RELIGIOSIDADES: A INFLUÊNCIA DO ENSINO DE HISTÓRIA COMO PROPOSTA DE ENSINO NA DESCONSTRUÇÃO DE PRECONCEITOS E ESTEREÓTIPOS DESDE O CRISTIANISMO
Diante de uma reflexão
contemporânea sobre o ensino de História e Religioso, mais precisamente sobre
Religiosidade e culturas, nos chamou a atenção refletir sobre os
desenvolvimentos e abordagens didáticas sobre esses aspectos, na atual
conjuntura das políticas educacionais no Brasil. Nossa proposta, com relação
a temática de religiosidades dentro da
História e do próprio ensino de História, surge de uma discussão e das
experiências de minhas pesquisas sobre um tema já bem apresentado pela
historiografia, o Jesus Histórico. Nosso interesse sobre esse personagem surgiu
das diversas leituras e discussões teóricas acerca deste personagem, o que me
fez refletir o quanto a história tem construído e descoberto, dentro de um
rigor acadêmico, muito além das narrativas e outras interpretações de um
pensamento dogmático, que não apresentam Jesus em loco dentro do contexto
Histórico.
Dentro deste viés,
muito o que se vê a respeito de Jesus e ao próprio Cristianismo, não
menosprezando a fé de cada cristão, é uma visão distorcida desse Jesus e também
da própria ideia do Cristianismo.Nossa discussão aqui é de como o ensino de
história e a própria história podem intervir dentro do conhecimento teórico das
religiões, como ferramenta do entendimento para desconstruir preconceitos e
estereótipos sobre as demais denominações religiosas e do próprio Cristianismo.
O
cristianismo histórico como ponto inicial
A religião é um dos aspectos a serem
discutidos não somente pela história, mais de forma interdisciplinar pela
antropologia, pela sociologia, filosofia e também pela teologia. Assim cada um
tem sua fé, na qual o fio condutor da religião é de Re-ligar ao ser supremo,
nas mais variadas manifestações, abordaremos uma definição desse termo em uma
análise teórica.
“Defino religião como
um constructo, posto que é o resultado de uma operação cultural realizada pelo
homem para reviver a experiência do sagrado. Para atingir este fim, cria uma
complexa rede de conexões: organiza e esquematiza mitos, rituais, invocações,
preces, e sacrifícios. Constrói templos e imagens, manipula objetos, elabora
símbolos. E, ainda, estabelece normas morais e condutas sociais.” (TRINDADE,
1991).
Dentro da história das
religiões, iniciaremos com a religião que tem mais adeptos dentro da população
brasileira, sendo os cristãos dominantes com um grande número divididos entre
católicos evangélicos, pentecostais, protestantes que se assemelham em seguir o
Cristo, mais de uma forma diferenciada e interpretativa de adoração e de
cultos.
Entender o
Cristianismo é analisar Jesus Cristo pela fé, o Cristo é aquele que foi ungido.
Jesus histórico é uma visão acadêmica e racionalizada pela história, uma
racionalização baseada no contexto do Jesus, o homem, um nazareno camponês na
qual transitava de vilarejos e regiões pobres da Galiléia, e que foi a Jerusalém,
onde encontrou sua morte. Sobre este
contexto, o Jesus Histórico é uma possibilidade real de entendimento, no meio
acadêmico, de discutir sua trajetória de vida. Claramente dentro desse aspecto,
não deixando de lado as narrativas diversificadas como os evangelhos,
interpretando o enfoque da vida desse personagem pelas narrativas de diversos
pontos, sociais, políticos e inclusive pela sua espiritualidade (Funari, 2012).
Para Chevitarese
(2011), Jesus é compreendido de várias formas, construindo assim um grande
mosaico sobre este personagem, sendo ele apresentado pela forma teológica que
cada denominação ou culto cristão defende em sua própria interpretação.
