Marcos de Araújo Oliveira


“SÃO JOÃO DE TODOS OS TEMPOS...”: HISTÓRIA E RESSIGNIFICAÇÕES CULTURAIS NO SÃO JOÃO DE JAGUARARI-BA




As comemorações das festas de São João no Brasil consolidaram-se como uma das maiores formas de manifestação de cultura do povo, principalmente o nordestino. Dessa forma, as “noites de São João” povoam o imaginário de vários sujeitos como sinônimo de uma época alegre e iluminada.

Tais aspectos fazem esta festa ser considerada uma “tradição”, o que acaba levando a debates sobre as cristalizações de estereótipos acerca do ciclo junino e das representações simbólicas que se adotam nos festejos. A quebra dessas representações provoca choques diante das novas formas de se fazer o São João, ligado ainda as memórias do interior e ao saudosismo, mas que se diferencia dessas recordações do passado.

Em Jaguarari, município do norte do semiárido baiano, estes festejos realizados na famosa Praça do Forró, tem papel fundamental para a construção de identidades e para a manutenção de uma tradição cultural. Por ser padroeiro da cidade, São João tem sua representação também com uma enorme escultura na entrada do município, “abençoando os munícipes” e está presente na letra do hino municipal, pois Jaguarari repousa “Na grandeza divina de São João/Padroeiro Eternal de Jaguarari”.

Entretanto, as ressignificações culturais da atualidade acarretam mudanças no ciclo junino, dinâmica que leva o São João a passar por intensas transformações, fazendo-nos refletir sobre o papel da autenticidade e da tradicionalidade desses festejos, que como canta a banda de forró Mastruz com Leite na canção “São João de Todos os Tempos”, guardam “magia, tradição e amor”.

Rastreando as origens dos festejos juninos no Brasil
O Brasil sempre foi um país rico culturalmente, sendo palco das mais diversas manifestações culturais. Isso se comprova, nas diferentes festas e celebrações existentes na região Nordeste que sempre se destacou nos seus festejos religiosos, principalmente nas festas dedicadas a São João.

De acordo com Chianca (2009) essas comemorações a São João acontecem no Brasil desde a época colonial, na qual marcavam principalmente a vida urbana na colônia portuguesa. Chianca explica que foi nas áreas urbanas que a festa de São João se tornou um acontecimento de sucesso, ao ligar os dois principais eixos da vida social: as ruas e as igrejas:

“Nos dias santificados, as cidades se iluminavam enquanto o chão das ruas era decorado e as janelas, enfeitadas com tecidos e potes de flores. As igrejas reuniam o público em encontros esporádicos para os quais todos acorriam, desejosos de ver e serem vistos, mas também para conversar, assistir às representações teatrais de cantos e danças” (CHIANCA, 2009, p. 3).

Porém, essas celebrações passariam a ter uma maior força no Brasil principalmente após a vinda da família real em 1808. Segundo Chianca (2009) ao chegar ao Brasil, a Corte portuguesa trouxe consigo vários hábitos festivos, dando novo vigor às celebrações urbanas e também religiosas o que contribuiu para que as noites de São João, além das já tradicionais fogueiras dedicadas ao santo “batizador”, fossem ainda mais iluminadas, já que Portugal tinha grande reputação pela beleza dos seus fogos de artifício.

Além disso, Chianca (2009) aponta que foram adaptadas músicas e danças de salão no Brasil. Entre essas danças, uma delas conseguiu migrar dos enormes salões da elite para o meio do povo, tornando símbolo das festas de São João: as Quadrilhas Juninas:

“A quadrilha junina, tal qual nós a conhecemos em diversas partes do Brasil, tem sua inspiração nas danças de corte francesas que abriram caminhos para a criação do balé (de corte), em danças que originalmente pertenciam a um universo dito de nobreza. Ao chegar ao Brasil trazida pelos portugueses, dentre as diversas adaptações sofridas, essa dança desce as escadarias e chega à população menos favorecida, se estabelecendo como popularmente são conhecidas as quadrilhas matutas ou caipiras” (MOREIRA, 2018, p. 18).

