Camila de Brito Quadros Lara


PATRIMÔNIO CULTURAL E ENSINO DE HISTÓRIA: CONSIDERAÇÕES E POSSIBILIDADES INICIAIS




História local/regional, patrimônio cultural e ensino de História
A abertura e a renovação histórica que permitiram novas abordagens no campo da História, advindos do movimento dos Annales na segunda metade do século XX, propiciaram a ampliação das perspectivas e dos campos de atuação do historiador. A partir de 1970, as discussões sobre os temas e enfoques da pesquisa em história, além da interdisciplinaridade com outras áreas das Ciências Humanas e Sociais, alargaram-se e possibilitaram ao pesquisador outras possibilidades de investigação em seus campos e territórios.

Nesse sentido, a pesquisa histórica com ênfase no regional/local surge como consequência dessas relações com outras áreas do saber, permitindo contribuições para a construção do conhecimento sobre as regiões e, sobretudo, em relação às localidades e suas especificidades, sendo entendidas e problematizadas como partes pertencentes a um contexto maior. Uma dessas especificidades diz respeito ao olhar investigativo direcionado ao contexto histórico do espaço a ser pesquisado, sendo que esta escolha está relacionada diretamente com o objeto de pesquisa. Dessa forma:

“Quando um historiador se propõe a trabalhar dentro do âmbito da História Regional, ele mostra-se interessado em estudar diretamente uma região específica. O espaço regional, é importante destacar, não estará necessariamente associado a um recorte administrativo ou geográfico, podendo se referir a um recorte antropológico, a um recorte cultural ou a qualquer outro recorte proposto pelo historiador de acordo com o problema histórico que irá examinar” [BARROS, 2004, p. 152].

Além disso, o objetivo do pesquisador de história regional/local está relacionado à abordagem que o mesmo aplica ao seu objeto de estudo, delimitando assim o espaço e/ou as relações sociais contidas neste, mesmo que a intenção seja compará-lo com outros espaços parecidos ou mesmo investigar em algum momento de sua pesquisa a inserção do espaço regional/local em um contexto maior. Contribuindo ainda com essa questão, “[...] os estudos nacionais ressaltam as semelhanças, e a [perspectiva] regional trabalha com as diferenças. [Dessa forma,] Possibilitam abordar aspectos que não seriam percebidos no contexto maior” [HOT; CAMPOS; BARBOSA, 2015, p. 2]. Nota-se também, que a temática referente à história regional/local se refere a um domínio historiográfico que foi se construindo em torno da ideia de constituir um espaço de observação, sobre o qual se torna possível perceber, sobretudo, determinadas articulações sociais.

Além disso, as pesquisas dedicadas à abordagem nos permitem estabelecer algumas comparações, uma vez que, ao definirmos uma possível relação do regional com o nacional, nossa visão e compreensão de determinado fato se amplia, possibilitando, nesse sentido, romper com determinados estereótipos historiográficos [HOT; CAMPOS; BARBOSA, 2015, p. 2].

Sabemos que o ensino de História passou, ao longo das décadas, por várias transformações pedagógicas no intuito de construir e produzir o conhecimento histórico. As diferentes formas de oferta da disciplina, as temáticas trabalhadas, a didática aplicada, as novas abordagens tecnológicas, os métodos e as fontes utilizadas, todos esses elementos e outros tantos foram e são importantes para que o ensino de História fosse contemplado e desenvolvido adequadamente. Para além dessa questão, as especificidades também podem e devem ser trabalhadas nos conteúdos programáticos dos professores de História, como por exemplo, questões relacionadas a história local e regional. E, nesse sentido, o uso do patrimônio cultural é uma ferramenta interessante para que professores e estudantes compartilhem conhecimento, desenvolvam projetos e garantam o sucesso do processo ensino-aprendizagem.

Colaborando com a discussão, Gil; Pacievitch [2015, p. 31] nos levam a refletir sobre algumas problemáticas inseridas na temática Ensino de História e Patrimônio Cultural. As autoras propõem algumas questões que percorrem a prática docente e os debates em sala de aula: O que é o patrimônio no contexto do ensino de história? Quem define os critérios que elegem os patrimônios? Quem participa dessas escolhas? Quem está representado nessas escolhas? Quem está ausente? Quais as diferentes identidades frente ao patrimônio? Como pensar o patrimônio como documento para ensinar história?

