Ana Clara Fernandes da Costa


OS CICLOS DA BAIXADA: UMA DISCUSSÃO SOBRE HISTÓRIA REGIONAL EM SALA DE AULA




Atualmente a Baixada Fluminense, sub-região da metrópole carioca, convive com as típicas dificuldades da sua condição periférica, como a má qualidade da educação, desigualdades sociais e econômicas, a infraestrutura precária, serviços deficientes e violência urbana, por exemplo. A falta de confiança nos governos locais, principalmente pelos numerosos casos de corrupção e o sentimento de medo que ronda parte da população pelas milícias e o tráfico são mais alguns dos grandes desafios enfrentados pelos residentes, impedindo o alcance da sua plena cidadania – ou seja, a combinação de liberdade, participação e igualdade para todos, como discutido por José Murilo de Carvalho. Desta forma, muitos desses “cidadãos incompletos” e desacreditados esperam a melhora da sua situação financeira para se mudar ou então situam-se no impasse de agentes inconformados, porém passivos.

Um dos motivos que contribui para essa realidade é o desconhecimento de grande parte da história dessa região tanto por seus residentes quanto pela própria falta de interesse do Estado. Desta forma, cabe ao ensino da História Regional nas escolas mostrar sua importância tanto para a História do Brasil, tornando-a mais plural, quanto para a construção de sentimentos de pertencimento e identidade, unindo vários indivíduos e tornando-os conscientes da sua potencialidade como agentes históricos capazes de moldar sua realidade.

Por este motivo, a comunicação a seguir tem a finalidade de trazer um pouco da história da região a partir do livro “Cana, café e laranja” de Waldick Pereira, preocupando-se em trazê-lo para o ambiente escolar. Sendo assim, primeiramente será apresentado o livro, seu contexto e um breve resumo do seu conteúdo e, na sequência, a importância da sua utilização no ambiente escolar visando a construção de cidadãos em seu sentido total como “indivíduo que, como membro de um Estado, usufrui de direitos civis e políticos por este garantidos e desempenha os deveres que, nesta condição, lhe são atribuídos”. (DICIO)

Cana, café e laranja – a obra
Publicado em 1977 pela Fundação Getúlio Vargas, o livro “Cana, café & laranja - História Econômica de Nova Iguaçu” escrito por Waldick Pereira, influenciado pela pelas tendências majoritárias da historiografia brasileira de sua época, disserta sobre o desenvolvimento do município de Nova Iguaçu a partir de seus ciclos econômicos – cana, café e laranja –, agregando ao escasso acervo de obras históricas sobre o município no seu momento de produção, além de contribuir, de certa forma, para toda a Baixada Fluminense.

Após uma breve menção ao ciclo do pau brasil, sobre seu potencial para despertar o interesse do mundo em matas brasileiras e sua existência relativamente curta devido à pouca organização comercial gerando um acelerado processo de extinção finalizando o ciclo. O livro, então, inicia-se com o capitulo “Cana” em que o autor discorre minunciosamente sobre introdução e os desafios do cultivo da cana de açúcar no Brasil. Apesar das dificuldades em relação a pestes, empobrecimento dos solos e estruturas primitivas dos engenhos, o açúcar brasileiro atingiu mercados internacionais, garantindo sua posição pela larga produção.

Nesse contexto, situa Nova Iguaçu no ciclo da cana-de-açúcar, tendo o início de seu cultivo em 1611 no Engenho dos frades da Ordem de São Bento no Brasil, na Fazenda de Iguaçu. A ordem, além do engenho de açúcar, “lavrou a terra e promoveu várias construções engenho de farinha, uma grande olaria, muitas edificações e uma majestosa igreja construída em 1645 [...] que se chamou Nossa Senhora de Iguaçu”. (PEREIRA, 1977, p. 19). Porém não durou muito devido à má qualidade do terreno e o engenho foi transferido para Vargem Pequena, tentaram o cultivo arroz, mas sem resultado, e adicionando a estrada de ferro e as febres devido aos terrenos baixos e alagados, a Fazenda de Iguaçu desapareceu.