Conforme explica Moreira (2018) a dança “Quadrille” como era chamada pelos franceses, surgiu nas cortes francesas por volta do século XVIII e era dançada em pares, sendo comandada por imperadores e príncipes. Moreira (2018) explica que com o tempo surgiu a figura do “marcador” ou “marcante”, sendo estes os responsáveis por enunciar os passos da quadrilha e orientar os casais na dança, tendo papel fundamental para a criação de coreografias e movimentações corporais.

As quadrilhas brasileiras herdaram bastante dos movimentos e passos franceses, como expõe Moreira (2018) “Mesmo que não sejam mais pronunciados os nomes dos movimentos da quadrilha em francês, é possível encontrar nas quadrilhas brasileiras passos como cumprimentar, roda, balancê, filas paralelas, entre outros”. Conforme explica Chianca (2009) essa dança não era exclusiva do mês de junho no Brasil, sendo inclusive dançada por D. Pedro II nos bailes “dos tempos do imperador”:

“Quando os hábitos da realeza saíram de moda, no início do período republicano, a quadrilha deixou de ser vista nos centros urbanos. Mas continuou sendo dançada em localidades menos importantes. Só voltaria à cena nos anos 1950, com o crescimento da industrialização e das migrações em massa do interior para as grandes cidades. É quando ocorre um fenômeno curioso: no lugar dos elegantes nobres de outrora, os protagonistas da dança feita aos pares são agora os “matutos”, os caipiras” (CHIANCA, 2009, p. 3):

Há, portanto, uma transformação cultural no modo de se fazer os festejos juninos e consequentemente a quadrilha, evocando-se a figura do sujeito do campo dentro das festas juninas, figura que é construída muitas vezes no olhar estereotipado que se tem sobre o “povo da roça”:

“A figura do homem interiorano, com seus traços, suas roupas e seus trejeitos, assume lugar central na festa de São João, mas estereotipada pelo olhar urbano, seguindo uma tradição que vem desde o Jeca Tatu de Monteiro Lobato, esboçada no livro Urupês (1918) e consolidada na propaganda do Biotônico Fontoura. Outros personagens reforçariam essa imagem, como o Jeca Tatu dos filmes de Mazzaropi e o Chico Bento, criado em 1961 e publicado em histórias em quadrinhos de Mauricio de Souza” (CHIANCA, 2009, p. 3)

Desse modo, a tradição junina se constitui de acordo com este imaginário sobre o homem do interior, que nos festejos urbanos passa a representar a pureza e nostalgia pelo passado, mas, ao findar os festejos juninos essa figura do matuto é renegada, considerada imprópria para o modelo da vida na cidade. De acordo com Chianca (2009, p. 4):

“E foi assim que o São João se tornou “a mais brasileira das festas”, nas palavras de Roger Bastide (1898-1974), famoso antropólogo francês que viveu em nosso país na primeira metade do século XX. Entre fogueiras, balões, danças, brincadeiras, música e muita comida, sempre sobra um espaço para o santo: lá está ele, representado em forma de menino, de cabelos encaracolados, carregando um cordeirinho nos braços. Inocente criança que dorme, e que a festa – licenciosa e profana, por mais que a Igreja tente impedir – quer despertar com seus fogos e rojões: Acordai, João!”

A importância dos festejos de São João perdura na contemporaneidade, principalmente no Nordeste porque a época junina movimenta as esferas econômicas, políticas e sociais, configurando-se como tradição cultural em muitas cidades do semiárido, a exemplo de Jaguarari, no interior da Bahia.

A Festa Junina em Jaguarari: entre a autenticidade e a tradicionalidade
Segundo Luciana Chianca (2007) podemos identificar dois níveis de discursos sobre as festas juninas: um primeiro que revela a ligação da festa com a “autenticidade” e, em um outro nível, a sua associação ao universo simbólico representado pelo território do “interior”.

“Ambas comunicam-se através do “antigamente”, tempo de passado difuso mas constitutivo de uma memória construída no desenraizamento e na saudade daqueles que o deixaram um dia. O “interior” representa esse algures que “ficou pra trás”; ele territorializa (na festa, antes e também depois dela) uma experiência ambivalente, pois é simultaneamente um lugar/ tempo/ lembrança que se pretende superar, mas no qual permanecem laços de família, amizades ou recordações que fundamentam o presente na nova vida do migrante” (CHIANCA, 2007, p. 3).