Como podemos perceber, as questões relacionadas ao “ensinar patrimônio cultural” são diversas e realmente desafiadoras. Por outro lado, pode-se dizer que esse processo também é instigador e que objetiva estimular o “olhar” do estudante-pesquisador.

Alguns direcionamentos para se pensar as práticas de ensino de História relacionadas tendo como objeto o patrimônio cultural das cidades, são apontados por Gil; Pacievitch [2015]. As autoras aconselham professores a escolherem determinados espaços considerados “patrimoniais” ou representativos pela sua história, arquitetura e/ou simbologia imaterial para que as aulas contemplem a reflexão e a crítica a serem consideradas nessa atividade. Dessa forma, relatam suas experiências:

“Decidimos ampliar as oportunidades de aproximação e crítica aos conceitos estudados, possibilitando aos alunos encontros e reflexões na e com a cidade. Acreditamos que trabalhar com patrimônio e ensino de história é tratar da cidade e seus espaços de memórias, saberes, fazeres. Assim, planejamos aulas que ocorreriam em museus, arquivos, centro da cidade, mercado público, praças, bistrô e na própria universidade, compreendendo que a educação ocorre em diversos contextos e de diferentes formas. Proporcionar experiências e reflexões sobre as relações entre patrimônio cultural e ensino de história não poderia ocorrer somente nas salas de aulas fechadas. A cidade com seus sons, cheiros, sabores, lugares, edificações e pessoas se apresenta como potente para tais reflexões. Portanto, procurávamos ser coerentes com nossas concepções sobre ser e fazer-se professor de história e também com os referenciais teórico-metodológicos escolhidos para a disciplina” [GIL; PACIEVITCH, 2015, p. 33].

A cidade, o patrimônio cultural, a memória e o ensino de História
A cidade e seus espaços sempre estiveram no centro da discussão sobre o patrimônio cultural. A cidade produz memórias e eterniza patrimônios.

Colaborando com a discussão da temática da memória, Maurice Halbwachs [2003] dedica o capítulo IV de seu livro Memória coletiva para abordar a temática Memória coletiva e espaço, pois para o autor, “não há memória coletiva que não aconteça em um contexto espacial” [HALBWACHS, 2003, p. 170]. Como em um ciclo dinâmico, os espaços são e estão indissociáveis dos grupos sociais que, por sua vez, produzem memórias coletivas que significam os espaços simbolicamente, estando limitados territorialmente por uma cidade. Ou seja:

“[...] a maioria dos grupos, não apenas que resultam da justaposição permanente de seus membros, nos limites de uma cidade, de uma casa, ou um apartamento, mas também muitos outros, esboçam, de algum modo, sua forma sobre o solo e encontram suas lembranças coletivas no contexto espacial assim definido. [...] Assim, cada sociedade recorta o espaço à sua maneira, mas de uma vez por todas ou sempre segundo as mesmas linhas, de maneira a constituir um contexto fixo em que ela encerra e encontra suas lembranças... [...] Jamais saímos do espaço” [HALBWACHS, 2003, p. 187-188].

Silva [2011] aponta a relação dos espaços com a produção histórica dos grupos sociais e seus símbolos, no contexto histórico e arquitetônico da cidade. Para a autora:

“Uma cidade se transforma com a passagem do tempo através da inserção, da perda e da modificação dos bens materiais que compõem o seu acervo urbano e arquitetônico. Pode ser vista como um documento ao passo que registra, através dessa produção arquitetônica e urbanística, os acontecimentos históricos e modificações socioculturais. Os bens edificados simbolizam como a sociedade viveu e se apropriou do espaço urbano” [SILVA, 2011, p. 72].

Essa apropriação do espaço urbano que irá legitimar certos símbolos associados a determinados grupos sociais é realizada, também, através das produções relacionadas às memórias desses grupos e das diversas relações que os compõem.

A memória que garante a permanência desta situação se baseia na permanência do espaço ou, pelo menos, na permanência da atitude adotada pelo grupo diante dessa porção do espaço. Deve-se considerar aqui, como um conjunto de coisas, e os signos ou símbolos que a sociedade a ele associou, que tão logo ela volta a sua atenção para o mundo exterior, estão sempre presentes em seu pensamento [HALBWACHS, 2003].