Analisando assim, com rigor acadêmico, Jesus Histórico tem uma apresentação
mais humanística, e sua história de trajetória tem sido desvendada por diversos
meios de pesquisas, através das fontes de seu período e da arqueologia, não
deixando de lado as narrativas apresentadas pelos evangelhos de Lucas, Marcos,
Mateus e João.
Assim, todo esse
processo que a historiografia vem abordando em torno dessa personagem e do
Cristianismo, pode ser discutido com ênfase dentro da sala de aula, sem deixar
de lado a fé, mais apresentando um entendimento da dinâmica da vida desse
personagem e sua participação no contexto social, político e também religioso
onde ele viveu.
Diante disso, na sala
de aula, dentro da disciplina Histórica, podemos realizar uma reflexão mais
profunda com base em discussões acadêmicas sobre essa personagem, e sua
participação incisiva naquele contexto. Os PCN’s (parâmetros curriculares
nacionais) de História fazem uma reflexão sobre os diversos personagens ou
sujeitos históricos em diversas áreas, como a religião política na qual se
enquadra Jesus Histórico e o Cristianismo:
“No caso dos sujeitos
históricos, há trabalhos que valorizam atores individuais, quer sejam
lideranças políticas, militares, diplomáticas, intelectuais ou religiosas, quer
sejam homens anônimos tomados como exemplos para permitir o entendimento de uma
coletividade. Outros trabalhos preocupam-se com sujeitos históricos coletivos,
destacando a identidade e/ou a discordância entre grupos sociais. Em ambos os
casos, há uma preocupação em relacionar tais atores com valores, modos de
viver, pensar e agir” (PCN, SEF, 1998).
Desse modo, a ideia de
sujeito histórico, na figura de Jesus, tem sua trajetória de vida analisada
sobre a interpretação dos evangelhos canônicos, textos apócrifos, pesquisas
acadêmicas e outros materiais que se apresentam diante de varias pesquisas
históricas e arqueológicas. Didaticamente, esses materiais são recursos bem
apresentados, com material rico para se desenvolver um entendimento sobre Jesus
e a primeira fase do Cristianismo arcaico estabelecido em meados do século I.
Importante aqui
delinear as interpretações de Jesus do próprio Cristianismo; dentro de um
contexto teológico, Jesus seria o fundador do Cristianismo, mas o fato que
Jesus histórico, para Amaral (2018), era de origem de uma comunidade Judia, ou
seja, ele nasceu Judeu viveu como Judeu e morreu como Judeu, abre nova
perspectiva. Já o termo ‘Cristo’ vem do grego, que significado ‘aquele que foi
ungido’; assim, esse movimento do Cristianismo tinha, no seu aparato, um
contorno teológico que se separava da pregação Judaica.
Dentro dessa percepção,
a Historiografia projeta olhares sobre as religiões, que por sua vez com
conhecimento cientifico adquirido nas suas pesquisas, contribui para o
desenvolvimento de metodologias e no aprendizado acadêmico. Apresentado assim
elementos metodológicos e pedagógicos dentro do ensino da história das
religiões, dentro do recorte da História antiga ou a história do povo Hebreu de
suas práticas religiosas do Judaísmo, podemos fazer com que os discentes
entendam a história dos judeus desde a sua formação após o êxodo, do período da
vida de Jesus na Judeia, até mesmo o holocausto no período da segunda guerra
mundial.
No que se refere ao
judaísmo, os livros didáticos apresentam um recorte histórico sobre o povo
hebreu e sobre o Judaísmo de forma sucinta, com alguns aspectos do cotidiano
histórico e social desse povo, e com referência ao Jesus Histórico e ao próprio
desenvolvimento do Cristianismo, pouco se têm abordado sobre esse personagem
nesses livros. Sabemos que os livros didáticos muitas vezes tem sua elaboração
estabelecida pelos PCN’s, e que às vezes discutir temas transversais é uma
problemática para os professores; mas de certo modo, todos os recursos de
material, como textos artigos e fontes, são acessíveis para a pesquisa sobre
este assunto e sobre esse personagem.
