VIAGEM AO BRASIL: UM BREVE ENSAIO HISTÓRICO LINGUÍSTICO DA OBRA DE HANS STADEN
Este ensaio é fruto de
um trabalho interdisciplinar entre as disciplinas de História e a de Língua
Portuguesa. Encontra-se estruturado em duas partes distintas, mas ambas com
fulcro na obra “Viagem ao Brasil” de Hans Staden. A primeira versa de modo
bastante sintético sobre o viés histórico demonstrando como se deu as
explorações da “nova terra descoberta”, bem como suas implicações e
relacionamentos com os primeiros habitantes dela. Nessa perspectiva, a
abordagem histórica finda com a obra já citada. A outra parte discorre sobre a
formação do ethos discursivo com foco na análise do discurso e com os subsídios
da Linguística. A narrativa está dividida em duas partes, portanto a análise
Linguística se ocupou em pesquisar somente a primeira parte que compreende até
a página 125 do livro. Nesta apreciação, é possível identificar como alguns dos
recursos linguísticos utilizado pelo narrador/personagem constroi a imagem do
ethos discursivo em que o objetivo principal é construir a própria imagem de si
no discurso. A parte de Língua Portuguesa, investiga como se dá esse ponto de
vista nessa produção de Hans Staden.
Staden
na História
Nos primeiros anos da
chegada dos portugueses no Brasil, não se teve uma preocupação por parte da
Corte em implementar a colonização efetiva do território [COSTA, 2017]. O foco
era a política mercantilista, a produção/extração de riquezas a baixo custo nas
colônias para o lucro da metrópole (pacto colonial), mesmo porque esse
acontecimento não passou de um evento secundário, afinal o objetivo era se
chegar as Índias. Entretanto, sabe-se que as relações tecidas entre os
envolvidos ultrapassam em muito estes limites elencados, numa complexidade
social, econômica e cultural que precisam ser lembradas.
A Europa só conhecia
algumas particularidades da América através de escritos de viajantes e
missionários europeus que por aqui passavam [BOSI, 2006], ficando presa a
descrição unilateral destes; Américo Vespúcio em um documento resumiu que no
novo continente “não encontramos nada de proveito” [COSTA, 2017] fato que
sabemos ser contradito logo depois.
Um dos primeiros
relatos registrados do Brasil é evidenciado na carta de Pero Vaz de Caminha,
escrivão que fazia parte da frota de Pedro Álvares Cabral e a faz com o intuito
de anunciar ao rei português Dom Manuel a chegada e alguns detalhes. Esse
documento fora escrito em forma de diário e na maior parte descreve sobre os
indígenas brasileiros, sua atenção e respeito para com os estrangeiros
recém-chegados; vale ressaltar que foi somente em 1817 que essa carta é
publicada na obra Corografia Brasílica do padre Aires do Casal [BORGES HERMIDA,
1969], ficando restrita até então apenas a nobreza portuguesa o seu conteúdo.
Posteriormente temos
outros, cada um a seu modo, que fazem suas anotações sobre sua estadia e as
especificidades do novo território, pautados em depoimentos e relatos de
viagens [OLIVIERI; VILLA, 1999]. Entre muitos que atracaram em terras
brasileiras e que anotaram suas impressões em diferentes gêneros textuais,
temos muitas histórias que reforçam essa ideia do discurso a favor do escritor.
Hans Staden emerge aqui como o melhor exemplo, viajante e cronista alemão, fora
capturado pelos tupinambás e descreve em sua obra Duas viagens ao Brasil (1557)
sua narrativa de sobrevivência e os modos de vida dessa etnia [OLIVIERI; VILLA,
1999]. Vale ressaltar que primeiramente ele estivera em 1547 em Pernambuco e
foi só em 1554, que seu navio naufragou na costa paulista, tornando-se
prisioneiro do povo já citado, pois fora confundido como um português, que eram
inimigos dessa etnia e aliados dos tupiniquins, também inimigos daqueles.