Desse modo, a memória de um determinado lugar é constantemente vivenciada e construída pelos indivíduos que nele habitam através das relações sociais que perpassam seu cotidiano. Não há cidade sem a memória sobre o que nela existiu e/ou foi produzido. As relações de afeto, as construções simbólicas entre os indivíduos são herdadas e legadas através das gerações, como referenciais históricos, dentro dos grupos sociais. A materialidade construída tende a ser mais rememorada, pois é vista e se destaca no âmbito da cidade, além de favorecer as relações sociais dentro do contexto urbano de determinado grupo, auxiliando, dessa forma, a memória coletiva a partir de determinados lugares [SILVA, 2011].

Por outro lado, a memória do lugar elege determinados prédios como elementos de identidade do espaço urbano e do cotidiano, mantendo-o como referência espacial. Assim, o espaço urbano indica relações entre o ambiente físico e os indivíduos que ali vivem, “testemunhando passado e presente e mantendo-se como herança” [SILVA, 2011, p. 47].

“O espaço é um suporte para as ações culturais e históricas, em que a memória está inserida, servindo como referência para manter a identidade coletiva. Assim, observa-se que a memória não pode ser considerada um processo fragmentado de lembrar do que já passou, mas é uma referência do passado que está ancorada em tradições, crenças e hábitos culturais definidos no presente. Neste sentido, é uma reconstrução do passado com base na vivência do presente” [ALVES, 2013, p. 43].

A historiadora Sandra Jatahy Pesavento publicou um artigo em 2008 sobre a centralidade urbana dentro da perspectiva da história e da memória, constatando que, dentro do contexto urbano, as memórias têm como foco principal os espaços significados dentro da perspectiva coletiva e que são dotados de especificidades sociais, culturais e históricas. Dentro do contexto do espaço urbano, os indivíduos se reportam a determinados pontos de significação que o remetem a uma época passada. Dessa forma, a cidade se constitui em “uma obra de seus habitantes que transformam o espaço e agregam-lhe significados e materialidade” [ALVES, 2013, p. 47]. Além da materialidade, os aspectos simbólicos, ou seja, a imaterialidade, também se faz importante para compreender esse cenário:

“Uma cidade possui seus mitos, suas lendas, suas histórias extraordinárias, transmitidas de boca em boca, de geração em geração, através da oralidade. A história e a memória de uma cidade é também o boato, o ouvir dizer, o relato memorialístico que se apoia não só na lembrança pessoal de quem evoca, mas também naquilo que foi contado um dia por alguém cujo nome não mais se sabe” [PESAVENTO, 2008, p. 7].

Nesse sentido, o patrimônio cultural apoiado em sua materialidade e também nos aspectos simbólicos a ele associados, acaba por condicionar uma estreita relação com o espaço, e no caso de muitas cidades, esse espaço é o da centralidade urbana, ou os chamados “centros históricos”.

“Observa-se, assim, que existe uma relação íntima, e quase indissociável, entre um espaço e o patrimônio, onde o último é um elemento cultural, um resquício do passado que, ao mesmo tempo, faz parte do presente. Assim sendo, o patrimônio é um excelente instrumento para a análise espacial, através de suas materialidades, de seus traços, de seus usos, de suas funções, do seu entorno e da sua representatividade dentro da paisagem. [...] Neste sentido, o patrimônio cultural faz referência a elementos significativos que condicionam a produção do espaço, uma vez que ele é o resultado de ações sociais e culturais sobre um espaço que representa um período ou uma cultura específica, sendo assim é a marca do passado que está representada no presente, material e/ou imaterialmente” [ALVES, 2013, p. 29;32].

Castriota (1999) alerta que é importante considerar, dentro dos estudos patrimoniais, a questão da sua amplitude, “que deve ser contemplada em todas as suas variantes: devem-se trabalhar todos os diversos suportes da memória - as edificações e os espaços, mas também os documentos, as imagens e as palavras” [CASTRIOTA, 1999, p. 5]. Nesse sentido, o patrimônio cultural, em seu aspecto histórico e arquitetônico “passa de uma formulação restrita e delimitada para uma concepção contemporânea tão ampla que tende a abranger a gestão do espaço como um todo” [CASTRIOTA, 1999, p.135]. De fato,

“O patrimônio arquitetônico é protagonista da história da cidade, elemento dinâmico, atuante e vivo, presente em prédios privados e públicos, vias públicas, mobiliário, nas relações de trabalho, nas festas e costumes da comunidade, na culinária, nos jogos, brincadeiras e todas as demais manifestações culturais” [SILVA, 2011, p. 28].