Independente da
situação aqui apresentada, abordar esse tema sobre Jesus Histórico tem uma
importância significativa não somente para a historiografia, mas para ampliar
esse conhecimento para o ensino de história, ao abordar a construção da imagem
desse personagem ao longo do tempo, sua influência, no contexto social e
político daquele período e no espaço geográfico da Judeia, e qual era a
mensagem e o grande legado deixado por ele para a história e a evolução do
Cristianismo.
Para Chevitarese
(2011), a História desse personagem é extremamente rica em fatos que são vistos
pelo olhar da História, fugindo de uma visão teológica multi facetada, muitas
vezes construídas com visão um tanto distorcidas. Notadamente, muito que se tem
entendido pela religiosidade sobre esse personagem são interpretações que,
muitas vezes são superficiais, e em certos casos, limitadas. Lógico, não
desprezamos o Jesus da fé, mas é necessário rever conceitos e novos horizontes
que a historiografia possibilita e quede outra forma desconstrói mitos e
estereótipos muitas vezes oriundos das próprias religiões cristãs.
Demais
religiosidades no Brasil: discussões em sala de aula e revendo conceitos
Os números do IBGE e
do próprio censo, mencionam claramente que grande parte da população se
declarada cristãs, subdivididas em católicas, protestantes e neopentecostais,
evangélicas e espíritas cristãos, como o kardecistas. Mas o Brasil, sendo uma
população de inúmeras culturas, possui uma variedade de religiões, tais como islamismo
e budismo, além do judaísmo e as religiões de origem africanas, e os que se
consideram ateus.
Podemos numerar varias
religiões existentes no Brasil, que são pouco comentadas em suas
características, seu modo operante e práticas religiosas; em algumas delas, a
figura de Jesus é referenciada, não sendo ele um ser divino do Cristianismo,
mas com diferentes abordagens ou significados, como comenta Aguiar Montalvão
(2018):
“A figura de Jesus
Cristo criada pelo Cristianismo ainda é prevalente e de alguma forma afeta as
outras religiões não cristãs, pois todas as religiões conhecidas possuem uma
matriz que é a paz e a harmonia entre os indivíduos, é algo que Jesus pregou,
de acordo com o Cristianismo. Quando se estuda religiões comparadas, percebem-se
elementos similares em todas as religiões e muitas delas tomam o exemplo de
Cristo, ainda não oficialmente como alguém iluminado”. Montalvão (2019)
Assim percebemos que,
historicamente, essas religiões desenvolveram, no Brasil, um certo respeito e
legitimidade pelo Jesus Cristo. Essa concepção de harmonia dá importância
histórica para a ideia comunhão da paz, representada por sua figura. Muitas
dessas religiões que fazem essa comparação estão inseridas no território
brasileiro, e esse diferente entendimento das religiões com relação a Cristo,
sofrem com alguns discursos carregados de preconceitos e de estereótipos contra
as demais formas de fé não cristãs.
Religiões, como as
afrobrasileiras - o Candomblé e a Umbanda - sofrem notável preconceito ao longo
da História. Dentro de uma linha de integração cultural e sincretismo, a figura
de Jesus é trabalhada nelas teologicamente. Todavia, elas passam por
discriminação tem origens raízes racistas, somada a visão preconceituosa de que
estas religiões utilizam feitiçarias e práticas de cultos do satanismo. Como
exemplo, a Umbanda, segundo Oliveira (2017), tem seus terreiros quase sempre
encontrados em periferias, e passam por preconceitos sociais, que as qualificam
pejorativamente como frequentadas por pessoas de ‘baixo nível social e
intelectual’.
Essa tentativa de
restringir e classificar socialmente e teologicamente as religiões de raízes
africanas, ainda é frequente em algumas correntes cristãs conservadoras, que
usualmente as acusam de satanismo e repudiam suas práticas culturais. Por outro
lado, as religiões Africanas e sua cultura, dentro do ambiente escolar são
contempladas no ensino por meio legal. A
Lei 10.639/03, que versa sobre o ensino da história e cultura afro-brasileira e
africana, ressalta a importância da cultura negra na formação da sociedade
brasileira.