O Governo Fluminense tinha no cultivo de açúcar uma grande parcela de sua receita, a cana era explorada em várias regiões da Baixada fazendo a fortuna de fazendeiros que rivalizavam entre si. “Apesar da falta de apoio das autoridades à agricultura de Iguaçu, principalmente a da cana, responsável pelo surgimento de fortunas e brasões, esta se estendeu por muitos anos, em razão da tradição rural destas mesmas fortunas e por ser o açúcar, apesar dos obstáculos que teria que enfrentar no município, a mais lucrativa atividade rural” (PEREIRA, 1977, p. 27). A facilidade de obtenção de terras, adquiridas por cessão do governo ou por arrecadamento, estimulou a lavoura de cana e o fabrico de açúcar, refletindo no aumento das safras e o crescimento populacional que ia transformando os engenhos em núcleos populacionais, tendo na “casa grande” o seu eixo socioeconômico. Desta forma o autor mostra a importância do município na sua articulação com a economia nacional, “antes da cafeicultura, foi a cana plantada em toda a Baixada Fluminense, cujos engenhos e engenhocas exportavam grandes partidas pelo porto da cidade do Rio de Janeiro.” (PEREIRA, 1977, p. 36).

A segunda parte do destina-se ao ciclo do café, consequência do fracasso da política econômica brasileira no setor açucareiro mundial, chega ao Rio de Janeiro 50 anos depois de chegar no Pará seu cultivo foi estimulado de várias formas desde isenção no serviço militar até distribuição de terras e mudas por parte de Dom Joao VI, assim, em 1820 o Brasil começou a exportar o novo produto. Aos poucos, o café foi se alastrando por todo o território fluminense. Devido ao seu prestígio e a maior margem de lucro por requerer menos trabalho, o ritmo desse crescimento foi extremamente irregular pela falta de planejamento quanto ao controle da produção. Por onde passava o café revigorava as fazendas, vilas e municípios chegando até as províncias de São Paulo e Minas Gerais. “Para o porto do Rio de Janeiro, além de toda a produção fluminense e da Corte, vinha também o café produzido para exportação em São Paulo, Minas Gerais Espirito Santo e Bahia [...] o Rio de Janeiro obtinha [assim] grandes benefícios de sua situação privilegiada de sede do império e principal porto exportador desta vasta região.” (PEREIRA, 1977, p. 52).

Em Iguaçu, os cafezais substituíram os canaviais, porém não foi um centro produtor nesse ciclo econômico brasileiro, e sim um dos mais importantes entrepostos do produto. A importância de Iguaçu se apoiava na estrada do Comércio a principal artéria que ligava as províncias do Sul à Corte. Sua importância residia no potencial de porto fluvial que escoava as produções de São Paulo e Minas Gerais. As estradas de ferro e o crescimento do porto de santos e os problemas relativos aos conflitos entre produtores locais e o governo municipal e provincial no que se refere a questão dos impostos sobre o transporte foram os principais motivos para sua decadência.

A última e a mais importante parte do livro refere-se a introdução da citricultura na Baixada Fluminense, o plantio já ocorria em algumas regiões do Estado – em São Gonçalo e municípios vizinhos –, mas jamais se pensara em exportação e com estimulo do governo para a diversificação das culturas agrícolas e recuperação de zonas imprestáveis para lavoura, multiplicaram-se facilmente os laranjais. O sucesso desse cultivo ocorreu devido uma série de razões ecológicas – clima propicio, relevo topográfico e solo com pouca umidade – e razões socioeconômicas – tradicionalismo de famílias de origem rural, aproveitamento de terras antes improdutivas, estrada de ferro, proximidade com os grandes centros consumidores e exportadores, apoio do governo a produção e exportação.

Gradualmente a cidade ia se transformando e exigindo condições mínimas em sua estrutura social. Após o programa de apoio a fruticultura fluminense de Nilo Peçanha o Estado começou a beneficiar a região com a construção e reconstrução de estradas, serviços gerais de saneamento, reforma da rede distribuidora de água da cidade, calçamento e prolongamento de ruas, iluminação de praças, construção de rede de esgotos em diversas ruas, construção de hospital e iluminação elétrica em Queimados, Duque de Caxias e São João de Meriti. Porém, ao invés de planos elaborados sobre a expansão da citricultura, as leis emanadas na Câmara Municipal preocuparam-se somente e principalmente com a arrecadação de impostos e em seu consecutivo aumento.

