas pelo contexto de vida dos estudantes.
Para mais informações a respeito, sugerimos a leitura do artigo: "Bullying na adolescência: causas e comportamentos de alunos portugueses e brasileiros" (2019).
¡Gracias!
Eloara dos Santos Cotrim; Sofia Alves Cândido da Silva.