Assim, é importante
abrir essa discussão em sala de aula, principalmente entre os professores de
todas as áreas de humanas, para criar mecanismos de aprendizagem dos alunos,
com relação a sua cultura e as diversidades religiosas que estão inseridas no
contexto brasileiro. Essa ponderação pode evidenciar ainda mais o problema das
questões históricas e teológicas que perpassam o estudo do Cristianismo e de
outras religiosidades.
Dentro deste princípio,
a sala de aula é uma forma de apresentar essas discussões para nossos alunos,
promovendo a formação de uma consciência histórica que os desprendem de
conceitos equivocados e construídos com estereótipos com relação às religiões
cristãs e não cristãs, principalmente com relação ao tema de Jesus Histórico.
Como cita Nunes (1996), a prática pedagógica do ensino de História está
inserida dentro de uma política educacional global, porque de certa forma o
homem interage com o meio social e natural em que ele está inserido.
Discussão
Sobre religião e sua História no atual contexto político Educacional no Brasil:
uma problemática
Neste tópico,
consideramos aqui que esta discussão é um dos elementos mais problemáticos
sobre a questão do ensino de história e do ensino religioso, dentro do atual
contexto político que estamos inseridos. Notadamente desde meados dos anos de
2018, se observou um avanço de discussões políticas, mediadas de discursos com
tons religiosos e conservadores, que vem influenciando a tentativa de mudanças
sociais, culturais e também dentro do âmbito educacional no Brasil.
Esses discursos, por
parte de alguns movimentos de religiões cristãs, influenciadas por grupos
políticos de cunho conservador, ganhou muita força nas últimas eleições, o que
tem gerado embates com grupos de outras tradições culturais e minorias,
diferenciadas da ideia de família tradicional e de religiosidade. Tais grupos
afirmam que o Brasil não poderia continuar sendo um Estado laico, que não
existem minorias, e que estas deveriam se retirar do país. Esse discurso é, na
realidade, uma ideologia que tenta construir um estado fundamentalista, o que
desconstrói a ideia de um estado laico e cria estereótipos de que esse seria um
estado ateu.
É fato que o estado
laico é a neutralidade do estado com relação a religiosidade; o estado é
responsável pelo estado, e igreja é responsável por si só. Neste contexto, para
Giumbelli (2004), esse aparato Jurídico da laicização do estado na qual se
desvincula o estado da religião, de certo modo dentro de uma interpretação das
religiões, deveria tornar o estado indiferente com relação à religião.
Assim, essa ideia de
estado laico é bastante discutida também dentro do âmbito escolar, tendo que
garantir o direito de expressão, mais sem qualquer envolvimento de pensamentos
de qualquer ideologia ou pensamento religioso, pela questão da diversidade
religiosa apresentada no Brasil (Giumbelli, 2004).
No atual contexto
sobre a educação no Brasil, e no que se refere sobre o ensino de História, é
notável que os profissionais de ensino, dentro das disciplinas de História,
também estão tendo ou terão um enfrentamento contra as mudanças que poderão
ocorrer, que podem ser prejudiciais para discussão, formação de pensamento e da
reflexão dentro da sala de aula, no que diz respeito à diversidade cultural e
de religiosidade.
Antes de ser aqui um
tanto “catastrófico” sobre o atual contexto educacional que se apesenta, e
necessário refletir sobre a importância da História na formação de nossos
alunos, não apenas como aprendizado de história em fatos ou em datas, a
história é muito mais que um aprendizado de memorização, mas também de formação
em outros contextos, tais como a criticidade sobre a consciência do passado e
do presente. Há sempre a necessidade do conhecimento, da pesquisa da
atualização e do acompanhamento das mudanças historiográficas, assim como as
tendências e teorias que envolvem a ciência de História. Por outro lado, a
didática de história sempre necessita de acompanhar essas mudanças para se
adequar, aprimorar e apresentar o conhecimento histórico para a sala de aula.