Do obstáculo da política individualista da concorrência e do interesse de lucro rápido, surgiu a fundação de uma sociedade de classe congregando os interesses dos citricultores e exportadores dando coesão aos laranjeiros em frente a problemas que antes eram irresolvíveis denominada de associação dos fruticultores de Nova Iguaçu e mais tarde a Cooperativa União e depois a Cooperativa Iguaçuana de Consumo Ltda. Paradoxalmente, o início da decadência ocorreu na maior fase expansionista da citricultura, a crise econômica da II Guerra Mundial estendeu-se no âmbito internacional e nacional arrastando-se até 1945, pestes e a concorrência com a Argentina mais tarde. Houveram esforços para salvar os laranjais, todavia, foram insuficientes, os pomares se transformaram em loteamentos e os sítios com laranjais que sobraram desapareceram aos poucos.

Portanto, em suma, a obra “Cana, café e laranja” dedica-se a discutir sobre como os ciclos econômicos de Nova Iguaçu – e mais alguns lugares da Baixada Fluminense – adquiriram um papel importante na dinâmica econômica nacional, na estruturação do comércio e no desenvolvimento das cidades desde o ciclo açucareiro no período colonial até o ciclo da citricultura no período republicano,  apesar do seu teor memorialista, como discute Machado (2014), na tentativa de narrar um “passado glorioso” nos mostra como o livro é filho do seu próprio tempo possibilitando uma reflexão ainda mais atual da cidade, além de ampliar as discussões.

A utilização do livro em sala de aula
A necessidade de uma nova forma de ensinar História é urgente, em pleno século XXI ainda encontram-se resquícios de um sistema com alunos passivos e professores palestrantes que vigorou no século passado, a necessidade de um conteúdo em harmonia com o cotidiano do aluno, que saiba lidar com a diversidade cultural e com os setores menos abastados da sociedade, professores menos autoritários e um refletir que aproxime o passado com o presente pensando num futuro são passos chaves para melhorar a aprendizagem de uma disciplina tão importante quanto matemática, mas colocada a margem com frequência. A necessidade de transformar os alunos em sujeitos conscientes é primordial, desenvolvendo a criticidade com a compreensão dos mecanismos de funcionamento da sociedade.

Com a redemocratização e a implementação da Constituição em 1988, artigo 205, a educação brasileira atinge um novo protagonismo, “a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (CONSTITUIÇÃO, 1988, p. 123). Nesse cenário instaura-se a Lei nº 9.394/96 instituindo a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional tendo como finalidade a organização da estrutura da educação brasileira, estabelece as Diretrizes Curriculares – normas obrigatórias para a Educação Básica que orientam o planejamento curricular das escolas e dos sistemas de ensino – e os Parâmetros Curriculares Nacionais – diretrizes separadas por disciplinas elaboradas pelo governo federal e não obrigatórias por lei.

Desta forma, percebe-se a importância dos PCNs para o ensino com propostas “centradas no desenvolvimento da interdisciplinaridade, transversalidade e nos currículo por competências, também foi direcionado para promover o desenvolvimento da cidadania e para a capacitação para os usos das tecnologias” (SILVA, OLIVEIRA e ARANA, 2016, p. 2), assim, os alunos ficam estimulados ao aprender conteúdos mais contextualizados. Dentro da disciplina de História a abordagem dos conteúdos ganham uma nova metodologia, principalmente com a interdisciplinaridade e contextualização, como discute Moreira “no campo da História, os PCN recomendavam, entre outras medidas, o uso da perspectiva da História Regional [...] a História Regional, sublinha ainda o PCN, deveria ser trabalhada não em oposição à Nacional e geral, mas de forma relacional. Desta forma, ela permitiria construir um discurso menos “totalizante” e que fosse capaz de mostrar as especificidades regionais.” (MOREIRA, 2017).

Neste contexto, que busca a modificação desse cenário de repetência e evacuação de crianças de classes mais baixas que não se identificam com o conteúdo e um ambiente escolar que não sabe lidar com a diversidade cultural, a proposta da utilização do livro “Cana, café e laranja” de Waldick Pereira, procura contribuir para a “formação de uma identidade que valorize as experiências vivenciadas pelos alunos e que faça com que estes reconheçam-se como agentes sociais de um mundo que pode ser transformado – tornando-se, portanto, cidadãos.” (MOREIRA, 2017).