Tratando-se ainda da
mesma obra, Hans Staden consegue através de uma objetividade singular descrever
a sua vivência com riqueza de detalhes num primeiro momento, que envolvem o
leitor a ler até o final sua narrativa. A segunda parte, sob um viés mais
antropológico e histórico descreve: “(...) com precisão etnográfica, os nativos
e seu modo de vida (...)” [OLIVIERI, VILLA, 1999] permitindo que essa obra
registrasse para os europeus do presente da época e todos os demais no futuro,
detalhes que de outra forma jamais seriam sabidos.
Todos os documentos
que temos desse período são essenciais do ponto de vista histórico e literário,
uma vez que, apesar de suas particularidades, relatam fatos que foram
vivenciados e que sem eles, certamente não teríamos conhecimento sobre
determinadas informações, afinal: “Toda historiografia do período é tributária
dessa literatura de informação. Mas não se esgota aí a riqueza desses textos,
em que também se podem encontrar valores estéticos, que os aproximam de textos
literários” [OLIVIERI; VILLA, 1999, p. 8]. Por exemplo, é sabido que o bispo
Pero Fernandes Sardinha fora capturado após um naufrágio em 1556, mas
infelizmente não teve a mesma sorte de Staden, sendo devorado pelos índios
Caetés [COSTA, 2017] e teve sua história contada por outros.
A
construção do ethos em Hans Staden
Conforme aludido no
início desse trabalho, essa etapa tem o objetivo de analisar os aspectos
linguísticos contribuitivos para a construção do ethos discursivo na obra
“Viagem ao Brasil” de Hans Staden, publicada em 1930 a sua 21ª edição traduzida
para o português por Alberto Lóforen. Dessa forma, será observado o conceito de
formação do ethos, no decorrer da narrativa e como esse elemento se constitui a
partir dos recursos da língua. A obra está organizada em duas partes. Essa
análise, se atém somente à primeira.
O conceito de ethos
tem origem na poética aristotélica em que consiste na imagem que o indivíduo
constroi de si no discurso que tem o objetivo de persuadir e conquistar a
confiança do público ouvinte. Para Pina [2015] Aristóteles adverte que, no que
diz respeito ao caráter moral, há afirmações que, se feitas sobre um orador,
podem excitar seu descontentamento ou expô-lo ao risco da contradição (...), os
oradores são julgados também pelas suas decisões passadas, e é isso que
fundamentaria sua persona pública.
Essa perspectiva pode
ser vista no início da narrativa quando a o autor/personagem suplica a pessoa
do rei que não duvide de seu interdito: “E para que Vossa Graciosa Alteza não
duvide de mim como si eu estivesse a contar coisas mentirosas, queria offerecer
a Vossa Graciosa Alteza, em minha propria pessôa, uma garantia para este livro.
A Deus sómente seja, em tudo, a Gloria (sic)” [STADEN, 1930, p. 16].
Essa ênfase, tem a
função de dar veracidade ao que seria dito com intuito de construção da imagem
do outorgante, nesse caso, o ethos do autor. Neste outro trecho, é possível
observar também que ainda sim não seria uma boa prática duvidar:
“Nada, comtudo, se
ganha em desacreditar a verdade por amor de mentiras. É tambem para notar que
certas coisas contadas e tidas pelo vulgo como impossíveis, para homens de
entendimento não o são; e tomadas por verídicas, quando investigadas, mostram
sel-o evidente (sic)” [STADEN, 1930, p. 18]. A chamada de responsabilidade ao
proferir “homens de entendimento” entende-se que interpretar diferente do que é
proposto não é uma atitude coerente. Sobre essa questão, Ruth Amosy [2018, p.
09] explica que: “maneira de dizer induz a uma imagem que facilita, ou mesmo
condiciona a boa realização do projeto”. Essa mesma autora acentua ainda que a
apresentação de si mesmo não se limita a uma técnica aprendida, nas trocas
verbais mais corriqueiras e mais pessoais. Para ela, isso funciona como “uma
negociação”!