Uma dos pontos a se
dar a importância, nos aprendizados da História e da consciência histórica,
dentro do pressuposto básico de Rüsen (2001), afirma primeiramente que a consciência
histórica é formada através de uma atitude de uma orientação temporal,
sustentada pelo conhecimento da História. Essa consciência histórica é um dos
pilares para o conhecimento histórico das religiões e das culturas que se
apresentam no contexto Brasileiro.
Vale refletir que a
pesquisa histórica em torno das religiões, e sobretudo do Cristianismo, vem
tido avanços significativos desde o final do Século XX e início do século XXI,
com descobertas e novas interpretações sobre Jesus Histórico (Crossan, 2010). Esse
conhecimento, e todo desenvolvimento da Historiografia que aborda esses
conceitos e descobertas sobre a pluralidade religiosas e culturais, envolve a
pesquisa Histórica e entra com ferramentas e suporte para o desenvolvimento de
metodologias pedagógicas para serem aplicadas dentro da sala de aula.
Essa amplitude da
pesquisa historiográfica deve ser democrática, acessível e compreensível, para
todas as áreas possíveis das humanas e das exatas, para uma educação que
priorize a formação do conhecimento Histórico para o entendimento da
diversidade cultural e religiosa. No que
diz respeito a discussão aqui apresentada, a História pode contribuir com a
religião ou a religião com a história, no desenvolvimento da consciência
histórica para com os alunos. Outros fatores são somados a essa tema, como
também a construção da cidadania, do respeito e da desconstrução de
estereótipos e de preconceitos com relação às religiosidades.
Na atual conjuntura,
os professores de tais disciplinas estão na vanguarda da resistência de um
contexto político que nega as raízes e as pluralidades culturais e religiosas
tão presentes no Brasil. Como exemplo Freire (1967), afirma que a educação ou
da alfabetização “é a consequência de uma reflexão que o homem começa a fazer
sobre sua própria capacidade de refletir”. Então essa reflexão, aliada ao
conhecimento histórico dentro do contexto escolar, no que diz respeito às
culturas e as religiões, é fundamental para a desconstrução de preconceitos,
radicalismos e a própria ignorância, substituindo-os pela construção de
conhecimento histórico, cidadania e da integração religiosa e cultural.
Referências
Elois Alexandre de
Paula é Graduado pela Fafi uv (Faculdades Estadual Filosofia de Ciências e
Letras – União da Vitória-PR.
Especialista em Gestão Pública Municipal-Unicentro Irati, Especialista
em História Cultura e Arte Uepg-Ponta Grossa.
AMARAL, Paulo Tadeu. Jesus
histórico. história secreta de Jesus, ed Nova Sampa, Mirandópolis, SP, 2018
CROSSAN, Jonh Dominic.
O Jesus Histórico São Paulo: Imago 1994.
FREIRE, Paulo.
Educação Como Prática da Liberdade. Paz
e Terra, Rio de Janeiro, 1° ed,1967
FUNARI, Pedro Paulo A.
CHEVITARESE, André Leonardo. CORNELLI, Gabriele (Org). A descoberta do Jesus
histórico: A vida de Jesus histórico. Ed Paulinas, São Paulo, 2°edi, 2010.
GIUMBELLI, Emerson.
Religião, Estado, modernidade: Notas a propósito de fatos provisórios. Estud.
av. vol.18 no.52 São Paulo Sept./Dec. 2004.
MONTALVÃO, Sergio
Aguiar. Jesus cristo e as religioes não cristãs. ed Nova Sampa, Mirandópolis,
SP, 2018
NUNES. Silma do Carmo.
Concepções de mundo no ensino de história. 1ª ed Campinas SP, Editora Papirus,
1996.
RÜSEN, Jorn. Razão
histórica: Teoria da História, fundamentos da ciência histórica. 1ª ed Brasília
Unb 2001.
OLIVEIRA, José Henrique
Motta. A escrita do sagrado na literatura umbandista: uma análise da obra de
matta e silva em perspectiva comparada, Tese de doutorado Universidade Federal
Do Rio De Janeiro – Ufrj, RJ, 2017.