E a cidade, uma espécie de palco para a dinâmica cultural do patrimônio, também não é estática, ao contrário, é formada de indivíduos que nela vivem suas experiências, produzem suas memórias, elegem seus patrimônios, utilizam determinados lugares para legitimar suas relações sociais, interagindo nos contextos sociais, culturais e religiosos. “A cidade não é apenas um conjunto de casas, ruas, edifícios com variadas formas e usos diferenciados por onde circulam pessoas e mercadorias, é um território ocupado pelos atores culturais, políticos e econômicos que o modelam social e espacialmente” [ALVES, 2013, p. 45]. Nesse sentido, Pesavento (2008) nos auxilia com a constatação de que o processo de instalação de certos elementos culturais, políticos ou religiosos ou locais de interação social, irão articular a formação de centros urbanos de apelo histórico e cultural.

“• primeiramente, os elementos, por assim dizer, estruturais que presidiram o traçado e organização do espaço físico e do espaço construído e que se revelam em termos de uma materialidade; • a seguir, a apropriação deste espaço no tempo, construindo a experiência do vivido e transformando este espaço em território, dotado de uma função e onde se manifestam as relações de sociabilidade; • por último, a dotação de uma carga imaginária de significados a este “espaço-território” no tempo, transformando-o em lugar portador do simbólico e das sensibilidades. Se utilizássemos a metáfora do corpo para nos referirmos à cidade, diríamos que eles se constituem no esqueleto, na carne e na alma de uma cidade e que o recorte escolhido por nós para pensar a história e a memória – o centro urbano – é o coração” [PESAVENTO, 2008, p. 3].

Diante dessa perspectiva, podemos nos questionar: Como pensar as práticas de Ensino de História diante dessas relações apontadas entre cidade, memória e patrimônio? Gil; Pacievitch (2015) nos apresentam suas considerações diante das experiências docentes das quais fizeram parte. Segundo as autoras, a interpretação da cidade que revela patrimônios presentificados através da memória coletiva, é passível de análise e criticidade, sendo essas fundamentais para as práticas de professores de História. Por outro lado, as memórias individuais podem representar também a coletividade. As construções e as paisagens identificadas como representativas permeiam a memória coletiva de um grupo social que, por sua vez, atribui sentidos e significados a esses espaços físicos e simbólicos, elegendo e legitimando o patrimônio cultural.

“Nesse ponto é que fica mais evidente a relação entre patrimônio cultural, cidade e ensino de história. Ensinar a história de nossas utopias (significativa, crítica e emancipadora) quer dizer tomar a cidade como “documento/monumento”, quem sabe a partir de questões socialmente vivas [TUTIAUX-GUILLON, 2011]. Não se trata de usar a cidade para impor conceitos ou para conscientizar para noções estáticas de preservação. Talvez seja algo bem menos ousado: pensar – historicamente – a cidade com os jovens. Evidentemente, não aquela história de fatos, acontecimentos, homens e datas que nem sempre fazem sentido para os jovens alunos. Apreender a cidade com o que ela nos oferece a ler, ver, escutar e sentir para perder-se na cidade [BENJAMIN, 1985] e, com ela, questionar a história decifrando sinais, signos, objetos evocadores de memória” [apud GIL; PACIEVITCH, 2015, p. 35].

Outra alternativa para exercitar a percepção acerca do patrimônio cultural das cidades, está contemplado na medida em que instigamos os estudantes a pensar os espaços, os sentidos, os significados, as memórias de sua cidade. O exercício de utilização da criatividade e a imaginação tem por intuito ativar as lembranças e provocar sensações. Um possível nome para essa atividade seria “Sensações – valorizando os sentidos e a memória” e ele tem como objetivo refletir sobre o que valorizamos em nossa cidade, quais os espaços físicos e simbólicos são importantes para nós... Enfim... buscando sempre compreender qual é o valor do patrimônio cultural. Vale salientar que esse exercício é uma boa atividade para uma conversa inicial sobre patrimônio cultural dentro da temática Ensino de História. Nesse contexto, segue uma possível proposta:

“Eu valorizo aquilo que não apenas vejo, mas olho: hum... que rua linda, que bela paisagem! Os cheiros que me atraem na natureza, nas comidas, aquele perfume especial, o cheiro do campo após a chuva, a maresia, os frutos do mar, aqueles que incomodam... Os sabores que me remetem a infância, à cozinha da fazenda, a uma horta do sítio do amigo, à casa de uma irmã gourmet, a uma comida em particular, a determinadas frutas, a um restaurante predileto... Os sons que me aquecem a alma, lembram cenas de filmes e da própria vida, as músicas favoritas de vários tempos, as que embalam nossa dança... O tato – qual sensação nos agrada mais? Qual a diferença de um toque para um cego?” [MURTA, 2009, p. 137].