Ao analisarmos a construção das simbologias das festas do mês de junho, dentro do município de Jaguarari, cujo padroeiro é São João Batista, vemos na devoção pelo santo, marcos da história de Jaguarari, que teve na veneração a São João a formação de unidade entre seus habitantes:

“Tudo leva a crer que a devoção a São João Batista em nosso município não surge por acaso. Segundo a memória local, por volta de 1900, o patrono da cidade foi escolhido devido à iniciativa do senhor João Duarte Cerqueira, que era descendente de português, nascido em uma família bem estruturada. Era na época coronel da Guarda Nacional e, devido a sua enorme influência e seu alto poder aquisitivo decide mandar buscar em Portugal a imagem do santo, trazendo para a casa de um parente local, onde eram celebradas as rezas” (SILVA et al, 2007, p. 17)

De acordo com Silva et al (2007) a devoção ao santo ficou ainda mais forte, levando a uma organização religiosa e social em que a cada ano, medidas eram tomadas para que as celebrações ao padroeiro ficassem atraentes e convidativas e a garantir um público fiel a ocupar diversos espaços.

Tais fatores, fez o mês de junho ser uma época de inúmeras comemorações no município (que completa 94 anos de emancipação política em 2020) colorindo a cidade e mudando o ritmo da vida local. Podemos destacar, que essas festas crescem bastante graças a ligação sentimental que os cidadãos de Jaguarari estabelecem com as comemorações, algo que é visto por gerações na cidade, já que o São João (entende-se por São João todo o ciclo junino de festas dedicadas aos santos desse mês) alcança todos os públicos.

No caso de Jaguarari o “ciclo junino” é marcante, tanto pelas festas de São João (cuja comemorações se iniciam na semana do dia 24 de junho), mas também  pelas festas de Santo Antônio (13 de Junho), padroeiro da comunidade de Jacunã (na Zona Rural do município) e nos festejos a São Pedro (29 de junho) que acontecem no distrito de Pilar.

Essas festas estimulam também um sentimento de saudades dos festejos do passado, principalmente daqueles que viveram as décadas de 80 e 90, onde os festejos seguiam os padrões mais “interioranos” com as “típicas” brincadeiras, missas, batizados na fogueira, “Feiras chiques” e o forró ”pé-de-serra”. Passado este cada vez mais distante da realidade urbana, mas que se cristalizou na mente de vários munícipes de Jaguarari sobre o que realmente deva ser a festa de São João.

“Se o ponto de partida para a compreensão das representações são os discursos que traduzem o que os indivíduos e os grupos constroem para dar sentido ao seu mundo [...] Por que quando se trata de representar as festas juninas, logo aparecem a fogueira, o matuto, o casamento na roça? É em busca do que sucedeu no passado que procuramos entender como essas camadas de representação da festa foram se cristalizando entre as gerações. (SANTOS, 2015, p. 21)

Essas representações do que é o São João criaram estereótipos difundidos acerca das figuras e símbolos das festas juninas, tanto para quem participa das comemorações, como para quem está de fora, pois os indivíduos sempre enxergam a vivência das festas juninas conectadas a elementos como o milho assado, arraiás, balões, bandeirolas, fogueiras e ao matuto, com seu chapéu de palha e seu coração puro, de sotaque engraçado e alegria autêntica.

As comemorações juninas também são bastante estimuladas pela Prefeitura da cidade, sempre evocando nas ornamentações das festas elementos cristalizados no mundo das representações do São João, postura consequente dos discursos de autenticidade e tradicionalismo neste imaginário junino.

De acordo com Santos (2015) essa relação tríplice entre o Estado, a cultura e o turismo é vivenciada em vários estados nordestinos, a exemplo de Pernambuco e Bahia, havendo uma aproximação das expressões populares com os poderes públicos, como decorrência de uma política implementada pós-abril de 1964, em que, regidos pela doutrina de segurança nacional, questões caras ao ideário de identidade nacional ganham um grande relevo.