Parâmetros
curriculares nacionais. terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental:
HISTÓRIA. Secretaria de Educação Fundamental.
Brasília : MEC SEF, 1998
TRINDADE, Diamantino
F. Umbanda e Sua História. São Paulo, Ícone, 1991.
Entrevista: CHEVITARESE,
André Leonardo, Cristianismos, Questões e Debates Metodológicos. Entrevista
Programa Jó Soares, Julho de 2011. Acesso em
https://globoplay.globo.com/v/1570076/
Buenos Dias. Muchas gracias por su aporte frente al tema. Soy Docente universitaria de una asignatura llamada Cultura Material en un pregrado en Diseño Industrial. Me gusta tratar el tema de la religión para intentar deconstruir un poco todos lo pre conceptos en torno a esa temática, en especial, para hacerles ver la importancia de los objetos en las religiones y las materializaciones de la fé en diferentes culturas. Mi pregunta es, como es el abordaje que usted realiza frente al tema en las clases? cual es su material de trabajo? Cómo es la reacción de los estudiantes y la de sus padres?
ResponderExcluirMaria Isabel Giraldo Vasquez
Boa tarde
ResponderExcluirPrimeiramente fico honrado em dialogar com você Isabel e poder contribuir com essas experiências nesse simpósio. A primeira ideia de se abordar sobre a religiosidade em sala de aula e de apresentar a ideia do contexto histórico para desenvolver a outra ideia da consciência histórica. Assim ouvir e indagar os alunos sobre o seu conhecimento sobre religião, e de que dentro do seu meio social e cultural as religiões tem as suas particularidades e que cada cultura e cada um de nos seguimos a religião. Assim importante e dialogar com os alunos as diversidades religiosas que existem e mostrar que cada religião tem sua ligação com seu mio social e cultural. Importante debater em sala de aulas sobre essas diversidades religiosas , apresentando as religiões a sua história com materiais diversos como fontes livros, vídeos e imagens que apresentam essa diversidade religiosa. Assim buscamos aos alunos ao entendimento histórico e cultural de cara religião, Desmistificando e desconstruindo preconceitos e estereótipos em torno das religiosidades e também do próprio cristianismo que muitas vezes e pouco interpretado dentro do contexto histórico. Assim a história pode favorecer ferramentas para entender e reconhecer as religiões criando a ideia de respeito as diversidades dentro de uma democracia que no Brasil tem tido ataques a liberdade de expressão a demais religiões não cristas.
Muito obrigado pela leitura do texto
ELOIS ALEXANDRE DE PAULA
Olá, Elois. É sempre importante e necessária a reflexão que você nos traz aqui em seu texto. Penso que o combate ao preconceito dentro do ensino, sobretudo no ensino de História, é uma medida de manutenção perene que deve ser aplicada diariamente a cada aula, a cada intervenção, a cada palestra, a cada trabalho.
ResponderExcluirVocê tocou, em algum momento do texto, na escassez de informações que os livros didáticos brasileiros nos trazem sobre os judeus, e assim, perdemos muito conhecimento sobre as origens, a cultura, a religião, o contexto histórico, político, social e econômico destes povos.
Minha pergunta é: Dado a nossa cultura ocidental ter como base, inegavelmente, contribuições relevantes da cultura judaico-cristã, além do bom e vasto material acadêmico (pesquisas, manuscritos e achados arqueológicos) sobre estes povos, pode-se dizer então que há uma arbitrariedade velada na composição dos livros didáticos de História brasileiros sobre este tema? Obrigado!