O próprio autor
adverte que seu relato pode aparentar que seja “invenções”, mas a insistência
da veracidade aos fatos é constante e para isso se vale da linguagem no intuito
de construir uma imagem positiva e fidedigna.
Já em poder dos
“selvagens” o protagonista narra uns de seus momentos cruciais em poder deles,
que apesar de ser uma alusão verídica, a quase-hipérbole recorrida
intertextualmente trata-se de um recurso com a finalidade de persuadir o leitor
quanto ao fato: “Assim me levaram; eu não sabia o que queriam fazer de mim e me
lembrava do sofrimento do nosso Redemtor Jesus Christo, quando era maltratado
inocentemente pelos infames judeus (sic)” [STADEN, 1930, p. 69-70]. A alusão ao
ocorrido religioso tem a função de provocar o emocional do leitor, já que se
trata de um grande feito histórico e religioso. Somado a isso, o uso do pronome
“nosso” na primeira pessoa do plural torna o interlocutor participante da ação
junto com a personagem. Em esclarecimento a essa questão, Amosy [2008] explica
que o peso da fala e sua força de persuasão não decorrem somente do que o
orador diz: dependem também da imagem que ele dá de sua pessoa, da impressão que
ele produz.
Como o ethos é a
imagem que orador constroi de si no discurso, fica evidente a prática da
persuasão a fim de legitimar o discurso proferido pelo autor. Dessa forma,
Aristóteles vai mais além, citado por Pina [2015] ele define, então, a retórica
não como a arte de persuadir, mas antes a arte de discernir os meios de
persuasão; para ele, a retórica seria: “a capacidade de descobrir a cada caso
com o fim de persuadir”. E é sobre essa persuasão é que se constitui a figura
do ethos, nesse caso, o discursivo.
Constata-se a alusão
de maneira parodística ao escrito bíblico e que também se tornou provérbio
popular (a forma parodiada) quando profere: “Lembrei-me então de Jeremias, cap.
17, onde diz: ‘Maldito o homem que nos outros homens confia’ [p. 74]”, a
recorrência ao escrito sagrado e que parodiado virou provérbio popular tem a
função de comover grande parte do público “cristão” (como ele mesmo menciona)
para que sintam juntamente com ele, suas dores, suas interpéres. Esse recurso
persuasivo, além de aproximar revela a figura do ethos discursivo que é
identificado nessa narrativa.
Nessa perspectiva,
Antunes e Pauliukonis [2018, p. 05] explicam que “A noção de ethos na Retórica
aristotélica englobava características discursivas e extradiscursivas, que eram
utilizadas pelo orador a fim de construir uma imagem positiva de si mesmo”.
Mais adiante na narrativa, a personagem/autor através de um vocativo convoca o
leitor a dar credibilidade a sua história aludindo que o caso merece credo.
Outro fator, é invocação ao nome de “Deus” que é manifesto a todo o tempo na
narrativa buscando assim cada vez mais um nível de proximidade com o leitor. E
assim discorre: “Peço, por isso, ao leitor, que preste attenção ao meu
escripto, não que tome eu este trabalho pelo vão desejo de escrever novidades;
mas tão sómente para mostrar o benefício de Deus” (sic) [STADEN, 1930, p. 97].
De acordo com a
análise de Amosy [2008] a imagem de si no discurso, que se constroi no
discurso, é denominada pelo termo ethos. Trata-se da representação do locutor
que se depreende não somente pelo que enuncia, mas também pelas modalidades de
sua enunciação, pelas posturas que adota, pelo seu estilo. Nesse interim,
Antunes e Pauliukonis [2018] afirma que o ethos está a serviço de um projeto de
influência do Eu sobre o Outro, e pode ser utilizado para atingir seu
interlocutor. O enunciador trabalha a adesão do outro pelo alinhamento entre o
seu ethos e a imagem do enunciatário. Essa imagem, em consonância com as
autoras citadas, remetem a uma tentativa convencer o leitor da veracidade dos
fatos.