“Segundo o pesquisador Elder Maia Viana, esse momento político na História do Brasil, pode ser chamado de período da “industrialização do simbólico”. Edição de livros, festivais de folclore, exposições, concursos de monografias, cursos, exibição de vídeos, semanas e painéis sobre arte popular, entre outras atividades de formação eram promovidos pelo Estado como forma de enriquecer os valores autênticos do folclore brasileiro. Assim, as expressões culturais populares são tratadas pelos dirigentes como as detentoras dos valores autênticos e tradicionais. É nesse sentido que o Estado surge como o promotor, como o responsável pelo aumento do consumo ligado ao binômio entretenimento-turismo” (SANTOS, 2015, p. 25-26).

Portanto, é possível afirmar que o São João (Festejos) dentro de Jaguarari, mas também em outras realidades do Brasil, torna-se uma festa “tradicional”, pois está extremamente relacionada a identidade daquele local, seja por motivos históricos, econômicos ou culturais. Sendo assim, a desassociação de elementos tidos como tradicionais, muitas vezes causa a estranheza e rompe com o sentimento de identificação que os festejos trazem ao seu povo, justifica-se então a manutenção das representações que povoam o mundo dessas festas, por meio de uma autenticidade pautada na tradicionalidade.

“Isso é que é São João...”: entre a tradição e as mudanças culturais
Ao falar sobre o conceito de tradição, o historiador Eric Hobsbawn (1984) explica que a “tradição inventada” entende-se como um conjunto de práticas, normalmente reguladas por regras tácitas ou abertamente aceitas, formando práticas, de natureza ritual ou simbólica, que visam inculcar certos valores e normas de comportamento através da repetição, resultando em uma continuidade em relação ao passado:

“A “tradição” neste sentido deve ser nitidamente diferenciada do “costume”, vigente nas sociedades ditas “tradicionais”. O objetivo e a característica das “tradições”, inclusive das inventadas, é a invariabilidade. O passado real ou forjado a que elas se referem impõe práticas fixas (normalmente formalizadas), tais como a repetição. O “costume”, nas sociedades tradicionais, tem a dupla função de motor e volante. Não impede as inovações e pode mudar até certo ponto, embora evidentemente seja tolhido pela exigência de que deve parecer compatível ou idêntico ao precedente”. (HOBSBAWN, 1984, p. 10)

Podemos destacar acerca da valorização do ciclo junino jaguarariense, que essa tradição continua a persistir dentro do município pela repetição de valores e comportamentos diante dos festejos, formas bem sutis, mas que são vistas explicitamente, como no hábito de vestir-se com roupas xadrez e usar chapéus de palha neste período, ou até mesmo nas escolas municipais, que sempre no mês de junho são imersas na atmosfera caipira, ornamentadas com símbolos do “mundo matuto”.

Nota-se, porém que a sobrevivência da tradição acerca do ciclo junino se dá em um cenário de transformações, pois os festejos de São João atendendo as lógicas comerciais do turismo e midiatização, buscam estar cada vez mais atualizados. São já comuns do ciclo junino jaguarariense, os shows de bandas famosas de estilos diferentes ao forró, atraindo pessoas dos variados públicos; ou na transmissão online das noites festivas pela internet e até na criação de um concurso de quadrilhas estilizadas.

Isso revela-nos novas dinâmicas relacionadas a cultura junina jaguarariense, já que as manifestações culturais não são formas estáticas, e estão constantemente passíveis a mudanças de acordo com as dinâmicas sociais, pois pensar em cultura requer pensar nesse processo de ressignificações. Conforme explica Albuquerque Júnior (2007, p. 17):

“[...]em qualquer sociedade humana, o que caracteriza a produção cultural sempre foi as misturas, os hibridismos, as mestiçagens, as dominações, as hegemonias, as trocas, as antropofagias, as relações enfim. O que chamamos de cultura, conceito que por seu uso no singular já demonstra sua prisão à lógica da identidade, é na verdade um conjunto múltiplo e multidirecional de fluxos de sentido, de matérias e formas de expressão que circulam permanentemente, que nunca respeitaram fronteiras, que sempre carregam em si a potência do diferente, do criativo, do inventivo, da irrupção, do acasalamento”.