PEDRO HENRIQUE SANTOS DE ALMEIDA
CARO PEDRO HENRIQUE
ExcluirAGRADEÇO PRIMEIRAMENTE SUA PARTICIPAÇÃO. Em segundo momento acredito que existe uma vasta documentação já encontrada pela arqueologia e demais fontes de textos do período do cristianismo primitivo e que são materiais importantes para pesquisa histórica e que podem ser usadas em sala de aula. Deste modo com relação aos livros didáticos não seria uma esse elaborados de forma de arbitrariedade, mais por talvez se queira reduzir o conhecimento com relação a essa história e ate mesmo a História oriental. Dessa forma é importante o professor usar de recursos e outras fontes em paralelo ao livro didático para contribuir no conhecimento histórico com relação ao judaísmo e outras religiões
ATENCIOSAMENTE
ELOIS ALEXANDRE DE PAULA
Boa tarde. Gostaria de citar um trecho do texto "... Essa tentativa de restringir e classificar socialmente e teologicamente as religiões de raízes africanas, ainda é frequente em algumas correntes cristãs conservadoras (...)".
ResponderExcluirA discussão sobre o ensino de História Afro-brasileira, em certa medida, acabará tocando no assunto religião de matriz africana, como Candomblé ou Umbanda.
Como seria possível o diálogo dessa temática em escolas tradicionais, principalmente aquelas de cunho Católico ou Evangélico?
O papel do professor poderia ser limitado em sala de aula, ou, a direção da escola buscaria profissionais que se alinhassem em suas ideologias?
Acredito que correríamos o risco de termos mais barreiras em um ambiente acadêmico, onde sabemos que o conhecimento é acessível a uma parcela restrita da nossa sociedade. O mesmo me questiono ao pensarmos o inverso, uma escola tradicional de direção focada em religiões Afro-brasileiras que poderia, também, concentrar suas discussões em sala de aula sobre o tema.
FABIANO PIO DA SILVA.
GRADUANDO HISTÓRIA, UERJ, 4º PERÍODO.
Caro Fabiano
ResponderExcluirPrimeiramente agradeço a sua leitura do texto e sobre suas opiniões e questionamentos levantados por você:
Sobre a primeira questão é importante salientar que estas escolas de formação católica e evangélicas e ate mesmo escolas adventistas são tradicionais em seus preceitos, principalmente dentro do que se refere ao aprendizado. Para isso essas escolas abordarem ou levar para o conhecimento pedagógico sobre as religiões de origens nas matrizes africanas e necessário a aceitação do diálogo com essas religiões rompendo com paradigmas com os dogmas religiosos e também com o preconceito. Esse é um dos pontos principais que é essencial dentro da nossa discussão aqui abordada de se estabelecer o diálogo e com isso desconstruir os muros do preconceito e das diferenças, que essas ideias são necessárias a serem aplicadas em sala de aula nos mais diversos ambientes escolares e na qual o professor é o interlocutor desse diálogo.
Sobre a segunda questão a proposta poderia ser bem aplicada na escola em buscar profissionais e demais agentes envolvidos na cultura afro brasileira e também sobre as religiosidades. A escola e seus profissionais com ajuda da equipe pedagógica pode contribuir com essa educação dos alunos, em conhecer e desenvolver a consciência histórica dos alunos com relação as religiosidades africanas e demais outras religiões. Na qual este modelo de ensino da cultura afro tem como base a Lei 10.639/03 que possibilita tal aprendizado e que as escolas e profissionais devem se adequar a essas normas que é muito além de uma normativa ou lei mais sim a construção de cidadania e de diálogos com as minorias, principalmente no âmbito religioso.
MUITO OBRIGADO
ELOIS ALEXANDRE DE PAULA
Gostaria de parabenizar pela reflexão.
ResponderExcluirIsto me faz recordar sobre quando fazia parte da equipe do PIBID-UFRRJ (História) e um grupo de turmas diferentes começaram a se enfrentar fazendo uso de músicas. Um colocava música evangélica e o outro colocava pontos, isto causou um grande debate na direção e com o pais, que por fim, não gostaram da ideia de uma aula que fosse ensinado a diversidade religiosa presente no país.
Percebe-se que o crescimento dos evangélicos no País e com o conservadorismo é algo grande, assim como, percebe-se que os núcleos que compõem cristãos e religiões de matrizes africanas vem se modificando em raça e classe. A aplicação de uma história que trate as religiosidades de modo democrático e aborte as temáticas torna-se mais dificultosa em localidades que são extremamente conservadoras, então, quais os mecanismos deveriam ser melhor adaptados para podermos abordar as aulas?