Ao final da narrativa,
da primeira parte, o autor recorre a uma expressão muito comum entre os
cristãos “Deus de Abraão, Isaac e Jacó”, isso se manifesta como uma espécie de
popularidade atrativa que mais uma vez combinado com o pronome “nós” e coloca o
leitor como participante de sua história, o inclui como sofredor dos mesmos
males e também galardoador das mesmas glórias. Isso fica evidente no trecho a
seguir: “Assim me livrou o Senhor Todo Poderoso, o Deus de Abrão, Isaac e
Jacob, do poder dos barbaros. A Elle sejam dados louvor, honra e gloria, por
intermédio de Jesus Christo, seu amado filho, nosso Salvador. Amém” (sic)
[STADEN, 1930, p.119].
De acordo com Antunes
e Pauliukonis [2018] é possível, ainda, por meio de sua análise, entrever as
representações nas quais os enunciadores se apoiam para promover o
convencimento e buscar a identificação com os leitores. Nessa perspectiva, para
que uma argumentação se desenvolva, é necessário levar em conta a adesão do
outro às teses apresentadas, de modo a instaurar um clima de credibilidade.
Essa credibilidade mencionada pelas autoras que se desenvolve em função do
ethos discursivo, na obra em análise isso pode ser observado também a partir da
maneira didática que estrutura a narrativa, pois a primeira parte que é
constituída por 125 páginas e foi organizada em 53 capítulos e todos com longos
títulos. Isso preconiza na estrutura, uma proximidade com o leitor, uma espécie
de facilitação da leitura além dos demais requisitos já observados aqui.
Conforme aludido no
início, essa análise se ateve somente à primeira parte da obra. Mas nesse
espaço de estudo foi possível perceber que na obra analisada o ethos
constituído é persuasivo e que implicitamente capta a mente do leitor para que
aos poucos vá sofrendo e se alegrando com as experiências vidas pelo autor. Foi
possível também observar que a todo instante são recorridos a ideias populares
a fim de enlaçar a atenção do leitor.
Outro fator que
coaduna com a construção do ethos discursivo nessa narrativa são ilustrações
que permeiam toda a obra buscando de maneira bem eficaz imergir o leitor como
se ele fosse transubstanciado para dentro da narrativa. Sobre a importância da
ilustração, Oliveira [2008] citado por Riche [2014, p. 05] explica que: “Ao
visualizar a cena, automaticamente está sendo elaborado o tipo de cenário em
que estão agindo os personagens. O cenário cria a atmosfera dramática através
do ângulo em que a cena está sendo vista.” E é justamente essa a proposta
contida na obra “Viagem ao Brasil”. Fica evidente a intenção do autor
construção desse ethos discursivo sobre o qual foi apalavrado.
Referências
Talita Seniuk é
Licenciada em História pela Universidade Estadual de Ponta Grossa/UEPG;
Especialista em Metodologia do Ensino de História pelo Centro Universitário de
Maringá/UniCesumar; Licenciada em Ciências Sociais pela Universidade Metodista
de São Paulo/UMESP; Especialista em Ensino de Sociologia pela Universidade
Cândido Mendes/UCAM. Atualmente é acadêmica de Licenciatura em Filosofia pela
Universidade Metropolitana de Santos/UNIMES e Professora de História,
Sociologia e Filosofia da Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso/SEDUC
MT.
Wagner Pereira de
Souza é licenciado em Letras (Português/Literatura) pela Universidade Federal
de Rondônia/UNIR; Especialista em Coordenação Pedagógica pela Faculdade
Estadual da Lapa/FAEL. Atualmente, professor efetivo de Língua Portuguesa da
Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso/SEDUC MT.
AMOSY, R. (Org.).