Dessa forma, entendemos que as culturas mesmo mutáveis, ainda geram choques nos mais saudosistas que muitas vezes estão fechados para as novas mudanças que acontecem no ciclo junino. Esses sujeitos evocam constantemente “os tempos de antigamente”, reiterando um discurso de que o São João do passado era legítimo e, portanto, melhor. Porém, encontramos nos novos públicos que continuam fazendo do São João a maior festa de Jaguarari, novos sentidos a esta expressão cultural.

Ainda segundo Albuquerque Júnior (2007, p. 17) “na verdade nunca temos cultura, temos trajetórias culturais, fluxos culturais, relações culturais, redes culturais, conexões culturais, conflitos, lutas culturais”. Desse modo, é possível pensar numa naturalização das mudanças referentes a tradição, algo inerente a própria dinâmica do ciclo junino, acostumado a se reinventar.

Considerações Finais
Estudar os festejos juninos necessita da reflexão acerca da manutenção de um discurso entre: a nostalgia do “São João do passado”, tipicamente mais simples e menos midiatizado, e a renovação da tradição, onde a festa de São João não fica inerte diante dos fluxos culturais existentes ao século XXI. Estes novos sentidos ao mundo das representações do São João vão sendo desenhados em várias esferas sejam as econômicas, sociais ou culturais, nas mais diversas realidades, como no exemplo do município de Jaguarari-Ba.

Nota-se no caso Jaguarariense, uma busca dos cidadãos e poderes públicos em continuar os festejos juninos, seja pela evocação dos elementos tidos como tradicionais da cultura “matuta”, reafirmando a identidade de sujeitos do interior; ou pelas novas dinâmicas das mídias, por meio de novos ritmos a festa ou através do mundo digital, buscando também preservar simbolismos juninos.

Essa preservação que damos a práticas culturais permite justamente a possibilidade dessas manifestações culturais mudarem, ou seja continuar em transformação. Segundo Albuquerque Júnior (2007, p. 17) “O mesmo ocorre com qualquer prática cultural que se queira preservar, o que preservamos é sua possibilidade de existir e, portanto, de diferir e de divergir. Preservar não é congelar numa pose uma certa temporalidade”.

Cabe destacar que as festas juninas não são uma cultura congelada, porém muito pelo contrário, suas transformações só evidenciam o seu caráter de permanecer viva e multiplicando os seus sentidos. Sentidos estes cheios de energia para novas adaptações, assim qualquer forma de congelamento cultural derrete-se diante das ardentes fogueiras de São João.

Referências
Marcos de Araújo Oliveira é graduado em Licenciatura em História na Universidade de Pernambuco – UPE (Campus Petrolina).

ALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval Muniz. Fragmentos do discurso cultural: por uma análise crítica das categorias e conceitos que embasam o discurso sobre a cultura no Brasil. In: NUSSBAUMER, Gisele Marchiori (org). Teorias & políticas da cultura. Salvador: EDUFBA, 2007.p. 13-24.
CHIANCA, Luciana de Oliveira. “Pula a fogueira, João!”. Revista de História da Biblioteca Nacional. Ano 4, Nº 45. Junho. 2009.
CHIANCA, Luciana de Oliveira. Quando o campo está na cidade: migração, identidade e festa. SOCIEDADE E CULTURA, V. 10, N. 1, JAN./JUN. 2007.
HOBSBAWM, Eric. Introdução: A invenção das tradições. In: HOBSBAWM, Eric; RANGER, Terence (orgs.). A invenção das tradições. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984. p. 9-24.
MOREIRA, Neomênia Santos. Que quadrilha e essa? Busca por sentidos em uma dança em transformação. 2018. 58 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Dança). INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE GOIÁS, Aparecida de Goiânia, 2018.
SILVA, M. G. S. et al. Conhecendo a história do padroeiro do município. In: MACHADO, Patrícia Matos (Org). Conhecendo o município de Jaguarari pelo olhar de seus professores. Jaguarari: SMEC, 2007. p.17-18.
SANTOS, Mário Ribeiro dos. Noites festivas de junho: histórias e representações do São João no Recife (1910-1970). 2015. 239 f. Tese (doutorado) - Universidade Federal de Pernambuco, CFCH. Programa de Pós-Graduação em História, Recife, 2015.