O livro mostra-se, assim, como mais um instrumento bastante relevante para a construção do sentimento de identidade e pertencimento para a população da região da Baixada Fluminense, já que “na maioria das cidades brasileiras, muitos dos referenciais históricos das pessoas comuns sucumbiram à ação do tempo ou foram destruídos por conta do desinteresse dos seus donos ou dos poderes públicos, da especulação imobiliária ou de uma concepção desenvolvimentista que entende o antigo como sinônimo do atraso” (SCARPIM, 2018, p. 255-256). Essa possibilidade de conexão com o passado e com a cidadania, amplia o olhar, enriquece debates e envolve a realidade tornando possível ainda quebrar estereótipos e preconceitos, ao envolver os discentes em sua realidade produzindo significados, mostrando como o uso da memória no ensino é frutífero, plural e democrático, mas atentando para a necessidade de uma postura crítica aproveitando seu valor agregador.

Por fim, vale adicionar as qualidades didáticas da estrutura da obra tornando sua utilização mais positiva no ambiente escolar, como sua leitura breve, informativa e de fácil assimilação oferecendo interessantes curiosidades técnicas sobre o cultivo, potencialidades e dificuldades dos três gêneros agrícolas, e traz diferentes documentos para dar suporte as discussões apresentadas, mostrando um pouco sobre o universo historiográfico como a utilização e procura de fontes para pesquisa.

Considerações finais
A população da Baixada Fluminense convive com continuas e numerosas dificuldades em seu cotidiano fruto, em suma, das graves desigualdades sociais e econômicas. A presente comunicação preocupou-se em usar o livro “Cana, café e laranja” de Waldick Pereira como um instrumento didático com a finalidade de contribuir na construção de um sentimento de identidade para a Baixada Fluminense, especialmente para o município de Nova Iguaçu.

O livro discute a evolução histórica da formação da Baixada Fluminense, principalmente a região de Iguaçu, através de seus ciclos agrícolas em seu período rural mostrando sua importância para além da dinâmica da região, repercutindo no contexto estadual e nacional, tendo, mesmo com as dificuldades apresentadas, a função tanto de caminho para exportação como de produtor, mostrando as políticas internas nos diferentes momentos de sua história e sua organização urbana.

O ensino de História, baseou-se por muito tempo em memorização e reprodução, assim, hoje buscam-se em suas políticas pensar em novos rumos para dinamizar e evoluir seu ensino, a fim de superar os problemas do modelo tradicional, incluindo temas através da transversalidade oferecendo um ensino de qualidade para todos os alunos, como pode ser visto na obra Pedagogia da Autonomia de Paulo Freire “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção” (FREIRE, 1996, p. 21).

A utilização do livro de Waldick Pereira encaixa-se nessa dinâmica de participação dos alunos na sala de aula a partir dos conteúdos, construindo conhecimentos e, além disso, o sentimento de união, pertencimento e identidade, a fim de dar confiança para torná-los cidadãos conectados e ativos na construção da sua realidade desenvolvendo sua região, distanciando-os da condição de alienação que estão inseridos devido as questões econômicas, sociais e ideológicas do cenário atual.

Referências
Ana Clara Fernandes da Costa é graduanda em História pela Universidade Veiga de Almeida – UVA.

BRASIL. [Constituição (1988)] Constituição da República Federativa do Brasil: texto constitucional promulgado em 5 de outubro de 1988, com as alterações determinadas pelas Emendas Constitucionais de Revisão nos 1 a 6/94, pelas Emendas Constitucionais nos 1/92 a 91/2016 e pelo Decreto Legislativo no 186/2008. – Brasília: Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2016.
CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil. O longo Caminho. 3ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.
CIDADÃO. In: DICIO, Dicionário Online de Português. Porto: 7Graus, 2019. Disponível em: <https://www.dicio.com.br/cidadao/>. Acesso em: 05/04/2020.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa / Paulo Freire. – São Paulo: Paz e Terra, 1996. – (Coleção Leitura).
MACHADO, R. M. Nas terras dos Barões: Repensando a estrutura agrária de Iguaçu na segunda metade do Oitocentos. In: XVI Encontro Regional de História - Saberes e Práticas Científicas. 2014, Rio de Janeiro. Anais eletrônicos - Anpuh/Rio 2014, 2014.
MOREIRA, Luiz Guilherme S. Café História. 2017; Tema: História Regional e o Ensino de História. Disponível em:
<https://www.cafehistoria.com.br/historia-regional/>. Acesso em: 05/04/2020.
PEREIRA, Waldick. Cana, café & laranja; história econômica de Nova Iguaçu. Rio de Janeiro, Fundação Getúlio Vargas/SEEC – RJ, 1977.
R. SILVA, HENRIQUE; C A OLIVEIRA, JACKELINE; R A ARANA, ALBA. O PAPEL DOS PCN’S: O ENSINO DE HISTÓRIA NO BRASIL. Colloquium Humanarum, v. 13, p. 46-50, 2016.
SCARPIM, F. A. História e memória: diálogos e tensões. Curitiba: Intersaberes, 2018.

