Juliane Carla G. Lima da Silva e Mattheus Belo G. Barboza


OS LUGARES, OS PATRIMÔNIOS E O ENSINO DA HISTÓRIA: A EDUCAÇÃO PATRIMONIAL NAS SALAS DE AULA




Sobre lugares e patrimônios
Horta e Grunberg (1999) conferem o conceito de meio-ambiente histórico ao se referir à estes ambientes de importância para uma ou mais sociedades humanas. Segundo as autoras são espaços criados e transformados pela atividade humana ao longo do tempo e da história, tendo significados múltiplos pelos indivíduos da sociedade em momentos diversos. Segundo os autores:

“Os monumentos e sítios identificados são fragmentos do cenário do passado, elementos de uma paisagem que sofreu modificação ao longo do tempo, e funcionam como chaves para a reconstituição das sucessivas camadas da ocupação humana e dos remanescentes que chegaram até nós” (HORTA e GRUNBERG, 1999, p. 15).

Porém, deve-se levar em conta que apesar de seu papel no passado, esses meio-ambientes devem ser estudados à luz do seu presente também, buscando analisar seu desenvolvimento como um todo e sua atual importância na sociedade que fazem parte.

Goodey (2002), usando as cidades como exemplo, afirma que na formação de Lugares há uma série de elementos que se entrelaçam e interagem: fontes de obtenção de água; proteção e administração pública; armazenamento e comercialização de bens; rotas para transito de pessoas e bens; ambientes que reflitam as crenças religiosas; áreas de lazer e, por último e não menos importante, os locais de habitação da população.

O autor afirma que os modos como esses elementos se apresentam e se combinam é intrínseca e única, uma vez que tem origens nos acontecimentos históricos e nos fatores sociais daqueles que por ele circulem. Mas também é preciso observar o presente, um lugar é constituído de sua carga histórica no passado, mas está em constante alteração à medida que a sociedade o percebe.

Dessa forma um Lugar é uma soma das funções e desenvolvimentos a ele atribuídos ao longo de seu passado, mas também das significações recebidas no presente por aqueles que dele usufruem. Diante disso entendemos que um Lugar vai representar a sociedade, ou parte dela, em suas dimensões, contradições e significados e assim surge um questionamento, o que pode atribuir a um Lugar o status de Patrimônio Cultural?

Goodey (2002) atribui à compreensão junto á comunidade que compõe um Lugar como fator de entendimento do mesmo. Assim sendo o Patrimônio Cultural só será assim considerado por meio das percepções dadas por aqueles que consideram o Lugar de importância em sua formação.

Antes de destrincharmos o que seria o patrimônio em si, é relevante ressaltar que o mesmo possui uma conotação inicial que tange no sentido etimológico do termo. Patrimônio advém de patri (pai) e monium (recebido ou herança). Ou seja, algo que é levado no transcurso do tempo, no sentido dos tempos pretéritos para um tempo futuro incerto, que pode abraçar bem ou não esse patrimônio.

Nesse sentido, Dominique Poulot (2009), diz que o patrimônio é aquilo que a sociedade constrói acerca desse patrimônio, tudo alicerçado na memória individual e coletiva da sociedade. Um espaço de memória e identidade que muitas vezes fica em esferas intangíveis e nem muito acessíveis para a comunidade. No momento que grandes instituições políticas e sociais elegem o que é e não é patrimônio.

Com isso, podemos construir uma discussão para compreender os “múltiplos sentidos e valores” que norteiam os bens culturais e o patrimônio como um todo. Lembrando que o sentido “como um todo” é utilizado, mas percebendo que o que une o todo são as múltiplas facetas que se encontram nas esferas sociais. Permitindo assim, a voz ativa da sociedade como uma maneira de preservação do bem cultural e da sua permanência na sociedade.

O termo patrimônio, para Gonçalves (2003), abraça tanto bens móveis e imóveis, que, através de sua preservação, continuará contando a história de culturas viventes em tempos pretéritos e na contemporaneidade. É uma relação constante entre passado, o presente e também futuro. Os tempos e suas interações são justamente o que o patrimônio consegue aproximar. O mesmo não deve ser trancado em uma sala e apenas estudado por cientistas.