Referências
Camila de Brito Quadros Lara é mestre e doutoranda em História pelo PPGH/UFGD e pesquisadora da temática do patrimônio cultural no âmbito da história regional.

ALVES, Heliana de Moraes. “Patrimônio e memória: um olhar sobre as paisagens ferroviárias do município de Restinga-Sêca/RS - 1920 até os dias atuais”. 2013. 174 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) - Centro de Ciências Naturais e Exatas, Departamento de Geociências, Universidade de Santa Maria, Santa Maria, RS.
BARROS, José D’Assunção. O campo da História: especialidades e abordagens. Petrópolis, RJ: Ed. Vozes, 2004.
CASTRIOTA, Leonardo Barci. “Alternativas contemporâneas para políticas de preservação”. In TOPOS - Revista de Arquitetura e Urbanismo, Belo Horizonte, v.1, n.1, p.134-138, jan./jun.1999.
GIL, Carmem Zeli de Vargas.; PACIEVITCH, Caroline. “Patrimônio cultural e ensino de História: experiências na formação de professores”. DOI10.5216/o.v15i1.34720. in OPSIS, v. 15, n. 1, p. 28-42, 2 abr. 2015.
HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. Tradução de Beatriz Sidou. São Paulo: Centauro, 2003.
HOT, A. D.; CAMPOS, G. M.; BARBOSA, L. V. “História regional e patrimônio histórico: análises e considerações”. Anais do I Seminário Científico da FACIG. 29, 30 e 31 de Outubro de 2015.
MURTA, Stela Maris. “Interpretar o patrimônio: um desafio para o turismo cultural”. In: CAMARGO, Patricia de; CRUZ, Gustavo da. (Orgs.). Turismo cultural: estratégias, sustentabilidade e tendências. Ilhéus/BA: Editus, 2009.
PESAVENTO, Sandra Jatahy. “História, memória e centralidade urbana”. In Revista MOSAICO, Goiânia, v. 1, n.1, p. 3-12, jan./jun. 2008.
SILVA, Vanessa Regina Freitas da. “Patrimônio, memória e mercadoria: uma reconstrução arquitetônica em Ouro Preto, Minas Gerais”. 2011. 181 f. Dissertação (Mestrado em Memória Social e Patrimônio Cultural) - Instituto de Ciências Humanas, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas/RS.

13 comentários:

  1. Gostaria de parabeniza-la pela eficiente contextualização sobre o património Cultural, tema este que precisa, ainda, ser muito debatido dentro da sala de aula e literalmente fora dela, passando a fazer parte dos conhecimentos cotidianos do aluno, fazendo com que haja uma maior valorização das histórias locais, regionais e nacionais, uma vez que, seja no campo ou na cidade existem histórias, memórias, objetos e monumentos a serem registrados e valorizados.
    Para que isso aconteça, como percebi ao realizar a leitura do texto, é necessário que haja mais aulas de Campo, ou seja, ir buscar e valorizar conhecimentos culturais fora da sala de aula. O problema é como as instituições de ensino e os professores poderam realizar tudo isso sem apoio financeiro por parte do estado ?
    É um questionamento que perpassa as mentes daqueles que buscam a cada dia, com sacrifícios e determinação, dar ênfase e uma maior valorização ao património Cultural. A Sociedade deve fazer parte dessa construção e maior valorização.

    LUAN DE SOUSA BATISTA.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Está certíssimo Luan. Percebo que há muita vontade por parte dos professores, mas do planejamento à implementação das ações é um grande processo e um enorme desafio, não é mesmo?
      As experiências que tive me mostram que as parcerias entre escolas e universidades podem ser relevantes nesse sentido. Já trabalhei num curso de graduação em Turismo que ofertava, através de um projeto de extensão, visitas ao centro histórico da cidade, na qual estudantes de ensino fundamental e médio eram conduzidos e instruídos nas visitas. Ou seja, temos que buscar parceiros para que nossas ações sejam concretizadas.
      Agradeço a contribuição.
      Camila de Brito Quadros Lara.