7 comentários:

  1. Prezada Ana Clara Fernandes da Costa,
    Inicialmente quero lhe parabenizar pela iniciativa de discussão acerca da História Regional, um campo que merece muita reflexão. Interessante a leitura de uma obra do contexto local e regional.
    Não conseguir entender bem o objetivo do texto, a proposição é fomentar a construção de identidade e unidade regional a partir da obra trabalhada no ensino de História na Baixada Fluminense??? se for, é preciso alguns cuidados com essa perspectiva, visto que a tendência mais recente da História Regional (campo historiográfico) é justamente problematizar, examinar e discutir as construções de identidades e consensos em torno das histórias regionais, que geralmente ligam-se a interesses de grupos, sujeitos, instituições...ou até mesmo de memorialistas, cronistas... A valorização da história local e regional pode ser trabalhada para além de um material escrito, pode ser a partir da própria história de vida dos educandos, por exemplo. A busca da "identidade" a partir de um material escrito em 1977 pode não ser um bom caminho, apesar do material associar momentos da história do Brasil e da região em tela.

    Atenciosamente,
    Roberg Januário dos Santos

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    1. Boa noite, Roberg

      A presente comunicação tem o objetivo de introduzir uma discussão sobre história regional nas escolas, que contribuirá para a construção de uma identidade. Aqui apresentei o livro "cana, café e laranja" de Waldick Pereira, pois achei a leitura bastante completa, com linguagem acessível, por ser mais fácil de encontrar e, principalmente por ser um livro inteiro dedicado a História da Baixada (especialmente Nova Iguaçu), já que normalmente dedicam-se capítulos ou artigos sobre a baixada, mas dificilmente um livro inteiro.
      Obrigada pelas suas considerações construtivas.

      Ana Clara Fernandes da Costa

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  2. Ana Clara, parabéns pelo texto. Gostaria que vc me explicasse qual momento da história local da baixada vc indicaria para ser trabalhada?
    Marcos José Soares de Sousa

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    1. Boa noite, Marcos

      Fico muito agradecida com o elogio! Um momento da História da Baixada que recomendo é o decorrer do século XVIII pela sua importância agrícola, pelo processo de penetração do território e, principalmente, pela sua relevância no transporte de ouro.

      Ana Clara Fernandes da Costa

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  3. Ana Clara, parabéns pelo texto. A proposição do Ensino de História Regional a partir de um material historiográfico é muito interessante. Mas, e no caso de locais que não contam com produções historiográficos em nenhum aspecto? Em qual perspectiva poderíamos trabalhar o ensino de história local? Há alguma sugestão?
    Danielle Luzia Ramos de Moraes Navarro

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  4. Olá Ana Clara, parabéns pela contribuição!
    Gostaria de saber se você já teve a experiência de trabalhar em sala de aula a questão da história local em paralelo a discussão do pioneirismo? Vejo que as fontes memorialistas nos dão conta de "partes da história" mas ao mesmo tempo, privilegiam determinados grupos sociais, sobretudo a elite urbana. Então é nesse sentido minha pergunta, ok?
    Parabéns e ótimo evento pra você!
    Camila de Brito Quadros Lara.

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  5. Olá, Camila!

    Muito obrigada! Havia iniciado um estágio no inicio do ano, mas com a pandemia, as coisas mudaram, então ainda não tive essa oportunidade tão esperada, mas com certeza introduzirei futuramente essa discussão em sala de aula.

    Ana Clara Fernandes da Costa

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