Fico reflexiva, pois o Jesus histórico poderia ser ensinado, mas como compor uma aula na qual venha se desenvolver uma consciência mais histórica da própria religiosidade e afastar dos conhecimentos ou diálogos com suas próprias religiões?
Débora de Queiroz Moreira
QUERIDA DÉBORA
ExcluirAgradecido de você ter lido o texto e analisado de forma reflexiva o trabalho aqui proposto. Sobre a primeira questão e notável a resistência de grupos conservadores tanto evangélicos como as demais dominações religiosas como até mesmo os católicos no que se diz respeito as religiões afros. Primeiramente a resistência desses grupos pela questão racista, o racismo e extremamente visível e é um peso grande nesta questão de preconceito as religiões afros, e outra ideia desse peso eo radicalismo religioso é ideia de uma teologia exclusiva em que so os cristãos terão a salvação e isso sai do ponto de vista religioso e chaga ao ponto de vista politico como percebemos. Com relação a segunda questão Jesus histórico pode ser analisado além da historiografia e ser abordado de uma forma que seja diferenciada da teologia Histórica. O fato que quando se estuda Jesus muitas vezes temos uma compreensão desta personagem como Sujeito histórico. Desse modo tanto a sua primeira questão como a segunda questão nos como historiadores devemos discutir primeiramente a consciência história tanto para religiões afros como o próprio personagem JESUS HISTÓRICO, procurando provocar os alunos para a discussão e desmistificar e desconstruir preconceitos. O fato que no atual contexto em que a posição de historiador esta em cheque no atual contexto politico e pode dificultar esse dialogo entre professor e aluno. Mais mesmo assim ainda resta alternativas e posições e comprometimento dos professores e da equipe pedagógica que favoreça esse dialogo que prevaleça o conhecimento histórico e cientifico em sala de aula para desconstruir tais preconceitos e que promova a cidadania e o respeito e igualdade dentro do ambiente escolar. Momentos então de resistência e da tentativa de dialogo e de cidadania na escola, e na formação não somente da consciência histórica mais também da consciência de liberdade de expressão religiosa e cultural.
ATENCIOSSAMENTE
ELOIS ALECANDRE DE PAULA
Olá Elois, primeiramente gostaria de lhe dar os parabéns pelo excelente trabalho. O texto tirou muitas dúvidas que possuía sobre o Jesus histórico e o estudo/ensino da Religião perante o contexto político do país.
ResponderExcluirMinha pergunta é: como abordar a questão do Jesus histórico sem passar a ideia errada e confundir o aluno que está inserido no cristianismo e que só conhece o Jesus da fé? Qual o melhor método a ser utilizado nesse cenário?
Agradeço desde já.
- Bárbara Antônia Souza da Silva
Cara Bárbara. Agradeço a sua presença no meu trabalho. Esse é uma discussão que devemos abordar dentro do meio escolar no atual contexto político. Primeiramente a ideia é utilizar como recursos o próprio livro didático abordando dentro do contexto hebraico a história do Judaísmo. Jesus essa personagem era judeu e morreu judeu, assim a partir deste contexto abordar esse Jesus dentro do meio teológico do Judaísmo e levar para o contexto histórico. Dessa forma abrir um link de discussão deste como sujeito histórico e qual a sua importância para aquele momento. A questão teológica e muito presente para os alunos e também professores mais é importante reconstruir a figura histórica de Jesus até a sua própria imagem propriamente dita que foi construída como branco e pouco debatida na possibilidade de ter uma cor parda como era a população e a civilização desee daquela época. Construir a consciência histórica e sem desconstruir a ideia da fé e um desafio como abordar o embate entre o criacionismo e o evolucionismo principalmente no atual contexto político mais deverá ser desafiador para nós historiadores
ResponderExcluirAtenciosamente
ELOIS ALEXANDRE DE PAULA