6 comentários:

  1. Bom dia, Marcos. Parabéns pelo texto, muito criativo e bastante embasado teoricamente.
    Pensando no seu texto que traz uma temática regional bastante elucidativas p/ história de Jaguarari e sabendo que como estudante de história e ex-aluna de história do ensino básico, vendo as duas realidade e discrepância entre o que é passado em ambos. Sei que o ensino regional não é evidenciado no ensino básico, apesar da pesquisa com temáticas locais esta em evidência científica. pensando nisso o que você sugere que ainda impeça os professores de trabalhar essas temáticas na sala de aula, além dos cronogramas escolar?

    Jacqueline Ferreira Dias

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    1. Olá Jacqueline, muitas vezes os professores se atém ao fato de que para trabalhar história local os alunos devem apenas fazer entrevistas com os mais velhos, sem ter a preparação necessária para o uso das fontes orais.
      Acredito assim que nesse contexto, as secretarias de educação municipais deveriam investir ainda mais na valorização da cultura municipal, investido em livros, cartilhas, documentários e outros materiais que ajudassem professores e alunos, pois assim toda a cidade sairia ganhando.
      Muito obrigado pelas considerações

      Marcos de Araújo Oliveira

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  2. Parabéns pelo texto e pela análise. Como pesquisador do mesmo objeto, concordo com você quando se refere a transformações no seio das festas juninas. Dito isso, queria saber sua opinião acerca da espetacularização do festejo tão frequente atualmente em algumas cidades, como Campina Grande e Caruaru?

    Agradeço a atenção.

    Glauber Paiva da Silva

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    1. Olá Glauber, eu que fico grato pela atenção e considerações.

      Bem , conforme Mário Ribeiro dos Santos explica , a industrialização do simbólico surge do poder público. nesse intuito, os governos visam transformar manifestações culturais em meios de se incentivar o turismo e assim ganhar lucros e prestígios na esfera regional e nacional.
      O São João não foge dessa realidade, pois é um festa que movimenta esferas econômicas, e sendo assim tem impacto social muito grande.
      Essa espetacularização do São João é algo bastante natural diante dos fluxos culturais da contemporaneidade, na qual mídias digitais se fazem tão forte.
      Acredito assim que nos casos de Campina Grande e Caruaru, esse ciclo Junino se mantém ainda mais relevante diante dessas resignificações, já que não há perda da cultura "raiz" como muitos apontam. Mas mudanças naturais das trajetórias culturais.
      Espero ter respondido e parabéns por pesquisar essas festas.
      Qualquer dúvida, estou a disposição.

      Marcos de Araújo Oliveira

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  3. Ivanize Santana Sousa Nascimento
    Olá, Marcos! Que legal, ver mais um artigo de conterrâneo do mesmo Estado! sou de Itiúba! Também escrevo artigos para o simpósio, contudo, dessa vez não pude.Sua temática é suave, mas faz repensar mesmo nas festividades culturais da nossa gente.E o São João tem trazido mesmo um leque de inovações tanto nos ritmos como nas representações simbólicas...personagens.Porém, há quem discorde de cetas situações, como ter banda de axé, arrocha,etc. Eu particularmente,discordo também. Na caracterização, por que pintar o dente do homem e da mulher de preto? A escola que assim faz, em síntese,estimula a crença de um povo nordestino mal zelado, descuidado, desprovido de higiene,etc. O próprio Jeca-Tatu traz essa simbologia na História,não é? Enfim, São João é uma festa que encanta, balança a alma e nos reafirma que, ser do sertão, ser do Nordeste é chorar, é sentir dor, é viver a seca,mas que na hora do arrasta-pé, que venha esse banho de cultura nossa, que revela nossas raízes! Avante!

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    1. Ivanice, há muito ainda a se estudar sobre o São João, pois como você mesmo enfatiza , a cultura nordestina é muito rica e nesse caso plural, sendo assim o São João de Jaguarari-Ba, pode ser diferente de outros festejos como o de Senhor do Bonfim.
      Mas como expus no texto, o São João é uma festa de todos os tempos, passado, presente e futuro e sempre se reinventa.
      Essa é a principal dinâmica das trajetórias culturais desses festejos.
      Obrigado pelas considerações
      Avante!

      Marcos de Araújo Oliveira

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