O patrimônio, como pertencente à humanidade, passa por um bem comum a todos. É imprescindível que o bem cultural e histórico seja alvo de curiosidade e por consequência, cuidados e sua preservação para que gerações futuras possam presenciar. Gonçalves (2003), diz que a noção de patrimônio, muitas vezes, se confunde com a de propriedade, sendo ligada ou direcionada a um indivíduo. Patrimônio, no seu sentido mais amplo contempla a todos os viventes em uma determinada sociedade.

Educação Patrimonial, o que é?
A Educação Patrimonial propõe uma forma dinâmica e com criatividade, tendo como objetivo o relacionamento da população com o patrimônio cultural de sua região e, a partir da ação desenvolvida nas escolas, nas praças, nos bairros, enfim, nos lugares onde a comunidade está inserida, poderá ampliar o entendimento dos vários aspectos que constituem o patrimônio cultural, sua relevância para formação de cidadania, da identidade cultural e da memória da população (GRUNBERG, 2007).

O maior propósito que se pode encontrar na Educação Patrimonial é a criação de pontes, no qual permite o surgimento de importantes interações e de trocas de divergentes conhecimentos. A comunidade, por sua vez, exerce um papel indispensável em toda essa estrutura educacional, pois, é através dela que serão alicerçadas as atividades, nesse aspecto que estamos tratando, dentro das salas de aulas.

Pode-se afirmar que a Educação Patrimonial é um importante meio que rompe barreiras que separam a população da academia. É onde arqueólogos e historiadores saem da sua zona de conforto e buscam novas possibilidades, novos âmbitos que possibilitarão não só aos profissionais extravasarem seus conhecimentos, mas também a possibilidade dos mesmos aprenderem novas culturas, saberes múltiplos que não seria possível de achar dentro da esfera acadêmica.

A Educação do patrimônio cultural nesse sentido vem buscar muito mais do que uma “transferência de novos saberes” ou de “apresentar a cultura para o próprio povo que a constitui”, pelo contrário, ela é uma facilitadora entre dois conhecimentos divergentes, no caso o científico e o popular, e entre os dois possui uma linha tênue que provoca uma inquietude de buscar mais, de conhecer mais, e consequentemente de criar vínculos afetivos com o Patrimônio e, por conseguinte a sua preservação.

Quanto mais a humanidade caminha no tempo, mais o passado é esquecido. Na vivência de uma comunidade, os seus habitantes, muitas vezes, não conhecem o local onde habitam. Seja por negligência política ou desinteresse pessoal, formam-se pessoas sem identidade no meio em que vivem. Segundo Funari:

“A identidade pode ser compreendida como o conjunto de costumes e crenças herdadas de seus antepassados, cuja conservação forma a memória de cada povo, que é manifestada por meio de seus patrimônios. O patrimônio é uma construção e, como tal, necessita de tempo para definir-se. Nada é criado para tornar-se patrimônio, é necessária a identificação da comunidade com este bem, de modo que se torne uma marca, um referencial que conta sua história e a destaca das demais comunidades.” (FUNARI, 2007, p. 7).

E não conhecer essa memória, dita por Funari, é um sério problema na formação social do indivíduo. E é dessa forma que a Arqueologia tem a função de recuperar essa memória, através das interpretações da cultura material e do diálogo com as comunidades.

A Educação Patrimonial nas escolas
Quando tratamos de Educação Patrimonial nas salas de aula, sempre há um questionamento bastante pertinente sobre a escassez de material didático que faça um link com a realidade da comunidade na qual essa referida escola está inserida. Com isso, podemos fazer uma análise primária sobre a globalização de bens culturais.