      Excluir
  2. Camila, obrigada por compartilhar este texto. Apreciei e salvei para referenciar na minha tese que está em fase de elaboração. Antes da pandemia, juntamente com meus alunos, vivi experiências fascinantes ao visitar lugares considerados patrimônios naturais e culturais da cidade onde vivo, Xaxim (SC). Porém, para tanto o professor precisa se apropriar dos conhecimentos relacionados a história local e regional. Minha pergunta é: quais são as suas sugestões para amenizar a ausência de assuntos relacionados a história regional nos currículos escolares?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi Valdirene, tudo bem?
      Comentei lá no seu trabalho também. Muito interessante por sinal.
      Pois é, grandes desafios não é colega?
      Penso que relacionado aos currículos escolares a questão passa pela gestão escolar e também pelas políticas públicas educacionais. Nesse sentido, temos uma legislação específica, como também praticas e metodologias aplicadas para cada serie.
      Por outro lado, acredito que nosso papel enquanto professores e sobretudo pesquisadores da área do patrimônio, é promover o debate acerca do tema, no sentido em que o aluno possa se apropriar dos sentidos e significados do patrimônio enquanto elemento presente no cotidiano da cidade e da comunidade. Incentivar as pesquisas de identificação, inventários, e ações de educação patrimonial são boas saídas. O que acha?
      Agradeço sua contribuição e ótimo evento pra você!
      Camila de Brito Quadros Lara.

      Excluir
  3. Parabenizo pelo texto e pela escolha dos teóricos ‘parceiros’ de tua pesquisa. Será utilizado e referenciado em escritas futuras. Em um trecho falas sobre o patrimônio como “instrumento para a análise espacial” através de vários elementos, dentre eles, a representatividade.
    Sendo assim, minha pergunta é: como entendes a questão da acessibilidade nos espaços dos museus?

    Sandra Maria Costa dos Passos Colling

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Sandra,
      Agradeço suas contribuições e questionamentos.
      Na verdade não trabalho com museus, meu objeto de pesquisa no momento é um patrimônio cultural imaterial - uma feira livre da cidade em que moro. Quando falo sobre a questão do patrimônio enquanto elemento de análise espacial é no sentido de perceber como o patrimônio se relaciona com a cidade, com a centralidade urbana e como podemos analisar os espaços ocupados por esse patrimônio pelas várias vertentes, dentre elas a questão espacial, o território, a identidade, as relações de poder, etc.
      Vamos trocando ideias...
      Muito obrigada
      Camila de Brito Quadros Lara

      Excluir
    2. Obrigada pela resposta. Tenho uma preocupação muito grande quanto à acessibilidade. Mesmo nesta feira da cidade onde tu moras, daqui há pouco podes observar como se dá esta questão. O 'uso' dos espaços da cidade por todas as pessoas: os cegos, cadeirantes,... enfim, acredito sempre que pode ser um elemento importante para se pensar. Afinal, com o passar do tempo as pessoas com necessidades especiais passaram a circular e também fazem parte do território e das relações sociais. Abraço e sucesso em tua caminhada!

      Excluir
    3. Você tem toda razão Sandra,
      Inclusive vou anotar esses apontamentos, pois podem ser uteis quando eu for escrever o 3 capítulo da minha pesquisa.
      Agradeço demais.
      Camila de Brito Quadros Lara.

      Excluir
  4. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  5. Olá, Camila! Após a leitura do seu texto, pensei sobre dois conceitos fundamentais para o entendimento da História, bem como do Patrimônio Cultural: tempo e espaço. É interessante perceber, sobretudo quando você fala das vivências no espaço urbano, na cidade, como a teoria da História pode ser trabalhada no Ensino de História.
    Minha pergunta, contudo, concerne à História Local: na sua opinião, como ela pode contribuir para a consciência de si como agente histórico; e quais as implicações desse despertar para a preservação do patrimônio cultural? Obrigada!

    Ass.: Natália Martins de Oliveira Gonçalves.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Natália, tudo bem?
      Agradeço suas considerações.
      Acredito que essas questões apontadas por você perpassam a noção de pertencimento.
      Trazendo a discussão patrimonial para o cotidiano local, penso que os sujeitos que se sentem pertencentes à sua comunidade, representados pelo/ e no patrimônio local, acabem por valorizá-lo e preservá-lo de forma contínua, passando esse "legado" para as próximas gerações.
      Nesse sentido, as ações de Educação Patrimonial são fundamentais para que esse processo ocorra de forma adequada.
      Espero ter contribuído, vamos trocando ideias.
      Um abraço,
      Camila de Brito Quadros Lara.

      Excluir

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.