Imagens de si no discurso: a construção do ethos. 1ª ed – São Paulo: Contexto,
2008. [livro]
ANTUNES, C. S.;
PAULIUKONIS, M. A. L. “Ethos: a construção da imagem de si” in Confluência:
Revista do Instituto de Língua Portuguesa, n.55, 2018, p. 284. [artigo]
BORGES HERMIDA, A. J.
História do Brasil. São Paulo: São Paulo Editora S. A., 1969. [livro]
BOSI, A. História
concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 2006. [livro]
COSTA, M. A História
do Brasil para quem tem pressa. Rio de Janeiro: Valentina, 2017. [livro]
PINI, M. “Breves
considerações sobre os conceitos de ethos e de persona poética na antiguidade
clássica” in ContraCorrente: Revista do Programa de Pós-Graduação
Interdisciplinar em Ciências Humanas, n. 6, 2015, p.84. [artigo]
OLIVIERI, A. C.;
VILLA, M. A. Cronistas do Descobrimento. São Paulo: Ática, 1999. [livro]
RICHE, R. M. C..
“Texto e ilustrações: a produção de sentidos da leitura” in IX Simpósio
Educação e Sociedade Contemporânea: desafios e propostas A Escola e seus
Sentidos, CAp-UERJ, 2014. [artigo]
STADEN, H. Viagem ao
Brasil. Rio de Janeiro: Officina Industrial Graphica, 21º ed.1930. [livro]
Olá! Talita Seniuk e Wagner Pereira de Souza parabéns a vocês pela pesquisa e reflexão!
ResponderExcluirEm relação à colocação de que os europeus conheciam parte da História da América por meio dos discursos escritos pelos viajantes e missionários que por aqui passavam, você acredita que esses registros podem ser vistos como discursos performativos? Eles podem ter direcionado o curso da História da América até os tempos atuais, no que se refere a por exemplo como o Brasil, em particular é julgado em cultura, costumes, linguagem pelos outros continentes?
Desde já agradeço!
Att,
Henrique Alexandro Senderski
Olá Henrique, agradecemos seu interesse na temática.
ExcluirRespondendo as suas perguntas de modo unitário, acredito que sim, esses registros eram tidos como verdades absolutas e com objetivo performativo. Como as viagens eram repletas de dificuldades (custavam muito, eram perigosas tanto no mar quanto em terra firme, morosas, etc) a grande maioria das pessoas que ouvia esses relatos ou lia-os (que ainda era uma parcela pequena se comparada com o todo) e acreditava na sua completude. Na contemporaneidade até podemos rir de alguns relatos um pouco excêntricos e até fantasiosos, mas essa percepção não estava disponível nessa época. Eles podem ter direcionado os rumos da História das Américas de alguma forma, mas é difícil precisar até que ponto influenciaram, mas certamente alguns “ranços” mal resolvidos que temos hoje em termos culturais, como você mesmo cita, são heranças negativas desses discursos performativos. Um exemplo que se encaixa aqui perfeitamente em relação a isso é que, durante o final do século XIX e início do século XX quando o recém-governo republicano decide promover e custear até os processos migratórios de algumas etnias europeias para o sul do Brasil, havia uma literatura enganosa sobre a realidade do trabalho em nosso país que circulava entre esses grupos. Eram folhetos que indicavam que aqui não era necessário se preocupar com a labuta, bastava adquirir ou capturar alguns macacos na floresta, domesticá-los ensinando os diferentes afazeres para a manutenção de uma propriedade rural e então o colono não precisava se preocupar com nada, apenas desfrutar desse paraíso. Para nós, parece bastante infantil acreditar numa informação dessas, mas para pessoas que vivenciavam o feudalismo e a servidão desde seu nascimento, numa vida marcada pela opressão, e que em especial, nunca tinham visto um macaco, acabavam acreditando e foi isso que influenciou dentre outros motivos que muitas famílias viessem para o Brasil, descobrindo que a realidade não era essa, mas já era tarde demais para arrependimentos, numa terra estrangeira, sem dinheiro, retornar era um luxo proibido.
Esperamos ter contribuído com a discussão!
Talita e Wagner.