Um exemplo desta situação é que é recorrente encontrarmos em feiras de artesanato imagens que não condizem com o cotidiano da população local, descaracterizando assim, todo o processo de manufatura do referido artefato. Segundo Pinho (2002), o objeto vendido através desse mercado turístico, deveria ser autêntico de raízes originais. É permissível identificar que a descaracterização de uma produção artefatual se enquadra em uma realidade comum, em que os artesãos que vendem seus produtos em feiras para receberem o dinheiro mais rápido impregnam nas peças símbolos e significados diferentes daqueles adquiridos por seus ancestrais, e as motivações por trás dos métodos e técnicas dos mesmos.

Se sairmos da realidade mercantil e adentrarmos as salas de aula, ao perscrutarmos os livros de história, a realidade não será divergente, no sentido dos alunos não se identificarem com as realidades culturais que são colocadas em aula. Não negligenciando ou incentivando aos alunos a não conhecerem a riqueza cultural que o mundo fornece, mas também lhes apresentar a riqueza que há também em sua cidade.

É fundamental que ocorra um os alunos um elo emotivo com sua comunidade, cidade e Estado. Os mesmos reconhecerem que na sua região também possuem história, também há cultura, e que todo esse conjunto – que se denomina Patrimônio – deve ser preservado e divulgado para outros lugares e gerações futuras.

A importância da Arqueologia nesse sentido
Na disciplina da Arqueologia, parte fundamental da pesquisa é elaborar meios de se preservar e conservar o patrimônio material. É por meio dessas ações, arqueólogos em campo e em atividades com a comunidade atuam com auxílio dos historiadores, e em conjunto tornam possível o engajamento da sociedade ao seu próprio passado, pois uma comunidade que se reconhece em seus bens culturais, materiais ou imateriais, procura preservá-los, uma vez que estão presentes no seu dia-a-dia.

Casco (2013) afirma que essas atividades voltadas à Educação Patrimonial não são passiveis de uma sistematização única, pois é preciso se considerar os universos particulares de cada comunidade e seu público alvo e dos espaços acessíveis, como os museus. Dessa forma ao Estado cabe a elaboração de diretrizes que evidenciem a participação da sociedade nas mesmas, e não por meio de uma imposição. Para a autora:

“Ensinar o respeito ao passado, mais do que sua simples valorização, é contribuir para a formação de uma sociedade mais sensível e apta a construir um futuro menos predatório e descartável, menos submetido à lógica econômica de um mercado cada vez mais voltado para os jovens, seus hábitos e seus gostos (ou a falta e volatilidade destes).” (CASCO, 2013, p. 3).

Como as atividades podem ser elaboradas?
Diante dos fatores apontados por Casco (2013) a respeito dos métodos de desenvolvimento da Educação Patrimonial, Horta e Grunberg (1999) trazem uma noção da importância que deve ser dada a cada cultura material (objeto, monumento ou lugar) utilizada para se definir a metodologia que deverá ser aplicada à Educação Patrimonial.

Segundo as autoras “cada objeto ou evidência da cultura traz em si uma multiplicidade de aspectos e significados” (Horta e Grunberg, 1999, p. 8), sendo assim, é necessário além da análise dos mesmos, delimitar quais são os objetivos e metas das atividades educacionais. O desenvolvimento dessas ações vai passar por quatro etapas: observação, registro, exploração e apropriação.

Segundo Horta e Grunberg (1999), no que tange a etapa de observação tem-se como objetivos a identificação dos objetos de estudo e o desenvolvimento da percepção visual e simbólica do público-alvo, sendo elaborados questionários, experiências com manipulação, comparação e dedução.

Na etapa seguinte os objetivos são de fixação do conhecimento obtido, desenvolvendo questões da memória, lógica, intuição e operação por meio de análises, sendo elaboradas atividades de desenho, escrita, registro imagético, criação de modelos, entre outros.

Na etapa de exploração, Horta e Grunberg (1999) dão como objetivos o desenvolvimento das capacidades de análise e julgamento crítico, interpretação das evidências e significados, elaborando atividades que visem à análise do problema, levantamento de hipóteses, discussão, questionamento e busca por fontes.

Na última etapa, denominada apropriação, os objetivos são de se criar um envolvimento afetivo, desenvolver a capacidade de auto-expressão e apropriação pelo público alvo ao seu patrimônio cultural. As atividades empregadas são a elaboração de reprodução dos aprendizados, por meio da recriação, releitura, dramatização e interpretação. Os modos de reprodução são diversos, podendo ser pinturas, esculturas, peças, danças, músicas, poesias, textos e tarefas audiovisuais.

Como proposta para firmar melhor o desenvolvimento das atividades, conhecer, elaborar e por em prática atividades que vão de encontro com realidade não só cultural dos indivíduos, mas também atender as necessidades de cada faixa etária. É necessário que as atividades sejam moldadas para cada situação específica, ou seja, uma criança não lhe dará atenção caso você desempenhe exercícios direcionados ao público adulto. Para lidar com o público infantil é necessário organizar meios lúdicos e acessíveis para fazer com que elas sejam afetadas pelas novas informações e provocadas a construírem perguntas sobre sua comunidade.

Para isso não é preciso muito, basta a utilização de tinta e papel para a criação de pinturas rupestres dentro do âmbito escolar, ou até mesmo fragmentos de cerâmica que você compra na feira e enterrá-los para as crianças construírem um cenário de escavações arqueológicas.

Uma importante questão a ser ressaltada é a criação de Ecomuseus em cidades, até mesmo nas próprias escolas. São museus que tem por significado os seus soerguimentos a partir da participação ativa da população. Isso faz com que a população saia de meros visitantes desses espaços para ativos protagonistas da sua história.

Considerações Finais
Immanuel Kant (1899), filósofo e sumidade em educação, afirma que “o Ser Humano é aquilo que a educação faz dele”. As atividades de Educação Patrimonial visam justamente à criação de um indivíduo apto para atuar em sociedade, que compreenda seu passado e a necessidade de valorizar sua herança cultural.

A Educação Patrimonial se comporta como uma semente que é posta dentro das pessoas e a cada processo de germinação e crescimento interno, provoca uma disseminação social cada vez maior. Cada pessoa que é atingida com esse bem em âmbito escolar, vai espalhar para as outras pessoas que fazem parte do seu convívio social, e por esse motivo a insistência da afirmação da importância de tratar o Patrimônio e os bens culturais nas salas de aula.

Mais uma vez chamando a atenção dos educadores de aproveitarem a riqueza cultural que nos cerca e transmitir aos alunos. Trocar conhecimento com eles, questionar aos mesmos sobre sua realidade social e criar importantes elos entre professores – patrimônio – alunos.

Tendo em mente o papel da educação, observa-se que é sempre colocado em pauta o seguinte questionamento “o que é patrimônio?”, mas muito pouco discutido é “para quem é esse patrimônio?”. Ao longo deste trabalho observa-se a necessidade de integração dos saberes científicos e populares ao se desenvolver a noção de patrimônio, uma vez que é a comunidade que vai estar diretamente envolvida com os lugares de importância histórica e social, e será a comunidade a principal agente em sua preservação e valorização, criando nelas o sentimento de pertencimento por estes espaços (materiais e imateriais).

Referências
Juliane Guedes, Graduanda de Arqueologia pela UFPE (juguedeslima@gmail.com).
Mattheus Belo, Graduado e Mestre em Arqueologia pela UFPE (mattheusbelo@gmail.com).

CASCO, Ana Carmen Amorim Jara. Sociedade e educação patrimonial. Revista eletrônica do Iphan, Rio de Janeiro, v. 2, n. 1, p. 15-25, 2013.
FUNARI, Pedro Paulo Abreu. Arqueologia. São Paulo: Contexto, 2007.
GONÇALVES, José Reginaldo Santos. O patrimônio como categoria de pensamento. Memória e patrimônio: ensaios contemporâneos. Rio de Janeiro: DP&A, p. 21-29, 2003.
GOODEY, Brian. Interpretação e comunidade local. Interpretar o patrimônio: um exercício do olhar. Belo Horizonte: UFMG, p. 47-57, 2002.
GRUNBERG, Evelina. Manual de atividades práticas de educação patrimonial. Brasília: Iphan, 2007.
HORTA, Maria de Lourdes Parreiras; GRUNBERG, Evelina; MONTEIRO, Adriane Queiroz. Guia básico de educação patrimonial. Brasília: Iphan, 1999.
KANT, Immanuel. Kant on Education (Ueber Pädagogik). Kegan Paul, Trench, Trübner, 1899.
PINHO, Maria Sonia Madureira de. Produtos artesanais e mercado turístico. Interpretar o patrimônio: um exercício do olhar. Belo Horizonte: UFMG, p. 169 180, 2002.
POULOT, Dominique. Uma história do patrimônio no Ocidente. São Paulo: Estação liberdade, 2009.

14 comentários:

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  2. Desculpem-me pela expressão “você”, na segunda linha. Retifico “vocês”, Juliane Carla G. Lima da Silva e Mattheus Belo G. Barboza, concluem...

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    1. Boa tarde, Valdirene. Seu primeiro comentário consta como "removido", tens como comentar novamente?

      - Juliane Guedes

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  3. Contribuição: Relato de caso
    A temática sempre me causou dúvidas de como se trabalhar em sala de aula. Certa vez desenvolvi um trabalho com os alunos sobre o patrimônio histórico da cidade, o objetivo era que os alunos identificasse os locais através de fotos antigas. Levei a eles alguns lugares que existiam na cidade na década de 1930 aproximadamente e eles deveriam percorrer pela cidade em busca desse local e tirar uma foto. No final montamos um painel do antes e depois na escola, onde todos ficaram indignados pois a maioria dos prédios antigos não existem mais e no lugares existem fachadas de lojas enormes tampando a arquitetura do prédio.

    Participante: Marcos Rossiny Leandro

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    1. É uma excelente abordagem, reconhecer que locais de importância não existem ou foram descaracterizados sem o respeito às raízes auxilia que todos entendam que se não há uma valorização, todos perdemos como sociedade, que desenvolvimento não precisa caminhar com destruição.

      Participante: Mattheus Belo Guimarães Barbosa

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  4. Olá, parabens pelo trabalho, tema muito pertinente para os dias atuais, mas gostaria de dialogar com vocês sobre como vocês pensam ou aconcelham trabalhar a educação patrimonial dentro das comunidades de periferias, como os estudantes que moram nesses lugares podem perceber os traços culturais dentro desse bairro? Desde já grata

    Kassia de Luna

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    1. Olá Kassia, é comum haver periferias em locais que outrora foram parte do desenvolvimento histórico da sociedade, como exemplo cito a Comunidade do Pilar localizada no centro do Bairro do Recife, PE, creio que procurar um diálogo com representantes das comunidades é importante para aproximar o pesquisador/educador da população e criar vínculos com programas de capacitação e educação. Também cremos ser importante escutar os membros da comunidade, técnicas como a da História Oral podem ser aplicadas nisso, e usar de atividades que sejam envolventes a eles. Os Locais mudam seus significados com o tempo, e é preciso entender que cada processo é único e importante para aqueles que vivem nele.

      Participante: Juliane Carla Guedes Lima da Silva

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Olá Juliane e Mattheus,
    Parabéns pela contribuição.
    São tantos temas interessantes analisados nesse texto que fica até difícil escolher um para comentar. Mas irei na direção dos lugares, algo que me instiga bastante na pesquisa. Lugares de memória, a categoria Lugares enquanto livro de registro do patrimônio cultural imaterial pelo Iphan... Então meu questionamento e pontuação seria nessa perspectiva: Como vocês percebem a importância da categoria lugares para as pesquisas em patrimônio cultural? Como de fato elas seriam relevantes no contexto de proteção e valorização do patrimônio cultural? Se quiserem pontuar à nível da pesquisa na área de arqueologia, fiquem a vontade.
    Muito obrigada e ótimo evento pra vocês!
    Camila de Brito Quadros Lara.

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    1. Ótima pontuação, Camila, as edificações que podem ser categorizadas como Patrimônios Culturais materiais estão integradas em espaços por diversos motivos, como fortificações construídas em pontos estratégicos e que acabam se tornando parte do conjunto no imaginário popular. Nesse aspecto a própria vivência da população neles se relaciona aos seus ambientes, e podem ser de fato adicionados como parte de um conjunto a partir da aplicação de inventários participativos, por exemplo, que são pesquisas aprofundadas com a comunidade para compreender o que é entendido ou não como seu patrimônio local.
      Um dos exemplos que me vem à mente são as cidades de Olinda e Recife, aqui em Pernambuco. Ambas possuem vários bairros e ruas tombados e considerados como conjuntos de Patrimônios Culturais. A legislações dos órgãos reguladores (Como IPHAN e UNESCO para bens tombados a nível mundial) e as ações sociais que visam proteger essas edificações devem contemplar os Locais em que se inserem, buscando sempre a conservação e preservação desses ambientes, evitando as possíveis descaracterizações dos bens culturais. Obrigado pela pergunta e um excelente evento para você!

      Participante: Mattheus Belo Guimarães Barbosa

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  7. Olá Juliane e Mattheus, na região que eu moro há um problema na conservação dos patrimônios, inúmeros já foram demolidos para virar estacionamento, vocês mencionaram que "Assim sendo o Patrimônio Cultural só será assim considerado por meio das percepções dadas por aqueles que consideram o Lugar de importância em sua formação" até hoje temos um déficit na educação no que se refere a história regional, creio eu que grande parte da população não sabe o mínimo sobre a história de sua região. A minha pergunta é: Se houvesse na prática o ensino da história regional nas escolas, a população daria mais valor a esses patrimônios, visto que saberiam o real significado e a história daquele lugar?
    Parabéns aos dois pelo belíssimo texto!

    Participante: Jefferson Giovani Silva Espinoza

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    1. Obrigado pela pergunta e elogio Jefferson, cremos que sim, ver os lugares que são comuns e corriqueiros à vida de uma comunidade como ambientes de formação da história e identidade próprios certamente pode ter um efeito positivo à sensibilização dos alunos. Não sei se há algum estudo com recorte numa comunidade que ouça quais os lugares de importância atribuídos por seus membros e realize atividades sobre a história regional. Em nosso artigo falamos em como os livros de história se aprofundam em patrimônios de outros lugares e até países, e os alunos acabam conhecendo menos de sua própria história, propomos abordar além desses patrimônios aqueles que são mais específicos de cada localidade. Na Cidade de Vitória de Santo Antão, PE, foi produzido um livro sobre sua história justamente visando essa questão para ser distribuída e aplicadas em salas de aula.

      Participante: Juliane Carla Guedes Lima da Silva

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  8. Olá prezados Juliane e Mattheus
    Primeiramente parabéns pelo trabalho.
    A educação patrimonial tem um papel fundamental em romper com as barreiras da escola e levar o conhecimento até a comunidade e como tu mesmo mencionaste ela ajuda na construção da identidade e preservação da memória. Porém, tenho observado, pelo menos na minha cidade, que os professores utilizam o museu local como uma espécie de “passeio”, apenas para divertir os alunos. Minha questão vai nessa direção, como podemos romper com essa prática e aproximar os professores às discussões acerca do patrimônio e educação patrimonial?

    Israel Miranda

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    1. Olá Israel, excelente questionamento, é bastante comum essa prática. No nosso artigo abordamos justamente a importância do papel dos professores na educação básica para trazer os Patrimônios e seus papéis na formação das sociedades a que pertencem. Cremos que por meio das atividades de Educação Patrimonial podemos envolver tanto alunos quanto professores nas atividades como meio de ensino do papel de museus e outros marcos. É preciso se ter como alvo não apenas as gerações de formação, como também aqueles que as educam.

      Participante: Mattheus Belo Guimarães Barbosa

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